Untouched - 27º Capítulo - Wegweiser

http://www.youtube.com/watch?v=mq_cO1N0doA 

Música: Wegweiser

Artista: Panik

O ar queima cicatrizes no pescoço

(eu tentei fugir mas perdi)
Esse olhar nunca me deixa sozinho
(está preso em mim como uma sombra) 

Bill

 
Ela soltou minha mão e eu tive medo por isso a vi andar até aquela porta e temer pelo que iria acontecer, deveria ter a enfrentado e ido atrás dela mesmo que não quisesse, minha obrigação era protegê-la, me condenei por isso.
Alana parecia tão frágil e ao mesmo tempo tão corajosa, nenhuma pessoa em seu lugar iria enfrentar os problemas igual ela estava enfrentando, e por isso mesmo me senti mal me achei um covarde por não ter ido junto e acabado com aquele cara pelo que fez.
Agora já era tarde de mais e a única coisa que poderia fazer era rezar para que Deus a proteja e não deixasse nada acontecer com minha menina, juntei minhas mãos e as apertei colocando na boca implorando que ela ficasse bem.

Alana

Dave estava sentado no sofá e pelo estado aparentava não ter saído de lá deis de ontem, seus olhos estavam vermelhos me olhando magneticamente eu tive medo daquele olhar, eu adentrei um passo dentro da sala e ele abriu um sorriso falso um tanto malicioso, suas mãos se apertavam em cima do braço do sofá parecendo esmagar o ar, a raiva transparecia em seus gestos.

–Voltou? Eu sabia que iria voltar. –Ele não fechava o sorriso. – Deu pra ele muito essa noite, então ele te abandonou?Te avisei, disse que eu sou seu único dono, e que sempre vai acabar voltando pra mim.

Calei-me com vontade de voar em cima do seu pescoço, mas ele era mais forte e logo acabaria comigo então tentei esconder minha frustração. Dave se levantou do sofá calmamente e veio até mim com os passos vagarosos aproximando seu sorriso sarcástico cada vez mais da minha face, eu senti seu hálito que agora me enojava perto e sua respiração forte correndo em minha face.

–Veio pedir perdão? Se ajoelhe então...
–Eu não pedirei perdão a você nunca. –Disse com ódio. –Acabou Dave, já chega!

Ele me olhou furioso e apertou meu rosto parecendo querer esmagá-lo meu maxilar parecia quebrar sendo triturado, ele aproxima seu rosto cada vez mais do meu.

–Alana, minha cara Alana, nada acaba até eu dizer que acabou ouviu bem? E você me pertence e tem que me obedecer, o que eu quiser você tem que me dar ouviu? Ninguém vai tirar minha putinha de mim você é só minha. – Ele aproximava cada vez mais.

Quando ele já estava a ponto de me beijar eu desprendi suas mãos do meu rosto e o empurrei pra longe, ele caiu no sofá sorrindo.

–Está fugindo? Não adianta... – E se levantou rápido andando até  mim novamente.
–Me deixa em paz Dave, eu pensei que você fosse uma pessoa boa, mas você é um monstro. –Eu cuspi as palavras em sua cara.
– Você me trai e ainda me diz que sou um mostro? Quem você é pra ter direito de falar isso? Você procurou o pior Alana e eu só estou tentando te provar que você é minha. – Seus dentes rangiam.
–Eu não sou sua Dave, nunca fui e nunca serei. – O olhei nos olhos.
–Sim você será sim, se não for minha nunca será mais de ninguém entendeu? –Aquilo foi uma ameaça. - Eu mato aquele desgraçado...
–Nunca mais ouse falar isso de novo. –Eu apontei o dedo pra ele.
–Olha defendendo o amante? Que comovente... – Ele sorria. – Você não tem escapatória nossos destinos estão traçados meu amor, você é só minha apenas minha haja o que houver você vai ser sempre minha. – Ele repetia.
–O maior erro da minha vida foi ter me aproximado de você, agora eu vejo quem você realmente é e isso me dá nojo, como fui tola, você é asqueroso.

Dave me olhou com ódio e levantou a mão me dando um tapa e no rosto com tanta força que me fez cair no chão sentada, eu o olhei com ódio e as lágrimas começaram a sair involuntariamente, o que ele havia se tornado? Ele estava completamente fora de si e por um momento eu vi seus olhos voltarem ao normal e o arrependimento invadir seu rosto, mas logo a fúria veio de novo quando eu me levantei do chão e sai correndo para o quarto, ele veio atrás de mim sempre repetindo as mesmas coisas.

–Você vai se arrepender Alana, me ouça, você vai pagar até o ultimo dia de sua vida, você e aquele desgraçado, estou te avisando. – Ele não parava.

Eu tentava não ouvir o que ele dizia não iria deixar fazer o que queria comigo tentar me dominar, iria ser forte e enfrentá-lo mesmo que pague caro por isso como ele disse. Abri o guarda roupa e comecei a colocar todas minhas roupas em algumas malas com velocidade antes que ele tentasse fazer alguma coisa comigo, podia perceber que estava tremendo de medo e tentava me controlar o que era quase impossível, nunca vi um olhar tão demoníaco ele parecia possuído.
Consegui colocar todas minhas roupas nas malas com muito esforço, também não esquecendo o meu computador onde havia muitas coisas do meu trabalho, isso era ao mais importante no momento.
Dave não havia me perturbado até agora o que achei estranho tudo estava calmo de mais pela sala. Depois de ter certeza que peguei tudo não havia mais tempo a perder sai carregando as malas em direção a porta da sala. observei que Dave estava calado sentado no sofá e tive um alivio, mas ele logo abriu a boca.

–Depois não me diga que não te avisei, é a ultima vez que falo, você vai ser minha nem que seja no inferno. – Seus olhos azuis me fuzilaram. – Eu ainda vou te fazer se arrepender por isso, você vai desejar nunca ter saído por essa porta. – Ele sorriu grotescamente por final.

Algo me disse que deveria ouvir o que ele estava falando, um calafrio percorreu minha espinha um calafrio de que algo terrivelmente ruim iria acontecer, daqui poucos dias eu iria levar a sério o que ele falava e me arrependo por não ter dado ouvidos a suas ameaças, eu iria entender que aquilo não era brincadeira.

Sai tremendo e andei rápido até o Taxi deixando as malas na mão do taxista que esperava com o porta-malas aberto.Entrei chorando desesperada dentro do carro a observei a expressão de aflito que Bill tinha, ele logo colocou seus braços em volta de mim me acolhendo aliviado.

– O que ele te fez? –Disse se alterando.
–Nada Bill, não fez nada. - Eu chorava.
–Calma meu amor, eu to aqui e nunca mais ele vai por as mãos em você. –Ele acariciava meus cabelos.
–Eu tive tanto medo Bill. –Eu sabia que esse medo não era por mim. – Ele era assustador. – Agarrei seu pescoço tentando me proteger.
–Nunca devia ter deixado você entrar lá sozinha, e se ele tivesse feio alguma coisa como eu iria me perdoar? – Lamentava cheirando meu cabelo.
– Não Bill, nunca mais vai acontecer nada. – Eu sabia que estava mentindo.
–Eu nunca mais vou deixar você fazer uma coisas dessas sozinhas, tantas porcarias passaram pela minha cabeça. – Me apertava forte.
–Eu to aqui agora, estou bem...
– Você é parte de mim agora e vou te proteger com minha própria vida. – Fiquei com medo disso. –Eu te amo de mais, não sei o que poderia ter acontecido... Não vou me perdoar por ter te deixado sozinha. – Sua voz estava abalada.
– Bill eu estou bem, eu nunca iria ter te deixado ir. – Eu olhei em seus olhos passando minha mão por seu rosto.

