sábado, 21 de abril de 2012

By Your Side - Capítulo 38 - Namora comigo

Eu estava me sentindo como uma plantação de cactos com as pálpebras coladas e um cansaço desgastante me puxando para a cama. Primeiro, demorei uns cinco minutos só para abrir os olhos, o melhor era ter que acordar a hora que eu bem entendesse, porque eu estava de férias e... Na França. Mas foi só olhar para o relógio para eu me despertar.
Era onze horas, e eu nem tinha ido dormir tão tarde, costumava sempre acordar cedo por costume. Olhei para o corpo que descansava como pedra que está longe de sofrer um processo de erosão, o Kaulitz como se estivesse morto. Eu tampei a minha boca para não rir, era sacanagem ser acordado mais cedo por Chelsea depois de uma noite cansativa daquelas e... uh, que noite!
De repente, eu senti como se uma explosão ocorresse em mim agora. Eu havia dormido com o Tom! Pela primeira vez! E foi surreal! Ele sabia me excitar, e a forma que ele falava era desgastante, somado com o contato físico que eu tive com seu corpo... Eu fiquei corada para a parede só de lembrar.
Sentei–me na cama e me dei conta de que não poderia entrar no banheiro arrastando o lençol e deixá–lo totalmente nu em cima da cama sem mais nem menos, iria acordar e achar que foi estuprado. Corri para o banheiro da forma que eu estava. Nua, com os cabelos bagunçados e bem, bem tonta. Fechei a porta de vidro (o que isso adiantava?) e liguei o chuveiro para que caísse água na banheira, em poucos minutos eu entrei e tomei um banho bem mais rápido do que costume e ainda lavei o cabelo. Depois de me secar, troquei para o roupão e com a toalha na cabeça, ainda nem era onze e meia em ponto, e eu estava morrendo de fome.
A porta de vidro ficou embaçada, então quando eu a abri, vi Tom deitado com a cabeça nos braços e olhando para o teto. Ele me notou e abriu um sorriso que mostrava os dentes, eu acho que fiquei corada.
Bon jour, Benjamin. – Disse ele em um francês péssimo. – Admito que é a melhor coisa que eu sei falar nessa louca língua que as pessoas julgam a mais bonita.
Eu gargalhei.
– Vejo que você é péssimo em francês, mas eu também não sei uma palavra. Bom dia, Kaulitz! – Eu falei em português.
– Isso é uma disputa de línguas? Good morning.
Guten tag. – Eu sorri e adentrei o quarto passando pela cama e chegando à minha mala. Procurei algumas peças de roupa, separando roupas íntimas e tentando achar o short e a blusa menos provocante que Chelsea havia colocado ali. Revirei os olhos. Pra que tanta seda? Tanta renda? Eu não estou indo pra um desfile da Victoria’s Secrets, na verdade eu nem seria convidada pelo meu tamanho.
O Kaulitz me puxou para trás pela barra do roupão sem se levantar da cama, então ele se sentou e escorregou os ombros do roupão para que o roupão caísse de mim, me deixando nua! Eu soltei um gritinho aguda e passei os braços pelos meus seios, mas quando me virei, ele já estava vestindo o meu roupão, e fora da cama, indo em direção ao banheiro.
– Ah então é assim, Kaulitz?
– Sabe, eu tenho receio de que você fique com medo quando me ver a luz do dia.
– Por que é muito pequeno? – Eu ri.
– Porque é muito grande.
– Babaca egocêntrico.
Eu me vesti rapidamente e penteei o cabelo, envolvendo–o novamente na toalha, pois estava muito molhado. Tom saiu do banheiro com a toalha na cintura e com um sorriso sacana.
– Aproveita que você não está fazendo nada, pede o café da manhã. – Eu ordenei.
– Com quem você está aprendendo a ser tão dura e mandona? – Ele gargalhou.
O telefone começou a tocar, eu me inclinei para atender e a primeira coisa que ouvi foi a voz irritante e aguda de Chelsea. Desliguei o telefone na mesma hora e Tom não precisou perguntar nada, pois fora ele quem desligou o telefone as últimas trinta vezes que Chelsea ligou mais cedo. O café da manhã bateu na porta alguns minutos depois e Tom já estava vestido.
– Vou atender a porta – Disse ele.
– Não! Acho melhor não.
