sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Maybe Tomorrow - Capítulo 11 - Half (or end) way


No fim das contas, Tom e Júlia ficaram hospedados na casa de Louise, os outros ficaram na pensão dos pais de Lua. Viam-se todos os dias, sempre se encontravam na casa de Louise ou na pensão. Ficaram amigos de forma instantânea.

O dilema de Tom continuava. Mal olhava para Julia e era dominado por sentimento de culpa. O mesmo acontecia ao olhar pra Louise. Ela não deu indícios de que tiveram um caso ou de que contaria algo pra Julia.
Sem saber o que fazer, ele foi pedir ajuda para a única mente feminina que sobrava:

–Se eu tivesse no seu lugar, também não saberia o que fazer – disse Lua, certa tarde quando ele foi visitá-la. Ela já estava se tornando uma confidente dele, como se ela o entendesse (ou não) de um jeito que Bill não entendia, o que era impossível – Seria bom você contar pra Ju e pedir desculpas.
–De novo? Aí ela termina comigo de uma vez! – diz Tom exasperado. Ele estava arrependido, e como!
–Como assim “de novo”? Ah não! – Lua percebeu e passou a mão pelos longos cabelos – Você já a traiu antes?
–Já – disse Tom, corado.
–Meu Deus! – Lua cruzou os braços enquanto Tom brincava com a toalha da mesa da cozinha em que estavam – Você é um idiota! Seu imbecil!
–A Louise que me agarrou! – diz ele, tentando justificar.
–Ah,claro! E você agarrou as outras.
–Sim, mas eu amo a Julia!
–Não ama.
–Amo sim. Não diga isso, você não sabe como é nosso namoro! – retruca Tom olhando a morena.
–Não sei mesmo. – Lua deu de ombros – Se você a amasse, jamais a trairia. Tenho pena dela.
–Eu estou arrependido – diz Tom – Eu agradeceria se me desse uma luz pra consertar isso.
–Não tem conserto – diz Lua, erguendo as sobrancelhas – Se está arrependido, diga a ela.
–Não.
–NÃO? COMO ASSIM, NÃO?
–SHIIU! Fala baixo, Lua – Tom olha pros lados, mas não tem ninguém.
–Você não vai contar a ela?
–Não. Não posso.
–E quanto a Louise?
–Se você não contar...
–SEU IMBECIL! Não sou fofoqueira, mas isso já é demais. Você trai a Julia e faz a prima dela de amante! Puta merda, você é um idiota.
–Não precisa xingar! – Tom, se finge de ofendido.
–Eu achava que você contaria pra ela e ela desculparia, mas pelo visto você gosta de magoar a Julia.
–Não quero machucar a Julia – Tom fica meio irritado.
–Mentiroso!
–Acha que eu namoro a Julia pra magoá-la? –Tom se levanta, ficando mais bravo. Lua não se intimidou.
–A não ser que ambos concordem em ter relacionamento aberto, ficar com outra pessoa enquanto namora é traição.
–Mas a Julia não vai saber... Se você não contar. E preciso da sua ajuda.
–Pra que? – pergunta Lua, confusa com a mudança de tema.
–Não posso pegar a Louise lá, né?
–SEU IMBECIL, IDIOTA, FILHO DA MÃE, SAI DAQUI! TÁ PENSANDO QUE ISSO AQUI É O QUE, SEU MERDA! QUEM VOCÊ PENSA QUE EU SOU?

Lua se levantou e apontou para a porta enquanto gritava.

–Não precisa humilhar – disse Tom, pegando suas coisas.
–O que é isso? – disse uma voz.

Georg chegou correndo e ficou meio chocado com a cena. Tom com os braços protegendo o rosto enquanto Lua socava cada pedaço dele.

–Ela é doida, Georg.
–Cale a boca, seu mentiroso de araque!Georg, leve seu amigo daqui e que ele jamais pise aqui, nem um fio de cabelo dele entra aqui. Se quiser achar um motel, tem vários, mas não é aqui.
–Mas o que...?

Antes que Georg pudesse perguntar, Lua enfim põe Tom na rua e fecha a porta da pensão. Soltando fogo pelo nariz, ela sai da cozinha sem falar com o rapaz.

A tarde passou normalmente. Como era sexta, combinaram de sair à noite, todos juntos para um bar perto da faculdade de Julia. Se encontrariam às nove.

–Você já esteve nesse bar, Lou? – pergunta Julia, enquanto as duas se arrumavam.
–Já – responde ela – É bem legal, tem comida gostosa, mesas, cadeiras, álcool, tudo.
–Legal – disse Julia.

Pouco depois, as duas desceram. Bill e Tom as esperavam.

–Tá linda, amor – elogiou Tom, sem deixar de reparar em Louise. Vestido azul curto, costas nuas, justo e sandália alta. Julia usava uma calça jeans clara e blusa vermelha e sandália alta.

Eles saíram em direção à pensão. Já estavam todos lá.

–Oi – cumprimentou Julia, sorridente.
–Oi,Julia – respondeu Gustav dando beijinhos no rosto. O mesmo e passou com Georg e Lua.
–E aí, pessoas? – diz Tom.
–Fala, qual é a boa? – pergunta Georg depois de cumprimentar Louise.
–Você é a dona da pensão, não é? – indaga Louise ao olhar Lua.
–Esteve lá em casa quando Tom chegou. – responde Julia, sorrindo.
–É – Lua confirma com a cabeça.
–Como está?
–Indo.
–Muito movimento na pensão? – pergunta Tom. Lua se vira para os outros.
–Vamos entrar?

