segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Dead Or Alive - Capítulo 3 - Born To Be My Baby

"Você nasceu para ser minha garota
E garota, eu fui feito para ser seu homem
Nós temos algo em que acreditar
Mesmo se nós não sabemos onde iremos parar".


Foi Tom que me pegou delicadamente pela cintura e me colocou dentro do carro, amarrada. Seguimos nosso destino, na verdade não sabia para onde estava sendo levada. Não sabia qual era o meu destino, por mais aterrorizada que eu estava não tinha medo. Eu tinha certeza que morta eu não seria... Ou seria?

Mais uma vez o diálogo foi na língua engraçada, Bill sempre bravo e sempre em um tom de voz elevado. Tom sempre o olhava, por mais que Bill se exaltasse, o irmão mantinha a face serena, isso acabava acalmando Bill de certa forma.

Tom parecia ser o catalisador do Bill, mas era nítido também que ele não baixava a cabeça para o irmão, percebi que não existia um líder. Os dois davam ordem e se entendiam muito bem.

Tom estava sentado no banco do passageiro, já era de noite. Olhava completamente vago pelo retrovisor. Os olhos cor de mel brilharam com o farol do carro de trás refletindo no retrovisor, ele franziu o cenho, sentindo incomodo pela luz. Ao abrir os olhos encontrou os meus pelo retrovisor. Ficamos ali, nos olhando. Não consegui decifrar o que eles queriam me dizer, ele franzia o cenho novamente, mas não era por causa da luz, sustentou meu olhar querendo que desistisse te continuar olhando pra ele, mas não o fiz, queria saber o que estava passando na cabeça dele. Sua boca se transformou numa linha e ele cedeu, desviando olhar do meu e olhando para Bill, que mantinha a concentração na direção.

Respirei fundo e encostei a cabeça na janela, observando a paisagem, casas separadas umas das outras, antigas e a rua deserta, observava as árvores da calçada, pegando no sono.

Sonhei que estava em casa com papai e mamãe levantando correndo em minha direção, mamãe chorava e sorria com um lenço na mão. E quando eu olhava para fora da casa Bill me olhava sorrindo com deboche, com a arma na mão. Acordei assustada e levantei-me do banco do carro. Meus pulsos doíam, minha cabeça latejava e o sol já estava brilhando fora do carro.

Olhei para Tom e percebi que quem dormia no banco do passageiro era Bill, com certeza à noite eles tinham trocado de lugar. Olhei pelo retrovisor central e capturei o olhar de Tom, que me olhava como de noite, não expressou sentimento nenhum pelo meu olhar, estava frio.

Sai da visão dele do retrovisor, encostei a cabeça no vidro do carro, tentando refletir.
Por que estavam fazendo aquilo isso comigo? Por que eu? Aquilo não fazia sentido. Nem aquele sequestro, muito menos o sexo feito com ele dentro do banheiro.
Bill acordou, mexeu em seus cabelos negros e me olhou com desdém sorrindo com deboche. Olhou para Tom e falou com ele na língua estranha.

- Bom dia, bela adormecida. – A voz de Tom saiu carinhosa, um sorriso de lado ameaçou sair, mas morreu ao perceber que estava observando e desviei meu olhar novamente.

Aproximadamente uma hora depois Tom entrou em uma passagem de terra, estreita, logo depois em um hotel pequeno. Mas uma vez ele, o bad... Me arrancou  de dentro do carro, quase me atirando fora dele, não entendo o que ele ganharia sendo estúpido desse jeito comigo? Na verdade era um verdadeiro cavalo. Ele era muito bonito, muito mesmo com certeza se eu o visse na rua ou em uma balada eu chegaria nele. Balancei minha cabeça e tirei esses pensamentos da minha mente.


Os irmãos não usavam mais capuz, não sabia por que até refletir em um motivo.- Eles não usam mais capuz porque eu não vou sobreviver para descrevê-los. Encolhi de medo e sentir minha garganta fechar. Mas o que eles ganhariam com minha morte? Eles iam me matar mesmo? Eu ainda perdida nas minhas perguntas quando um deles colocou o capuz no meu rosto e me segurou pelos braços, pelo toque rude, era Bill.


Caminhei uns cinco minutos e ouvi a porta bater fortemente, com certeza estava dentro de um quarto, pois o cheiro de desinfetante barato chegou a minhas narinas, quando o Bad tirou o capuz, eu estava sentada em uma cama em um quarto simples e bem arrumado, Tom não estava no quarto.

- Você tem um minuto para tomar banho, Tom comprou roupas limpas pra você. - Rugiu jogando as roupas na cama.
Eu apenas balancei a cabeça, peguei as roupas e o olhei.
- Vou ser desamarrada para tomar banho? – Não o olhei ao perguntar, estava com medo. Se fosse com Tom com certeza eu o olharia... e o convidaria...


Então, ele me virou com força e desamarrou a corda sem dizer nada.
Peguei minha roupa, toalha e o embrulho mal feito com coisas de higiene e fui para o banheiro.

Quando estava fechando a porta, Bill a esmurrou abrindo-a.

- Deixe-a aberta!  E deixe o box aberto também.
- Mas, eu...
- O que pensa que esta fazendo? –Ele me olhou com raiva - Deixa essa porra de porta aberta... e a porta do box também!

-Mas eu... Você vai me... – Eu tentei explicar.



 -Eu o que? Vou te ver nua? Entra no Box logo sua imbecil antes que eu me enfeze e vamos embora e você vai ficar sem banho e sem roupas limpas. – Ele disse sem paciência.


Eu ainda permanecia parada, tremendo e o olhando.


- VAI LOGO CARALHO! – O grito quase me deixou surda, me fazendo baixar a cabeça e me encolher perto da parede.

Bill saiu do banheiro, puxou uma cadeira e colocou na porta do banheiro. Ou seja, ele ia me ver tomar banho. Eu não tinha outra opção. Comecei tirando minha roupa devagar e senti seu olhar no meu corpo.

A vergonha e medo estavam nítidos em meu rosto. Entrei embaixo do chuveiro, e comecei a ensaboar o meu corpo. Lavei meus cabelos e quando estava me enxugando, sem querer olhei para Bill e ele me olhava sério ainda. Como se me ver tomar banho não tivesse lhe dado reação nenhuma. Parecia uma estátua... Uma pedra de gelo.

Passei por ele e fui para o quarto, vesti minha roupa, penteei meus cabelos. Comecei tomando café. A porta se abriu e como reflexo olhei para ela, Tom entrou no quarto quieto. Trocou duas palavras com Bill, que saiu do quarto nos deixando sozinhos.

Ele sentou na cama, começou a digitar algo em seu laptop, eu o olhei sentado na cama e me virei para perguntar:

- Onde estamos? – Perguntei timidamente, tirando o esmalte coral cintilante das unhas com o dente.

Ele me olhou com uma feição fechada e depois voltou a olhar para a tela do computador.

- Se você entrou vendada é para não saber, por que acha que eu te contaria? – Sua voz cortante finalmente tinha me cortado, ele não estava mais doce como eu o achava.

Doce ilusão achar que depois de tudo o que aconteceu entre nós, algo mudaria. Para ele, não tínhamos feito nada, foi apenas sexo. Só eu mesmo para achar que depois da cena do banheiro, ele iria se apaixonar e me soltar... Como fui burra!

- Falta muito para chegarmos ao local? – Tentei mais uma vez.

- Não sei.

- Eu pensei que pudéssemos ser pelo menos...

- Amigos? – Ele riu debochado ainda sem me olhar - Poderia deixar sua situação mais confortável, se você não tivesse a estúpida idéia de ter fugido. Confiei em você uma vez e você me sacaneou, sei o que você pretende. Esqueça! Não vai me seduzir para fugir, vagabundas do seu nível eu trombo toda noite.


- Não... Não estou te seduzindo. – Senti a ofensa apertar meu peito, um nó na garganta me impediu de responder com firmeza.

- Não me importa o que você acha. Agora cala a boca e come logo que temos que sair daqui.

- Pode me encapuzar, eu já terminei – Disse o olhando com raiva.

Fui encapuzada, amarrada e saímos do quarto, quando fui tirada de dentro dele, ouvi duas vozes, uma mulher e outra de homem, que era Bill. Já tinha decorado a sua voz, aquela voz me amedrontava.

- Volte outras vezes, com mais tempo, hoje aconteceu tudo tão rápido.
A voz da mulher era melosa demais e chegava a enjoar.

- Não espere pela minha volta, o que fizemos foi no tempo suficiente para liberar meu estresse. Pra mim você não serve mais para nada.

- Grosso! – Ouvi a mulher xingando Bill.

-         Você achou mesmo? – Ouvi a risada alta de Bill. – É o que todas dizem!




Ouvi as portas do carro batendo e o carro sendo ligado. Alguns minutos de estrada e o capuz foi tirado por Tom. Pela primeira vez seus olhos não cruzaram os meus. Apertou o enorme capuz preto nas mãos enormes e virou para o banco do passageiro. Eu me sentia completamente impotente agora, não tinha aliados. Estava no meio do nada, com dois estranhos, não sabia a razão de tudo aquilo, não sabia para onde estava indo e pior, se sobreviveria para contar. As teorias surgiam e se apagam em segundos em minha mente enquanto eu continuava a observar o perfil de Tom, que estava centrado na estrada deserta. Percebi que estava sendo observada, e olhei para o retrovisor central, quando o par de olhos felinos de Bill cruzaram os meus, completamente interrogativos. O cenho franzido e o maxilar friccionado, meu estômago revirou, senti um calafrio, ele desviou o olhar frio e incógnito dos meus, sussurrando algo para Tom na sua língua nativa, e Tom nem se deu ao trabalho de olhá-lo. Colocou o óculo escuro e deitou um pouco o banco como se fosse dormir.

O que estava acontecendo? Para onde estavam me levando? As duas perguntas martelaram em minha cabeça que latejava, sentia uma leve vertigem, não consegui segurar. Minha vista embaçou com as lágrimas, deixei que elas caíssem, em silêncio vindo com uma onda de soluços contidos e doídos. Virei meu corpo para o lado, não queria que vissem que estava chorando, principalmente Bill. Encostei minha cabeça no banco e voltei a chorar, até perdendo totalmente a consciência, caindo no sono.

Postado Por: Grasiele

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