Fui até a porta e atendi o garçom que chegava com um carrinho de comida, eu assinei a prancheta e ele se afastou, mas logo que eu estava fechando a porta, vi uma sapatilha rosa se colocar na frente no mesmo segundo e Chelsea gritou meu nome com raiva.
Oh meu Deus! Eu senti desespero. Tom estava no quarto, a cama estava totalmente bagunçada como se tivesse passado um catrina e meu pijama junto com roupas íntimas ainda estava espalhadas no chão. Infelizmente, eu me conformei em contar tudo depois que ela me imprensou contra a porta e adentrou o quarto, ficando ali comigo naquele corredor inicial.
– Senhorita Benjamin Schäfer! – Ela chiou – Por que raios você não atendeu a droga do telefone aquelas cinqüenta vezes que eu chamei? Você sabia que era eu, admite, safada.
– Admito, mas eu tenho que te falar...
– Você está maluca?! Agora tenho certeza que você pira: Tom Kaulitz sumiu do quarto! Ele não deixou pista alguma, o Bill e os meninos já abriram a porta do quarto dele, que por acaso, ele deixou aberta e viu o guarda–roupa e o leão de Nárnia por lá!
Chelsea ficou quieta, mas com os olhos arregalados. Eu soltei uma gargalhada alta e provocante, mais agoniada. Enquanto eu olhava para dentro do quarto com medo que Tom aparecesse. Eu ainda podia mentir!
– Ah jura? Ele sumiu. Hoho, que notícia. – Falei alto.
– Você não está nem um pouco aflita? Está todo mundo atrás daquele infeliz e você dormindo.
– Os mandem sossegar, Kaulitz deve estar em algum puteiro francês comendo biscates.
Chelsea teve vontade de rir, mas parou no meio da gargalhada.
– O que deu em você? Você não fala “Kaulitz” quando se refere à ele, mas falando comigo ou com Anne. Você só chama–o de Kaulitz na frente dele.
– Você repara demais em pequenos detalhes, Hölt. – Revirei os olhos e tentei disfarçar rindo.
– Você pediu café da manhã no quarto! Você está com febre, Jus? Está com probleminhas, esse tipo de coisa, você nunca faz! Gostava de descer pra tomar café comigo. Ei, que marcas de sangue são essas na sua boca?
– Já terminou? Ich Bin cagando e andando para o Kaulitz. – Eu pulei o assunto das marcas.
– Misturando alemão com português quando a gíria não existe em outro país, ninguém faz melhor que você. Okay, estamos esperando você. Coloque um biquíni e leve protetor solar, creepy bones.
– Aham aham, tchau.
E eu fechei a porta em sua cara, adentrando totalmente o quarto e mirando Tom saindo do banheiro, que logo começou a rir e eu também.
Kaulitz deve estar em algum puteiro francês comendo biscates? – Tom me olhou com um sorriso cínico na cara e quando se aproximou, colocou as mãos na minha cintura enquanto eu cruzei os braços. – Você é safada, heim.
Eu avancei com urgência para seus lábios, que retribuiu com um beijo quente e provocante. Kaulitz desceu rapidamente suas mãos para o meu bumbum e me puxou contra ele, prensando sua cintura na minha. Eu gostava de beijá–lo, me aquecia e me deixava tonta rapidamente, tão tonta que ele precisava me segurar bem. Ele se encostou à parede e tentou me erguer em seu colo sem quebrar o beijo, o que nos fez morder os lábios e rir, mas voltamos a nos beijar enquanto eu tentava me manter segura com os braços em volta de seu pescoço e as pernas cruzadas em sua cintura.
– Não estou com tanta força, Benjamin, eu ainda nem comi... – Falou ele entre os beijos.
– Nem eu. – Respondi urgentemente para voltar a atacar sua boca.
Eu juro que estava sentindo alguma coisa se excitar, sorri entre o beijo que ele pausou para “apresentar” isso.
– Ta vendo? Olha só o que você já faz comigo de manhã!
Ele se balançou, mas só bastou um pouquinho para que eu soltasse um grito agudo e caísse de seu colo, levando–o junto comigo e esbarrando no carrinho do café da manhã, que só não tombou porque ele foi rápido e o segurou. Nós começamos a rir olhando um para a cara do outro, meio que envergonhados.
– Okay, acho melhor nós só comermos o café da manhã.
Ele se sentou na cama e eu na estante vazia. Acabamos por comer todo o café da manhã (que era farto) em segundos, e eu só consegui comer alguns croassaints, enquanto Tom devorava tudo que via pela frente e engolia em menos de um segundo.
– Kaulitz, não precisa sair comendo tão rápido, eles vão continuar te procurando em lugar nenhum, mas não vão chamar a polícia francesa!
– Não é isso, eu estou com fome! E Bill sabe que eu estou aqui.
– WAS? – Eu quase gritei – O que?
O Kaulitz gargalhou de boca cheia. Quebrando todo o clima romântico que eu estava sentindo por ele, beijos.
– Eu sinto que o Bill não esteja aflito, então ele deve sentir que eu estou bem. – Disse ele – Coisa de gêmeos.
– Imagina se houvessem duas de mim.
– Eu poderia pegar as duas. – Piscou para mim com um sorriso safado – Você me deixar te trair com a sua irmã gêmea?
– Claro, mas como você e Bill, ela seria uma patricinha que curte rosa e ouve música sertaneja e funk, totalmente diferente de mim. Você não iria sentir nenhum tesão por ela.
Tom gargalhou.
– O que é sertanejo?
– É alguma coisa parecida com música de cowboy. Só que no Brasil, equivale à roça e o interior. E é horrível.
Eu pisquei duas vezes e fofamente.
– Você iria me preferir, porque eu curto preto e gosto de rock. Ela não gostaria do Tokio e chamaria seu irmão de menina.
Tom fez uma careta muito feia e nós ficamos rindo.
– Ah e se eu não tivesse um irmão gêmeo – Disse Tom –, o “eu” seria uma mistura de Bill e eu. Blusas justas e calças largas, que curte Samy Deluxe e Green Day ao mesmo tempo. E a gente não teria um nariz tão grande quanto o do Bill, teria o meu nariz.
– Cruzes, Kaulitz! O nariz do Bill é lindo, eu uso blusas justas e calças largas, curto Green Day e Samy Deluxe ao mesmo tempo okay? E prefiro que vocês sejam dois.
– Então deixamos as coisas da forma que estão. Você é só uma, e é mais fácil até porque, eu não precisaria dividir uma cópia sua com ninguém. – Ele se inclinou sobre o carrinho de café da manhã e me deu um selinho, se levantando da cama. Eu iria perguntar por que ele havia se levantado, mas descobri ao olhar que o carrinho de café da manhã já estava vazio.
Troquei rapidamente as roupas íntimas por um outro biquíni e saímos do quarto, vasculhando o corredor para ver se não havia ninguém espionando, ele foi se trocar em seu quarto no andar de cima e descemos de escada juntos. (Escadas, porque os membros da banda são preguiçosos demais pra usarem–nas, então usariam o elevador e não seriamos vistos.)
Foi surpreendentemente estranho quando senti que a mão mais áspera que a minha de tanto tocar guitarra do Kaulitz tentava se entrelaçar, e eu permiti inconscientemente, enquanto andávamos um do lado do outro pela recepção. Era tão diferente que eu quase podia sentir até as paredes lançando olhares duvidosos para cima de nós dois.
– Eles devem estar na piscina Leste, a Chelsea deve ter empurrado os meninos pra lá – Eu disse, puxando Tom pela mão que nos unia para o arco do lado Leste.
– Acho que eles devem estar me procurando no lado Oeste, onde fica o elevador para a sala de música, Benjamin, o Bill sabe que eu gosto de ficar tocando alguma coisa de vez em quando.
Ele me puxou para o outro lado.
– Acontece que você não estava fazendo isso, não é? Então vamos procurá–los na piscina...
– Mas eles devem estar pra cá!
Eu puxei Tom de um lado e ele me puxou de outro, sem soltar as mãos. Sabia que ele era bem mais forte e estava conseguindo me arrastar, então eu puxei com mais força e o senhor Kaulitz fez o favor de me soltar, me fazendo voar longe e cair no chão. Ele correu até a mim, gargalhando é claro. Obrigada pelo tombo.
– Kaulitz, du saukerl! – Eu praguejei – Seu bastardo!
Ele me ajudou a levantar e beijou minha testa, ainda rindo e pertinho de mim, para que eu sentisse seu perfume e voltasse a segurar em suas mãos.