O Taxista entrou no carro e pediu o endereço para onde nós iríamos seguir, Bill disse o nome do hotel que estava hospedado e eu olhei séria pra ele.

–Bill eu disse que...
–Alana eu não vou te deixar sozinha, você vai pra lá e fica em outro quarto tudo bem?É provisório. – Ele olhava agoniado.

Não disse nada ele sabia o que estava fazendo e não iria tentar impedir,deitei minha cabeça em seu peito afogando meu rosto por lá, ele me apertou forte acariciando minhas costas ficamos em silêncio durante a viagem eu ainda soltava algumas lágrimas, mas o coração de Bill me fazia acalmar lentamente, acho que só agora iria ter paz e tentar ser feliz de verdade.
 Em questão de minutos chegamos à porta daquele hotel tão luxuoso Bill desceu comigo até fora do carro sempre abraçado a mim sustentando parte do meu corpo, ele pediu para que o segurança da banda que estava na porta da entrada levasse minhas malas enquanto pedia um novo quarto na recepção, a moça logo lhe deu a chave sorrindo.

–Aqui. –Ele colocou as chaves em minhas mãos. –É no mesmo andar que o meu assim vou poder te visitar. –Ele disse sorrindo aproximando seu rosto.

Subimos o elevador aquele mesmo que subi há quatro anos, eu ainda mantinha minha cabeça encostada no peito de Bill ouvindo seu coração e ele ainda me sustentava.
Entramos em um grande corredor e Bill parou em frente à porta de um quarto.

–É aqui. –Ele me olhava terno. – Vou te deixar sozinha pra descansar. –Ele passou a mão em uma mexa do meu cabelo.
–Tudo bem. –Eu sorri de leve olhando pra baixo.
– O meu é logo aqui. –Ele apontou pro quarto da frente. –Vou estar sempre aqui se precisar. –Ele aproximou seu corpo do meu. –Na verdade, vou estar sempre aqui por toda a vida. – E sorriu.
–Eu sei que vai. –Acreditava nisso.
–Ah, esse é o do Tom, do Gustav e do Georg. –Apontou para os três quartos do lado do seu. - Eles também vão estar sempre aqui, te adoram. –Ele riu.-Agora vou indo amor fica bem ta?
–Vou ficar...Obrigada por tudo isso.
–Não tem que agradecer. –Ele disse se distanciando.

Sorri o vendo entrar em seu quarto de ré olhando-me com ternura, ele parou e voltou  correndo colocando as mãos em meu rosto arrastando seu polegar por meus lábios e me beijando delicadamente, ele parou e continuou a me observar.

–Te amo, te amo de mais. –E entrou em seu quarto.

Fechei minha porta ainda com um sorriso no rosto, o quarto parecia ser gigante e uma cama enorme estava bem a minha frente essa me convidava pra deitar-me dela e assim fiz me joguei em cima da grande cama e adormecendo imediatamente ainda sentindo cheiro de Bill no meu corpo, depois não me lembro de mais nada.

Dave

Eu ainda permanecia sentando no sofá deis do momento em que ela foi embora, minhas lágrimas geladas caiam por meu rosto frio me fazendo ter ainda mais ódio, meu coração parecia se transformar em uma pedra dura e gelada perdi meus sentimentos eu não conseguia mais sentir meu coração bater, limpei as lágrimas com fúria como se pudesse arrancar meu próprio rosto.
 Aquela vagabunda me deixou e eu a amei da forma mais completa e ela não deu valor, então ela iria ver o que um homem traído é capaz de fazer.
Alana iria pagar por tudo o que estava me fazendo sofrer nem que seja a ultima coisa que faça nada vida, assim como a pessoa que mais amo foi tirada de mim eu iria tirar a pessoa que ela mais ama, de alguma maneira eu iria me livrar de Bill.
Ela iria sofrer como nunca sofreu na vida... 

Postado por: Grasiele