quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Untouched - 31º Capítulo - 21 Guns



Música: 21 Guns
Artista: Green Day

Você sabe pelo que vale a pena lutar,
Quando não vale a pena morrer?
Isso te deixa sem ar?
E você se sente sufocando?
A dor pesa como o orgulho?
E você procura por um lugar para se esconder?
Alguém partiu seu coração por dentro?
Você está em ruínas


Eu chorei até não conseguir mais respirar e não ver absolutamente mais nada, minhas mãos estavam apoiadas no chão e minha cabeça inclinada a elas apenas conseguindo sentir as lágrimas abandonarem meus olhos e escorrerem pelo meu rosto até pingarem no chão, permaneci sentada em cima dos joelhos encarando minhas mãos com o cabelo cobrindo todo meu rosto.
Senti que não deveria ter feito aquilo, não tinha que ter deixado Bill partir eu deveria ter seguido-o por onde quer que ele fosse e nunca o abandonado da maneira que fiz. As lágrimas que vi caindo dos seus olhos foram facas entrando fundo no meu peito e eu sei que o que eu disse foram gotas de veneno sendo despejadas em sua boca.
Nunca vou me esquecer da maneira que ele me olhava com todo o seu desespero, mesmo sofrendo era comigo que Bill se preocupava, pra eles as suas lágrimas não eram nada somente as minhas, eu vi que o que ele dizia era mais que a verdade, que Bill vivia por mim, porem eu não quis viver por ele.
Destruí a pessoa que mais me amou em toda a vida sabendo que ninguém vai me amar daquele jeito, ignorei os seus sentimentos e isso foi o maior erro da minha vida, tive medo e esse é o sentimento que destruiu nossas vidas.
Por muito tempo tive ódio dele por ter me feito sofrer, o condenei, o aniquilei e o que eu estava fazendo agora? O mesmo, exatamente o que ele fez há tempos atrás, agora quem era a pessoa má era eu, e fui pior que ele isso tenho certeza, nunca vou me perdoar.
Aos poucos eu não consegui ouvir mais nada, apenas os meus sussurros e o barulho que as lágrimas faziam a caírem no chão, eu tinha perdido ele pra sempre.
  
Bill 
 
Sai pela porta com as lágrimas escorrendo salgadas pelo meu rosto como se fossem facas entrando em mim, andei perdido pelo corredor logo entrando no elevador, não conseguia acreditar nas que ela disse a mim, aquilo vai ser impossível de esquecer, pois a dor foi maior que tudo naquele momento, a minha e a dela.
As suas palavras foram cruéis e havia me machucado como ninguém nunca iria fazer, mas mesmo assim eu entendia o que ela dizia por que eu entendo que ela nunca vai me perdoar.
Dei a ela duas escolhas e ela escolheu a pior para mim e melhor pra ela, no seu lugar qualquer um teria feito o mesmo por isso mesmo talvez isso seja tão dolorido pra mim porque qualquer um teria feito a melhor escolha para si mesmo menos eu porque eu a amava mais do que a mim, sei que ela também me amava e isso não teria duvidas, mas o amor dela não era o bastante pra enfrentar o mundo, o meu era porem acho que esse amor  não suportaria por nós dois então eu tinha que dar ele completamente a Alana e eu teria que ficar sem ele, pelo resto da minha vida inútil nada mais vai me importar além dela, irei respirara-la até o ultimo momento.
Sei que a partir do momento em que ela decidiu por aquilo minha vida acabou de vez, meu coração mal batia, meus ouvidos não ouviam mais nada além da minha respiração fraca, elas lágrimas não cessavam nunca e talvez nunca mais cessassem, meu coração iria parar de bater aos poucos e minha vida longe dela perderia o completo sentido, talvez eu devesse não mais viver porque aquilo seria o menos doloroso porque só assim eu poderia ficar em paz sem a sua lembrança me atormentar.
Cada passo que dava parecia me afastar mais dela, minhas pernas parecia carregar chumbo e eu sentia meu corpo pesado a andar sem destino dentro daquele hotel meus cabelos negros escondiam quase todo meu rosto mesmo assim as pessoas me olhavam e não entendiam o que se passavam comigo, pude ver o espanto em seus olhares.
Cheguei a frente ao hotel mesmo sem saber como tive forças pra isso sai pelo portão com passos vagarosos e pesados sentindo a tristeza em quilos lá não consegui mais andar, minhas pernas não agüentavam mais meu corpo sentei em um banco em frente a avenida sem importar com o que pensariam de mim, apenas minha dor já era o bastante pra me preocupar.
Minhas lágrimas apesar de lentas não paravam, sentei curvado no banco colocando a mão nos bolsos foi quando senti a caixinha do anel  a peguei na mão abrindo e olhando aqueles lindos diamantes brancos que agora não faziam mais sentindo algum fechei a caixa com força deixando as lágrimas escorrerem com mais facilidade e depois a coloquei de volta no bolso.
Não sabia o que iria fazer da minha vida sem ela, só sei que irei continuar a amá-la por toda a vida, o tempo ira passar e eu vou amar ela cada vez mais só que um dia ela vai me esquecer e eu ainda vou continuar com sua lembrança. A única coisa que me arrependo foi não ter dito que a amava mais, disse muitas vezes porem acho que ela nunca se convenceu disso, se eu tivesse tentando mais vezes talvez ela tivesse entendido, ou talvez não.
Permaneci curvado vendo a noite se escurecer cada vez mais assim como minha vida, a única reação viva que tinha era o choro que nunca parava e meu coração que continuava a doer cada vez mais.
O silêncio que estava aos poucos foi acabando e eu ouvi passos pesados se aproximarem de mim, mas nem liguei só fui dar atenção quando essa pessoa me deu um grande soco no rosto e eu cai deitado no asfalto com o corpo dolorido e o rosto molhado olhando para cima tentando ver quem era, estava escuro e eu só pude ver as sombras grandes que cada vez ia se aproximando mais de mim até eu poder ver que aquela pessoa, era Dave.
Ele me olhava com ódio e chegou mais perto de mim, eu tentei me levantar, mas não fui rápido o bastante e senti um chute no estomago que me fez querer vomitar e me curvar me protegendo.

–Você vai morrer desgraçado, eu te avisei pra não brincar comigo. – Seus olhos continham fúria.
  
Ele não me ouviu e continuou a me dar pontapés no estomago e em toda parte do meu corpo, senti meus membros sendo triturados lentamente e meus órgãos perfurados, não tinha forças contra ele pra tentar fazer o mesmo, porem queria e tentava me levantar a todo custo enquanto ele continuava a me espancar. Dave batia com tanta força que até gritava e eu só conseguia gemer de dor segurando forte o chão machucando meus dedos e fazendo uma bola com meu corpo em forma de defesa, ele me olhava sorrindo e me batia cada vez mais e eu comecei a cuspir sangue em todo o asfalto tossindo forte e ainda tentando levantar, ele me deu um chupe bem no meio do estomago que me fez tossir uma grande quantidade de sangue, aos poucos não sentia mais meu corpo devido a dor e minha vista começou a ficar embaçada.
Dave parou de vagar de me bater se virando de costas e me afastando lentamente de mim com a respiração ofegante, eu não iria morrer não daquele jeito covarde eu tinha que fazer alguma coisa pela mulher que amo. Apoiei minhas mãos no chão sujo de sangue me levantando como se estivesse sem minhas pernas apenas sentindo a dor que elas tinham eu gemi alto pela dor no estomago, mas isso não iria me deter consegui aos poucos me levantar com o meu corpo sendo partido no meio até que fiquei em pé tentando sustentar meu corpo com enforço, olhei sua silhueta de trás e gritei com força.

–Ela não te ama!

A minha garganta doeu e eu não me importei, Dave se virou para mim me encarando com os olhos azuis grandes cheios de desejo de me matar, não liguei para aquilo fui forte como nunca tinha sido antes.

–Nunca vai te amar. – O encarava mesmo ele nem me olhando.

Dave se irritou e se aproximou alguns passos de mim.

–Ela é minha, só minha! – Gritou.
–Ela não é sua! – Eu gritei de volta.
–E nunca vai ser sua. – Ele riu.
–Alana não é de ninguém, deixa-a em paz de uma vez por todas. – Diminui o tom de voz.
–Quando digo que ela é minha, ela é minha estúpido e vai ser sempre mesmo que no inferno. – Disse gritando e rindo.
–Seu idiota o que você pensa que ta dizendo? Se você encostar nela  eu te mato.- Disse alto.
– Estúpido você, Alana me pertence.
–Ela ama a mim não a você. –Olhei em seus olhos fundos com toda segurança, eu poderia estar mentindo mas no fundo sei que não.

Dave olhou-me fuzilando transtornado parecendo um louco contrariado, ele abriu sua jaqueta e de dentro dela tirou um revolver de dentro o apontando pra mim com a mão tremula, eu nunca tive tanto medo.

–O que você ta fazendo? Larga essa arma Dave, larga essa arma agora, tira ela da sua mão. – Eu gritei imóvel.

Ele não me ouvia e continuava a apontar aquilo pra mim, eu abanei minhas mãos pra ele tentando impedir, comecei a me aproximar mesmo com medo porem era a única jeito de tentar tirar aquilo da mão dele, minhas pernas tremiam.

–Você acabou com a minha vida. – Seus olhos continham lágrimas.
–Você que acabou com ela sozinha. – Falei baixo. -Larga essa arma Dave e todo mundo fica bem. – Me aproxima mais.
–Não chega perto de mim!- Ele berrou.

Parei no mesmo lugar que estava e ele queria chorar senti a fraqueza que Dave e vi que ele não queria atirar, apenas estava agindo por impulso então continuei andando até ele um pouco mais rápido e a começar a ver seu rosto com mais clareza.

–Já disse pra não chegar perto de mim!

Ele gritou e nessa hora eu ouvi o barulho, olhei em seus olhos e eles estavam esbugalhados me olhando assustados e com a boca entreaberta Dave havia apertado o gatilho, senti o impacto em meu peito e eu também arregalei os olhos colocando a mão direita em cima dele e ele estava molhado, levantei essa mão em até meu rosto e a vi repleta de sangue que escorria fácil entre meus dedos, aos poucos sem eu querer ela foi se abaixando e eu não sentia mais minhas pernas e nem qualquer parte do meu corpo até que cai no chão de costas aos poucos até bater a cabeça no asfalto a entortando para o lado,vi meu sangue invadindo todo o asfalto fazendo uma grande mancha, minha vista começou a ficar fraca e a garganta aos poucos ficou sem ar. Olhei para cima procurando oxigênio e foi ai que vi Dave correndo desesperado para longe enquanto meu corpo foi parando ele me olhou.

Dave

Eu tinha o matado, como fui capaz disso? Como pude chegar a esse ponto matando alguém? Ele não merecia e agora estava ali perdendo a vida caído no chão e tudo por minha culpa, tudo por causa de uma mulher que não deveria nem ao menos sofrer.
As lágrimas de culpa começaram a jorrar dos meus olhos e eu fiquei perdido sem saber o que fazer, só sei que aquilo não teria mais concerto e eu só teria uma chance.
Levantei a arma até a minha cabeça apertei o gatilho ainda olhando nos olhos dele vendo sua vida sendo arrancada, as lágrimas caiam pelos meus olhos, eu os fechei e atirei.

Bill

Ouvi o mesmo barulho ouvido há alguns segundos depois e vi Dave caindo no chão sem vida, ele me matou e depois se matou.
Eu não sentia mais nada meu corpo não me respondia ele não pertencia mais a mim, ainda apenas via com o pouco de visão que me restava o sangue sair mais e mais, meus olhos queriam fechar e mesmo assim eu insisti pra que eles continuassem abertos, mas teve uma hora em que eu não suportei mais e comecei a fechá-los lentamente apenas me prendendo a memória do rosto de Alana que eu iria sonhar eternamente.
A ultima coisa que ouvi na vida foi o barulho da sirene da ambulância se aproximar, mas agora já era tarde de mais, eu havia fechado os olhos.

Tom

Eu estava sentado no sofá com Khristen, Georg e Gustav jogando baralho tranquilamente quanto senti uma pontada forte no peito e eu sabia que era alguma coisa com Bill, telefonei para ele e ninguém atendia até que ouvi barulho de uma ambulância bem na frente do hotel meu celular na hora escorregou da minha mão. Não olhei pra ninguém apenas sai pela porta correndo deixando todos assustados e peguei o elevador sabendo que alguma coisa havia acontecido com meu irmão, o elevador abriu e eu corri até fora do hotel onde vi diversas luzes e muito barulho. Eu corria cada vez mais rápido pensando que nunca iria chegar até lá fora pra saber que não era Bill que eu iria encontrar porem isso não aconteceu porque vi de longe meu irmão estendido no chão completamente encharcado de sangue.

–Bill. –Gritei alto correndo até ele.

Os médicos tentaram me impedir de me aproximar dele, mas a força que eu tive no momento foi mais forte o que qualquer pessoa, não conseguia parar de repetir que aquele era meu irmão e eles me deixaram passar.
Vi ele em meus pés e minhas lágrimas começaram a jorrar, ele estava morto, me atirei no chão caindo em cima do seu corpo o abraçando com toda a força que poderia como se quisesse proteger alguém já sem vida. O seu sangue que era o mesmo que o meu sujou toda minha roupa e eu chorava ainda mais vendo aquele vermelho se espalhar por toda a parte.

–Irmãzinho, irmãozinho fala comigo, por favor. –Eu repetia a ele tentando tampar sua ferida. –Por favor, irmãozinho, por favor, acorda. – as lágrimas não paravam.

Eu chacoalhava seu corpo em meus braços gritando por meu irmão sentindo meu coração parar de bater junto com o dele. Com a visão embaçada pude ver Khristen abraçada a Georg escondendo o rosto da cena e ele olhava incrédulo, Gustav mantinha a mão no rosto e eu vi suas lágrimas sendo derrubas,havia uma multidão nos cercando, pessoas gritando outras com olhares perdidos e outras chorando como eu, como se também fossem irmão deles.
Eu ainda abraçava Bill tentando reanimá-lo e isso seria em vão, queria poder trocar minha vida com a dele naquele momento, mas não fui possível, sem meu irmão eu não poderia mais existir eu queria morrer com ele.
Os médicos conseguiram me tirar de perto e na hora Gustav me abraçou tentando me tirar de perto do corpo do Bill, eles colocaram Bill na maca e depois dentro da ambulância, eu queria ir junto e mesmo que tivesse que matar alguém iria segurar a mão do meu irmão já sem vida por todo o caminho e foi isso que fiz.

Alana

Não sei quanto tempo fiquei ali na mesma posição no chão derrubando minhas lágrimas inúteis com os olhos doloridos e inchados sem saber o que estava acontecendo por perto porque eu estava surda e só ouvia o barulho da minha respiração.
Percebi que as lágrimas não iriam melhorar minha dor e eu também percebi que se Bill não estivesse aqui à vida não teria mais sentido por isso não iria deixar isso acontecer, vou procurar Bill e vou dizer tudo que sinto por ele e mesmo que seja no inferno a gente vai ficar junto.
Sem me importar com a aparência coloquei qualquer roupa que vi pela frente a única coisa valiosa na minha vida era Bill e eu não iria perdê-lo, foi ai que meu telefone tocou e eu senti como se uma faca entrasse aos poucos no meu peito, não queria atender, mas e se fosse Bill? Porem alguma coisa me disse que não era e confirmei isso ao ver o número no celular, apertei o botão e coloquei-o perto do ouvido com medo sabendo que aquele noticia iria acabar com tudo. 

Postado por: Grasiele

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