segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Untouched - 20º Capítulo - Mercy

 




Música:Mercy
Artista:One Republic
Tudo o que eu quis dizer
Tudo o que eu quis fazer
Desabou agora
Tudo o que eu quis sentir
Que eu quis amar
É tudo minha culpa agora
Uma tragédia, tenho certeza.

Ele ainda não parava de me olhar mesmo disfarçando a maioria das vezes que notava que eu percebia, seus passos vagando pela casa eram vagarosos ao contrário dos meus que era ágeis e rápidos. Nós dois estávamos ainda na sala em completo silêncio, e ele ainda olhava cada detalhe dessa sem deixar passar nada, relava em tudo que via como se quizesse analisar com cuidado  , e eu o observava cautelosamente com minhas mãos ainda em volta do meu corpo o espremendo .Ele tinha mudado tanto, não parecia mais aquele menino frágil e indefeso, talvez finalmente tenha virado o homem que nunca foi, sua jaqueta de couro parecia apertada em seu corpo que agora era maior e a touca preta na cabeça realçava mais suas grandes bochechas agora enormes.

–Pode fazer suas coisas, espero não estar atrapalhando. -Seus olhos subiram até mim.
–Vou preparar algo para bebermos. –Disse já indo até a cozinha sem olhar em seus olhos.

Apoiei-me na pia com as mãos em cima dela inclinando meu corpo e colocando a cabeça para baixo, finalmente estava sozinha, tentei pegar um pouco de ar que me faltava e olhei para a janela que dava para rua pedindo a Deus que o carro de Dave aparecesse o quanto antes para acabar com o sofrimento, rapidamente coloquei as mãos nos olhos os tapando vendo se realmente aquilo não era um pesadelo, vi que não era então espremi mais minha cabeça com as mãos até ela começar a doer, logo parei.
Minhas mãos ainda tremiam e com cuidado peguei as taças do armário, poderia quebrá-las a qualquer momento na situação que estava, as coloquei em cima da pia e cacei uma garrafa de Vodka pela cozinha até conseguir encontrá-la e comecei a colocar nas taças.

–Eu não bebo, Obrigada! –A voz tranqüila soou no meu ouvido.

Olhei para trás e Bill estava escorado na parede me olhando, seus lábios tinham um sorriso tímido e seus braços estavam cruzados em volta do corpo, ele parecia estar lá há bastante tempo. O que ele havia dito desceu como uma faca no meu estômago engoli seco, aquilo tinha doido mesmo tendo um breve sentimento de felicidade por ele, parecia querer chamar minha atenção e não me avisar.Desviei meus olhos dos dele de novo, voltando a olhar para as taças.

–Faço algo sem álcool... – Disse breve.
–Não se incomode, estou bem!- Sua voz ainda estava longe.

Voltei a procurar dentro do armário alguma lata de leite condensado, ainda sabia fazer um Drink gostoso e sem álcool, querendo ou não ele tinha me animado.
Com cuidado preparei as bebidas tentando ao máximo caprichar nelas, fiz isso em completo silêncio mas eu ainda podia sentir ele me observando, era possível ouvir sua respiração forte atrapalhando a minha também acelerada.


Bill

Meu Deus como ele era linda ela nunca deixou de ser, vai ser sempre perfeita, seus olhos verdes estavam com medo e isso eu sentia de longe, desejei que ela não sentisse mais medo de mim. Eu conseguia ouvir sua respiração acelerada mesmo estando um pouco longe, via aquelas mãos finas e delicadas ágeis preparando as bebidas, acho que ela ficou um pouco abalada pelo que disse espero que de alguma forma tenha ficado feliz por mim, mesmo sento impossível sentir algum sentimento por uma pessoa como eu.
Comecei a delirar vendo seu corpo cheio de curvas se mexendo, como queria sentir aquele corpo de novo queria tanto ter aquele corpo junto ao meu em um ritmo quente, sua cintura fina ia de um lado para o outro, suas penas grossas estavam nuas, e seus seios se realçavam ainda mais com sua respiração ofegante, comecei a delirar, tinha que me controlar, aquilo não me pertencia mais ou talvez nunca tenha me pertencido, mas estava difícil, notei que comecei a suar, ela estava me deixando louco, e não iria agüentar por muito tempo, era tarde de mais.


Alana

–É linda. – Senti ele se aproximar.
–É simples, mas é linda sim. – Concordei com uma das taças na mão ainda olhando para a pia de costas pra ele.
–Você é linda! – Eu senti seu hálito.

