sexta-feira, 15 de julho de 2011

Nós Dois (Continuação) - Capítulo 8



Desde o inicio da minha relação com Tom, tudo que eu tinha mais medo era que um dia eu dissesse, "quero mais de você", e ele olhasse para mim com indiferença. Como se eu nunca fosse boa o bastante para ser sua namorada. Não somente isso, acho que a relação de namorados realmente o assustava, não interessava o quanto ele amasse alguem, quando se tratava em juntar de forma mais tradicional duas pessoas, ele se assustava.
Eu não tinha coragem de confronta lo, de coloca lo contra parede e dizer que ficaria com ele para sempre se ele quisesse ficar somente comigo. Tinha medo que ele fugisse, ou prometesse e não cumprisse.

Pela manha, minha tia me ligou da Alemanha, eram 10 da manhã quando Monica bateu na porta do quarto me chamando até a sala, fui atende la. Ouvir sua voz me deixava tão melancólica e com saudades da Alemanha e de outros tempos.

- Queria eu espero mesmo que tudo fique bem, quando vão voltar por Campus?
Mila: Eu ainda não sei tia. Não falaram ainda.
- Haaa, eu estou lesionando naquela faculdade que eu gostaria que você frequentasse lembra?
Mila: Haaa, lembro sim.
- Ha, seria tão bom se você tivesse ficado Mila, agora você estar indo pra la. Mas você quis ir prai, não vou mais te perturbar com isso.
Mila: Não, não, na verdade eu...ando considerando a ideia de...voltar. - Falei com cautela.
- Voltar? Pra onde? Pra Alemanha?
Mila: Sim, tia. - Falei baixo.
- Mas, mas e a sua faculdade? Você não esta gostando do curso?
Mila: Mais ou menos, deixa pra.
- Haa, agora eu quero saber o que te incomoda, anda, fala.
Mila: Tia, ainda não é uma decisão depende de algumas coisas..huum, na faculdade.

Claro que eu não diria que a decisão já estava quase tomada sim, e que não tinha absolutamente nada a ver com a faculdade.
- Ok, Mila, você sabe que eu nunca te forcei a falar as coisas, não é, e sei que não é por falta de confiança, seu pai era assim, eu entendo.
Mila: Obrigada tia.

Depois conversamos pouco, sobre como eu estava me cuidando e Monica. Eu desliguei o telefone aliviada por ter conversado sobre isso com ela, saber que ela me apoiaria nisso já era meio caminho andando.

Monica: Você estava falando sobre deixar a faculdade?
Mila: Sim, e ela disse que me apoiaria.
Monica olhou para os lados pensativa. A única coisa que me incomodava era o quanto eu havia envolvido Monica na minha história com o Tom, a fazendo vir para Los Angeles comigo.
Monica: Você sabe que eu não me importo de voltar não é?
Mila: Mas e seus pais Monica?
Monica: O que? Minha mãe quase teve um filho naquele aeroporto me vendo partir, ela venderia a casa para me fazer voltar pra casa.
Eu abaixei a cabeça rindo, mas não menos aliviada.
Monica: Escuta, a questão é? O Tom? O que você pretende fugindo novamente?
Mila: Eu não sei, e isso é ele quem vai me dizer.

Sempre quando eu me preparava para dizer algo para ele, algo que de alguma forma o colocaria contra parede, eu sentia que poderia perde lo em um piscar de olhos. Apesar de não ter lo conhecido ontem, eu não me sentia segura em falar sobre um relacionamento comprometido com ele. E tenho quase certeza que eu recuaria na hora que estivesse de frente pra ele.
Na manhã de Domingo, eu acordei com o barulho do meu celular, foi apenas um toque, era uma mensagem. Eu olhei em volta com os olhos quase fechados, Monica dormia ainda e pouca luz entrava no quarto. Eram 8 da manha.
Quando olhei o visor me surpreendi por ser Tom quem me mandava a mensagem, que dizia.

- Estou embarcando para Nova York daqui meia hora, queria avisar. Quando voltar quero te ver.

Eu fiquei extremamente feliz e derretida por ele ter me mandado uma mensagem tão simples, no meio da manha, se preocupando em avisar que não estaria em Los Angeles no final de semana. Deitei minha cabeça no travesseiro olhando para o visor por um longo tempo, ele apagava e eu acendia novamente, lendo e relendo.
Era nessas horas que eu pensava que aquela conversa que eu tinha tanto medo de ter com ele, mas ainda morrendo de medo. Tom, você me deixa sem saber o que fazer.
Eu voltei a dormir e acordei bem tarde. Monica estava na sala falando ao telefone, fui até la e me sentei no sofá ainda agarrada ao travesseiro.