– Isso é porque você ta sempre brigando comigo. E fazendo a gente discutir.
– É culpa sua.
– É culpa sua, Benjamin!

Foi como se um silêncio que durasse minutos estivesse envolvido para logo depois se ouvir um grito tão alto que encheu o salão e me fez saltar para trás.
– GENTE, OLHA O TOM KAULITZ ALI! JUUUS VOCÊ ACHOU O TOM!
Ah não, não era o fã histérica, era uma menina loira e alta, macabra que gostava de me dar sustos e parecia um fantasma. E que nunca para de falar. Ela e todos os outros, reunidos, com os olhos brilhantes por acharem o Tom, e eu. Eles vieram quase correndo aos tropeços e começaram a bombardear o Kaulitz com perguntas de onde ele estava. E o que eu estava fazendo com ele.
– A Schäfer... – Ele se enrolou e ficou vermelho.

Ele ficou com uma mancha linda de vermelho em suas bochechas e olhou para mim precisando de ajuda para mentir.

– A triste realidade é que eu encontrei o arschloch do Kaulitz que me deu um encontrão e me jogou no chão. – Eu fiz cara de raivinha e a Anne foi a primeira a vir toda de braços abertos pra mim falando que ele é mesmo um babaca por me jogar no chão.
Só que na verdade o que ela falou no meu ouvido foi bem diferente do que falou alto: – Eu sei que não é isso. – E minha farsa não durou muito, Tom começou a discutir sobre eu ser muito baixa e não conseguir me olhar lá de cima. E voltamos a discutir. Mas rindo histericamente por dentro, porque não havia acontecido nada disso.

Rodamos pelo hotel cinco estrelas, Wonderwall. Eu gostei mais da sala de jogos, passando quase uma hora no videogame Super Mario Bros com Gus e Georg, e vendo o Kaulitz se corroer de vontade de pedir para jogar comigo, mas com aquela força invisível que tinha que o fazer ficar longe de mim.
Acabamos por decidir ir à praia mais tarde, fora do hotel. Kiosk Beach. Era uma praia próxima com a areia fina e o mar azul, com ondas fortes e vários quiosques espalhados pela orla. Devo dizer que achei a maior graça chegar numa praia com a maior parte da população que habitava, alta, loira, com um bronzeado bacana e tomando sol à vontade. Logo eu, baixa, morena e branquela de tal forma que pegar sol era trágico para mim.
Eu fiz uma careta e soltei um muxoxo.
– EU ADORO PRAIA! – Chel soltou um grito em alemão, começando a tirar o short e a blusa e jogando em cima de Anne, correndo para a areia.
– Céus! – Eu murmurei – Eu odeio praia.
Os meninos me olharam interrogativos.
– Não estudo muito geografia, mas jurava que o Brasil, principalmente de onde você veio, tem belas praias. – Georg falou baixinho.
– E tem, mas só por isso eu deveria amar e vim de lá com um bronzeado de invejar aprendizes de cocotas?
Eu calei os meninos e só observava enquanto Anne e os outros tiravam as peças de roupa e se jogava na água, deixando todas as peças comigo. Kaulitz e Gus foram os mais caras de pau de ainda piscarem pra mim enquanto colocavam suas roupas nos meus braços. Eu estiquei minha toalha na areia nojenta e grudadora–de–pés, colocando as roupas de lado. Passei o protetor solar até minha cara ficar branca, coloquei os óculos escuros e me deitei de barriga para baixo na toalha, enterrando o rosto na toalha. Aquilo renderia uma queimadura de segundo grau nas minhas costas, porque eu não sabia passar protetor ali atrás.
Mas as coisas começaram a se movimentar depois que Chelsea voltou do mar jogando água em mim, eu a praguejei das piores formas em português e alemão e me levantei para jogá–la na areia com um empurra bem forte. Ela ficou roxa de tanto rir e me puxou junto, mas eu segurei o pulso de Anne e a alemã sem querer entrou naquela briga que não entendia uma palavra sequer que era jogada de uma brasileira para a outra.
Acabou que os meninos do Tokio se juntaram para todos vierem para cima de mim e me agarrarem. E foi tudo muito engraçado porque Gus me segurava do tronco para cima, Bill segurou uma das pernas e Georg a outra... Enquanto Tom ficou de fora e com o olhar interrogativo, se aproximando apenas para colocar o dedo na minha barriga e fazer cócegas enquanto eu gritava de rir. Ele correram para a água e contaram até três.
– EINS! – Gritou Bill, iniciando a contagem.
– ZWEI! DREI! AGORA!
Isso que é amizade. Lindo.
E os viadinhos do Tokio Hotel me jogaram na água congelante da França, logo eu que havia me esquentado no sol por um tempo e depois fui jogava naquele frio. Eles estavam quase que implorando para que eu pegasse um resfriado. Por sorte, eu tenho ótimos anticorpos. Tudo graças ao Brasil. O Brasil e seu ar empoeirado que faz um estrangeiro da Europa engasgar só de respirar. Nossa, que orgulho.
– GOTTVERDAMMT! – Eu gritei, tirando água dos olhos e bufando de raiva assim que consegui chegar à superfície da água salgada da praia. – MALDITOS!
– Hoje a Jus ta com uma boca suja.
Ainda precisei ouvir a Anne comentando aquilo.
Nem vou comentar que eu tentei caçá–los dentro d’água um de cada vez, mas eles tinham pernas longas e se afastavam rapidamente de mim, sobrando apenas Tom e seu sorriso cínico para eu acertar uma surra que deixou marca em seu braço... hm... musculoso.
E ao sair da água com os cabelos negros atrapalhando a minha visão e totalmente embolados com aquela água nojenta grudando na minha pele e sentindo os calafrios se formarem por causa do vento que foi necessário passar por mim e me deixar arrepiada, ouvi mais as meninas comentando.
– Olha só, igual à Samara de O Chamado! – Chelsea estava rolando de rir.
– Bestas. – Eu cuspi água salgada da boca e passei pelas meninas fazendo caretas de nojo quando a areia grudava nos meus pezinhos.

***
Depois de ficarmos quase umas cinco horas na praia, estava ficando escuro e observei que quando ficava mais tarde, eles começam a fazer um luau à noite, então eu saí da reta dos franceses sociais que se divertiam e me sentei na bancada do quiosque local junto com as meninas e parte dos meninos. Tom e Georg faziam questão de ficar na água quando ficava escuro, eles diziam que era mais legal. Mas não acho nada legal ficar congelando lá dentro.
Eu estava dividindo um copo de caipifruit com Absolut Vodka com Chelsea, porque nenhuma de nós gostávamos tanto disso, quando começou a tocar na rádio, Hot N’ Cold, da Katy Perry. Era a música mais pop dos últimos tempos e o tempo inteiro passava na rádio, eu já sabia até cantar.
You – Começamos juntas rindo – change your mind, like a girl, changes clothes. Yeah you, PMS, like a bitch, I would know. (Você muda de ideia como garotas mudam de roupas, sim, você, TPM como uma vadia, eu deveria saber).
– Essa música tem super a ver com você e o Tom Kaulitz, Jus. – Chelsea comentou.
Eu revirei os olhos e me dei conta de que mexer a cabeça estava me deixando tonta. Que champanhe mais forte.
– Vocês não parem de delirar! Eu e o Kaulitz não temos nada a ver.
– Por que eu concordo totalmente com a Chel? – Disse Bill.
– Porque você é um puto que está namorando esse fantasma aí.
‘Cuz you’re hot, then you’re cold. You’re yes then you’re no. You’re in and you’re out, you’re up and you’re down! – Eu cantarolei um pouco mais alto do que o normal, e me imaginava se estava bêbada o suficiente a ponto de estar sendo escandalosa.
E eu estava, pois Gus colocou a mão na minha boca com aquele sorrisinho lindo e corado, fazia-o quando suas bochechas sorriam tanto que chegavam a encostar-se à armação dos seus óculos. Ele me puxou para trás ao mesmo tempo, me fazendo me sentar em seu colo.
– Olha só essa parte da música: You don’t really want to stay, no, but you don’t really want to go, no. (Você realmente não quer ficar, mas você realmente não quer ir) – Cantarolou Chelsea – É EXATAMENTE o que acontece entre a Julia e o Tom!
– Eu concordo. – Disse Bill.
– Cale a boca, Kaulitz. – Eu falei brincando.
– Não me confunda com meu irmão, você só chama ELE de Kaulitz.
– É tudo falta de sexo, como a minha amiga brasileira Bruna sempre diz.
Chelsea revirou os olhos, sorrindo.
Was? – Eu perguntei retoricamente – Como é?
– Eu ouvir falar em sexo?
Eu me virei lentamente só para ver um Tom Kaulitz sem camisa, molhado, com um sorriso pervertido no rosto. Mesmo depois de dormir com ele, eu ainda me impressiono com essas coisas. Como não me impressionar?
– É. – Eu fuzilei os olhos de Tom – Ela estava falando que eu to precisando de sexo.
Tom prendeu a risada.
Ah, jura? – Ele sibilou.
– Chelsea, você está praticamente me oferecendo sexo. – Eu disse.
– Para vocês ficarem menos irritados um com o outro. Uma coisinha sem compromissos. – Chelsea continuou tagarelando como se aquilo fosse a coisa mais simples do mundo.
– Pior! Você está me oferecendo a fazer sexo com o babaca do Kaulitz.
Anne bateu com a mão na testa. Eu estava morrendo de vontade de rir. E Tom também.
– Okay, foi uma ótima proposta, Chelsea. – Disse Tom, envergonhado.
– Mas eu só faria isso se estivesse compromissada com o Kaulitz. O que nunca vai acontecer, eu nunca vou namorar um idiota como ele. – Eu disse.
– O idiota vai voltar para a água. – Falou Tom, se virando e voltando para o mar.
– Vou na água junto com o idiota.
E eu fui atrás dele, correndo um pouquinho para ficar no seu alcance. Ao nos distanciarmos bastante do quiosque, eu e Tom começamos a rir. Gargalhamos alto e mais alto. Ele deu as costas para mim e eu dei um impulso da areia, agarrando-me às suas costas enquanto ele passava as mãos por baixo das minhas coxas, para me segurar. Isso não deixava de ser excitante. Deitei a cabeça no seu ombro.
– O idiota acha que nós precisamos de mais sexo? – Eu perguntei.
– O idiota sempre acha isso. – Nós rimos.
Esse mundo babaca torna sexo uma coisa muito suja. Eu simplesmente não consigo imaginar como sexo pode ser alguma coisa além de romântica e linda.
Estávamos de costas, então não seria problema me inclinar e morder sua orelha, beijando seu pescoço e sentindo seu corpo se arrepiar.
– Eu vejo que o idiota está se arrepiando com minhas mordidas.
– Continue, por favor.
Sussurrou o Kaulitz com a voz arrastada.
Entramos na água e eu sabia que a neblina da noite havia nos tapado lá dentro, pois eu nem conseguia mais ver o quiosque, Tom me colocou na água gelada ao mesmo tempo em que eu me agarrava ao seu corpo, me arrepiando com as duas temperaturas diferentes.
Ele colocou as mãos no meu rosto e me puxou para beijá-lo. Enroscou as mãos em volta do meu corpo e brincamos com as línguas e a respiração se acelerava. Isso não me cansava de repetir. Entrelaçamos nossos dedos, mas não por muito tempo. Eu queria tocar seu corpo, e ele queria tocar o meu. Eu me abaixei, obrigando-o a abaixar-se também para acompanhar minha boca, e afundamos na água gelada, molhando meu cabelo e suas tranças. Ele se sentou na areia, coberto por água até o pescoço e eu me sentei em seu colo, passando o braço por sua cintura. O Kaulitz beijou minha testa repetidas vezes.
– Nós estamos em um circuito interminável. – Eu comentei. – Repetidas vezes, brigamos e voltamos a ficar juntos. Machucamos um ao outro.
– Eu sei disso.
Ele disse como se tivesse receio da próxima coisa que iria nos separar.
Juntou nossas mãos.
Eu me aproximei para beijá-lo, mas ele negou, virando o rosto.
– Por que você não quer me beijar? – Perguntei brava.
– Porque pela primeira vez, Tom Kaulitz, o idiota, quer algo sério com alguém que ele é louco por.
Sorriu convencido.
Eu ergui os olhos. Como é?
– Não me faça repetir. – Ele soltou uma risada gostosa de ouvir. Inclinou-se para beijar em meus lábios e se afastou só um pouquinho, mantendo nossos narizes próximos. – Namora comigo, Julia.

Postado por: Grasiele

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