Bill me prensou contra a pia seu corpo colou no meu senti sua respiração acelerar fazendo minhas costas se moverem junto com ela, as suas palavras foram ditas coladas em meu ouvido, senti seu hálito quente queimando meu pescoço, aquilo me fez estremecer, minhas penas ficaram bambas e eu fechei meus olhos me encostando mais na pia tentando me afastar do seu corpo.
Suas mãos escorregaram por minha cintura, fazendo cada pelo do meu corpo se arrepiar, minha respiração acelerou de uma maneira absurda, pude ouvir seu coração bater eu o sentia bater, o meu batia na mesma freqüência.

–Eu ainda te amo... – Ele esfregou o nariz em meu maxilar. – Mais que tudo... – Suas mãos alisaram meus braços.

Minha cabeça girou meus olhos se fecharam naquele mesmo segundo, eu suspirei fundo buscando o ar que ele havia me roubado, eu não deveria ter ouvido aquilo, ele não deveria ter dito aquilo, agora não já era tarde.

–Bill, por favor... - Eu o afastei com as mãos. – Aiiii que droga!

Estava tão nervosa que acabei quebrando a taça que estava em minhas mãos sem ao menos sentir, só notei quando olhei o sangue vazando entre meus dedos e a taça toda quebrada, larguei os cacos que ainda restavam dentro do meu punho mesmo ainda ficando alguns cravados em minha pele ergui minhas mãos perto do rosto abertas só ai comecei a sentir uma dor terrível.

–Ah Meu Deus!- Bill olhou transtornado. – Calma, calma, ta doendo muito?Pergunta idiota claro que ta, fica calma eu vou cuidar disso. - Ele estava aflito e sacudia todo seu corpo.

Bill abriu a torneira com rapidez e pegou em meus pulsos colocando minhas mãos embaixo d’água, estava ardendo muito apesar de ser suportável, com cuidado ele começou a alisar minha mão e tentar tirar todos os cacos que ainda restava, ele tirou um por um com suas unhas grandes ao mesmo tempo ele olhava pra mim para ver se estava tudo bem, eu não conseguia olhar para o corte apenas olhava o que ele estava fazendo, toda vez nossos olhos se encontravam e eu começava a tremer. Nesses minutos ficamos em completo silêncio e eu só podia sentia sua mão acariciando de leve a minha com toda delicadeza ele realmente parecia se importar estava cuidando de mim parecia querer recompensar alguma coisa, Bill estava desesperado bem mais que eu mesma podia estar, parecia que doía mais nele do que em mim.

–Que merda, de novo fiz besteira!- Ele bufou agoniado. – Me desculpa. -Ele entristeceu. -Que beleza mais uma pra minha coleção de cagadas na vida. – Fez uma careta. -Esquece o que eu falei tudo bem?Eu não disse nada, eu não deveria ter dito nada, foi babaquice minha... Eu... Eu... Foi força do momento!-Ele apenas prestava atenção no meu corte.

No mesmo momento meus olhos saíram dos dele e foram para baixo, então o que ele havia dito era tudo mentira? Bem típico de Bill Kaulitz, não estou surpresa, impulsivo como sempre toda vez me enganando, mas não havia como negar que isso me aborreceu, para variar ele estava me ferindo como foi e sempre vai ser, tudo que ele me diz ou faz me machuca.

–Você tem algum remédio, pomada ou curativo? – Ele largou um pouco minha mão.
–Vou pegar... - Andei alguns passos.
–Não fica aqui!- Ele disse andando na minha frente passando às mãos em meu braço. - Só me fala onde está. -Seus olhos olhavam preocupados.
–Na segunda porta da estante! – Não queria olhar em seus olhos.

Bill

Ah eu sou muito inteligente ‘’Força do momento’’ que droga foi essa? Alias que droga de mentira foi essa? Eu ainda amo ela e ela tem direito de saber, o único problema é que eu não tenho direito de amá-la, então resumindo ela não tem direito de saber, pois não merece que um traste como eu a ame, agora eu estava realmente confuso. E que porcaria, de novo consegui machucar ela foi sem querer mais eu estou sempre fazendo merda era o destino eu nunca mais deveria tocá-la algo sempre acaba dando errado, mas eu ainda quero o meu perdão mesmo que seja à distância.
Abri a á porta da estante e procurei pelo curativo foi fácil de achar, pois não havia muitas opções de remédios, tinha que voltar a cozinha e encarar aqueles olhos verdes me olhando raivosos de novo.

Alana

Ele voltou com um rosto pálido segurando curativos em sua mão, estava exagerando porque ele também trazia uma porção de remédios. Era engraçado ver ele se preocupando daquele jeito.

–Senta!- Ele ordenou apontando pra cadeira. –Por favor. –Amenizou a voz.

Sentei-me na cadeira e coloquei a mão aberta em cima da mesa, ele se sentou em minha frente e pegou-a começando a pingar um remédio que nem eu sabia que tinha em casa, aquilo ardia demais.

–Ai, ai, ai ta ardendo! – Eu abanei a outra mão. -Ta doendo!

Eu fechei os olhos e a única coisa que senti foi um vendo quente em minha mão, os abri e vi Bill assoprando meu corte delicadamente enquanto isso ele olhava timidamente para cima me encarando, voltei encarar minha mão e ele parou de me olhar então colocou o curativo.

–Pronto, acabei!- Ele sorria.
–Obrigada.
–Fui minha culpa não tem que agradecer.

Eu ouvi passos e ao olhar para porta vi Dave entrando por ela com os olhos azuis assustados.

–Amor o que aconteceu?- Ele pegou em minha mão.
–Não foi nada apenas deixei o copo cair e me cortei!- Sorri breve.
–Parece ter sido fundo...
–Não, não foi nada Bill já cuidou.
–Bom médico você Bill!- Dave olhou sorrindo.
–Com anos viajando a gente aprende algo!- Bill também sorriu.
–Ah comprei o pão e desculpa a demora não tinha nada aberto, vamos jantar. – Ele se saiu até a sala.

Nós dois o seguimos Bill deu espaço para eu ir à frente e ele saiu logo atrás, que alivio Dave ter chegado ele me salvou.
Durante o jantar Dave falava muito e Bill sempre muito educado conversava animadamente com ele sobre todos os assuntos possíveis principalmente os da vida corrida de Rock Star de Bill, Dave ficava deslumbrando. Eu quase não abri a boca durante toda a refeição, mastigava o pouco que comi em completo silêncio estava perdida em pensamentos e também quase não reparei no que falavam, apenas queria subir pro meu quarto e dormir, de preferência não acordar, aquilo não parecia real, era um sonho que eu sabia que cedo ou tarde iria virar um pesadelo.
Comecei a me mexer na cadeira eu me sentia desconfortável em minha própria casa, e Bill notou isso.

–Está tarde, tenho que ir!- Ele olhou pro relógio.
–É cedo ainda... – Dave sorria.
–Temos muitas entrevistas amanhã, já vou indo. – Se levantou.
–Eu te levo até a porta.- Dave se levantou junto.

Bill me encarou por alguns instantes enquanto Dave abria a porta, ele me olhou cautelosamente detalhe por detalhe e eu tentei não olhá-lo de volta.

–Mas uma vez desculpa, espero que melhore. –Ele deu uns passos mais perto de mim. – Por favor, não esquece o que te falei é importante pra mim, como disse espero o tempo que for. - então se afastou. –Adeus...

Foi à única coisa que ouvi dizer antes de sair correndo para o meu quarto desesperada e me deixar cair na cama. Eu juro que não queria pensar nele, mas acho que era algo impossível de se tentar, ele parecia perfeito e eu sei que meu coração começou a disparar de novo assim como sempre fez quando o via há anos atrás. Minhas lágrimas começaram a cair por meu rosto e tratei logo de limpa-las, era terrível, mas acho que... Segurei firme minha cabeça deixando mais lágrimas caírem, e Dave?O que eu faço com... As lágrimas caiam cada vez mais rápidas, não eu não deveria nem ousar em dizer isso, nem poderia se quer passar pelo meu pensamento, de novo não, não iria sofrer mais, já bastava, eu tinha tudo na vida e não podia abandonar.
Acabei adormecendo antes mesmo de Dave chegar ao quarto entanto ainda consegui ouvir um barulho de carro sendo arrancado depois disso não me lembro de mais nada, estava cansada demais para recordar.

Bill

Dave realmente parecia ser um homem bom, bem mais que eu com toda certeza ele era, Ele a amava muito e isso podia ser visto a distância, era ele quem merecia ficar com ela para sempre, respirar o mesmo ar que o dela beijá-la e até... Fazer amor com ela... Era difícil de aceitar isso, mas sabia que ele a merecia de forma completa assim como eu nunca iria merecer, mas alguma coisa nele ainda me incomodava.
Eu tenho certeza quase absoluta que ela ficou um pouco balançada seu olhar não negava muito menos a sua respiração alta que era possível ouvir de longe, o que não é possível e nunca vai ser era nós dois juntos novamente mesmo que toda noite ainda sonhe com isso, eu apenas me contento em ter tocado nela sua pele, era macia como antes e meus dedos deslizaram por ela, e seu cheiro algo que nunca vai existir igual, algo tão doce, mas agora chega.
Tinha conseguido pedir perdão a ela e isso já estava de bom tamanho, agora era só esperar um dia ela me perdoar e irei ajudar nessa parte, vou insistir até que consiga de volta sua confiança, não seu amor esse nunca terei de volta.
Eu deitei em minha cama a logo adormeci ainda sentindo o cheiro dela em minhas mãos, durmi com a fragrância que mais me hipnotizava

Postado por: Jhenyfer

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog