quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Untouched - 30º Capítulo - So far away


Música: So far away
Artista: Staind

Essa é a minha vida
Não é mais como era antes
Todos estes sentimentos que tenho compartilhado
E estes são os meus sonhos
Que eu nunca vivi antes
Alguém me sacuda, porque eu...
Eu devo estar dormindo
Agora que estamos aqui, tão distante
Todo o esforço que fizemos foi
em vão
Todos os erros, uma vida contida
Todos eles começam a ir embora
E eu sinto que eu consigo encarar o dia
Eu consigo perdoar,
E eu não me sinto envergonhado
De ser a pessoa que eu sou hoje
Essas são as minhas palavras
Que eu nunca disse antes
Eu acho que eu estou bem
E esse é o sorriso
Que eu nunca mostrei antes
Estou com tanto medo de acordar
Por favor não me sacuda

Bill

Abri os olhos devido ao sol entrando forte pela janela, vendo o céu azul claro e o vento balançar as cortinas daquele quarto. Alana permanecia deitada sobre meu peito nu dormindo como um anjo belo, seus cílios pareciam enormes fazendo sombra no seu rosto intocável, sua respiração calma fazia meu coração acelerado por estar junto dela, se acalmar, o poder que ela exercia sobre mim era fantástico.
Aos poucos meu peito parou de descer e subir velozmente e eu coloquei as mãos suavemente em seu cabelo o acariciando deis da raiz até as pontas no final de suas costas, ela começou a se mexer de vagar como se quisesse despertar e eu fiquei feliz por logo poder ouvir sua voz, só que ela se acalmou novamente.
Meu telefone tocou em cima da mesa com um barulho irritante, com cuidado porem rápido coloquei a cabeça de Alana no travesseiro coloquei um lençol em volta de mim peguei o celular correndo até o banheiro antes que ela acordasse
–Alô?
–Bill vou te dar apenas um recadinho!

Enrijeci meu corpo ao ouvir a voz de Dave possuída de ódio o sorriso que eu tinha no rosto logo desapareceu e por um instante eu tive medo dele.

–Como você...
–Cala boca e me ouve, eu consigo tudo que quero entendeu? E eu fico muito bravo quando tiram o que me pertence de mim. – Sua voz saia calma.
–Ela não te pertence Dave...
–Fecha a tua boca e fica quieto quando eu estou falando, acho bom você terminar esse seu caso com a Alana.- Uma voz mandando.
–Tá louco?- Revirei os olhos.
–Bill eu estou falando sério, ou você some da vida dela ou ela morre ta entendendo? E não duvide que eu seja capaz  de fazer isso porque sou capaz de tudo pra não vê-la com mais ninguém, ou ela é minha ou nunca será de ninguém. – Ele se alterava.
–Você não seria capaz. –Respondi assustado.
–Experimenta pra ver. –Ele gargalhava.
– Eu a amo e não vou deixe-la nunca entendeu? E não adianta você tentar fazer alguma coisa eu não irei permitir...
–Ah Bill, não duvide das minhas palavras nunca. –Ele estava nervoso. – Meu recado ta dado ou você sai de perto dela ou, você fica sem a vida dela. –Ele sorria, era possivel sentir.
–Já disse que não vou fazer isso!- Falei decidido.
–Então sofra as conseqüências. – Desligou o telefone.