Todos concordam. A música já estava alta, vinda de um aparelho conduzido por DJ. Eles se sentaram numa das mesas.

–Não fala comigo mais não?
–Está gostando de Berlin, Julia? – pergunta Lua.
–Ah, estou. É muito bonita, estou louca pra visitar tudo, ainda não consegui, a faculdade ta acabando com o meu tempo.
–Que bom. Vou pegar uma coca, volto já – disse Lua e saiu da mesa. Foi até o balcão e fez o pedido.
–É falta de educação não responder as pessoas. – diz alguém atrás dela.
–Desculpe, eu não te... – Lua fala enquanto se vira e se percebe que é Tom. Ela se volta novamente para o bar.
–O que foi agora? – pergunta Tom, se sentando do lado dela. Lua não responde. O refrigerante dela chega e Lua volta pra mesa.
–Acha que devemos fazer os pedidos? – pergunta Georg quando ela se senta.
–Pode ser – diz ela, dando de ombros.
–Por que está me ignorando? – pergunta Tom, baixo.
–Eu também quero saber, Lua – concordou Bill – O que o Tom fez?
–Pergunte a ele.

Bill se virou pra Tom.

–O que diabos você fez?
–Eu não fiz nada!

Bill não acreditou.

–Tem certeza? Você deve ter feito algo muito grave.
–Não fiz nada, tá? – disse Tom e nessa hora os pedidos chegaram. Comeram em silêncio enquanto o Dj continuava a tocar.
–O que deu na Lua pra ignorar você? – pergunta Julia.
–Não sei – e Tom se sentiu meio culpado por mentir (de novo) pra namorada. Eles terminaram de comer alguns minutos depois.

Eles terminaram de comer e foram para a pequena pista de dança que tinha no local. Dançavam animados, já que o Dj tocava boas músicas.
Certo momento, o DJ tocou Meet Me Halfway,dos Black Eyed Peas. Isso deu uma idéia pra Georg. Ele procurou por Lua pela pista, mas ela estava próxima do grupo, dançando animadamente. Sorrateiramente, ele se aproximou, a abraçou pelas costas e sussurrou.

–Can you meet me half way?

Ela se virou e tomou um susto ao vê-lo.

–Que susto – disse ela, desviando os olhos – Respondendo sua pergunta: eu até posso,mas no meio de que caminho?

Ele se aproximou dela novamente.

–Na verdade, seria no fim do caminho?...
–De que caminho?

Em vez de responder, Georg a beijou. Ela ficou surpresa, mas logo ela o abraçou e correspondeu.
Ficaram juntos na maior parte da noite, até que Lua fala algo sobre estar com sede e vai até o bar. Pede uma cerveja preta – milagre! – e sai pro jardim.
Tinha alguns casais lá quando Lua chegou. Desviou os olhos deles e se encostou a uma pilastra. Ficou observando a madrugada e o céu muito negro.

–Por que diabos você tá e ignorando?

Ela se vira, estranhando o tom da voz, mas volta a observar a madrugada quando vê que Tom estava chegando.

–Você vai me dizer agora por que não está falando comigo.

Lua o ignorou. Ela ia se virar pra sair, mas ele a pegou pelo braço.

–O que é? – pergunta ela, soltando o braço.
–Me fala: está sem falar comigo por quê? Você é minha melhor amiga, não pode deixar de falar comigo assim.

Lua ficou surpresa quando ele disse isso.

–Eu sou mesmo sua melhor amiga? – perguntou.
–É sim – respondeu Tom meio envergonhado.
–Que fofo - disse Lua.
–Me diga cara, por que não fala comigo?
–Quem você pensa que é pra achar que minha pensão é motel? Lembra da nossa primeira conversa?
–“A pensão é um lugar de respeito” – entoou ele – Lembro, sim.
–Então – Lua se se encostou à pilastra e cruzou os braços.
–Desculpa, tá? – diz ele, olhando nos olhos.
–Tá. Estamos amigos de novo.
–Não só minha amiga, você é minha melhor amiga – diz Tom, sorrindo – Minha amiga mais gata.

Lua riu.

–De bem mesmo? – perguntou Tom.
–Sim – responde Lua, sorrindo – Nem quero ver no que seu triângulo vai dar. Você vai ser fu...
–Valeu – interrompe ele, erguendo os olhos pro teto – E que milagre é esse de você beber?
–Nenhum. E será só essa garrafa!
–Tem certeza?
–Sim. Não sou você.
–Eu também te adoro, você é um amor. – disse ele. Ela riu enquanto voltavam pra festa.
–O Bill não precisa agüentar o fardo de por juízo na sua cabeça de cima sozinho – disse Lua quando estavam perto do grupo. Ele riu.
–Onde estavam? – perguntou Georg ao vê-los.
–Vejo que fizeram as pazes, hein? – constata Bill.
–Fizemos, né – diz Lua.

Eles sentaram de novo na mesma mesa e ficaram conversando o resto da madrugada. O dia seguinte era sábado mesmo! Ops, seria domingo, já que o sábado começara.

Postado por: Grasiele

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