quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Doce E Selvagem! - Capítulo 4

Abri meus olhos com uma certa dificuldade, o ambiente estava claro e minha cabeça doía mais do que a última vez em que estive acordado.
A última vez que estive acordado. Comecei a me recordar de tudo que havia acontecido na noite passada. Meus olhos tinham se fechado novamente em reação a luz que insistia em machucá-los, passei minhas mãos pela cama que horas antes, era apenas um objeto para sustentar o prazer, mas nada tinha. Forcei meus olhos novamente e observei o local, que com a claridade, agora eu podia ver o ambiente em que estava.
Era um quarto com paredes douradas, cortinas brancas tentando controlar a leve brisa que passava pela janela, havia duas portas no quarto, uma deveria ser óbviamente a saída e a outra provavelmente um banheiro. Ergui meu tronco com a ajuda dos meus cotovelos e olhei mais um pouco. Tinha uma cômoda pequena no canto de uma parede com uma TV apoiada em cima dela, arrastando um pouco mais meus olhos pelo quarto vi uma bandeja em cima de uma cadeira que aparentemente, continha um tipo de café da manhã e então finalmente analizei a cama em que eu estava. Realmente, nada.
Você se pergunta, como assim "nada"?
Não tinha ninguém deitado comigo, ela não estava lá.
Retirei o lençol que me cobria a cintura e me levantei da cama, juntando as minhas peças de roupas jogadas ao chão e às vesti. Caminhei até a bandeja em cima da cadeira e pude perceber que junto com o café da manhã, tinha um bilhete com meu nome escrito bem visível. Peguei e o li.
Bill,
Sabe o que amar alguém e não poder tocar? Sabe o que é amar alguém e não ter seu coração? Sabe o que é amar alguém, desejá-lo e não tê-lo ali?
Ao menos a um dos meus sonhos eu realizei, te tive como meu por uma noite e lhe agradeço por isso. Espero que tenha sentido a intensidade dessa noite tanto quanto eu, mas infelizmente não pude ficar e espero que me perdoe pelo modos em que te trouxe a me amar por uma noite.
Jacqueline.

Refleti um pouco diante de suas palavras. O gosto de seus lábios ainda estava em minha boca, podia sentir a maciez de sua pele em minhas mãos e o calor de seu corpo no meu. Desejei intensamente que ela voltasse, que ela entrasse por aquela porta e me algemasse, me fizesse dela novamente.. mas ela não entrou.
Nem ao menos um telefone, nem ao menos um sobrenone! Apenas Jacqueline, era a única coisa que eu tinha dela e as memórias da noite passada.
Deixei a bandeja do jeito que estava e terminei de pegar o que era meu, espalhado pelo quarto. Ela não me roubou e nem me matou, apenas me deu amor. Mas se foi.
Enquanto eu saia daquele quarto e vagava por um corredor desconhecido, tentava imaginava o por quê de ela ter ido embora assim, do nada. Entrei no único elevador que tinha naquele andar e desci até o primeiro, não fazia ideia de onde estava, mas não ficaria ali.
Quando o elevador abriu suas portas, revelou-se uma recepção com paredes vermelhas e algumas poltronas de canto com a cor dourada. Fui até o balcão meio velho sem saber ao certo que eu iria dizer para a recepcionista com fortes olheiras e uma expressão de tédio, porém, nova demais para parecer tão desgastada assim.
– Senhor Kaulitz? - perguntou-me antes mesmo de eu ter chegado mais próximo à ela.
– Sim. - respondi com um pouco de receio.
– A senhorita Jacqueline me pediu para lhe entregar isso. - estendeu uma chave e eu a peguei, reconhecendo logo em seguida. - Seu carro já está disponível para o senhor, em frente ao hotel. - acabei de descobrir onde estou.
Sorri para a moça, tentando ser educado e fui em direção a saída do hotel, olhando a a chave em minha mão e deduzindo que foi com meu carro que ela e alguém me trouxera aqui. Realmente, meu carro estava exatamente na frente do hotel. Olhei para traz antes de abrir a porta do meu carro e percebi que não era um grande prédio, ele parecia conservado mas ainda tinha um aspecto de velho.
Entrei em meu carro e o cheiro do perfume dela invadiu minhas narinas, possuindo minha cabeça e fazendo com que eu inspirasse mais forte aquele aroma. Balancei um pouco minha cabeça, tentado dispertar de meus pensamentos e dei a partida no carro.
Não corri, apenas dirigi lento, pois ainda pensava nela. Mas oras, o que eu estava fazendo? Deveria parar com aquilo, foi apenas uma garota da qual me deixou sozinho em um hotel estranho e velho! Eu estava parencendo um virgem, daqueles que se apaixona pela primeira garota em que transa com ele. Isso era rídiculo, definitivamente.
Cheguei em casa uns 40 minutos depois. Pedi para um dos seguranças que ficavam no portão, guardar meu carro, pois eu só queria comer, tomar um banho e um remédio para essa dor de cabeça horrível! Subi as escadas o mais rápido que conseguia e entrei em meu quarto, tudo estava do mesmo jeito desde que saí de casa. Tirei minhas roupas, jogando-as em qualquer canto do quarto e enchi a banheira com água bem quente.
Sentei na banheira e fechei meus olhos, encostando minha cabeça na borda da própria e sentindo a água machucar um pouco minha pele por estar tão quente. No canto da banheira, tinha um frasco de sabonete líquido, peguei e coloquei um pouco na minha mão, espalhando pelo meu corpo, automáticamente a água tirou todo o sabão. Fiquei mais um pouco "deitado" e depois me levantei, me enrolando em uma toalha e eu sabia que em alguma parte do meu banheiro, tinha um caixa com remédios. Quando a encontrei, peguei um comprimido para dor de cabeça e engoli seco, sem água mesmo. Vesti uma boxer e uma calça de moletom, e desci para a cozinha, fazia um tempo surreal que eu não comia nada!
Fiz uma macarronada rápida e comi.. muito por sinal, eu estava com muita fome. Me sentei no sofá da sala principal e liguei a TV, tentando me distrair, mas estava tudo muito monótono em relação as minhas últimas 24 horas, olhei no relógio e ainda era 15:27. Eu não queria ficar sozinho em casa, sem fazer nada.
Tive vontade de sair de novo, mas eu não era exatamente assim. Não sabia o por que de eu querer ir a alguma festa novamente! Ok, eu sabia. Eu queria encontrá-la novamente, mesmo sabendo que era impossível que nos víssemos de novo e tão de repente, mas eu queria.

Postado por: Grasiele

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