Dei um soco na parede com toda raiva que possuía fazendo minha mão doer e ficar vermelha, nunca tive tanto ódio em toda minha vida de alguém como tenho dele, sinto vontade de matá-lo com minhas próprias mãos.
Mesmo não acreditando que alguém seria capaz de uma coisa dessas, eu senti a firmeza na voz dele a decisão em suas palavras e eu sabia que ele seria capaz disso não duvidava, quando um homem está cego por uma mulher ele é capaz de tudo até de tirar a vida dessa.
Sentei na ponta da banheira colocando minha cabeça entre meus braços para que as minhas decisões se tornassem sábias tentando decidir a minha vida e a dela, talvez errando.
Não sei quando tempo fiquei ali parado na mesma posição acho que foi por muito porque o sol parecia abaixar.
Eu tinha duas opções a primeira seria ser o mesmo covarde de sempre deixando Alana a fazendo sofrer como um dia fiz virando um monstro, e deixando com que ela sentisse ódio de mim durante toda sua vida e eu tinha a segunda opção que era enfrentar os problemas e não dizer nada a ela amando-a até o ultimo segundo de nossas vidas a protegendo com a minha própria vida.
De longe a segunda opção era a mais heróica e romântica, mas se eu falhasse? Permitindo que algum mal venha acontecer com ela? Não irei me perdoar se algum dia isso vier acontecer, sei que morreria junto dela pois minha vida não teria mais sentindo porem não seria justo que a vida da pessoa que mais amo no mundo seja tirada então comecei a pensar melhor na primeira opção de ser o covarde mesmo achando que seria mais covarde pensando em mim e deixando-a correr risco.
Foi ai que uma idéia apareceu junto com um sorriso, e seu eu a pedisse em casamento e nós fugíssemos pra bem longe onde ninguém possa nos encontrar um lugar e onde ''ele'' nunca nos encontre mesmo que seja só por algum tempo até que ele finalmente esqueça-se dela porque um dia ele terá que esquecer. Tenho certeza que meus amigos me apoiariam e essa seria a melhor decisão a tomar e seria a única salvação pra nós dois, porque já estou cansado de minha vida ser estragada e eu não deixarei sua vida ser estragada novamente.
Sei que não seria fácil pra ela, mas espero que ela me ame o suficiente para isso, não contarei sobre as ameaças de Dave porque não quero vê-la assustada.
Sai do banheiro ainda confuso porem decidido procurei minhas roupas pelo chão com pressa até achar todas, eu iria comprar aliança pra ela uma bem bonita e especial, Alana iria gostar, eu acho...
Quando olhei pra cama note que Alana estava acordada me observando atenta.

–Aonde você vai? –Ela mantinha um largo sorriso no rosto.
–Vou dar uma saidinha e já volto tudo bem? Espera aqui. – Abotoava minha calça.

Fui até lá selando meus lábios nos dela de leve, ela segurou meu rosto e me beijou mais aprofundadamente por um minuto pensei em desistir e cair em cima dela, mas eu tinha que fazer isso rápido então desgrudei nossos lábios.

–Tenho que ir!- Sorri de olhos fechados.
–Certeza? –Falou manhosa.
–Sim toda certeza.

Sai pela porta andando de costas pra essa não parando de olhar Alana com um sorriso no rosto então acenei e fechei porta.

Alana
  
Sentia-me uma estúpida por ser tão dependente como estava sendo dele, talvez até mais do que eu poderia ou queria, eu já me sentia completamente dominada e isso não era bom porque eu não queria isso. Talvez a gente estivesse indo rápido de mais naquilo tudo e meu maior medo era acabar me machucando outra vez, isso não poderia acontecer, pois não tinha mais forças para isso. Acho que deveríamos ir com mais calma e não passar dos limites como já tínhamos passados.
Não queria aquela antiga vida de volta, queria uma nova e espero que ele aceite porque iria falar sobre isso com ele, mas eu o quero de todo jeito, apenas não quero me precipitar e ser boba.

Bill

Sai do hotel apressado pegando meu carro e partindo imediatamente até o centro da cidade onde existiam muitas lojas, sim eu estava nervoso e podia ver isso pelas minhas mãos que não paravam de tremer, nunca estive tão decidido em minha vida porem a idéia de casamento assustava qualquer pessoa inclusive os homens, eu tinha medo.
Cheguei na loja de jóias mais badaladas de toda a Alemanha ela era bem cara e possuía coisas lindas, a atendente foi simpática e acho que ela não me reconheceu então agiu com naturalidade ao mostrar os anéis, eu disse que o preço não importava e ela me mostrou os anéis mais caros da loja só que nenhum me agradava não conseguia ver Alana usando aquelas peças pesadas e luxuosas por ser tão delicada e simples aquilo não tinha nada a ver com ela e eu estava acostumando a ficar frustrado sem olhar direito o que a mulher me mostrava.
Foi em uma dessas distrações que me deparei com a peça mais linda que tinha visto na loja e em minha vida, ela era prata coberta por diamantes fazendo um lindo desenho em toda sua cobertura um tanto pouco ondulada não era muito grande como as outras mas era grossa mesmo sendo de uma delicadeza estrema o que me lembrava perfeitamente Alana e era essa mesmo que iria levar.

–Eu quero essa. - Meus olhos brilharam e eu apontava para o vidro.
–Essa? – A mulher me olhou com nojo. – São apenas 2.000 Euros. –Disse com desanimo.
–Pode pegar é essa mesmo. –Afirmei sorrindo.

Para qualquer pessoa 2.000 euros seria um grande dinheiro, mas não comparado ao preço dos outros anéis que ela tinha mostrado esse deveria ser um dos mais baratos que havia naquela loja caríssima e eu tenho certeza que Alana iria preferir esse do que um que custasse 20.000 euros e pesasse um quilo.
Dei o cartão para a mulher e ela em poucos minutos me devolveu ele junto com uma sofisticada embalagem que possuía o anel dentro eu o peguei sorrindo colocando no bolso da minha jaqueta saindo correndo em direção ao carro.
Meu coração parecia querer voar e meu carro também de tão rápido que eu estava correndo, não agüentava de ansiedade queria ver logo sua reação me esquecendo por completo do motivo real de estar fazendo isso.
Cheguei ao hotel onde a grande quantidade de fãs sempre aguardavam eufóricas espero que elas me perdoem por sumir algum tempo eu voltarei e darei tudo o que sempre dei a elas em dobro, seber que elas iriam gritar e espernear quando souber que eu estarei casado aquilo era um fato engraçado.
Subi o elevador batendo os pés no chão esperando que chegasse logo, andei pelo ultimo andar e parei em frente ao quarto de Alana encarando a porta, meus pés fincaram no chão e eu comecei a soar por um minuto pensei que fosse desmaiar. Fiquei parado por alguns segundos tentando me acalmar e parar de tremer, eu não queria assustá-la iria falar aos poucos começando com a parte dela já começar a ir arrumando as malas para partirmos, temi por ela se assustar, mas eu tinha que ser rápido e se ela me amasse iria concordar com qualquer coisa.
Olhei para o meu relógio e estava marcando seis da tarde memorizei esse número para que nunca me esqueça, bati na porta e tomei fôlego.

Alana

Eu já havia levantado daquela cama ainda quente com o cheiro do Bill, tomei um banho relaxante com dó de tirar o seu cheiro do meu corpo.Sai de lá e coloquei uma roupa leve e me sentei na cama para ficar sentindo ainda mais o seu cheiro.
Alguém bateu a porta e eu sabia que era Bill andei até lá e a abri devagar vendo aos poucos o rosto dele que sorria como um anjo fazendo meu coração se derreter e esquecer-me tudo que havia pensando anteriormente.
Bill entrou pelo quarto  fechando a porta atrás de si andando até a mim serenamente, ele relou de leve no meu maxilar com as duas mãos aproximando seus lábios do meu e aos poucos sua língua invadiu minha boca se mexendo suavemente me deixando um pouco desesperada por mais me pondo a colocar minhas mãos em seu rosto o beijando com mais força e ele logo desgrudou os lábios de mim colocando a boca perto do meu ouvido.

–Arruma as malas pra gente ir embora?. –Ouvi a felicidade em sua voz.
–O que? –Não havia entendido bem, ou pelo menos pensei que não.
–Vamos ir embora, arrume as malas pra sairmos daqui, iremos pra bem longe daqui, do mundo de todos começar uma vida nova tudo outra vez.

Eu fechei os olhos como se não tivesse entendido de novo, tirei as mãos do o rosto que ainda sorria e me afastei olhando para trás de costas pra ele.
Rezei pra que ele estivesse brincando e admitisse logo porem era verdade eu vi em seu rosto.
Não iria fazer isso, não mais, não queria e nem por um segundo passou pela minha cabeça abandonar tudo pra ficar com ele e isso não iria acontecer de novo, não vou sofrer mais e destruir tudo que tinha construído nem que isso destrua a ele.
Tinha medo apesar de amá-lo mais que tudo, meus olhos começaram a arder por saber que iria magoar ele profundamente com minha resposta e acabar me magoando também só que é melhor fazer isso agora do que depois.
Virei-me pra ele com a feição que possuía no momento e sei que não era feliz era de tristeza, Bill ainda sorria porem quando percebeu o que viu no meu rosto seu sorriso foi desmanchando aos poucos.

–Não. –Disse séria. –Bill eu não vou sair daqui nunca e nada vai me obrigar a isso por mais que... –Respirei. – Eu amo você, mas não vou largar tudo que tenho por isso, não irei abandonar minha vida, minha família meu trabalho por você. – Respondi seca olhando bem em seus olhos.

Ele me olhou engolindo seco, vi sua expressão virar de preocupação a horror, senti sua respiração eufórica se acalmar e seus olhos a pararem de brilhar, acima de tudo vi suas esperanças irem embora e eu não podia fazer nada.

–Por quê? –Sua voz saiu embargada.
–Porque Bill? Porque você está fazendo isso comigo outra vez? Porque está me fazendo sofrer, eu não quero sofrer não posso sofrer mais. –Eu comecei a gaguejar. – Por favor, não diga isso pra mim Bill é a única coisa que não posso te oferecer é isso não, jamais...

