sexta-feira, 15 de julho de 2011

Nós Dois (Continuação) - Capítulo 1


Eu vinha andando tão distraída durante os últimos dias, desde do dia que havia falado com minha tia, e ela havia me dito que havia dado meu endereço para ele, eu não pensava em outra coisa. Alem de não estar conseguindo me concentrar nos estudos como deveria, eu me pegava as vezes suando frio só de pensar em encontra lo novamente. Aquelas sensações intensas que somente ele me provocava voltavam a me atormentar.
Tanta coisa havia acontecido desde o nosso ultimo  encontro, naquele dia no estudio, da forma como tudo aconteceu. Eu ainda carregava o perfume dele comigo, ridiculamente eu não havia lavado algumas peças de roupas que haviam sido tocadas ou quase rasgadas por ele.

Eu passava o dia quase todo fora, chegava depois das dez em casa, no apartamento que eu e Monica dividíamos em Los Angeles por causa das obras no campus. Era inacreditável pensar que ele viria pra ca pensando em me encontrar, e mais inacreditável ainda que sentia alguma coisa ainda por mim, concerteza não era mais como antes. Eu sei que eu morreria amando aquele maluco, mas não podia dizer o mesmo por ele.Tanta coisa havia acontecido durante esse ano, concerteza com ele tambem.
Mas eu me concentrava cada vez menos no que deveria.Deus porque eu estava pensando tanto nele? Já fazia duas semanas que minha tia havia me dito que ele viria pra ca e pediu meu endereço, ele deveria vir fazer uma visitinha somente pra olhar pra minha cara e dizer "Oi", não deve conhecer muita gente por aqui.

Monica me ligou o dia todo na faculdade, ela havia ficado em casa porque estava gripada, e eu ainda por cima só consegui sair as dez da noite da faculdade, o trabalho para fechar o semestre estava me tirando o sono.Saltei do onibus que me deixava a duas quadras do nosso apartamneto e vim andando. Havia chovido minha sapatilha estava me fazendo escorregar a cada 5 metros que eu andava. Cansada e com sono, quando vi o portão do prédio fui direto com a chave para entrar o mais rápido possível, até escutar um voz me chamar, aquela voz impossível de não reconhecer.

Tom: Mila?

Eu travei a chave no portão, e ainda segurando olhei para o lado com cautela, Tom me olhava a alguns metros parado perto de um Audi, de jeans e camisa verde xadrex, e a me olhar fixamente. As batidas do meu coração eram quase audíveis. Eu sem saber se sorria ou corria, me virei e o olhei perplexa, como se não esperasse vê lo ali. Meu coração quase soltando do peito não me deixava dizer uma única palavra. Meu Deus, ela estava lindo, mais forte, mais irresistível do que nunca.

Mila: Tom?

Ele me olhou ainda sem dizer nada, assim como eu. Os dois pareciam confusos com a situação, sem saber muito bem como começar. Meus pés fincados ao chão não conseguiam se mover, a situação surreal de ve lo ali tão longe de onde eu havia vivido os meses mais intensos da minha vida.
Tom: Te assustei?
Mila: Não, eu...não, eu só não esperava. Veio fazer o que aqui?Ele sorriu, sem tirar em nenhum momento os olhos de mim.
Tom: Estou morando na cidade. - Engoli seco.
Mila: Devo me preocupar?
Tom: Haha, ainda não sei.

Ficamos em silêncio novamente, eu olhava com os olhos arregalados para ele sem para de sorrir e acreditar nessa situação, ele tambem me olhava sem muito jeito. Mas ainda era meio magico esse encontro, seus olhos brilhavam tenho certeza que assim como os meus.

Mila: Então...veio me visitar? Não é um pouco tarde pra isso?
Tom: Huum, não exatamente, vim te chamar pra dar uma volta. Acha tarde pra dar uma volta?Eu tentei pensar em alguma coisa, mas tudo que vinha na minha cabeça era,"entra nesse carro agora".
Mila: Acho que não.

Fui andando até ele, ao me aproximar ele abriu a porta do carro pra mim.
Mila: Não é o mesmo Audi, é?

Tom: É parecido, aquele ficou na Alemanha. - Ele falou umidecendo os lábios.
Eu sorri sem jeito e entrei no carro.Dentro do carro eu já estava morrendo de tanto nervoso, estar novamente ao lado dele dentro desse carro não era muito seguro.Ele se sentou ao meu lado e deu partida. Segurei minha bolsa firme no meu colo tentando não parecer nervosa, mas o nervosismo e constrangimento era nítido entre nós dois.

Tom: Gostei do cabelo.
Mila: Ham? - Falei sem entender muito.
Tom: Você cortou o cabelo? Era abaixo do ombro.
Mila: Ha sim, cortei, faz algum tempo.
Eu olhei para o lado não acreditando que ele havia notado isso, e ele pareceu te se arrependido em ter reparado tanto.
Mila: Porque não telefonou? - Falei me virando novamente.
Tom: Dizendo que viria?
Mila: Sim.
Tom: Eu gosto de surpreender, você sabe.
Mila: Ha sim, claro, eu sei.

Olhei rindo pela janela do carro em movimento, o momento havia sido engraçado, tudo que conversávamos me trazia lembranças de momentos do passado, acho que para ele tambem, que provavelmente se lembrou de todas as vezes que me surpreendeu em vários momentos no vilarejo de Lüneburg.
Eu não sabia muito o que dizer. Antes de conhece lo da maneira que eu conheci, ele era pra mim Tom Kaulitz, guitarrista do Tokio Hotel, e estranhamente hoje, eu só conseguia enxerga lo assim, talvez pelo tempo que passamos longe, aquela intimidade agora estava um pouco adormecida.

Tom: E ai, ta namorando, saindo com alguem? - É não tão esquecida.
Mila: Você vai direto nesses assuntos, né?
Tom: Ué, curiosidade apenas.
Mila: Não, não estou. E você? - Ele me olhou sorrindo depois que perguntei.
Tom: Não, as coisas não mudaram muito.
Mila: Hum, eu namorei um cara, algum tempo atrás, mas não estamos mais juntos.

Evitei olhar para ele depois de de dizer, isso, não queria perceber que ele não se importava mais.
Tom: Huum, o cara era legal pelo menos, ou era um idiota feito o Peter?
Mila: Ai ai, certas coisas nunca mudam mesmo.
Nós olhamos bufando um para cara do outro, mas ele sorriu parecendo nervoso, eu revirei os olhos.
Mila: Então, você esta aqui para fazer o que exatamente? Não veio por minha causa, acredito.
Tom: Gravações, CD novo.
Mila: Haha, não me diga que eu serei motivo para mais um atraso?
Ele me olhou sério, e eu me arrependi de ter aberto minha boca, como se fossemos reviver alguma coisa, como eu era pretenciosa.

Tom: Aaaa, Mila.
Ele respirou fundo e continuou dirigindo, eu fiquei ainda mais nervosa olhando para pista com medo de abrir a boca novamente.
Mila: Para onde estamos indo?
Tom: Quer ir para onde?
Mila: Eu não quero ir pra um lugar com muita gente.
Tom: Mesmo?
Mila: Digo, restaurantes ou lugares cheios.
Tom: Ok.

Ele logo parou o carro em um parque, onde havia um extenso gramado cheio de mesas e bancos para piquenique e árvores.Havia pouca luz a essa hora da noite, eu desci do carro e olhei em volta.
Mila: Haaam, mas tambem não precisava ser tão deserto.
Tom: Então você especifica melhor da próxima vez. - Ele falou sorrindo sarcasticamente pra mim.

Eu fui andando até um banco próximo, e ele veio caminhando logo atrás, devagar, se mantendo a alguns metros de mim. Eu parei e me virei para ele, me encostei na primeira mesa de madeira, e o encarei ao se aproximar de mim. Ele parou a mais menos a um metro de distancia de mim, e continuou me encarando, eu cruzei os braços quase desmaiando de nervoso, o silencio em que estávamos me fazia suar frio. Ficamos nos olhando por alguns segundos até ele finalmente falar.

