segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Untouched - 3º Capítulo - Thunder


Música:Thunder
Artista:Boys Like Girls
Sua voz foi a trilha sonora do meu verão.
você sabe que você é diferente dos outros?
Você sempre será meu trovão, e eu digo:
Seus olhos são os mais brilhantes de todas as cores.
Eu não quero amar mais ninguém,
Você sempre será meu trovão.
Então traga a chuva,
E traga o trovão.

Tentei fugir, como se algum monstro estivesse atrás de mim, mas esse monstro eram apenas meus sentimentos se virando contra eu mesma, sai daquele lugar que sempre foi meu lar, mas naquele momento parecia estranho a partir da hora em que aquele garoto entrou dentro dele. Fiquei em um banco escondido de baixo de uma árvore em frente à loja, onde ninguém me veria, mas o lugar era privilegiado e eu via tudo o que acontecia com a loja. Fiquei pensando no que tinha feito como deveria ter deixado todos confusos com a minha reação.
 Lá dentro eles conversavam entre si sem ao menos saber o que tinha acontecido comigo.

–Desculpe minha filha, eu nunca a vi fazendo algo parecido, deve ter ficado nervosa ou estava passando mal - Dizia meu pai tentando arrumar alguma desculpa pelo ocorrido.

–Vou atrás dela... - Disse Bill levando de sua cadeira e saindo correndo sem se quer se importar com o que meu pai havia dito.

Os outros ficaram parados com caras estranhas, pela ação de Bill esses pensaram que os dois já se conheciam de algum lugar, e de certa tinham tido um desentendimento.

Bill nem havia lembrado que não estavam sozinhos, e que havia centenas de fãs em frente à loja, e quando saiu pela porta deu de cara com meninas gritando enfurecidamente por seu nome, notou que não tinha escapatória, estava cercado por todos os lados, imaginou que essa seria sua traumatizante morte, morrer esmagado pelas fãs que sempre o apoiaram toda a vida...
Quando sentiu uma mão puxar o seu braço.

Sai correndo segurando a mão dele, o arrastando comigo, não me importei com sua reação, mas quando olhei para ele o vi sorrindo.

–Você... É... É... Louca- Dizia ele
–Acho melhor você correr, e não dizer nada!-Eu disse sorrindo.

No momento não sei o que me deu, eu só o vi em desespero no meio da multidão, sabia que algo de mal iria acontecer, e senti a obrigação de ir ajudá-lo,  desrespeitei minhas próprias regras, apenas deixei aquela explosão de sentimento me guiar, fui contra mim mesma, mas a favor do meu coração e naquele momento ele era o único que eu conseguir ouvir. E foi a partir daquele momento que minha vida mudou completamente, penso que nunca deveria ter tomado essa decisão.

Corremos, para longe, onde poderíamos nos esconder de todos, onde ninguém pudesse nos achar, o levei a um lugar onde só eu já havia estado, e senti que era com ele que poderia compartilhar essa descoberta. Subi uma escada que haveria no local, ainda segurando em sua mão, e ele veio atrás de mim a apertando fortemente, ao ponto de esmagá-la, parecendo uma criança que só se sentiria segura apartando forte a mão de sua mãe. Quando chegamos lá em cima, caímos no chão completamente cansados, nossa respiração falhava e começamos a dar gargalhadas mas de repente ele parou de rir  e começou a me olhar sério , não desgrudava seus olhos dos meus ,  penetrava em cada parte do meu rosto  e logo no meu corpo, minhas gargalhadas deram espaço a uma expressão de interrogação, ele logo desviou o olhar e se levantou do chão e seguiu sério até a alguns metros de mim, eu fiquei sentada exatamente onde estava e ele ficou de costas  olhando o incrível por do sol daquele telhado onde eu o havia levado. Bill ficou alguns segundos em silêncio, mas que para mim levaram uma eternidade.
De repente ele se virou para mim e parou para me observar novamente, eu me levantei e ficamos cara a cara, sem uma só palavra ele mas uma vez virou para o por do sol. Eu o fiquei observando, aqueles olhos refletidos com a luz ficavam lindos, era uma cor inexistente só aqueles olhos tinham essa pigmentação, sua pele estava iluminada e sua boca entre aberta como se estivesse surpreso, mas era apenas o sol que ele olhava não a mim, mas de repente ele virou o rosto em minha direção, ele notou que eu o observava.

