sexta-feira, 15 de julho de 2011

Nós Dois (Continuação) - Capítulo 4

No dia seguinte pela manha fui direto para a facudade com Monica, depois de trabalhar na lanchonete na parte da manha, me encontrei com Monica no pátio, ansiosa para que ela me mostrasse quem era a tal garota que havia saído com Tom.

No banco perto do muro coberto por plantas me sentei ao seu lado.
Monica: Porque você quer olhar pra cara da garota?
Mila: Porque? Porque eu quero sabe quem é?
Monica: Pra ficar com mais raiva dele? Porque você não tenta esquecer isso e tenta começar algo sério com ele.
Mila: Tu ta falando sério? Como assim começar algo sério com ele?
Monica: Mila, você não estava com ele na semana passada, é ridículo acreditar que durante toooodo esse tempo ele não saiu com outras garotas.
Mila: Não é exatamente disso que eu estou falando, estou falando de ter algo sério com ele. Eu levo tudo muito a sério, é ele quem não leva.
Monica: Gostar de você..
Mila: Gostar de mim não é o suficiente pra ele Monica, Você já deveria ter entendido isso.
Monica: Opa, opa.
Monica olhou com atenção por cima do meu ombro e depois disfarçou.
Mila: O que foi?
Monica: A garota a tal de Vic. Nãão...

Eu me virei para olhar antes que Monica me mandasse não olhar agora, ou no minimo disfarçar, mas eu não estava me preocupado se seria discretamente ou não que eu olharia. Quando avistei a garota me surpreendi, claro que eu ja havia visto na faculdade, o que me deixava com o sangue fervendo sei la porque, era que ela não era o biotipo vagabunda que tem cara de quem da mole para todos os caras com dinheiro, era a típica patricinha estudante que vai de carro que o papai deu pra faculdade. Inevitavelmente a olhei de cima abaixo, tinha seios grandes que ela deixava quase a mostra com a blusa azul com decote em V que ela usava. Era a única coisa que eu via, os atributos físicos dela, procurando o que ela tinha e o que eu não tinha, e o que Tom provavelmente havia adorado por suas mãos.

Mila: Ok, ela ééé, normal.
Monica: Isso é bom?
Mila: Isso é PÉSSIMO.
Monica: Ham?
Monica me olhou arregalando os olhos enquanto ainda olhávamos para a garota, perto de outros bancos que ficavam logo a frente da entrada.
Mila: Pensei que fosse uma vagabunda, pelo jeito que você falou.
Monica: E desde quando ela ser aparentemente normal signifique que ela é uma santa?
Mila: Santa ela não é né Monica, sabemos bem disso. - Monica bufou. - A questão é que ela é bem mininha bem..
Monica: Bem o tipo do Tom.
Mila: Discreta.
Monica: Ata, ele gosta de garotas discretas.
Mila: Sim, ele não gosta de garotas atiradas e escandalosas, ele gosta de garotas mais...mais, assim como ela.
Monica: Tipo as que ele pegava em Hamburgo.
Mila: Sim.
Monica: E que ele nunca deu bola, como não deu pra essa tal de Vic, grande diferença.
Mila: Mas porra Monica, ela estuda junto comigo, essa é a GRANDE DIFERENÇA.
Monica: Ta e dai se ela estuda com você, vai fazer o que?
Mila: Eu vou la falar com ela.

Falei já me levantando sem deixar Monica me proibir, ela segurou em meu braço mas eu facilmente me soltei e fui andando em direção a garota. No caminho pensei em tudo sobre a escola que eu poderia perguntar a ela, mas quando eu ficava nervosa, não por ir falar com ela, mas por causa de quem ela havia saido, eu soltava tudo de uma vez só, mas eu tinha de me controlar.
A toquei no ombro a fazendo se virar, ela me olhou não totalmente de cima abaixo mas olhou para o que eu vestia e meu cabelo.

