sábado, 29 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 31 - Vai desistir?

(Contado pela 3º pessoa)

      Bill terminou de se arrumar, pegou sua mochila, a chave do carro e foi pra casa de Kate. Estacionou cuidadosamente, desligou o som e saiu. Tocou a campainha e esperou por alguns minutos, até que a mãe dela veio atender.

           - A Kate... vai pro colégio hoje? – pergunta Bill.
           - Vai sim. Entra, ela está na cozinha.

      Ele entrou e foi até lá. Kate estava terminando seu café da manhã, e assim que o viu, se levantou e foi cumprimentá-lo com um selinho.

           - Está se sentindo melhor?
           - Um-hum. – responde Kate.
           - E não quer mesmo me contar nada?
           - Tipo o quê?
           - Ta legal, eu já entendi.
           - Eu não quero falar sobre o que aconteceu ontem.
           - Te entendo. – ele suspirou. – Então, vamos pro colégio?
           - Só me dá um minutinho?
           - Claro.

      Minutos mais tarde...
      Tom estava escorado no muro, na parte de fora do colégio, esperando pela Kate. Ele só não sabia que ela chegaria de mãos dadas com o Bill. Ao passar por Tom, ela desviou o olhar. Sua mão começou a suar, e seus batimentos aceleraram.

           - Está tudo bem? – pergunta Bill.
           - S-sim. – responde Kate, tentando disfarçar o nervosismo.
           - Parece nervosa.
           - Impressão sua.

      Os dois entraram no colégio, e foram cada um para suas respectivas salas. Kate se sentou um pouco no fundo, pois não havia mais lugares na frente. Tom chegou, e se sentou bem ao lado dela. Era o único lugar livre. A ansiedade tomou conta dos dois nesse mesmo instante. Tom parecia querer falar alguma coisa com a Kate, mas lhe faltava coragem.

      Quando o sinal bateu, Tom foi o primeiro a sair da sala para poder ficar esperando a Kate. Ela recolheu suas coisas e foi até seu armário.

           - Kate. – disse ele.
           - O que você quer Tom?
           - Eu quero ouvir você! Poxa, você saiu lá de casa sem dizer nada, e me deixou maluco.
           - E o que você queria que eu dissesse?
           - Sei lá. Queria ouvir nem que fosse um “eu te odeio”. Mas precisava te ouvir.
           - Tom, agora eu tô namorando o Bill e... tô gostando dele. Porque você não fica com a Amanda, ou sei lá quem você quiser?
           - Está me pedindo pra te esquecer?
           - Estou. – respondeu ela, após minutos em silêncio. – Será melhor pra nós dois.
           - Não. Será melhor pra você, porque pra mim...
           - Não fala nada! Não... não diga mais nada. – seus olhos se encheram de lágrimas. – Eu não agüentaria.

      Ela fechou o armário e saiu. E mais uma vez o Tom não conseguiu nada. Novamente entrou na sala para assistir a próxima aula, mas não estava conseguindo se concentrar, principalmente por estar ao lado da Kate. Ele pediu permissão ao professor, e se retirou. Voltou para casa.

---
(Contado pela Kate)

      O que o Tom está pensando? Ele é maluco ou o quê? Até parece que aquelas palavras me comoveram tanto assim. Ta legal, eu confesso. Mexeu muito comigo, mas o que eu posso fazer? Estou namorando Bill, e me sinto feliz. Sei que ele não teria coragem de me enganar como o Tom fez. Sei também que os seus sentimentos são sinceros. Já os do Tom... eu não tenho tanta certeza. Tenho medo de acreditar e mais uma vez me enganar. Cai na mesma armadilha duas vezes não dá certo, e isso realmente não combina comigo.

      Voltei pra casa acompanhada do Bill, e o caminho inteiro eu não disse uma palavra se quer. Estava presa em meus pensamentos, e de vez em quando o Tom aparecia por eles.

           - Sua idiota! Para de pensar nisso! – disse.
           - O que foi? – pergunta Bill.
           - Eu disse muito alto, não foi?
           - Um-hum.
           - Não liga não. É bobagem minha.

      Ele não acreditou, mas também não fez perguntas. Me deixou em casa, e disse que só iria tomar um banho, e depois voltaria para podermos assistir um filme. Minha mãe estava trabalhando, então seria perfeito.

---
(Contado pela 3º pessoa)

      John sente falta do amigo no colégio, e resolve passar em sua casa para saber se aconteceu alguma coisa. Ele chega a casa do Tom, e é recebido pela empregada que avisa que ele está no quarto. John sobe até lá, e é surpreendido.

           - O que está fazendo? – pergunta John.
           - Vou viajar pra Itália. – responde Tom.
           - Que novidade é essa?
           - Meu pai vai me dar um estágio em sua empresa e...
           - Está fazendo isso só pra ficar longe da Kate?
           - Ela não quer nem me ver pintado de ouro. Não tenho mais nada a fazer aqui.
           - Vai desistir?
           - Já deveria ter desistido há muito tempo.
           - Esse não é o Tom que eu conheço.
           - Eu não posso ficar com a Kate, e também não consigo esquecê-la. Ter que vê-la todos os dias sem poder dizer “oi” é uma tortura. O melhor mesmo é ficar bem longe. E além do mais, é isso que ela quer.
           - Então acabou?
           - Acho que sim. E obrigado por tudo. Se não fosse por você, eu... eu nem teria feito nada.
           - Vai ficar lá por quanto tempo?
           - Dois ou três anos.
           - Vou sentir sua falta, cara.

      Os dois se abraçaram como irmãos.

           - Pode me fazer um favor? – pergunta Tom.
           - Claro.
           - Quero que entregue isso a Kate. – diz ele, mostrando sua medalha da sorte.
           - É a sua medalha da sorte!
           - Eu estava usando isso quando a beijei pela primeira vez, e daquele dia em diante, não a tirei do meu pescoço.
           - E porque você mesmo não a entrega?
           - O meu vôo parte às 13h30. Não daria tempo, e eu não conseguiria. Pode entregar esta carta também?
           - Sim.

      Tom suspirou. Deu mais um abraço no seu amigo, e se despediram. Ele pegou suas coisas e partiu pro aeroporto. John pegou seu carro e foi até a casa da Kate para entregar a carta e a medalha da sorte de seu amigo.

Postado Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog