sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Maybe Tomorrow - Capítulo 16 - In your shadow I can shine


Bill’s POV

Eu estava na porta da clínica de reabilitação que Louise estava internada. Eu não conseguia entrar, estava nervoso, enjoado, com uma ansiedade estranha, parecia que eu ia fazer um show maior com o Tokio Hotel, mas não, eu só estava prestes a declarar meu amor por Louise. Depois que ela passou mal, comecei a perceber que toda aquela proteção que eu tinha para com ela, não era somente amizade, era mais que isso. Eu a via todos os dias no hospital, eu não dormia mais na pensão, minha casa agora era o hospital. Eu só voltava pra casa para tomar banho e trocar minha roupa.
Os primeiros três dias com a Louise no hospital, foi de pura aflição. Eu não conseguia dormir, só tomava café e fumava, o tempo todo. Ela permaneceu três dias em coma na UTI. Depois de muito sofrimento, até mesmo por parte de Tom por se sentir culpado por tudo, ela finalmente acordou e foi para o quarto internada. Ficou por mais uma semana lá. Seus batimentos cardíacos ainda eram fracos, já que ela teve uma parada cardíaca logo que chegou no hospital. Ela estava fraca, indefesa. E quem mais me surpreendeu, foi Julia. Ela não entrou no quarto em nenhum momento que Louise estava acordada, por medo que a prima piorasse de estado quando a visse. Ela no fundo sabia que Louise também havia caído na conversa de Tom e estava muito abalada ainda. Eu a peguei chorando nos cantos algumas vezes, seu soluços eram tão doloridos que cada vez que eu os ouvia, maior era minha vontade de desfigurar o rosto do Tom. Eu já estava apagando meu segundo cigarro e a coragem de entrar por aquele portão ainda não tinha chegado. Mas me forcei a entrar. Louise estava sentada num banco ao lado de fora, tomando uma xícara de café. Ela parecia tranqüila, serena, sem preocupações, talvez a clínica tenha feito bem a ela.

–Lou? – disse me aproximando devagar.
–Bill! Não acredito que você veio! Pensei que ainda me odiava.
–Ah Louise, eu nunca vou conseguir te odiar! Mas como você está?
–Ah to bem, eu na verdade nem queria sair daqui, tenho tanto medo de encarar a Ju de novo.
–A Ju já te perdoou. Ela tem um ótimo coração, você sabe, ela estava de cabeça quente, mas ela ficou todos os dias no hospital com você.
–E Tom?
–Tom... Bem...Ele está mal também, ele ama a Julia apesar de tudo e se arrepende de tudo que fez.
–Principalmente de ter se envolvido comigo. – Ela disse abaixando a cabeça.
–O Tom não te merece Louise, você é muito pra ele. Não que Julia seja pouco, entende, mas você não merece ser usada, você merece ser amada e mais ainda, merece alguém que te ame e cuide de você.
–Eu não sei se um dia vou encontrar alguém assim.
–Vai sim, eu to aqui pra isso.
–Quê, Bill?
–É isso mesmo, vou ser bem direto com você, eu to apaixonado por você. Sabe, acho que começou quando eu comecei a conversar com você, antes de saber que existia algum envolvimento entre você e meu irmão, quando eu soube eu fiquei maluco, queria matar Tom. Me dá uma chance, Louise, me deixa tentar te fazer feliz?
–Mas Bill... – Ela não parecia ter o que dizer. Piscou seus olhos atentamente ainda olhando para mim. Soltou um alto suspiro e aproximou seus lábios dos meus. Era exatamente do jeito que eu imaginei. Seu beijo era calmo, doce, seu perfume era bom. Aprofundei-me mais no beijo e a puxei mais pra mim, finalizando o beijo e a abraçando forte.

Julia’s POV

Aqueles dois meses desde que Tom foi embora desta casa, tem sido muito difícil pra mim. Bill voltou pra casa da Lou, os dois estão juntos e isso me deixou profundamente alegre. Não guardo rancor de Louise, logo quando ela voltou da clínica, eu me dei conta que mesmo ela sendo um pouco culpada por tudo, era menos que Tom, ela também ficou balançada com tudo o que ele fazia a ela. Quando ela estava na clínica, fui visitá-la e pra mim foi uma das conversas mais dolorosas que tive na vida. Cada vez que o nome de Tom era citado, parecia uma facada que eu estava levando. Mas eu fui forte, e cada vez que ela me falava dele, mais raiva eu sentia. Ela me falou tudo: as promessas que ele fazia que os dois ficariam juntos; as declarações que ele fazia para ela; presentes que ele chegou a dar. No final, ele acabava pedindo desculpas e se dizia dividido. No final da conversa nos abraçamos e ela me pediu sinceras desculpas.

As coisas estavam praticamente resolvidas para todos, eu não sabia mais de Tom, ele não havia me procurado, não que eu fosse perdoá-lo, mas ele não foi atrás de mim se justificar depois daquele dia no hospital, o “amor” que ele tinha por mim, acabou rápido, imagino. Minhas notas na faculdade estão baixíssimas, nem em protozoários, matéria que eu adoro, consigo tirar uma boa nota. As meninas que estudam comigo anda preocupadas, mas é impossível prestar atenção na aula quando se tem Tom na cabeça. Eu definitivamente preciso esquecê-lo e vou!

