sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Maybe Tomorrow - Capítulo 15 - Creep


Julia’s POV

Não podia ser verdade, eu queria voltar no tempo e acreditar que aquilo não tinha acontecido, fiquei estática e por segundos até que eles me vissem passou um filme na minha cabeça, de tudo que eu tinha passado. Só vi Tom levantando da cama, vestindo rápido sua boxer. Eu não conseguia ouvir nada, minhas lágrimas caiam sem permissão. Só me lembro de sentar no chão gelado do quarto com pouca iluminação. Meu Deus, como doía. Parecia que eu havia levado cinqüenta facadas ao mesmo tempo. Não era somente uma traição. Eram duas.

–Julia, eu vou te explicar.
–Explicar o que Tom? O que? Caiu um cisco na porra do olho dela e você como um cara gentil foi tirar? – disse gritando descontroladamente enquanto Louise também chorava de soluçar. Eu não me importava em gritar e acordar a casa inteira. Eu só queria que aquilo tudo não passasse de um grande engano.
–Desculpa, Ju.
–Não desculpo, Tom, não dá pra agüentar. Isso foi tão, tão...Não tenho palavras pra dizer. Caramba, Tom, eu te amo tanto. Pra que fazer isso comigo? Pra que me machucar desta forma, o que eu fiz pra merecer isso? Eu sempre fui uma boa namorada, nunca te neguei nada, sempre fiz tudo pra você e é isso que eu recebo. – eu não conseguia nem falar direito, minha cabeça rodava e latejava de dor, minha voz não saia por causa dos soluços.

Mesmo com sono profundo, Bill ouviu meu escândalo e foi até o quarto, assim como Patty, eu estava envergonhada, todo mundo ali já imaginava que eu era a corna da história.

–Ju, o que aconteceu? Meu Deus, você está péssima. – Patty disse se abaixando e disse olhando para mim com piedade. Depois olhou para Louise e Tom e logo chegou a conclusão do que estava acontecendo.
–Eu disse, Tom, isso não demoraria a acontecer. Vocês são dois inconseqüentes!
–Você também sabia, Bill? E não me falou nada? Eu fui a última a saber? É claro, eu sou corna, me esqueci disso. Merda, por que as coisas tem que ser assim? Se eu soubesse que eu passaria por isso tudo. Eu me arrependo de ter você na minha vida, Tom Kaulitz. Sabe o que eu mais queria agora? Que você morresse. Talvez eu sofreria menos.
– Vem, Ju, vamos lá embaixo. Vou te fazer um chá. E você Louise, fique aí no quarto. Não saia dele até amanhã de manhã.
–Você, Tom, vá para o quarto de Bill e durma com ele.
–Eu vou embora. – Tom disse com os olhos vermelhos, ele não tinha vergonha de chorar.
–Ninguém vai a lugar algum, são três horas da manhã, amanhã vocês resolvam isso. Ninguém vai sair daqui com cabeça quente. – Vem Ju.

Desci com Patty e ficamos na cozinha. Estávamos sentada e desabafei tudo com ela: minha dor; minha cabeça; como eu me sentia impotente; como eu me sentia fraca e traída.

Tom’s POV

O que eu mais temia na minha vida aconteceu, acabei de perder Julia e não imaginava que seria nessa circunstância. Não tive vergonha de chorar. Eu estava sentado na cama de Bill e ele estava do meu lado. Parecia estar sofrendo também, pois chorava, mesmo Bill chorando por tudo, ele sentia minha dor, nós somos gêmeos. Naquela noite não consegui dormir, fiquei rolando na cama até as 6 da manhã.

Levantei acabado, minhas olheiras estavam fundas e meus olhos ainda estavam inchados. Arrumei minhas bolsas e fui com Bill para a pensão de Lua, peguei um metrô de Dahlem, o bairro de classe alta que Louise mora, e fui até Friedrichshain, na pensão de Lua. Chegando lá, claro, ela queria saber de tudo o que aconteceu e eu não só contei o que aconteceu, mas contei também tudo o que passava pela minha cabeça.

–Sabe o que eu acho, né? Bem feito pra você, por ser idiota, por ser infiel, por ser um crápula. Sou sua amiga mas não te defendo porque te conheço, Kaulitz.
–Você também vai me xingar? Eu quero ajuda, não quero ouvir mais esporro.
–Não adianta chorar pelo leite derramado. Dê um tempo para a Julia, ela precisa muito mais que qualquer um envolvido na história. Pelo menos você aprendeu alguma coisa?
–Sim, aprendi que a Julia é a pessoa que realmente amo e quero ficar. Eu pensei que gostava de Louise mas depois de ontem vi que o que eu sinto por ela é apenas um carinho especial. Pelo menos uma duvida saiu da minha cabeça.
–Então quer dizer que você nunca gostou de Louise? – Bill perguntou.
–Sim.
–Seu filho da puta, vou quebrar a sua cara. – Bill foi para cima de Tom atordoado, e Lua, como era baixinha não tinha o que fazer, para a sorte dos três, Georg apareceu bem na hora e conseguiu segurar Bill.
–Ninguém vai bater em ninguém aqui. Sossega o facho Bill. – Bill se virou e subiu as escadas correndo antes que perdesse mais a cabeça. Eu fiquei ali, parado por um tempo e sem falar nada saí da pensão. Eu precisava de ar fresco, caminhar, distrair minha mente. Fui andando até encontrar um Starbucks e tomar um café. Sentei numa praça qualquer e fiquei ali por muito tempo, até eu achar que estava com a cabeça fria e podia pedir desculpas para Julia. Eu precisava reconquistá-la.
Depois disso, fui para a pensão, afinal, eu estava cansado; passei a noite em claro, estava acabado. Quando entrei pela porta da pensão, encontrei Lua aflita na recepção, olhando para o celular.

–O que foi Lua? Aconteceu alguma coisa?
–Aconteceu, Tom!
–E...
–Que Louise tomou alguns remédios de tarja preta e desmaiou, Julia entrou no quarto pra conversar com ela, e a viu caída. Ela foi pro hospital e não está nada bem.
–Qual hospital, Lua, qual? – eu disse já alterado.
– Lá para o Hufeland Krankenhaus!
–Onde fica isso?
– Na Karower Straße.
Valeu.

Fui correndo pegar um táxi para o hospital. Cheguei lá pouco tempo depois, encontrando Bill na porta do hospital fumando.

– Bill, eu...
–Tom, não tem desculpa. Olha o que você fez! Louise ta em coma, é sério, eu tenho muita raiva de você por isso, mas você é meu irmão, eu te amo, não entra, ninguém quer ver sua cara lá dentro. Vá embora antes que eu faça um estrago na sua cara!
–Olha Bill, foi mal, mas eu preciso entrar. – dei as costas para meu irmão e insisti em entrar, ele não veio atrás de mim, devia estar cansado fisicamente e mentalmente. Perguntei para a recepcionista sobre Louise, ela não liberou informação alguma, então entrei sem permissão pelo hospital, próximo a entrada UTI, vejo Patty sentada alimentando Will e Julia parada olhando pela janela. Me aproximei dela, e o toquei seus ombros, Patty mal notou minha presença também.
–Tom, como você teve coragem de vir aqui?
–Você e a Louise tem todo o direito de me odiarem agora. Vim para ver como ela está, e principalmente, você.
–Deixa de ser ridículo, Tom, quanta hipocrisia. Desaparece!

Postado por: Grasiele

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