segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Untouched - 13º Capítulo - Incomplete

 


Música:Incomplete
Artista:Backstree boys
Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido
Estou acordado mas meu mundo esta meio adormecido
Eu rezo para que meu coração pare de doer
Mas sem você eu vou ficar incompleto



E agora estou aqui, é um pouco mais que nove da manhã e permaneço sentada na cama em que passamos nossa ultima noite juntos refletindo sobre os momentos que tivemos, e como vou viver sem a maior parte de mim. Ele está do meu lado, mas tão distante de mim que é impossível enxergá-lo, dorme como um anjo tranqüilo tão diferente do monstro que foi ontem.
Eu estou em transe, nada parece estar ao meu alcance, permaneço quieta e fria, eu me sinto tão intocada.
Minhas lágrimas teimam em sair de meus olhos ardendo em minha face gelada a descongelando.Seguro aquele colar, aquele maldito colar que me foi dado  há dois anos quando prometera me amar pra sempre e cuidar de mim, aquelas promessas foram falças, ele me enganou, ele não cuidou de mim, ele me destruiu.
O colar não era prova de amor nenhuma para mim, então o arranquei com raiva no meu pescoço e coloquei com força em cima da mesa, Bill acordara com o barulho.
Ele não me olhou,  continuou a fitar a parede em sua frente, eu não tinha mais nada o que fazer ali então me cobri com o lençol e levantei da cama, Bill já me vira nua muitas vezes, mas aquela era diferente, eu não queria mostrar meu corpo, eu sentia vergonha eu estava suja.Queria tomar um banho para tirar aquela sujera de mim, mas não havia tempo.
Fui ao closet com passos leves e calmos, coloquei qualquer roupa que vi na minha frente, e logo adiante estava a mala que tinha feito na noite passada, a fechei e fui com ela de volta ao quarto deixei-a do lado da porta do banheiro e entrei nele para fazer a higiene matinal.

Escovei meus dentes e penteei o cabelo, arranquei muitos fios devido a minha mão que estava treemula e violenta. Tinha vergonha de me olhar no espelho, mas quando me perdi nele vi o retrato da mulher mais desprezível do mundo, não agüentei e chorei colocando minhas mãos sobre a pia a forçando para baixo, as lágrimas foram rápidas.
Sai do banheiro e rapidamente peguei minha mala e a arrastei para descer as escadas, temi olhar para ele, mas fui firme e resisti porem eu sabia que ele agora se encontrava sentado na cama, seus olhos estavam perdidos ele não olhava nada a não ser sua alma, queria tanto que ele tivesse falado alguma coisa, entretanto nada disse, não me impediu, me deixou partir.

Bill

Eu queria gritar como se pudesse fazer com que ela ficasse, queria ir até ela e de algum modo impedi-la de ir, mas meus lábios estavam grudados e eu não sentia nenhuma parte do meu corpo, minhas pernas e mãos não se mexiam, até meu coração deve ter parado de bater, porem minha mente estava sã e eu queria trazê-la de volta pra mim, mas não fui capaz.
Eu queria chorar, mas nem disso fui capaz, pelo menos assim ela perceberia que eu ainda a amava, isso não aconteceu.
Minha vida estava sendo levada de mim, ela a levou, sem ela, sem minha menina eu não seria capaz de seguir em frente, eu não poderia lutar, ela foi embora com minha vida, eu agora estava incompleto.
A vi saindo pela porta e logo depois ela se fechou, e eu sabia que ela não iria mais voltar. Encontrava-me imóvel, meu corpo não obedecia ao meu comando, e eu a deixei ir, mesmo lutando com todas as forças para impedir.
A única reação que tive foi pegar a corrente que ela deixou na mesa ao lado e a apertar, então as lágrimas começaram a escorrer, porem agora já era tarde de mais.

Alana

Por um momento tive esperanças de que ele me impedisse, o olhar dele pelo menos queria fazer isso, ele parecia querer dizer algo, apesar de que naquele estado nada que ele me dissera iria concertar os erros. Estava enganada, ele nada disse me deixou partir como se eu não tivesse sido nada em sua vida, acho que realmente não fui. Senti que estava deixando a metade de mim lá dentro, ou até mesmo eu por inteira.
Desci as escadas e a cada degrau parecia que estava deletando cada minuto da minha vida com ele. Não quis olhar pela ultima vez em torno da sala, eu apenas abri a porta e sai.
Lá fora o carro de Tom estava estacionado e ele já tinha saído desse, eu não queria que ele me visse naquele estado, mas ele foi rápido e quando percebi já estava sentido o calor do seu abraço.
Senti seu corpo quente junto a meu era reconfortante, seus braços fortes me sustentavam porque eu não sentia mais meu corpo, ele agora me carregava, mas ele não foi capaz de parar a dor.
Eu odiava aceitar o fato de que nunca mais iria ver meu amigo, porem isso era o certo a fazer, causaria menos dor a todos.
Tom sabia o que tinha acontecido, ele me conhecia bem o suficiente para entender o que se passava comigo antes mesmo de pronunciar  qualquer palavra.

–Eu tenho que ir... -Disse ainda encostada em seu peito manchando sua blusa com minhas lágrimas.

Ele segurou meus ombros me afastando dele, e segurou meu rosto com suas grandes mãos.

–Não Alana,não tem! Me deixa conversar com ele, ele vai ver que errou. Esse imbecil do meu irmão tem que ver...
–Tom acabou!- Coloquei minhas mãos por cimas das deles que seguravam meu rosto, o apertando mais,  fechei os olhos deixando algumas lágrimas rolarem.
–Alana eu não posso te deixar ir, você é a irmã que eu nunca tive. -Seus olhos se encheram d’água.
–Eu te amo Tom!- Disse dando um beijo rápido em suas mãos.

Sai correndo em direção do Taxi que tinha pedido minutos antes e logo entrei me jogando no banco do passageiro, não queria olhar para trás, pois não conseguiria ver as lembranças desaparecerem de forma tão dolorosa.

–Para onde senhorita? – O homem de meia idade dizia.

Eu não respondi de imediato, olhei pela janela e lá estava Tom me olhando com tristeza, também vi a casa branca da qual eu sentiria saudades, ou não.

–Senhorita?- Ele rugiu.

–Aeroporto Internacional.

Minutos depois...

Ultima chama para o Vôo 248 com destino a Berlim - Alemanha, embarcar no portão principal.

Senti que muitas pessoas me conheciam naquele lugar, mas simplesmente não liguei.Subi no avião sem me preocupar com nada que deixei para trás, iria viver minha antiga vida, como se nunca a tivesse deixado, como se Bill nunca tivesse existido, como se eu nunca tivesse o amado...

Postado por: Jhenyfer

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