Cheguei em casa depois de mais uma sexta feira cansativa, Louise e Bill estavam lindos, arrumados, assim como Georg e Lua, que estavam sentados num sofá conversando, os quatro.

–Oi, gente! – passei por eles rápido e subindo as escadas, eu não queria ouvir algo que me machucasse, resumindo: Tom.
–Calma, Ju, a gente queria te chamar pra ir numa festa com a gente!
–Ah claro, eu mais dois casais!
–Claro que não, Gustav vai estar lá!
–Não, eu não tô na “vibe” de festa, desculpa e obrigada pelo convite. – Terminei de subir as escadas, entrei no quarto fechando a porta, mas logo depois entra Lua e Louise, sem mal bater na porta.
–Julia, se você ta pensando que sua vida social acabou por causa de Tom, você tem que rever isso aí! Nós temos entradas de graça pro Panorama Bar, a melhor boate de Berlim e você vai ficar em casa? – Lua disse séria e ao mesmo tempo delicada.
–Eu não sei.
–Você sabe, você vai, eu consegui essas entradas na agência, e nós temos que ir. Cheio de caras bonitos, gente legal, o DJ é ótimo! Até o Bill disse que vai dançar!
–Eu preciso ir pra ver o Bill dançando! – eu disse rindo.
–Então vamos te arrumar, vai pro banho enquanto eu escolho sua roupa.

Troquei-me, Louise me maquiou, coloquei um vestido vermelho decotado que realçava meus peitos tamanho GG, naquela noite estava decidido: eu ficaria com alguém e por algumas horas eu me esqueceria do meu ex-namorado. Fomos de táxi. A entrada da boate estava cheia, muitos caras bonitos, porém muitas mulheres bonitas. Entramos e fui logo no bar pegar um cosmopolitan, eu não perderia oportunidade de beber numa festa open bar. Acendi meu Dunhill e fiquei sentada no bar por um tempo, já que não ia ficar com os casais que se agarravam na mesa. Coincidentemente, encontrei Sarah, uma conhecida da faculdade, ela estava com um grupo de pessoas.

–Ué, Ju, está sozinha aí? Eu vi seu namorado não faz nem cinco minutos.
–É mesmo? Não namoramos mais.
–Ah sim. – ela falou meio sem graça. Na hora que ela me disse que encontrou Tom, faltou ar nos meus pulmões, fiquei meio zonza, mas tratei de me recompor e ir à mesa que os meninos estavam, e lá estava ele. Sorridente e conversando com todos como se nada havia acontecido. Até Louise ria do que ele parecia falar. Pensei em dar meia volta, mas não podia, afinal, eu teria que enfrentar meu maior medo naquele momento.
–E aí? – Cheguei rindo e com minha terceira taça de bebida, não estava bêbada e nem havia chegado perto disto, só queria não demonstrar minha fraqueza.
–Oi, Ju. – disse Tom sorrindo. Fui educada e o respondi, mas ainda sim fui fria.

Sentei-me e conversávamos normalmente, Tom já havia ido embora dali mas continuei o procurando, era inevitável. Aos poucos os casais foram saindo e só ficou eu e Gustav na mesa, mas ele deu uma desculpa qualquer e tratou de ir embora. Eu também ia me levantar, mas Tom veio rapidamente até a mim e me fez sentar novamente.

–Acho que a gente precisa conversar, né?
–Sim, também acho.
–Eu só queria pedir desculpas por tudo que fiz, eu sei que você não tem estado bem e nem eu, eu quero ser o mais sincero possível com você. Eu não quero ficar assim com você, Ju.
–Tudo bem, Tom, você errou feio, mas eu não guardo ressentimento, eu te perdôo. Afinal, todas as pessoas merecem serem desculpadas. Você cometeu um erro, reconheceu e está me pedindo desculpas.
–Acho que você não me entendeu.
–Hm? Claro que entendi, você me pediu desculpas pelo que fez e eu aceitei. Sem mágoas e cada um segue sua vida.
–Eu não quero seguir minha vida sem você. Não faz sentido nenhum pra mim. Eu nunca fiquei tão mal como estou agora. Por favor, Ju,volta pra mim.
–Tom, por que? Sério, eu não quero mais ficar sofrendo, com dúvidas sobre tudo, eu quero ter confiança em você, quero que você me respeite e acima de tudo seja sincero comigo. Você não foi nada disso, por que seria agora?
–Porque esse tempo que fiquei longe de você, vi que não adianta, eu posso ter mulheres bonitas, posso ter tudo, mas eu não tenho você e sem você, parece que minha vida não anda, eu não consigo mais ficar sem você. Por favor, Julia, volta pra mim, eu te prometo que vou te fazer a mulher mais feliz do mundo. Eu te amo, de verdade.
–Eu também te amo, Tom, essa vai ser sua última chance de provar que me ama. – Dei uma última chance a ele, minha cabeça falava que não, mas eu não conseguia ser racional quando se tratava dele. Eu o perdoei, não adianta, eu o amo como nunca amei ninguém e acho que não vou conseguir amar nunca. Ele é o amor da minha vida, meu destino, como diz Bill, minha alma gêmea. Nos beijamos, o beijo foi ótimo como sempre, eu sentia tanta saudade daqueles lábios carnudos, daquele corpo perfeito, do meu Tom.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog