sábado, 29 de outubro de 2011

E Se Fosse Verdade? - Capítulo 22 - Alguém tão frio como você!


(Contado pela 3º pessoa)

           -... Eles apostaram seus próprios carros, em troca o Tom teria que ficar com a nossa líder de torcida, Kate Spencer. E não é que o nosso garanhão conquistador conseguiu? – disse Amanda.

      Alguns soltaram um “Ooooohhh”, e a primeira reação de Tom foi olhar para Kate, que parecia não acreditar. O Bill ficou calado, não sabia o que falar, mas também, não havia nada que ele pudesse falar naquele momento.

           - Não ganharia nada com isso, hã? – disse Kate, que saiu correndo por entre as pessoas que lhe davam passagem.
           - Eu avisei. – disse Bill, que iria atrás dela se não fosse impedido.
           - Esta conversa é entre mim e a Kate. – disse Tom.

      Alguns dos alunos começaram a rir, outros ficaram calados tentando imaginar como alguém pôde ter coragem pra fazer isso. Feliz da vida, Amanda pediu ao DJ que colocasse a música novamente, e disse para todos aproveitarem a festa.

      Tom correu atrás de Kate, que até o momento ainda não havia derramado uma lágrima.

           - Kate, espera! – disse Tom, segurando seu braço. – Me dê uma chance de explicar!
           - Então era tudo mentira? Me enganou esse tempo todo! – agora lágrimas já escorriam. – Como eu fui burra!
           - Olha, não foi bem assim!
           - Ah não? E como foi? Metade da aposta quando me beijasse e a outra quando dormisse comigo?
           - NÃO! Tudo começou mesmo com a aposta, mas depois mudou! Você me fez mudar! Eu já não me importava se ganharia ou não, eu... eu me importava com você, com o que poderíamos ser.
           - Havia prometido que ninguém sairia magoado.
           - Eu sei. Mas... me perdoa.

      Obviamente Kate não acreditou em uma só palavra que saiu da boca dele.

           - Nem você acredita em suas palavras. – disse ela.
           - Por favor... eu... eu te amo.
          
      Uma expressão séria tomou conta do rosto de Kate. Ela parecia fria por fora, mas por dentro a dor a corroia.

           - Você não é nada do que eu pensei que fosse.

      Ela o olha com desprezo, e vai embora. Apesar de ser um garoto aparentemente forte, Tom também derramou lágrimas. Ele estava completamente arrependido, e perdidamente apaixonado pela Kate. Mas estes sentimentos chegaram um pouco tarde demais. Tom sabia que essa história de aposta não acabaria bem, só não imaginou que seria tão ruim assim.

      Ao invés de ir para casa, Kate muda o seu percurso e vai para outro lugar.

---
(Contado pela Kate)

           “Você tinha um jeito de chegar facilmente em mim. Fez o que quis, porque eu não era o que você queria. Pareceu tão inocente, e eu talvez acreditasse se não tivesse escutado dela. Que final chuvoso dado a um dia perfeito. Não quero me machucar mais, então não use palavras defensivas que você nunca diria. E agora estou pensando que nunca estive com alguém tão frio como você! Eu fiquei lá te amando, e você vem com uma ótima historinha. Você não deu a mínima, mas eu chorei por você. Talvez eu devesse ter visto os sinais, e percebido através da distância dos seus olhos que eu poderia cair. Não há mais nada para implorar, e não importa o que irá dizer. Nunca mais acreditarei em você, porque são incontáveis as marcas que me deixou.”

---
(Contado pelo Bill)

      Procurei pela Kate, mas não a encontrei. Também procurei pelo Tom, e o vi sentado no jardim do castelo, com a cabeça baixa.

           - Tom. – disse e ele levantou a cabeça.
           - Eu sou um idiota desprezível. – disse ele.
           - Não diga isso. Pelo menos tentou consertar tudo, não é?
           - As tentativas falharam.
           - Sabe onde está a Kate?
           - Não. Ela deve ter ido embora.

      Neste mesmo momento a Amanda aparece com um enorme sorriso estampado no rosto.

           - Oi meninos! – disse ela. O Tom a fuzilou com o olhar.
           - Eu vou acabar com você! – disse ele partindo pra cima dela.
           - Tom! Fica calmo! Isso não é hora nem lugar! – disse. – E além do mais ela é uma garota! Estúpida, mas é uma garota!
           - Isso é uma cobra! – disse ele.
           - Não tenho culpa se você é burro o suficiente pra fazer uma aposta com seu amigo. – disse ela.
           - Porque você me odeia tanto, hein? – pergunta Tom.
           - Não odeio você. Odeio a Kate. – respondeu ela.
           - Então fez isso só pra machucá-la? – perguntei.
           - Claro! Dei o maior duro pra conseguir ficar popular e de uma hora pra outra a Kate aparece e rouba tudo sem o menor esforço. Ela mereceu. – disse Amanda.
           - Pra sua idade, você é bem imatura, sabia? – disse.
           - Não me importa o que pensa. Fiz mesmo e não me arrependo.
           - Eu vou acabar com você Amanda. – disse Tom.
           - Está me ameaçando? – pergunta ela.
           - Estou! E ainda bem que tem uma testemunha aqui!
           - Ei! Não me incluam nisso! – disse. – Por mim vocês dois podem se matar.

      Sai e peguei um táxi em frente ao castelo. Segui para a casa da Kate, mas sua mãe disse que ela ainda não havia chegado. Não quis contar nada sobre o que aconteceu para não preocupá-la.

           - Está acontecendo alguma coisa, Bill? – pergunta ela.
           - Não. – disse tentando disfarçar.
           - Não era pra ela estar com você?
           - Era? – que droga! - Quero dizer... era sim. – será que ela desconfiou?
           - Ta legal, trate logo de me dizer o que está acontecendo.
           - Eu não posso contar os detalhes, me desculpe.
           - Mas sabe onde ela está?
           - Acho que sim.
           - Vou pegar um casaco, e irei com você.
           - Srta. Spencer é melhor eu ir sozinho. Ligo assim que a encontrar.

      A Kate não chegou a pisar os pés em casa, e eu certamente sabia onde ela estava. Fui até em casa, e peguei as chaves do meu carro e segui até a floresta. O único lugar onde ela poderia estar era na casa da árvore. Cheguei e subi até lá. Kate estava sentada na varanda, chorando.

           - Posso me sentar aqui com você? – perguntei.
           - Como me encontrou? – pergunta ela, limpando as lágrimas.
           - Esqueceu que fui eu quem te mostrou esse lugar?

Postado por: Alessandra

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog