terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mein Kampf - Capítulo 15 - Tempo ao tempo?

Tremi frio, ao notar seus olhos encarando o fundo dos meus. – Desviei meu olhar simplesmente.
Mudou de ideia tão rápido Duffer? – Não respondeu as minhas desculpas, lançou a pergunta com seus olhos ainda no meu rosto.
Dei os ombros, me mostrando desentendida.
– Que? – Pigarreei para Bill que riu nervoso para mim, olhei sem graça e sem palavras. – Olha Bill, eu acho que eu vou indo e...
– Não! – Exclamou cortando minha frase. – Não vai Duffer, eu preciso te dizer algo.
Diga, eu estou aqui para ouvir. – Me aproximei do seu corpo.
Não me senti bem ao ver Bill naquele estado, era torturante vê-lo naquele lugar totalmente branco com aquelas agulhas espetadas na veia do braço. – Senti um arrepio na espinha, mas embora tenha sentido disfarcei e olhei fixamente para porta.
Você não fala com as pessoas as olhando nos olhos. – Bill me surpreendeu a dizer, e eu abaixei a cabeça sem nada a dizer. – Duffer, eu sinto que... – Bill parou por alguns instantes, parecia querer pensar no que falar. Porque tinha que ser tão perfeccionista? – Eu acho que você não está sendo sincera. – Disse de uma vez.
– COMO NÃO? – Alterei um pouco meu volume de voz e logo me arrependi. – Bill, eu estou apenas tentando melhorar a nossa situação. – Expliquei quase que me defendendo.
O silencio de instalou ali. – Levantei andando de um lado para o outro impaciente. – Silêncios me deixavam doente, odiava aquilo, me deixava mais tensa nas horas mais erradas. Eu tinha medo de usar as palavras erradas com Bill e faze-lo me odiar ainda mais.
Porque diabos eu estou me importando com que ele acha, mesmo?
– O que rolou entre vocês? – Perguntou simplesmente.
Vocês?Senti uma náusea.
Pare com isso! – Bill exclamou. – Não é que eu não tente confiar nas pessoas, eu apenas acho que elas não são dignas da minha confiança. Eu tento criar alguma coisa, mas, eu sempre acabo desistindo porque a duvida perambula na minha mente a deixando cheia. – Desabafou.
Abri a boca diversas vezes tentando achar palavras para responder aquilo dito.
– Eu não estou te entendo, você é complicado. – Me mostrei sincera.
Na primeira parte eu estava me referindo a você e o Tom. – Respondeu e eu esperava por uma resposta não tão diferente. Revirei os olhos.
– Não fique quebrando sua cabeça com isso. Não ouve nada entre nós. – Falei certa do que dizia.
Como eu disse não é que eu não queira confiar nas pessoas, eu tento, mas não consigo. – Virou o rosto.
Está dizendo que não confia em mim? – O olhei.
– Me dê motivos para confiar em você. – Retrucou. – Eu não confio no Tom, e mal te conheço. – Fechou os olhos e eu supus que ele iria dormir. – Eu preciso ficar sozinho.
Aquilo era um pedido para eu sair do quarto? – Ri nervosa por dentro.
Bill estava dificultando as coisas.
– Ok Bill, eu vou sair... – Me levantei, mas, antes fui até o mesmo. – Você não me respondeu uma coisa ainda.
– E o que é para mim te responder? – Perguntou seco.
Se você me desculpa? – Franzi a testa.
Quem sou eu para desculpar você? – Indagou.
Não quis mais ouvir, dei as costas saindo dali. – Encostei, ou joguei mesmo meu corpo contra a parede de um corredor dando de cara com Tom fumando.
Como ele conseguia fumar dentro de um hospital? Aquilo era ou não uma falta de respeito?
Ri alto chamando sua atenção.
Como anda sua relação com o meu irmãozinho? – Deu uma tragada no cigarro, minha boca só faltou babar para pegar o cigarro de sua mão e sair fumando-o.
– Estupida. – Respondi a sua pergunta. – Seu irmão não é fácil, parece que não confia em ninguém. – Esclareci. – Nem sei o porquê estou dizendo isso com você. – Tom sorriu sem graça.
Dê tempo ao tempo Duffer.
– O que está querendo dizer? - Arquei as sobrancelhas.
Pode ser que algum dia você entenda. - Piscou.
Acedi confusa.
Uma sensação pesada se passou pelo meu corpo, e apoiei minhas duas mãos na parede como se quisesse me apoiar nelas para não cair no chão.
– O que foi? – Tom perguntou estranho para mim. – VOCÊ ESTÁ AMARELA! – Notou me deixando pior.
– Eu acho que vou cair me segura... – Tom segurou as mãos na minha cintura e senti minha cabeça ir para trás, me encontrei apagada logo depois.

Postado por: Grasiele

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