Tom: Não me olha assim.
Meu coração disparou, começou a bater mais forte do que já batia.
Mila: Assim como?
Tom: Sem desviar o olhar.
Mila: O que tem isso?
Tom: Me tira a concentração.
Mila: Tom eu...
Tom: Porque não voltou naquele dia? - Ele falou me interrompendo.
Mila: Não acha que é cedo pra essa conversa?
Tom: Eu já perdi muito tempo, muito.
Mila: Você gritou para que fosse embora.
Tom: Porque não ignorou o que eu disse? Em vez de ter ido embora, devia ter pulado em cima de mim, me abraçado, me beijado, mesmo com vontade de socar você eu queria você ali, comigo.
Mila: Era disso que eu queria fugir, você não entendeu ainda? Depois de tanto tempo? Ficar sem mim era doloroso, mas comigo era pior, para os dois. Eu tive de escolher entre você e eu, não dava pra continuar fechando os olhos pra relação destrutiva que a gente tinha. Eu amava estar com você, mas depois odiava tudo que eu fazia, foi a única coisa que eu pude fazer.

Tom: E dai? Não foi assim desde o inicio? Você tinha medo do que? De me perder?
Mila: Você nunca foi meu, Tom, isso era ilusão minha, aquelas garotas que te tinham por uma noite, pareciam ter mais de você do que eu? Porque delas você não conseguia se livrar. Você dizia que me amava, mas pra mim era o ato mais egoísta, o seu amor por mim era somente para satisfazer você, você me queria pra satisfazer seu coração e suas vontades.

Tom: Porque ta dizendo isso agora? Guardou todo esse tempo pra jogar na minha cara que eu era egoísta em te amar? Quando eu me humilhava me ajoelhando aos seus pés, implorando pra você ficar?

Mila: Se você se envergonha disso porque veio até aqui? Porque não deixou como estava?
O tom na nossa voz já era bastante elevado, depois de mais de um ano sem nos falarmos nossa primeira conversa era aos berros.
Tom: Para de fugir, ta bom. Você brincou muito mais comigo, merda, porque eu to tendo que repetir isso? Você trepava com o Peter, e depois vinha cheia de conversas pra cima de mim, eu sabia que algo tinha acontecido entre vocês dois, eu quase morria de tanto medo, achando que finalmente aquele desgraçado tinha conquistado você, tinha feito você se apaixonar ou sei la o que. Era mil vezes pior do que somente pensar que ele tocou em você, imaginar que ele tinha algo mais que isso acabava comigo. E você vem me dizer que, aquelas vagabundas tinham mais de mim do que você? Isso é ridículo.

Mila: Então, nós dois tínhamos motivos suficientes para deixar tudo pra trás, ou seria sempre assim.
Tom: Não, era pra você ter deixado somente a PORRA do Peter pra tras.

Meu telefone começou a tocar nesse momento, a ligação era de Monica, só agora me lembrava que eu já era para eu estar em casa a muito tempo, e ela concerteza estava preocupada.

Mila: É a Monica ligando, preciso atender.
Ele bateu as mãos nas pernas e virou de costas andando impacientemente de um lado para o outro.

Mila: Oi Monica, eu estou bem, já estou indo pra casa.
- Porque ta na rua ainda, eu to doente, po.
Mila: Eu sei, mas aconteceu um imprevisto, quando chegar eu explico.
- Huuum, isso ta estranho.
Mila: Sim, eu sei, mas agora não posso falar, já já chego ai.
Me despedi de Monica e olhei para ele que agora voltava a me encarar.

Mila: Eu tenho que ir.
Tom: E eu nem deveria ter vindo.
Mila: Para com isso ta bom, apesar de tudo eu fiquei feliz em te ver..eu não..
Tom: Feliz em me ver? O que? Somos amiguinhos agora?
Mila: Eu não odeio você Tom.

Eu estava tentado manter o que eu queria botar pra fora o mais longe possível da minha boca. Ele estava achando que eu não o queria mais, mas não tinha coragem de falar.
Tom: Seria melhor que me odiasse.

Eu respirei fundo e fechei os olhos. Quando abri os olhos novamente e olhei para o amor da minha vida, eu percebi o quanto eu lutava comigo mesma. Mas agora, eu não fazia mesmo ideia de como levar tudo isso. Tanta coisa havia mudado, tudo, menos o que eu sentia quando olhava pra ele.

Mila: Eu preciso ir embora.
Falei saindo de onde e estava e passando por ele, que não ousou me tocar para me impedir.
Tom: Espera, eu te levo.
Mila: Eu vou pegar um taxi.
Tom: Mila, para de fazer drama, eu te trouxe eu te levo.

Fui andando até a pista com ele andando atrás de mim. Fiz sinal para o primeiro taxi que vi. Ele não tentou me impedir, entrei no carro sem olhar para trás e o deixei sozinho. Em segundos eu já estava chorando, me afundando em lágrimas. Morrendo de arrependimento de não ter lhe dado pelo menos um abraço, mesmo querendo beija lo, tirar sua roupa e sentir sua pele na minha novamente.
Eu havia me acostumado com a paz de estar longe dele, ve lo novamente mexia, revirava tudo dentro de mim, minha cabeça, meu coração ficavam perdidos novamente.

Quando bati a porta do nosso apartamento e me encolhi ao entrar com a mão enxugando as lágrimas, Monica que estava na sala me olhou assustada.

Monica: Mila? Você estava chorando? O que aconteceu?
Me sentei ao seu lado no sofá, ela segurou em minhas mãos tentando me acalmar.
Mila: Ele, Monica, o Tom.
Monica: Opa, opa, opa, espera ai, você estava com ele até essa hora?
Mila: Quando eu estava chegando aqui no prédio ele estava na porta me esperando.
Monica: Oh, não, e la vamos nós novamente. Fala o que aconteceu, o motivo desse choro, vocês brigaram?
Mila: Não brigamos exatamente, discutimos. No começo ele apareceu aqui na porta, me dando aquele sorriso lindo e perfeito, Monica eu quase cai pra traz em choque, ele me levou pra dar uma volta. Porra, ele ta com outro Audi, mas é igual aquele que ele tem na Alemanha. Ai paramos em um parque  pra conversar, logo aquela tensão começou a tomar conta, ele me perguntou porque eu não fiquei la, porque naquele dia eu não voltei, porque eu fugi, a partir dai começamos a discutir.

Monica: Mas porque isso?
Mila: Parece que nada mudou, entende? Mesmo que tenha passado mais de um ano, ele veio me cobrar ter fugido, e ainda jogar na minha cara coisas que eu fiz com o Peter.
Monica: Espera, aconteceu alguma coisa?
Mila: Ham? Não, não, aquilo? Não, não aconteceu nada, nenhuma beijo, apesar de..Merda Monica, eu sou loca por ele. Basta ele aparecer na minha frente e tudo a minha volta perde importância, eu nem sei mais porque vim pra cá, me deu uma vontade loca de voltar pra Alemanha, pra Hamburgo...e..
Monica: O que? Você não pode fazer isso, tem a faculdade, você não pode largar isso.
Mila: Mas tudo isso começou exatamente por causa dele, eu só vim pra cá pra fugir dele.

Monica se levantou do sofá e agora andava de um lado para o outro.
Monica: Sim, eu sei, mas agora ele esta aqui, você quer fugir novamente? Afinal, o que ele veio fazer aqui?
Mila: Ele disse que estão gravando o novo CD aqui.
Monica: Haha, outro CD, oh Deus Mila, é o seu karma atrapalhar gravações de CD do Tokio Hotel. Bom poderia ser meu karma participar mais uma vez de um CD do Tokio Hotel, hein...hein..
Mila: Ai, Monica, não me faz rir agora.

Ela voltou  se sentar de frente para mim novamente.
Monica: Mila, para de ser inconsequente, você fugiu dele pra poder parar de fazer a coisa errada, e agora que fazer tudo errado de novo?
Mila: Não, eu acho que fiz tudo errado quando decidi sair de Hamburgo.
Monica: Ata, agora ver o Tom te deixou com saudades da Alemanha.
Mila: Não é isso, Monica. Mas me senti errando de novo, ter vindo pra ca.
Monica: Para e pensa um pouco, não faz a cagada de largar tudo sem ter certeza.
Mila: Ai Monica, ele estava tão cheiroso, conseguia sentir o perfume dele a metros de distancia, eu ficava olhando pras mãos dele, imaginando...
Monica: Ok, ok.

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