– Porque me trouxe aqui?- Disse-me olhando em meus  olhos
– Nem eu mesma sei... -Eu respondi mudando a direção do meu olhar ao por do sol.

Ficamos em silêncio novamente, mas ele logo o quebrou.

–Você fica linda na luz do sol, seus olhos... Eles são incríveis, nunca vi mais belos, seu rosto, ele é algo sobrenatural para mim!

Ao dizer estas palavras ele começou a acariciar minha face com as costas de sua mão nas maçãs do meu rosto, que naquele momento deveria estar rosadas, porém naquele instante a única coisa que não senti foi vergonha, ao contrário sentia que poderia me entregar a ele naquele exato instânte, sentia que perto daquelas mãos nada de ruim me aconteceria, eu acreditei que elas poderiam me segurar e me  amparar para sempre, que se eu tentasse me jogar daquele telhado ele não permitiria, e iria junto comigo, foi nessa hora que percebi quem em questão de segundos virei totalmente dependendo dele.
Daquele instante em diante nenhum de nós pronunciamos nenhuma se quer palavra, ele apenas se deitou  no chão, com o braço apoiando a sua cabeça e eu não resisti me sentei do seu lado e lentamente deitei em cima do seu peito, e notando que ele descia e subia velozmente. Ele lentamente colocou seu braço em cima da minha cintura com as mãos pode dentro de minha blusa, passando as unhas um pouco compridas em minhas costas o que me fazia arrepiar. Cada vez me aproximava, mas dele, em um momento pude sentir seu cheiro, ele entrava pelas minhas narinas parecendo rasgar tudo que existia dentro de mim, esse cheiro, ele me entorpecia me deixava mole me deixava fraca, fazia meus olhos se encherem de lágrimas, senti que elas estavam manchando sua blusa, e tratei logo de limpá-las antes que ele as sentissem e me achasse uma idiota, mas foi tarde.

–Você está chorando?- Disse ele passando a mão em meu cabelo, mas sem desviar seu olhar do céu.
–Não, não estou-Disse tentando conte-las
–Sei que está, mas logo isso vai passar não vou te fazer sofrer- Ele tentou olhar pra mim.
–Tenho medo, medo do que estou sentindo, eu não sei o que é isso, tem alguma coisa em meu peito que não para de bater forte, mas é tão forte que está me machucando
–Divida essa dor comigo, eu já começo a sentir ela, mas não está me machucando, e não deixarei machucar você também... -Bill pronunciou essa frase tranqüilamente.

O moreno limpou as lágrimas de meus olhos e voltou a fazer caricias em meu cabelo, não sei como, mas quando ele disse tais palavras à dor acabou.

Passamos uma boa parte da noite ali, mas tínhamos que ir embora.
–Suas fãs devem estar loucas!
–Ah sim, devem, mas valeu a pena, quando me verem feliz vão me perdoar!-Falou sorrindo meigamente.
–Agora tenho que ir... -Disse tristonha.
– Mas não fuja mais de mim, não sei se suportarei , preciso te ver sempre!-Ele disse me olhando firmemente, como se mandasse em mim.
–Não fugirei você me roubou-Disse enquanto andava em direção da escada.

Mas ele me puxou pela mão, e me trouxe perto de si próprio, se aproximou lentamente do meu rosto, com uma mão o apoiava e com a outra segurava firmemente  minha cintura, ele me espremeu contra seu próprio corpo, pude sentir suas mãos frias e suadas em minhas costas, eu tentei olhar para baixo, mas com sua mão ele empurrou meu queixo para que eu olhasse diretamente em seus olhos, suavemente ele encostou seus lábios aos meus,   de vagar fui  abrindo minha boca dando passagem a sua língua que vinha timidamente ao encontro da minha, mas quando se encontram houve um choque tremendo, ele cada vez me espremia mais, parecia que iria quebrar todos meus ossos, meus lábios já haviam sido esmagados, foi um beijo com vontade, tanto minha quando dele, foi profundo, me sentia quente, me sentia viva, me sentia amada.

Depois do beijo não consegui lembrar mais nada, apenas me vi deitava em minha cama fitando o teto, e me perguntando o que foi exatamente o que aconteceu. Mas a única coisa que veio a minha mente é que estava apaixonada, e não era uma simples paixão, era algo que nunca havia sentido e sei que nunca haveria de sentir outra vez.

Postado por: Jhenyfer

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog