quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Falling For U! - Capítulo 44

Mas não era como o beijo do Tom. O beijo do Tom era apaixonado, mas ao mesmo tempo malicioso. Fazia você querer mais. Não que o Harry não beijasse bem é só que... o Harry não era o Tom e era o Tom que dominava os meus pensamentos, era o Tom que eu amava. Eu não queria magoar o Harry, não queria fazer com que ele pensasse que a gente poderia ter algo. A gente até poderia, na verdade, eu queria, levando em conta que o Harry era bem lindo, além de ser inteligente e ter um bom papo. Mas era tudo sobre o Tom. Por mais que eu não quisesse admitir, era do Tom que eu gostava, era só nele que eu conseguia pensar. Era horrível para eu pensar nisso porque eu nunca me envolvi tanto em uma paixão. E agora, eu tinha acabado de descobrir que o cara que eu mais odiei e mais amei tinha me traído. Mas eu não ia esquecê-lo da noite para o dia. Eu não era assim. E eu não iria fingir. Mas eu não parei o beijo. Pelo contrário, continuei. Mas não passou disso. Harry não tentou nada. E era melhor assim. Eu não queria ter de dizer um não para ele. Nós não fizemos nada de muito extraordinário depois. Vimos um filme, conversamos, rimos muito e depois fomos dormir, já que no dia seguinte teríamos aula.
A aula foi até legal. Nós jogamos handbol na sétima aula. A Sabine lanchou conosco desta vez, evitando um possível “ataque” do Daniel. Na saída, Harry me levou até a casa dos Kaulitz:
– Eu te ligo quando eu terminar. – Disse para ele, saindo do carro. Ele sorriu.
– Não quer ajuda?
– Não, obrigada. Beijos – Dei um beijo em seu rosto e sai do carro.
– Tchau – Ele sorriu para mim, novamente. Eu adorava quando ele fazia aquilo. Retribui o sorriso e fui caminhando até a porta. Abri-a enquanto acenava em despedida para o Harry. O típico cheiro de casa de homem invadiu o meu nariz. Fui direto para o meu quarto. Peguei minha mala. Demorou, mas consegui arrumar tudo. Fui andando pela casa, a procura de alguma roupa que eu talvez tenha esquecido. Achei algumas, que foram direto para a minha mala. O último lugar que faltava para entrar era o quarto do Tom. Eu estava evitando, mas tive que entrar.
Foi só eu abrir a porta para sentir o cheiro do Tom. Era um cheiro único. Eu o adorava. Não era o perfume, era o próprio Tom. Eu não sei como, mas ele conseguia ser extremamente cheiroso, mesmo antes de usar perfume. Era algo que eu tinha esquecido de perguntar a ele, e se tivesse uma oportunidade, talvez daqui a quarenta anos, quando eu esquecer de tudo o que passei, iria perguntar. Isso não era importante naquele momento, por isso, tentei ao máximo ser rápida, pegando todas as minhas roupas. Quando entrei no banheiro, pude sentir o cheiro de seu desodorante e de seu perfume. Ignorei isso. Peguei o resto das roupas. Dei uma última olhada no quarto e sai. Mandei uma mensagem para o Harry, dizendo que já estava pronta. Olhei para o relógio. Eu tinha demorado quase uma hora e meia para conseguir arrumar tudo. Sai de lá. Tranquei a porta e coloquei a chave debaixo do tapete da frente. Fui me sentar na guia, era melhor assim, quanto mais longe da casa, melhor. Peguei o meu celular e resolvi mandar uma mensagem para o Tom. “A chave está debaixo do tapete da frente”, foi tudo o que eu escrevi. Não queria que ele respondesse. Não queria mais ouvir o nome dele. E por mais que fosse quase impossível para mim, queria apagá-lo da minha vida.
A semana passou rápido. Quando vi, já era o dia do Tom voltar, mas eu pouco pensei nisso. Eu tinha passado a semana inteira mal. Começou na terça-feira, uma dor de cabeça insuportável. Eu sentia que a minha cabeça iria explodir. A partir daí, só piorou. Sentia enjôo toda hora e tudo o que eu comia eu colocava para fora em poucos minutos. Desmaiei apenas uma vez, mas foi o bastante para o Harry me arrastar para o hospital:
– Você vai para o hospital sim! – Ele disse, me pegando no colo.
– Me solta, Harry! Eu não vou pra porcaria de hospital nenhum! – Eu dizia, esperneando.
Não adiantou de nada eu dizer por pelo menos umas quarenta vezes que eu estava bem. Ele me levou do mesmo jeito. O médico disse que era apenas uma virose. Harry ficou meio desconfiado, mas não fez nada. Nós compramos o remédio e voltamos para casa.
Era domingo e ele tinha ido a escola, pegar um trabalho. Eu fiquei em casa, deitada. Estava com bastante frio. Isso me lembrou da minha jaqueta de couro... que por a caso eu tinha deixado na casa dos Kaulitz. “Merda, merda, merda!”, pensei, comigo mesma. Levantei-me, mesmo contra a minha vontade e desci. Fui até a casa dos Kaulitz a pé. Eu estava passando muito mal, mas a casa deles era bem perto e não compensava eu pegar um táxi, ou um ônibus. “Tomara que eles não estejam lá, tomara que eles não estejam lá!”, eu pensava comigo mesma.
A chave ainda estava debaixo do tapete e a casa, vazia. Sorri comigo mesma. Procurei minha jaqueta e a achei no armário do meu antigo quarto. Iria sair rapidamente dali, se um enjôo não estivesse me pego desprevenida. Fui até o banheiro correndo e, quando terminei, fui correndo para a porta. De nada adiantou.  Quando estava virando a esquina, pude escutar a voz que eu menos queria ouvir naquele momento, chamando meu nome. Ignorei e continuei a andar, agora mais rápido, mas ele me alcançou facilmente, segurando meu braço com firmeza:
– Me solta – Eu gritei, ainda sem olhar para ele. Ele me virou e segurou meu rosto pelo queixo. Foi então que meus olhos encontraram os deles. Fechei a cara na hora. – Me solta! – Repeti.
– Jenna.. eu.. por que você está assim comigo? – Ele me perguntou.
– Eu não quero falar com você! – Tentei puxar meu braço, inutilmente.
– Me diz, Jen, por favor!
– Pra você é Jennifer. – Ele ficou sério.
– Fala comigo direito!
– Ta certo. Você quer saber mesmo o motivo de eu não estar falando direito com você? Então ta. Eu não quero mais olhar na tua cara pelo simples fato de você ter me traído – Senti-o ficar tenso. – E nem se importou de esconder isso dos outros! – Senti meus olhos lacrimejaram. Controlei-me. Não ia chorar na frente dele. – Agora tem como você em soltar? – Ele não se mexeu. Comecei a ficar tonta.
– Jen? – Não tive tempo de pensar em mais nada, ou de dizer. Vi tudo ficar preto. E de repente, eu consegui o que eu queria. Não ter mais que olhar para o rosto do Tom.
 Postado por: Alessandra

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