sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Maybe Tomorrow - Capítulo 2 - Clumsy


– Tava chorando ou é impressão minha? – Tom sentou-se ao meu lado e perguntou.
– Eu? Não! Por que estaria chorando?
– Porque você me viu comendo a Lana no mato.
– Ai Tom, que vulgar, coitada. E não estou chorando, não tenho nem motivos pra chorar porque vocês estavam se... "comendo". Não tenho nada a ver com isso!
– Ah, ela tem namorado e ficava se insinuando pra mim. Ela é bonita mas eu nem tava muito a fim. Claro que não se não fizesse isso, ia perder minha moral com os caras, então fui!
– Se o namorado dela descobre, você vai apanhar, Tom. Você é grande mas não é dois!
– É, mas o namorado dela deve ter 1,80m no máximo. Eu tenho 1,88m, desculpa, e ainda malho, ou seja, no braço quem ganha sou eu.
– Aff, mas que infantil, brigar por coisa à toa. Só espero que ele não descubra.
– HAHAHA não to brigando com ninguém, Ju!
– Mas ta aí fazendo planos.
– Por falar em fazer planos, quando estávamos na piscina hoje, fiz planos para hoje à noite. – Tom disse com uma cara maliciosa.
– Hm meu deus, o que você planejou? – fiz uma cara desconfiada.
– Beijar você!
– HAHAHAHAHA O QUÊ?
– Isso mesmo, posso?
– Mas é claro que não! Você estava ali, trepando com outra no mato e vem pedir um beijo meu? Pra quê? Pra querer transar comigo aqui na pedra? Competir com seu ego, tentando bater seu recorde da noite?
– Claro que não, Ju!
– Tom, eu não sou como as outras que você pega. Eu não sou qualquer uma; antes de conseguir um beijo meu você tem que me conquistar.
– Ok, então vamos esquecer isso, e continuamos do jeito que tava.
– Por mim tudo bem; não faz diferença. – respondi grosseiramente.

Ficamos calados por alguns minutos e o silêncio era algo constrangedor, até que chegaram Bill e Nathalie, e posso dizer que foram minha salvação para aquele momento.

– Então gente, vou partir, falou. – disse Tom saindo do local.
– Credo, ele tá estranho... Aconteceu alguma coisa, Ju?
– Como vou saber, você que é gêmeo dele, devia saber. Ele não me falou nada.
– Eu to achando muito estranha a relação de vocês dois; tão próximos demais. Será que tem alguém apaixonada aí? – perguntou Nathalie.
– Apaixonada pelo Tom, eu? Mas nunca; só se eu quisesse sofrer e ser corna, mas não quero então, NÃO! Vocês dois estão chatos demais, vou dormir, tchau!

Naquela noite, deitei na barraca e chorei, não sei porquê. Talvez até saiba; chorei por medo de me apaixonar, medo de me envolver com Tom e depois sair machucada, medo por Bill não aceitar, medo de ser rejeitada e virar mais uma para lista dele. Não sabia o que fazer, havia passado um dia ao lado dele e já estava como uma idiota. Será que no final da semana eu já estaria obcecada? Ou simplesmente veria que sou uma idiota por chorar por alguém que também é um idiota. Não tinha nada, nem uma luz, então resolvi ligar para minha prima e melhor amiga, Louise.

– Hey Lou, sou eu, Julia!
– Prima, que saudades! E aí, como está?
– Mais ou menos. Te liguei exatamente por isso: conheço um menino faz dois dias quase, e estou completamente apaixonada. Ele me pediu um beijo e eu não dei... – contei toda a história que se passou.
– Nossa Ju, quem diria, você que sempre foi o molequinho agora está apaixonada!
– Ah cala a boca Lou, você sempre foi a patricinha e virou uma sapatão!
– Ah olha o preconceito. Aliás não sou sapatão, sou bissexual, totalmente diferente; ainda pego meninos. E nossa, tenho uma super novidade! Fui contratada para a Ford Models, e vou me mudar pra Berlim! Vou deixar minha mãe e meu irmão aqui e morar na mansão do meu pai e da Paty, mulher dele, que eu adorei; você não tem noção de como ela é legal, Ju, você vai adorá-la! Quando vai me visitar em Berlim?
– Não sei, tenho que esperar terminar o colégio né. Estamos nas férias de páscoa e temos mais um mês e meio de aula, aí vou para Berlim te visitar!
–  Sim, ainda bem que acabo o colégio e vou me mudar direto. Meu pai está até mandando fazer meu quarto e lá temos quartos de hóspedes; aí você fica lá com o Tom!
– O Tom, de onde você tirou isso?
– Simples, você está apaixonada, e como você é super linda e fofa, aposto que vai conquistá-lo numa tremenda rapidez, quer apostar? HAHAHA Ju, minha flor, vou desligar; amanhã vou ter que fazer um exame de sangue pra entregar pra agência e Klaus (irmão mais velho de Lou) vai ter um jogo de futebol, e eu não vou deixar de ver aqueles amigos gatos dele de shortinhos por nada, né. Beijos, me ligue quando puder.

Depois que Lou me acalmou um pouco, consegui dormir e acordei com uma dor de cabeça infernal no dia seguinte. Não sei se foi por causa do choro ou das enxaquecas costumeiras que tenho. Saí e fui tomar café; sentei-me na mesa com Nathálie, Bill e Tom e estes conversavam animadamente sobre algum assunto que mal ouvia. Eu só pensava no que Lou havia me falado: será que sou boa o suficiente para conseguir conquistar Tom?

Estavam conversando:
– Não é, Ju? HAHAHAHA! – Tom me perguntou rindo.
– O quê?
– Ih tava pensando em mim?
– É Tom, claro que sim, a única coisa que faço da minha vida é pensar em você. – disse sarcasticamente mas pensando "Como ele adivinhou? O Tom me dá medo!"

O sinal tocou e voltamos para nossas barracas e fizemos nossa higiene. Havia um grande banheiro no camping, com muitas pias; havia um para os meninos e outro para as meninas. Como o tempo estava bom, por causa da santa primavera, eu coloquei um all star branco, uma regata também branca e um short jeans, nada muito justo claro. Voltamos para nossa equipe e formamos um trio: eu, Tom e um menino que não conhecia. Tínhamos que fazer uma gincana toda correndo.

– Oi, não me lembro do seu nome, menina bonita! – me falou o menino.
– Haha, puxa, obrigada. Sou Julia Müller, mas me chame de Ju. - respondi meio sem graça.
– Sou Anton Fisher, me chame de Anton mesmo, não gosto de apelidos. Mas nossa, você é muito simpática, Ju!
– Oi, sou Tom Kaulitz. – disse Tom com a cara amarrada e tom de voz arrogante.

Depois do pequeno momento de tensão presenciado, nos deram as instruções da gincana. Tínhamos que correr atrás de várias pistas e pegando os cartões que estavam em algum lugar onde as pistas indicavam. A equipe que pegasse mais cartões ganhava ponto e se respondesse certo a pergunta que estava no cartão, os pontos dobravam. E só foi darem a instruções que Tom começou a reclamar, pois a ordem seria: ele na frente, depois Anton, e por último, eu. E Tom começou:

– Ah mas eu não vou dar mão pra homem!
– Tom, isso é um jogo! Que bobeira! Qual o problema?
– Não quero que você dê a mão pra ele!
– Tom! Como assim?
– Não quero e ponto. Ele já deu em cima de você; só você não vê as intenções dele? – Tom falou baixo, quando Anton foi encher sua garrafa d’água.
– Tá bom Tom, eu vou no meio!
– Você deveria ir na frente, mas tudo bem, já está melhor. Pelo menos não vou ficar de mão dada com homem!
– Ih Tom, não to entendendo esse ciúme, não sou nada sua!
– Não é ciúme, é proteção; como se eu fosse seu irmão mais velho.
– Tom meu querido, já tenho um irmão mais velho!

Começamos a gincana. Foi muito legal e eu e Anton ríamos e corríamos e Tom ficou sério; ele era muito competitivo, levava tudo muito a sério. Quando estávamos atrás do quarto cartão, outra equipe estava quase chegando, e Tom que estava na frente deu um arranco. Caí no chão que era de cimento e fui arrastando meu joelho. O machucado foi feio e profundo, pois além de ralar, ele foi arrastado depois de ralado. Fiquei meio sensibilizada, parecia uma criança, meus olhos marejados e eu com dor. Tom foi correndo sem a gente e conseguiu pegar o cartão, enquanto Anton que era um amor parou e jogou um pouco de água que tinha na garrafa. Não tínhamos kit de primeiros socorros. Quando fui tentar me levantar para ir andando até o salão com ajuda de Anton, Tom chegou e fez um escândalo.

– Você vai deixá-la andar nesse estado?
– Tom, eu não estou aleijada!
– Olha só Kaulitz, você é tão egoísta que a culpa foi sua a Ju ter caído. Você deu um arranco no braço dela e nem se importou, preferiu um cartão idiota! – Anton disse furioso.
– Não foi culpa minha, idiota! Eu não sabia que ela ia cair; se soubesse teria parado, mas não sei se você sabe, não sou vidente!
– Vem Ju, vamos andando, eu te ajudo! – Anton me disse.
– Você não vai encostar a mão nela, se colocar só um dedo nela eu te encho de porrada!
– Tom dá um tempo, ele só ta tentando ajudar! – eu disse.

Tom ficou furioso e me pegou no colo como uma noiva e me levou até o salão. Ele estava com as mangas da camisa XXL arregaçadas por causa do calor e seu rosto suava. Mesmo suado e nojento, exalava um perfume tão gostoso do corpo que era quase irresistível. Coloquei a cabeça em seu peito até chegarmos no local. Lá Tom foi super cuidadoso; ele mesmo fez o curativo e ficou muito bem feito.

– Nossa, Dr. Tom, não sabia que era enfermeiro! HAHAHA
– Não sou, aprendi nas aulas de primeiros socorros. – disse dando um leve sorriso para mim. - Está se sentindo melhor, Ju?
– Com um enfermeiro desses, qualquer uma se sentiria.
– Eu sei que sou foda e gostoso!
– Ai Tom, não comece a se achar, eu estava brincando!

Postado por: Grasiele

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