Ele olhou pra baixo suas mãos estavam soltas do lado do corpo sem terem onde ser colocadas seu cabelo preto em cima dos olhos dava uma aparência mais melancólica a ele fazendo meu coração parar de bater, ficamos em silêncio e eu ainda continuava a olhar pra ele como se ainda existisse esperança dele retirar as palavras. Bill ergueu a cabeça de leve e vi seu rosto banhado de lágrimas escorrendo mutuamente de seus olhos castanhos, que me olhavam perdidos, sua esperança tinha morrido.

–Você nunca vai me perdoar não é mesmo? –As lágrimas que eu nunca tinha visto antes, jorravam.

Olhei pra baixo começando a derrubar as minhas também me sentindo um monstro terrível, mas esse monstro era mal porem certo, eu era covarde e nada disse muito menos encarei seus olhos.

–Então muito bem. –Tentava se acalmar. –Vou ir embora, te deixar em paz vou sair da Alemanha.

Eu tremi a ouvir isso porque nunca pensei em ouvir isso dele, Bill não era covarde era forte e não sabia que podia ter o abalado tanto assim, eu não poderia deixar ir ele embora, as coisas não precisavam ser do seu jeito não precisávamos daquilo pra viver feliz. Olhei em seus olhos encharcados e as lágrimas saíram ainda mais dos meus e dos deles, me aproximei dele colocando as mãos em seu rosto pra suplicar por uma tentativa.

–Bill não precisa ser assim!
–Você escolheu ser assim! - Ele passou o rosto em minha mão.
–Eu não escolhi isso Bill e não quero viver em paz só quero ser feliz perto de você. – Segurei forte o seu rosto.
–Eu também estava tentando ser feliz, mas não posso...
–Você pode. – Acaricie seus olhos.
–Nunca poderei. –Seus olhos se fecharam e uma lágrima escorreu.
–Bill eu te amo!- Ele abriu seus olhos.
–Não tanto como eu te amo.

Bill me olhou com os olhos embargados como se eu pudesse de alguma forma tirar a dor que ele sentia com as mãos, mas era tarde de mais e eu já tinha o machucado suficiente para as cicatrizes nunca sararem, me senti como se tivesse matado alguém porque eu via que a vida foi levada dos seus olhos.
Olhei perdida pra ele, minhas mãos escorregam do seu rosto e foram parar do lado do meu corpo soltas como se eu não as tivesse. Aquelas palavras me feriram mais do que eu podia imaginar mesmo sabendo que aquilo mesmo sendo horrível era verdade, ele tinha razão.
Ele colou seu corpo no meu sua mão esquerda subiu no meu rosto o acariciando de leve e eu pude sentir seu ultimo toque frio e sem vida fechei os olhos apreciando aquilo, ele tentava limpar minhas lágrimas mesmo que as deles fossem mais pesadas, Bill aproximou seu corpo do meu ainda me tocando.

–Me promete que vai ficar bem? – Seus olhos estavam fixos em mim.
–Bill... –Implorei.
–Prometa que vai ficar tudo bem com você. –Ele segurava meu rosto com força deixando as lágrimas caírem. – Promete que não vai deixar ninguém te fazer mal, promete, por favor. –Seus olhos estavam grudados nos meus me implorando com força.

Deixei minhas lágrimas rolarem molhando toda sua mão o fazendo chorar mais, Bill parecia estar se condenando e aquilo, não era preciso. Abri meus olhos e olhei bem nos seus, já rendida.


–Eu prometo. –Lágrimas saíram.
–Eu te amo.

Bill  pegou meu rosto com as duas mãos o aproximando do dele  e o seu do meu, ele começou um beijo quente e sofrido, senti as tristeza pelos seus lábios salgados de lágrimas e ele me beijava com toda a vontade que podia juntando suas lágrimas com as minhas, minhas mãos foram parar fortes em seu rosto como se pudesse prende-lo pra sempre perto de mim, mas isso não seria possível e senti suas mãos largarem meu rosto.
Ele estava de olhos ainda fechados com sua boca vermelha e as lágrimas escorrendo por sua bela face ferida eu senti a dor que ele sentia apenas vendo o que fazia a minha ser ainda maior. Ele abriu os olhos lentamente tirando as minhas mãos que ainda seguravam o seu rosto as largando do lado do meu corpo, ele se virou de costas e eu peguei sua mão rapidamente.

– Não me deixa... – Quase gritei.
–Sinto muito...

Ele não olhou pra mim permanecendo de costas soltou minha mão andando lentamente até a porta minha vista embaçada via ele cada vez pior até que não o vi mais, apenas escutei a porta ser fechada.
Cai de joelhos ao chão sentindo minha vida sendo levada de mim... 

Postado por: Grasiele

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