Mila: Ola, tudo bom, você conhece o bar Rainbow em West Hollywood?
Vic: Haaaam, sim, porque?
Mila: É porque um amigo, Kevin, conhece? Me disse que varios músicos costumam frequentar o lugar que é super famoso e tal.
Ela me ouvia todo tempo com meia sobrancelha levantada, não entendendo absolutamente nada de onde eu queria chegar com a conversa.
Vic: Ha sim, várias bandas frequentam esse bar, tem musica ao vivo, os caras vão la porque ninguem perturba se ver alguem famoso, é normal. Fica logo ao lado do Roxy, os caras muitas vezes tocam la e vão tomar uma depois no bar.
Mila: Haaaam, ta.

Ela até que despejou bastante coisa, eu vim falar com ela somente com intenção de ouvir a voz dela, e não descobrir talvez que tenha sido nesse bar que ela pode ter encontrado Tom.
Mila: Eee você costuma ir até la..beber?
Vic: Eu gosto do lugar, os caras são legais, tem muitos gatos.

Ela falava com uma calma que estava me deixando nervosa, e falando, ela não parecia uma patricinha, mas sim uma garota madura, o que me deixava ainda mais por baixo, já que eu estava parecendo uma criança ridícula vindo atrás dela.
Mila: Ha obrigada Vic, desculpa incomodar.
Eu me virei voltando em direção a Monica que me esperava com os olhos ainda arregalados.
Monica: Fala, fala, e ai? O que tu falou com ela?
Mila: Perguntei daquele bar em West Hollywood, o Rainbow onde músicos costumam frequentar.
Monica: E ai?
Mila: E ai, que ela pode ter me contado o lugar onde ele costuma ir.
Monica: Será?
Mila: Po, o bar é em West Hollywood, onde ele mora, ela me disse que músicos costumam ir muito la porque geralmente ninguem perturba e tal, eles ficam mais a vontade.
Monica: Ta mas e ai, ela é metida? O que tu pretende fazer?
Mila: Ela é metida, mas aquele tipo de metida madura? Aaaargh, ela me deu nos nervos falava de um jeito como se não tivesse nenhuma pressa em me dizer algo. E o que eu pretendo fazer? É uma carta na manga que agora eu tenho.
Monica: Você vai até la?
Mila: Claro que vou, ele foi semana passada la, já sabendo que eu estava aqui, porque não veio me procurar, entende? Foi trepar com essa vagabunda.
Monica: Você quer é encrenca, isso sim.

Depois da aula, nós saímos e pelo pátio eu já procurava a tal garota. Segurando firme meu fichario e olhando em volta, eu queria ter falado mais um pouco com ela, apesar de os poucos segundos que eu havia falado com ela, já tinham sidos suficientes pra me deixar mordida de ódio.

Monica: Vamos até o shopping da Rodeo então, depois vamos pra casa, vai ser rápido eu prometo.
Mila: Ha ta bom Monica, eu não quero demorar mui...
Quando eu terminava de reclamar com Monica, meu celular começou a tocar dentro da bolsa. Tocava sem parar e eu não conseguir acha lo em meio todas as tralhas que eu levava na bolsa.
O peguei e sem olhar o visor atendi.

Mila: Alo.
- Oi Mila, é o Tom.
Eu arregalei os olhos para Monica e ela percebeu logo do que se tratava.
Mila: Oi, fala.
- Eu estou perto do seu apartamento, me espera ai?
Mila: Na verdade estou saindo agora da faculdade.
- Ham, ok, eu te espero lá.
Mila: Não, não.
Ele desligou de propósito não me deixando responder. Bati o pé no chão irritada, fazendo algumas pessoas olharem.
Monica: O que foi?
Mila: Esquece o shopping, Ele ta indo pra porta do nosso prédio.
Monica: Ha ta de sacanagem?
Mila: Não, Monica, eu vou até la. Eu preciso ficar de frente pra ele e perguntar sobre a Vic.
Monica: Ok, ok, tudo bem, eu vou sozinha. - Ela falou já me dando as costas. - Vê se não se descontrola hein.

Fui correndo para o nosso apartamento, quando dobrei a rua depois de descer do ónibus, vi o Audi estacionado na porta, aquele frio na barriga e coração acelerado quando eu o via nunca passavam, meus braços e pernas tremiam, e só paravam quando eu estava nos braços dele. Mas agora havia aquele assunto ao qual eu já tinha total conhecimento, o que me deixa mais nervosa ainda.
Ele me viu caminhando já a alguns metros, e eu de cabeça baixa tentava andar direito e me focar no que dizer.

Mila: Não perde essa mania não é? Eu não posso estar onde você quer assim que você telefonar e dizer que quer se encontrar comigo.
Tom: Porque ta nervosa desse jeito?
Ele falou com uma calma que me fez querer explodir de ódio.
Mila: Anda vamos subir. - Falei o chamando com a mão e me dirigindo ao portão.
Tom: Subir? Eu ia te levar pra minha casa.
MiIa: Haha, eu não vou pra sua casa. - Falei rindo.

Ele me olhou sério mas não me intimidou, eu o encarei sem esboçar nenhuma possibilidade de fazer suas vontades. Ele não falou nada e subiu me acompanhando.
Quando chegamos, e eu abri a porta ele entrou olhando tudo em volta.
Tom: Cade a Monica?
Mila: Ela foi ao shopping. - Falei me encostando na bancada que separava a cozinha da sala.
Tom: Seu apartamento é legal.
Mila: Obrigada, mas não vou ficar aqui por muiot tempo, só estou aqui por causa das obras no Campus.
Tom: Você vai se mudar pra la depois?
Mila: Geralmente os alunos moram na faculdade quando estudam la, as aulas começaram não faz nem 2 meses, os dormitórios estão em obras. Depois em mudo pra la coma Monica.
Tom: Hum.

Ele falava e respondia a ele secamente, depois que parei de falar, ele parou a alguns metros perto do sofá e cruzou os braços me encarando.
Tom: O que esta acontecendo?
E como sempre, ele sabia bem quando eu estava prestes a explodir por algum motivo. Ele mordeu o lábio esperando que eu respondesse.
Mila: Você saiu com uma garota chamada Vic semana passada.
Tom: Isso não foi uma pergunta. Anda me espionando?
Mila: Que bom que você sabe que não é uma pergunta, nem nega, é isso mesmo então?
Tom: Esta com ciumes?
Mila: Porque veio me procurar hein Tom? Quer mais uma pra lista de variedades da semana?
Tom: Deixa de ser ridícula Mila, você não esta em lista nenhuma.
Mila: Hahaha, isso é bom? E a questão tambem não é essa, você estava aqui desde semana passada, não falou nada, não apareceu, saiu com essa garota, trepou e depois veio sei la porque me procurar.
Tom: Então ta magoada porque eu antes de te procurar sai com outra? Vai agora fazer cena por causa disso e depois me tratar com indiferença como você tem feito desde do dia que eu apareci aqui?
Ele agora havia saído do lugar onde estava e se aproximava mais de mim, tentando não levantar a voz mas já estávamos discutindo.
Mila: Não é cena ta bom, e eu não te tratei com indiferença só estou sendo cautelosa.
Tom: Cautelosa? Com o que?
Ele falou chegando mais perto de onde eu estava, eu então me esquivei e fui para perto do sofá.
Mila: Eu não poso confiar em você, olha o que já esta acontecendo, agora eu vou ter de olhar a cara de garota toda vez que entrar naquela faculdade.
Tom: Senti agora o que sentia quando eu via a cara do Peter sempre que eu ia te ver? Ou você estava no parque com ele, ou na rua, ou andando de patins ao lado dele, ou TREPANDO com ele. E você acha que eu não sabia?

Eu me encolhi perto do sofá começando a me assustar a forma agressiva que ele falava, agora ele voltava a se aproximar de mim não me deixando por onde fugir.
Tom: Pode ficar com raiva de mim, eu já tive muita raiva de você tambem.
Mila: Não estou com raiva, estou magoada. Porque não veio primeiro me procurar?
Ele suspirou olhando pra os lados, colocou as mãos na cintura pensando no que dizer, talvez algo difícil de admitir, já sabia bem o que ele pensava quando ficava em silêncio.
Tom: Eu tinha de me preparar, eu estava morrendo de medo de você me tratar com indiferença, eu não queria chegar aqui parecendo que implorava por alguma coisa.

O que eu podia entender disso? Que ele ainda me amava tanto e que o medo de não ser mais correspondido depois de tanto tempo o consumia? Ele não fazia ideia do quanto eu o amava, e que desde que fui embora era por este momento que eu esperava.

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