Monica: Ok, Mike, eu falo com ela.

Eu arregalei os olhos para ela não entendo, e Monica sorria. Mike era meu ex namorado, na verdade ele foi mais meu amigo do que namorado, era como eu o tratava na verdade. Acho que eu usava ainda mais do que usei Peter, porque era somente quando pensava em Tom que eu corria para agrada lo, o levava para cama para imaginar Tom comigo. Ficamos 5 meses juntos. Monica assim que chegou aqui namorou com o melhor amigo dele. Eu não sei que tipo de sentimento ele nutria por mim ainda, ele era mais maduro, não era um adolescente feito o Peter, mas por ciumes, muitas vezes chegamos a brigar.

Monica desligou o telefone e me olhou entusiasmada.
Mila: O que foi Monica?
Monica: Mike quer me apresentar um amigo dele, que disse que esta afim de mim. A gente vai sair hoje.
Mila: Huum, bom proveito.
Monica: Como assim, bom proveito? Você vai junto.
Mila: Não vou não.
Monica: Vai sim, e eu nem preciso dizer o motivo não é?
Mila: Não vou fazer ciumes ao Tom.
Monica: Quem disse isso? Se por um acaso ele ficar sabendo que você saiu com seu ex, ele vai fazer o que?
Mila: Não sei.
Monica: Ele vai ficar muito bravo, como você ficou Sexta feira.

Deitei no sofá e abracei o travesseiro ignorando Monica. Ela se levantou correndo para o quarto para escolher o que vestir.
Mila: Hey, são 11 horas? Você vai sair agora?
Monica: Vamos almoçar com eles, vai se arrumar.
Eu fui até quarto ver o que ela fazia. Animada por finalmente sair com alguem.
Mila: O Tom me mandou uma mensagem hoje, de manha. - Ela me olhou prestando atenção.
Monica: Dizendo o que?
Mila: Que estava indo pra Nova York e queria me ver quando voltasse.
Monica: E você se desmanchou toda.
Mila: Um pouco.
Monica: Haha, mentirosa.
Eu respirei fundo olhando para o vazio.
Monica: Vai ficar ai suspirando enquanto ele vai pra Nova York catar nova yorkinas?
Mila: Ha, vai a merda Monica, vou me arrumar.
Ela ficou rindo satisfeita por ter me convencido. Eu na verdade não estava com cabeça para joguinhos eu ainda estava morrendo de ódio de tudo que ele havia feito, do que tinha dito.
Fomos para um restaurante ao ar livre em Santa Monica, não muito longe de onde Tom e Bill moravam.

Quando chegamos la, Mike o amigo nos esperavam pelo lado de fora. Mike me deu um beijo no rosto e apresentou o amigo Cris. O cumprimentei e depois entramos, Mike sempre ao meu lado. Eu estava mais tensa do que ele, ele sempre foi mais descontraído na verdade, algumas vezes pegou na minha mão para passarmos pelas pessoas que encontramos no caminho, o restaurante estava um pouco movimentado. Ele não sabia de Tom, não sabia que a coisa que me perturbou todo esse tempo e que fez nosso namoro acabar, tinha nome, sobrenome e um Audi.
Nós tínhamos uma química boa, mais uma coisa física do que sentimental, olha o que eu estou dizendo, eu tinha algo físico com ele, mas pensava em Tom todo tempo que estava com Mike.
Mas claro que ele me despertava desejo, era bonito, tinha os cabelos castanhos abaixo do queixo os olhos castanhos pequenos, que lhe davam um charme.

Monica conversou mais com o amigo de Mike do que com nós dois, que parecíamos estar em um mundo a parte dos dois. Quando a conversa chegou naquele ponto sobre relacionamento eu comecei a me incomodar.
Mike: Você continua linda, sabe que vou estar sempre aqui não é? - Ele falou em tom de brincadeira.
Mila: Haha, claro Mike, você sempre foi muito legal comigo. - Falei sem graça.
Eu estava parecendo incomodada e tímida por fora, mas gargalhando por dentro. Era engraçado como a situação desenrolava, ele se aproximava mais e eu deixava. Eu sabia que não era algo que me prenderia a ele, se por acaso acontecesse alguma coisa entre nós dois.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog