quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Untouched - 33º Capítulo - I hate this part





Música: I hate this part
Artista: Pussycat Dolls

O mundo desacelera mas meu coração bate depressa agora
Eu sei que essa é a parte onde o fim começa
Eu não aguento mais
Pensei que fôssemos mais fortes
Tudo o que fazemos é nos prolongar
Escorregando por entre nossos dedos
Eu não quero tentar agora
Dizer adeus a tudo que restou
E achar um jeito de te dizer:
Odeio essa parte aqui
Odeio essa parte aqui
Não consigo aguentar suas lágrimas
Odeio essa parte aqui


1 mês e poucos dias depois
Os dias se passaram lentamente e eu pude perceber que minhas lágrimas não fariam a dor parar ou trariam Bill de volta pra mim, então eu parei de chorar. Eu tinha que me acostumar que não iria mais sentir seu corpo no meu e ele nunca mais iria dizer que me amava, nunca mais iria ouvir sua doce voz em meu ouvido ele já não podia mais viver. Acostumei-me com tudo isso porem a dor na consciência nunca foi embora porque me sentia a culpada de tudo aquilo, dois homens morreram por minha causa, queria voltar no tempo e tentar concertar tudo, eu fui tola e destruí meu amor e essa era a única coisa que conseguia sentir no meu coração, a culpa, o peso em minha consciência que nunca ia embora, e isso me fazia não querer viver, eu já não comia mais, não dormia eu não respirava, quando acordava de manhã e não via ele do meu lado e sentia seu cheiro forte as lágrimas voltavam a escorrer.
Eu não possuía mais sentimento algum porque meu coração ficou com ele, o sorriso nunca mais brotou no meu rosto e aquilo me fazia mal, as únicas vezes que eu me sentia fora da escuridão era quando ia visitar o corpo de Bill no hospital, somente o corpo porque a alma já não estava presente, eu toquei em seu rosto por diversas vezes e rezei pra que ele estivesse descansando em paz, há algumas semanas nem isso eu conseguia fazer, não suportei ver o rosto dele e não ouvir sua voz aquilo me deixava ainda mais doente, então não o vi mais.
Está sendo difícil sem Bill como eu nunca pensei que iria ser tão difícil enfrentar a vida, não imaginava que ela seria tão cruel, eu fui perdendo também meus sentimentos e o brilho dos meus olhos se apagaram. Tom, Khristen, Gustav e Georg tentavam me fazer feliz, e eu vi que nem ao menos eles eram, Tom tentava sorrir, mas ele quase não falava sentia que ele não tinha mais vida e nem vontade de viver aquela luz que sempre o iluminava não existia mais, Khristen ficava sempre ao seu lado ela o amava de verdade e ele a ela e isso me fazia querer ver como eu podia ter sido feliz com Bill porem não fui. Georg não ria mais, aquele homem alegre foi embora e Gustav sempre andava sério e quieto os TOKIO HOTEL tinham acabado, e mesmo assim eles tentavam me ajudar.
Recebi cartas de fãs, cartas tão lindas de apoio, percebi que elas me amavam tanto quanto Bill era lindo ver como essas estavam comovidas e sofriam junto com nós, elas o amavam verdadeiramente, nunca o abandonam.
Estou vivendo agora com Khristen em seu apartamento ela me acolheu e tenta me fazer feliz como uma boa amiga eu tento rir, mas esse riso é falso somente pra ela se sentir bem, eu sei que ela percebe e também a vejo triste por não conseguir fazer nada por mim como tem vontade.
De algum dias pra cá sinto as coisas só tem piorado, se já não me bastasse a dor na alma estou tendo que conviver com algumas tonturas, tenho freqüentes enjôos e por diversas vezes desmaiei, acho que estou ficando doente.

28 de agosto de 2016

Era de manhã e o sol brilhava lá fora, mas não aqui dentro hoje eu não fui trabalhar o que me deixava ainda mais sozinha perdida em pensamentos sombrios isso era assustador. Eu ainda permanecia de pijama e com os cabelos despenteados e não tinha comido absolutamente nada, estava assistindo qualquer coisa na TV, já quase não passava noticias sobre ele e quando passava eu teimava em assistir e me machucar ainda mais, meus olhos agora eram profundos devido à insônia e eu me sentia tão mal ao ponto de desmaiar foi quando ouvi a porta se abrindo e mudei minha feição assustadora.

–Bom dia amiga, não quis te acordar e fui ao supermercado. – Khristen se atrapalhava com as sacolas.
–Bom dia. –Disse fraca. – Espera vou te ajudar.

Quando tentei me levantar a minha cabeça rodou e tudo começou a ficar escuro me apoiei no braço do sofá pra não cair e sentei nele respirando fundo, Khristen se assustou e correu até a mim pra me segurar.

–Ei o que foi?
–Não é nada, apenas aquela tontura chata. – Sorri de leve.
–Estranho isso Alana, todo dia a mesma coisa. – Arqueou a sobrancelhas.
–Não foi nada, deve ser labirintite, mas então o que trouxe de bom? – Mudei de assunto.
–Ah você vai adorar. – Ela foi até as sacolas. – Comprei aquela lasanha quatro queijos que você adora, cheia de molho e lotada de queijo, hum delicia. – Fez cara de fome.

Lasanha? Queijo? Molho? Meu estomago se embrulhou completamente e senti alguma coisa subindo em minha garganta era o maldito vomito, deixei Khristen falando sozinha e corri até o banheiro abaixei a cabeça no vaso e vomitei tudo, o problema era que não sei de onde saiu tudo aquilo sem nem eu ao menos comia, estava tossindo desesperada até que saísse tudo quando terminei dei descarga e fui a pia lavar a boca quando me assustei com o reflexo de Khristen no espelho.

–Alana você... - Ela se aproximou.
– O que tenho eu?
–Alana você está grávida. – Disse sorrindo perto de mim.
–Eu grávida? Não, não, não posso estar grávida não é possível. – Nos meus pensamentos eu verifiquei que era sim possível. – Não posso, não posso. – Olhei em seus olhos.
–Amiga você está com tonturas enjôos não come nada, é lógico que só pode estar grávida!
–Claro que não! – Quase gritei.
–Então me dia só uma coisa... Você usou camisinha com o Bill? – Arqueou uma sobrancelha.
–Lógico... Não, não usei. –Olhei pra baixo concluindo.
– Eu sabia, estou desconfiando a dias, amiga você vai ter um filho. – Seus olhos brilharam.
–Não posso ter um filho Khris, não posso. – Me martirizei.
–Quem disse que não? Claro que pode e seria sim muito bom isso, vamos se troque. - Me empurrou.
–Me trocar, pra que?
–Vamos ao médico imediatamente confirmar isso.
–Já disse que não estou grávida, não quero ir ao médico não é preciso. – Me alterei.
–Então não custa nada fazer um exame pra ver se não está grávida mesmo – Ela bufou. – Vai logo.

Fui para o quarto colocando qualquer roupa que tinha em cima da cama, era lógico que eu não estava grávida eu não podia estar grávida era a única coisa que não podia acontecer numa hora dessas, eu engravidar e meu filho não ter um pai não queria fazer mais uma pessoa sofrer por minha causa. Voltei pra sala onde Khristen já me esperava rodando a chave do carro na mão, quando me viu pegou minha mão e andou segurando meu braço até o carro como se quisesse me amparar.

– Khris eu já to bem, não precisa querer me pegar no colo.
–Vou cuidar do meu sobrinho oras!
–Já disse que esse sobrinho não existe impossível.
– E se existir?

Não respondi nada  e ela continuou a me encarar logo percebendo que eu não iria falar nada por falta de respostas, caminhamos quietar até o carro e fomos até o hospital sem falar nada, eu estava muito ocupada pensando o que iria fazer da minha vida se estivesse mesmo grávida.Chegamos rápido e logo subimos o elevador e o médico nos atendeu rapidamente porque não tinha ninguém esperando, ele disse que eu precisava fazer alguns exames de sangue e que não iria doer nada, mas mesmo assim eu queria chorar não de medo de agulhas e sim com medo do resultado.

–Alana não se preocupa, se você estiver mesmo grávida eu vou estar aqui pro que der e vier, não tenha medo. – Ela disse me olhando nos olhos.

Então eu sai com o médico olhando pra ela como se pudesse me socorrer, Khris apenas me olhou me dando apoio e ficou no sofá sentada. O médico furou a minha veia apenas uma vez e já disse que estava pronto e que poderia voltar pra junto da minha amiga e esperar alguns minutos e logo iria me chamar, ele fez um curativo e me mandou segura-lo eu andei até fora da pequena sala branca e encarei Khristen que me esperava no sofá me olhando com dó, sentei do seu lado e apoiei minha cabeça em seu ombro ela me abraçou.

– Eu não posso ter esse filho Khris não posso...
–Pode sim querida. – Ela tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. – A gente cuida dele. -sorriu.

O médico chegou nos olhando sorrindo e logo sentou na nossa frente com as mãos entrelaçadas, eu o olhei com espanto e com medo do que ele iria dizer não queria ouvir porque acho que já sabia a resposta.

– Parabéns senhorita, você vai ser mãe.

Minha boca se abriu e aquelas palavras haviam caído como pedras em cima de mim me sufocando, olhei pra baixo sentindo as primeiras lágrimas caírem nos meus olhos eu já não sabia se era de emoção ou tristeza porque meus sentimentos agora eram confusos, o que eu iria fazer com essa criança? Ela iria crescer sem um pai, o que eu faço agora meu Deus?

– Porque a senhorita está triste?E o pai da criança? – O médico me olhou.
–Ele morreu... – Olhei em seus olhos chorando.
–Sinto muito senhorita. – Ele disse com pena.

Olhei pra Khristen ela não sorria mais porque viu o estado em que eu estava e isso feriu seus sentimentos, ela me abraçou me dizendo que iria ficar tudo bem e me levantou junto dela ainda me abraçando pra sairmos daqui, o médico continuou a nos encarar com pena. Eu chorei em seu ombro em tudo caminho até o carro ela alisava meu cabelo como se fosse uma mãe, até entrarmos no carro. Virei-me pra frente deixando as lágrimas escorrerem tranqüilas enquanto ela dirigia sem falar nada apenas me olhando de vez em quando.
Olhei para minha barriga sem sinal nenhum de gravidez e comecei a passar a mão por cima dela tentando sentir alguma coisa, a idéia de que eu teria um filho já não era tão assustadora quando os segundos passavam, eu teria essa criança e a faria feliz de qualquer modo, sendo pai e mãe e cuidando tão bem dela como se Bill estivesse cuidando. Aos poucos um sorrido foi brotando dos meus lábios que não sorriam há tempos e agora as lágrimas já não era de tristeza.

– Você já o ama antes mesmo de nascer não é? Eu sabia que você iria ficar feliz, Alana uma criança vai mudar sua vida, vai ser um pedacinho de Bill crescendo em seu ventre e você vai te-lo pra sempre ao seu lado agora.
– Vou sim, irei amá-lo por nós dois. – Olhei pra ela chorando.

Chegamos em casa e subimos até seu apartamento com um leve sorriso em nossos rostos, meu filho nem havia nascido e eu já daria minha vida por ele a qualquer minuto parecia um amor intenso a brotar no meu coração, eu viveria pra ele.

–Agora trate de comer mocinha, quero essa criança bem gordinha pra poder apertar suas bochechas. – Ela fez os gestos com a mão.
–Vou tentar...
–Alana teu celular ta tocando. – Ela apontou pro meu bolso.

Abri meu bolso olhando o número para ver quem era e era Tom, não sei, mas uma forte pontada me doeu em meu peito e eu atendi com medo.
– Alo Tom.
–Oi Alana. –Disse desanimado. – Eu preciso conversar com você é urgente, dá pra Khris te trazer aqui agora? Precisamos falar sobre uma coisa e tem que ser imediatamente. – Sua voz era tão tensa ele parecia realmente preocupado.
–Tudo bem eu vou.
–Estou esperando. – Desligou.

Olhei pra Khris assustada, e ela percebeu.

– Tom precisa falar comigo, ele está estranho, parece triste...
–Vamos lá. – Abriu a porta me pegando pela mão.

Novamente saímos no carro dela até o apartamento que Tom tinha comprado a pouco tempo pois eles todos resolveram mudar para Alemanha já que não tinha mais banda iria ficar perto de suas famílias, quanto mais chegávamos perto mais meu coração parecia estar apertado não sei porque mais tinha um pressentimento ruim do que iria ser dito por Tom. Chegamos até lá subindo de elevador até seu andar luxuoso e tocamos a campainha.Tom nos atendeu com medo no olhar e estando sério deu um pequeno beijo em Khris e um beijo em minha bochecha, nos convidou a entrar e quando entrei vi Gustav e Georg sentados em uma grande mesa nos olhando também sério, o clima estava pesado e eu já podia sentir o que Tom havia decidido.

–Sentem – se. – Tom apontou para dois lugares.

Ele se sentou em nossa frente grudou as duas mãos colocando ambas em cima da boca e apoiando a cabeça levemente sobre elas, ele olhava rosto por rosto calmamente piscava lentamente e respirou fundo antes de falar o que já sabia.

– Eu venho pensado há muito tempo e acho que a hora já chegou. -Suspirou. – Bill precisa descansar em paz, não merece ficar naquela maca eternamente, acho que chegou a hora de desligarmos os aparelhos dele... E deixá-lo livre daquilo tudo... Todos vocês concordam com isso? – Ele olhou para nós.

Eu olhei nos olhos do Tom e pude ver sua tristeza em dizer aquelas palavras uma lágrima escorreu por meu rosto e eu abaixei a cabeça pra escondê-la com as mãos apertadas sentindo que agora eu perderia até mesmo seu corpo, mas aquilo era a coisa certa a fazer ele merecia mais que ninguém morrer com dignidade, então não iria impedi-lo, iria chorar em silêncio, só que antes disso eu tinha que me despedir e falar com ele pela ultima vez sobre nosso filho.

–Pode ser... – Gustav falou.
–Ele merece ter um enterro digno. – Georg olhou pra parede.
–E você Alana... Concorda? Não faremos nada sem você. – Tom me olhou preocupado.

Eu limpei as lágrimas que caiam e olhei pra eles deixando outras caírem, eu teria que falar a verdade.

– Eu estou grávida. – Abaixei a cabeça.

Ouve um grande silêncio naquela sala e nada foi ouvido por alguns instantes eles me olharam assustados sem crerem, principalmente Tom que entreabriu a boca, eu podia jurar que ele não havia gostado.

–Você está... Grávida?
–Sim, desculpa...
–Meu Deus você está grávida, eu vou ser tio, você ta grávida, ah meu Deus. – Tom abriu um imenso sorriso.

Aos poucos todos começaram a sorrir e Khristen sorriu satisfeita, pois sabia que eles teriam essa reação, Tom veio até mim e se agachou do meu lado colocando o ouvido na minha barriga e depois a beijou deixando algumas lágrimas brotarem.

–Oi amiguinho. – Ele sorria satisfeito. – Vou cuidar de você como fosse seu pai, porque ele me fez prometer que iria cuida da sua mãe e você é parte dela, dele e minha também.– Tom sorriu pra mim e eu chorei.

Gustav e Georg também sorriram e correram até a mim ficando todos agachados e relando em minha barriga como se meu filho já estivesse em meu braço, Georg colocou o ouvido nela e olhou assustado.

–Ele não chuta? – Arregalou os olhos.
–Sua anta, olha o tamanho da barriga dela o bixinho ainda é um feto. – Gustav bateu em sua cabeça.
– Ai, para. – Olhou emburrado e nós todos rimos.

Khristen também veio perto de mim e ficou ao meu lado alisando meu cabelo eu olhei pra ela satisfeita agradecendo por tudo.

–Obrigada Alana, agora é uma parte de Bill que vai sempre estar com nós, vou cuidar dele Alana vai ser como meu filho nunca vou deixar faltar nada pra essa criança, principalmente amor. – Ele tocou de leve a barriga.
– E nem eu, também cuido dele como se fosse meu. – Gustav se aproximou. – Vou ensinar ele a jogar bola, e se for menina vou ensinar do mesmo jeito. – Ele riu.
–Me incluam nessa, todos nós vamos cuidar da criança, nunca vamos deixar você sozinha. – Georg me olhou nos olhos.

Eu estava completamente emocionada por aquilo, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto, mas de felicidade aquela criança seria mais amada do que eu podia imaginar, todos já amavam meu filho e isso me deu forças.

–Porque ta chorando. – Tom perguntou?
–Porque vocês me fazem a mãe mais feliz do mundo. – Sorri chorando. – Obriga!
  
Todos me abraçaram e eu sorri nos braços deles, sentindo o calor de três pais pro meu filho, nada poderia ser mais perfeito, quer dizer poderia sim, porem isso não teria jeito era algo impossível e eu já havia me contentado.

–Meu filho vai ter quatro pais, nada mal. - Dei risada.
–Quatro pais e duas mães! – Khris sorriu e me deu um beijo estalado na bochecha.

 Tom se afastou lentamente e aquela cara de antes voltando sua seriedade olhou pra mim com os olhos cheios de lágrimas e eu sabia o que ele queria dizer esperava pela minha resposta me olhando com pena.

– Ele merece descansar... Vamos deixá-lo descansar. – Uma lágrima fria escorreu por meu rosto, eu toquei em meu ventre e sorri. – Sua missão já foi cumprida, e ela não poderia ser mais bela. – Olhei nos olhos de todos. – Mas antes... Eu preciso falar com ele pela ultima vez, ele merece sentir seu filho antes que se vá, só preciso disso. – Deixei as lágrimas rolarem.

Tom sorriu de leve e assentiu com a cabeça concordado, deixando as lágrimas escorrerem fáceis por seus olhos, todos viram que era apenas isso que eu desejava e nada mais, e eles sorriram fracos se preparando para o fim ou para o começo.

Postado por: Grasiele

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