quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Doce E Selvagem! - Capítulo 5

Tentei me distrair com a TV, mas não estava dando muito certo. Desliguei a televisão e subi para o meu quarto novamente, me joguei na cama e fechei meus olhos.. não foi uma boa ideia.
Seus lábios avermelhados, seu gosto.. tão bom quanto a visão de sua boca pronunciando meu nome, suplicando para que eu a amasse. Seu cheiro, fazia meu coração dar saltos em direção à ela. Ela...
Abri meus olhos um pouco desnorteado, tentado voltar a realidade, isso estava definitivamente muito estranho. Essa forma como ela me dominou... não conseguia tirar ela da minha cabeça! Eu precisava dar um jeito nisso tudo.
Ouvi o toque de meu celular em algum lugar desconhecido do quarto, levantei rápido procurando ele e o achei no bolso da minha calça. Atendi rápido, pois já sabia quem era.. ou melhor, sentia.
Bill?
– Sim, Tom. Como está sendo a viajem? - perguntei para meu irmão, depois de ter ouvido sua voz preocupada.
–Bem, obrigado. - respondeu com fadiga.– Bill, está tudo bem?
– Sim, está tudo ótimo! - respondi rápido.
– Tem certeza? Eu estou com uma sensação estranha.. sei lá, não é ruim, mas é estranha. - nem eu sabia exatamente o que era essa sensação que passei para ele, só sabia que eu nunca escondia nada de Tom.
– Na verdade, aconteceu algo estranho realmente. Mas está tudo bem, sim. - tranquilizei-o. - Quando você voltar, nós conversamos.
– Ok. Até logo, então.
– Até. - desliguei meu celular e o joguei na cama, passando a mão por meu cabelo.
Ainda era 20:30.. isso estava realmente MUITO estranho. Era o mesmo horário em que decidi sair ontem, e o mesmo do qual me decidi sair hoje atrás da garota misteriosa.
Peguei roupas quaisquer e me troquei rápido, eu estava ansioso por nada, pois nem sabia se ao menos veria ela de novo, mas eu não queria esperar nem mais um segundo. Peguei apenas a chave do meu carro, desta vez e saí porta a fora, apressado.
Cheguei rápido ao mesmo local de ontem, onde vi seus olhos castanhos pela primeira vez. Estacionei meu carro em um beco existente ali perto e peguei meu boné, que estava no banco traseiro. Desci do carro e tranquei as portas, praticamente correndo para a entrada da boate e como na noite passada, não foi difícil entrar.
Logo ao entrar, vasculhei atentamente a pista de dança cheia de luzes, tentando achar seu rosto entre todos aqueles ali presente, mas mesmo eu observando com o maior cuidado, ela não estava ali.
Talvez no mini bar.
Caminhei em direção ao mini bar e me sentei no mesmo banco de ontem, pedindo um whisky. Eu estava sendo um babaca, achando que se eu fizesse tudo exatamente como ontem, ela voltaria, mas não foi bem assim..
Uma hora depois de ter permanecido no local, desisti! Ela não estava ali, isso era óbvio. Terminei de beber meu 11° copo, já me sentia tonto e não sei como eu iria voltar dirigindo, mas não iria mais ficar ali como um idiota. Me levantei e fui saindo do salão, mas antes, um dos seguranças segurou meu braço e estendeu na outra mão livre, um pedaço de papel vermelho dobrado ao meio. Peguei e o abri.
Já sentes saudades, Bill?
– Quem escreveu isso? - perguntei ao segurança, embora já deduzindo quem era pela caligrafia negra no papel.
– Ela apenas disse que você saberia quem era. - ele me respondeu e depois se afastou, me deixando só.
Fui para o meu carro e entrei. Por uma atitude impensada, cheirei o pequeno pedaço de papel e o seu aroma excitante estava nele. Sim, era de Jacqueline. Mas se ela sabia que eu estava lá.. por que não foi me encontrar? Por que não foi falar comigo? Ela estava jogando comigo? Era isso?
Coloquei o papel no bolço da minha calça e voltei para casa. Durante o caminho, seu rosto aparecia em minha visão e eu podia ouvir sua risada ecoar em minha cabeça, dei alguns murros no volante, tendo raiva de mim mesmo por deixar uma garota mexer tanto assim comigo.
Cheguei rápido em casa, nem troquei de roupa e me joguei na cama. O álcool corria pelo meu corpo e as coisas começaram a ficar escuras, acabei por fechar meus olhos e dormir.
Senti algo me balançar e depois me dar tapas no rosto. Que merda era essa? Abri meus olhos lento e vi Tom, com uma expressão aterrorizante.
– Tom? - perguntei, feito um idiota.
– Você quer me matar do coração, Bill? Eu chego em casa, já preocupado e encontro você aí, caído de qualquer jeito na cama e cheirando a álcool! - ele passou a gritar. - E para piorar, te chamo várias vezes, bato na sua cara e você não acorda de jeito nenhum. ACHEI QUE TIVESSE MORRIDO! - se sentou na minha cama.
– NÃO GRITA! - ironico né. Peço para ele não gritar, mas eu mesmo faço isso! - Eu to vivo, não está vendo?
– Sim, estou! Mas você não sabe o desespero que me deu, quando entrei nesse quarto e te vi assim! - me culpei por ser tão insensível.
– Me desculpe, Tom. - me sentei na cama e abaixei meu olhar.
– Bill, o que está acontecendo? - encarei ele.
– Eu não sei, Tom. De verdade.. não sei.
– Como assim, não sabe? Eu voltei antes do previsto justamente porque sabia que algo estava acontecendo.
– Tudo bem. Fui sequestrado por uma garota. - ele pareceu pensar um pouco antes de arregalar os olhos.
– HÃ? Por uma garota? E ela te machucou? Robou? O que ela fez, Bill? Me fala! - ele segurava em meus braços e me chacoalhava.
– Não! Ela só queria... - me senti estranho.
– O que?
– Ela me sequestrou para transar comigo. - Tom começou a rir escandalosamente e eu fiquei com raiva. - Não tem graça seu idiota! - dei um tapa na cabeça dele.
– Eu não acredito que eu interrompi minha viagem, por causa disso, Bill? - ele ainda ria de mim.
– Não foi só isso, Tom! Depois que passamos a noite juntos, ela desapareceu no dia seguinte, me deixando em um lugar estranho. Mas deixou também um bilhete que dizia claramente que ela sentia algo por mim. De verdade. - ele ergueu a sobracelha com uma expressão divertida. - E ontem de noite, voltei ao local onde eu encontrei ela, mas ela não estava lá.
– Ah Bill, vai me dizer que se apaixonou por ela por causa de uma transa?! Ela deve ser boa de cama meeesmo pra conseguir isso. - riu mais um pouco.
– Não foi só o.. sexo! Ela tem algo diferente, não sei explicar. Mas continuando, ela mandou um segurança da boate me entregar isso. - tirei o papel do meu bolso e mostrei para Tom.
– Hum.. Uma mulher misteriosa. Isso é interessante. - sorriu. Rolei meus olhos e caí deitado na cama de volta. - Relaxa, Bill. Se ela se preocupou em deixar um bilhete, é por que ela ainda vai aparecer de novo. - ele piscou para mim e se levantou da minha cama.
– Será? - agora essa ideia ficaria na minha cabeça. Talvez Tom tivesse razão, talvez ela voltaria a me procurar.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog