sábado, 21 de abril de 2012

By Your Side - Capítulo 33 - Você, do meu lado

– I’LL SPRING MY WINGS AND I’LL LEARN HOW TO FLY.
Nesse momento, uma Chelsea louca pulou da minha cama, abrindo os braços e fingindo que era uma borboleta. Ela aterrissou estrondosamente no chão, gemendo de dor e arrancando gargalhadas de mim e de Anne.
Virei–me para Anne e estendi em dois cabides com vestidos de praia. Um era dourado, curto e com um decote grande e o outro era vermelho com as costas abertas.
– Qual deles eu levo? – Perguntei – Gosto do dourado, é minha cor favorita, mas as costas abertas do vermelho são incríveis.
– Você gosta do dourado porque é provocante! – Anne piscou.
De repente, Chelsea passou por nós duas arrancando o dourado da minha mão e jogando dentro da minha mala. No segundo seguinte, ela e a minha mala estavam paradas na frente do meu guarda–roupa do closet.
Estávamos nós três em uma tarde cheia de ritmo no meu quarto, ouvindo música do notebook e arrumando as malas para hoje mesmo, pois somos três desorganizadas que fazem tudo na última hora.
Chelsea tinha feitos nós duas aceitarmos sua proposta com tentadoras barras de chocolate: ela faria nossas malas, vasculhando nossas roupas e só abriríamos a mala quando chegássemos à França. Tudo bem! Se Chelsea não estivesse nos olhando com aquele olhar pervertido.
– Olhem só: achei uma camiseta suja do Georg na mala da Anne – Chel disse, vendo Anne corar estupidamente. – Se eu colocasse só isso para ela usar, seu verão seria muito delicioso.
Anne jogou uma almofada em Chel que desatou a rir.
– Imagine Georg colocando alguns pedaços de cereja em cima da parte de baixo do seu biquíni, então ele se curva com aquele cabelo sexy atrapalhando sua visão e, uhh – Chelsea começou com aquele olhar pervertido –, começa a catar as cerejinhas lentamente, e você sente a língua dele, você não pode ajudar além de gemer...
– CHELSEA! – Eu gritei – Que pervertimento, sua safada!
Anne estava vermelha como um tomate, mas era disfarçado com a cor um pouco mais bronzeada do que a minha. Logo eu que vim do Brasil, sou uma banana e Anne que é alemã, bronzeada.
Chelsea virou o rosto rindo e segundos depois estava fechando as duas malas, dizendo que elas já estavam prontas e nossa curiosidade chegou a mil para tentar abri–la antes de chegar à Saint–Tropez.
Chel vestia um vestido rente ao corpo, florido, com decote em V e uma faixa preta na cintura – bem exagerada. Anne tinha uma máquina fotográfica profissional no pescoço, jeans e um top branco, com os cabelos presos.
– Sou simples, Chel, não vou sair por aí exibindo minhas pernas. – Foi o que Anne respondeu quando Chelsea exibiu para ela um vestido curto que ela poderia usar.
Eu usava uma camiseta cinza com uma coruja fofa estampada, um short verde escuro, tênis marrom com aquela aparência que andou pela lama, um anel de coruja muito lindo, lenço em volta do pescoço e uma maquiagem feita por Anne e Chelsea que envolvia batom vermelho em contraste com minha pele branco–amarelada. Nada muito extravagante.
Descemos juntas para lanchar com meus pais e nos despedimos deles em seguida, pegando o carro de Anne para chegar na casa dos meninos do Tokio. Ela deixou o carro na garagem, pois não iríamos usá–lo nas próximas duas semanas na França. Subimos juntas, a porta estava entreaberta.
Na sala, Bill lia uma revista de fofocas, Gustav comia uma barra de chocolate com a cara grudada na televisão e Georg estava desaparecido, mas na visão que eu tinha da cozinha, um Kaulitz muito alto de trancinhas e roupas gigantescas fazia alguma coisa para comer enquanto uma menina de cabelos castanhos estava, hum, agarrada no pescoço dele, fazendo carinhos em suas tranças.
– Meninas! – Bill pulou do sofá e veio nos cumprimentar. – Minhas meninas!
Bill foi divertido, me fazendo rir. Com seus braços grandes, segurou eu e Anne pela cintura, nos abraçando juntas. Atrás de nós, Chel fazia uma cena de ciúmes com os braços cruzados. Depois nos soltou e foi ao encontro da namorada, segurando seu rosto e beijando–a.
Cada um se grudando ao seu menino. Como eu não tenho um e Gustav voltou a ficar solteiro, uns dias atrás depois do jantar com Agnes, fui lá abraçar meu priminho lindo. Ele já estava de braços abertos e eu me sentei em seu colo, ele me apertou fortemente me fazendo soltar um gritinho fino, sabe como é, eu sou uma escandalosa.
O meu gritinho fez Tom e Hilary despertarem a atenção, e se voltaram junto para a sala. Juntos não, o que era estranho, Hilary tentava se agarrar ao Kaulitz, e ele fazia caras desconfortáveis quando ela fazia isso. Mas ainda assim, eu tinha uma crise de ciúme interno.
Imagine seu ex namorado sendo agarrado por meninas.
Sente só como é irritantemente desconfortável ver aquela cena vindo em minha direção. Os dois se sentaram ao lado de Gustav sem nenhuma cerimônia para me receber. Acenaram com a cabeça para Anne.
Georg e David entraram na sala. Georg caminhando lentamente com aquele sorriso torto brincando com o canto da sua boca ao ver Anne, e David com sua cara tradicional de “eu sou o único sozinho aqui”.
– Todos prontos? Bill, confere se você não esqueceu nenhuma bolsa de maquiagem... – David começou.
– Não esqueci, David. – Bill revirou os olhos.
– Hilary?
– Peguei duas pranchas de alisar o cabelo reservas para Georg, a bolsa térmica com as barras de chocolates do Gustav – Citou Hilary como se fosse um robô para David.
Ah, ela é a assistente dele. Eu não me sentia nem um pouco confortável com ela, seguindo todo mundo e principalmente Tom pela França. Por que ela não explode?!
– Então já estamos prontos! Tem certeza de que ninguém esqueceu NADA? – David sobressaltou ao seu lado com Georg e Anne se beijando animadamente – Argh, você já a recebeu, não precisa continuar agarrando!
Rindo, Georg puxou Anne pelas pernas e colocou a menina em seu colo com as mãos na lateral do corpo dela. Finalizaram mais um beijo e ela voltou ao chão, erguendo a máquina fotográfica e tirando algumas fotos de Georg.
Fomos os nove e em uma limousine para o aeroporto. Hilary e David foram pegar as passagens e os outros, rodando pelo aeroporto sem nada para fazer. Eu caminhava para lá e pra cá. Em uma dessas vezes, quase tropecei com Tom, que fazia a mesma coisa. Trocamos aquele olhar que me faz revirar os olhos, pois nem eu, nem ele, trocávamos uma palavra.
E para completar, Hilary voltou para ficar grudada com ele. Eu decidi me sentar no chão ao lado de Gustav e encostei minha cabeça em seu ombro.
– A Agnes me disse que às vezes o amor dura, e às vezes dói. – Começou ele a falar, me fazendo levar um pequeno susto.
– Você vai encontrar alguém que vá ficar com você para sempre. – Eu disse.
– E você acredita nisso?
– Costumava acreditar. Perdi a vontade. – Eu falei rapidamente e Gustav se balançou. Não entendi por que ele estava se balançando quando detectei que aquela era a risada silenciosa dele. – O que é?
– Está falando isso por causa do Tom.
– Não estou, não! – Menti. Gustav me olhou com aquela cara de quem não acredita e eu suspirei – Eu já deveria saber que sou uma criatura sem nenhum talento, feita para nascer, apodrecer e morrer. Não sou uma estrela do rock como vocês. Não vou ficar com ele, não mereço.
– Jus! – Gustav disse com a voz repreensiva.
– Você não pode discordar.
Foi a vez dele, suspirou.
– Então não adianta me dizer que vou encontrar alguém para sempre se nem você acredita.
– Gus, é diferente. – Eu sorri – Você tem o jeitinho de que vai ficar com alguém para sempre.
– E você tem o jeitinho de que, mesmo com as brigas, vai sempre voltar a ficar com ele! Todo mundo já percebeu isso: vocês dois são dois cabeça–duras que vivem em um ciclo, pois Tom ama você, e você ama Tom!
– Não diga isso!
Eu virei o rosto, passando a mão pelo olho. Olhei em volta, foi quando finalmente me dei conta! Não estava enxergando bem!
– Ah não! Gustav! – Eu me desesperei.
– Que?
– Eu não estou enxergando! – Quase gritei, em desespero.
– Você ta cega? – Gustav se levantou do chão, segurando minha mão.
– Não! Eu não estou com as lentes! Eu tenho miopia! Não enxergo nada de longe!
– Ah, eu também, mas eu estou usando óculos agora. – Disse ele, revirando os olhos, mas só consegui enxergar ele fazendo isso, porque estava bem próxima.
[n/a: Gente, para quem não sabe, miopia é o “problema” que faz a gente enxergar embaçado de longe, mas de perto se enxerga bem. Eu tenho (y) e por exemplo, meu grau é 2,5 em cada olho. Nos próximos parágrafos eu estou prevendo meu futuro, dizendo que meu grau vai estar quase em 3,5 quando eu tiver 15 anos.]
– Gustav! – Eu chamei sua atenção.
Ele pareceu se dar conta, deixando uma exclamação alta escapar. Segurou meu braço e correu para junto de David. Nesse meio caminho, eu tropecei algumas vezes. Ainda não tinha corrido nenhuma vez no dia, por isso não foi problema, até porque eu não ando olhando pro chão, pois não iria enxergar e ia acabar tropeçando.
Odeio ser tão cega! Quando eu era menor, não fazia tanta diferença usar óculos ou não, então fui deixando meu grau aumentar. Aos doze anos, comecei a usar óculos bem louca como eu sou, resultando que a cada semana eu perdia um óculos novo. Aos quinze, meu grau estava em torno de três graus e eu pude escolher em usar lentes.
– David! David! Jus deixou as lentes de contato em casa! – Gustav disse.
– O que?! – David arregalou os olhos. Eu me aproximei dele para saber se ele estava fazendo isso ou estava brincando de ficar vesgo. – O que você propõe? O avião chega em vinte minutos!
Vi de relance, Hilary sorrir. Vadia. Virei o rosto, pois minha linha de pensamento me levou pelo caminho de onde está Hilary, está Tom. E ele estava lá, coçando a cabeça.
– Não estou vendo nada de diferente. – Tom disse.
– Claro, babaca, sou eu quem está sem lentes! – Retruquei e tapei minha boca no segundo seguinte quando me dei conta de que fui mal educada com ele só porque estava com ciuminhos.
Tom bufou e Hilary deixou escapar um risinho agudo.
– Tem como comprar lentes de contato no aeroporto? – David perguntou mais para si mesmo e Hilary do que para mim, mas mesmo assim eu respondi:
– Eu precisaria da minha receita médica que está em português e mesmo assim, não há loja aqui. – Eu disse – Preciso que alguém me leve em casa!
– Não há tempo!
– Por favorzinho! – Eu juntei as mãos e fiz um bico para David que se manteve sério por segundos até sorrir como se concordasse e passou a mão no meu cabelo como um carinho.
David juntou todos e avisou que eu iria sair de limousine de volta para minha casa para pegar minhas lentes. Bill reclamou baixinho que o avião já estava chegando, mas Chelsea deu um tapa nele e assim foi. Corri – tentando ajustar meus pés no chão sem cair – para longe do aeroporto e entrei na limousine que ainda estava estacionada no mesmo lugar.
– Srta. Schäfer! – James sorriu.
– James – Eu disse – Preciso chegar à minha casa rapidinho e ainda voltar. Esqueci minhas lentes de contato.
– Onde preciso chegar voando? – Ele perguntou.
Eu me encostei ao banco segurando fortemente o mesmo, pois minhas experiências em carros com bancos largos me lembra de uma vez que eu bati a cabeça no vidro do outro lado quando o carro freou e eu estava sem sinto.
Nesse segundo, a porta do meu lado se abriu e um corpo gigante de que usa roupas largas se jogou dentro do carro, batendo no meu, me empurrando para longe, eu soltei uma exclamação e ele começou a falar o endereço para James, da minha casa.
No segundo seguinte, senti–o colocando sua mão por cima da minha e eu paralisei. Isso era um tipo de brincadeira? Pois eu já estava ficando assustada.
Diga o que você precisa, me diga que estou certo – Panic At The Disco

No Aeroporto...(3ª pessoa)
Hilary andava de um lado para o outro de olhos em seu celular, que marcava a hora errada, ou talvez o avião já deveria ter pousado e eles haviam perdido o vôo.
“Tudo por causa daquela brasileirinha fodida” Pensava Hilary, às vezes alto e em uma dessas vezes, passava ao lado de Georg, que sobressaltou e perguntou no segundo seguinte se ela estava falando de Julia.
Última chamada para o vôo 067483, destino para Saint–Tropez, portão 15 – Avisava a voz irritante nas caixas de som.
– David! David! – Chamou Hilary seu chefe com sua mania, que Jost achava irritante e errada, de chamá–lo pelo primeiro nome, já que ele era seu chefe, exigia mais respeito. – O avião!
– Precisamos ir! – David se virou para todos ali reunidos.
– E a minha prima? – Gustav arqueou a sobrancelha parecendo que não iria sair do lugar enquanto a pequena Schäfer não voltasse.
– Eu adoro a Julia, de coração, Gus, mas vocês vão perder o avião? – David perguntou. Era uma pergunta difícil para todos, pois eram o Tokio Hotel buscando férias, e Julia não poderia interromper isso!
Todos ficaram em silêncio por segundos, mas alguém foi mais rápido pensando no que dizer, pois não podiam perder tempo pensando.
– Não podemos ir de qualquer jeito – Georg sobressaltou David que já iria começar a gritar com seu estresse, mas Georg o interrompeu – Alguém já parou para procurar o Tom ou vocês acham que ele vai ficar no banheiro, de acordo com o que tinha dito, para sempre?
Então todos se deram conta de que o Kaulitz mais velho tinha ido atrás de Julia buscar suas lentes de contato. Era uma brecha no plano de Hilary, que queria deixar a brasileira na Alemanha, e uma brecha em qualquer plano, pois sem Tom, Bill não iria a lugar algum. Nem Chelsea, nem Anne (pois havia dito que iria por Georg e suas amigas), sendo assim, nem Georg e Gustav.
David bufou alto e estressado, se virando e indo em direção ao portão do avião.
– Ah! David! – Hilary o gritou – Onde vai?
– Pedir para esperarem cinco minutinhos! – David disse com a voz zombeteira – Ou vamos ficar todos sem as férias em Saint–Tropez.
Gustav comemorava internamente com sua barra de chocolate. Estava feliz por várias coisas: ansioso para entrar no avião e chegar na França, feliz por seu melhor amigo ter seguido sua prima e feliz por ela, pois a mesma deveria estar surtando se pensasse que Tom, realmente, foi atrás dela.
– CHEGAMOS!
Todos ouviram duas vozes que juntas traziam a sensação de brigas e mais brigas, mas brigas deliciosas que acabariam em beijos e um namoro escondido e adolescente. A voz de Julia e Tom, que corriam – de mãos dadas, pois Tom havia a segurado para não cair – em direção aos amigos. Julia segurava uma caixinha com suas lentes de contato, mas ainda não as usava.
Correram todos – Bill, Gus, Ge, Anne, Chel, Tom e Julia – para o portão de embarque. Alguns riram disfarçadamente pelos últimos acontecimentos. Um deles era Julia, que sentia que Tom ainda mantinha sua mão junto da dela enquanto corria, talvez estivesse esquecido de tirá–la dali, mas estava confortável.
Hilary olhava tudo com uma cara de tacho. Estava furiosa pela brasileira ter conseguido chegar a tempo e ainda por cima, de mãos dadas com Tom.
Bill, Gus e Ge entraram em uma das roletas com suas passagens na mão; Anne e Chel passaram por outra e ainda a última lá no final, onde Tom ergueu Julia pela cintura (a mesma começou a rir descontroladamente com um friozinho na barriga) e passou com ela por cima da roleta, deixando a garota no chão do outro lado. Claro que o segurança barrou Julia, pedindo sua passagem já que havia passado ilegalmente por cima e agora estavam todos em frente ao avião, subindo na escadinha e procurando seus assentos.
O avião para Saint–Tropez estava quase vazio. De um lado, Julia se sentou para o corredor com Gustav no meio e ninguém para a janela. Exatamente do seu lado, Tom sentava–se no corredor acompanhado por Bill e Chelsea do outro lado.
Naquele segundo em que todos respiravam ofegantes pela corrida e afundavam em suas cadeiras, Julia virou o rosto no mesmo segundo que Tom virou o dele e os dois sorriram um para o outro.
Um sorriso brincalhão e um tanto perverso, que Julia ficou corada um pouco e se virou para Gustav depois, tímida.
Você, do meu lado. – We The Kings

Postado por: Grasiele

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