Fomos para o quarto. Tomamos um banho e deitamos juntos, na cama. Cai no sono e só acordei quando o Bill gritou:
– Toom, vambora! – Eu ainda estava meio sonolenta. Olhei para o lado e o Tom não tinha nem aberto os olhos. Dei um beijo e sacudi-o um pouco.
– Tom, acorda.
– Só mais um pouco... – Eu sorri.
– Vamos Tom.
Balancei-o, tirei o cobertor e puxei o pé dele. Só depois de tudo isso ele conseguiu acordar. Enquanto ele tomava banho, eu fui até a sala. Bill estava sentado no sofá:
– Cadê o Tom? Aquele garoto enrola muito. A gente vai perder o avião desse jeito – Ele resmungava e eu ria.
– Não é uma má idéia.
– Ah Jen, vamos parar de drama, né? É só uma semana. Não vai acontecer nada. Além do mais, a gente vai passar longe de LA, mesmo eu sendo totalmente a favor de a gente dar uma passada por lá. – Ele fez um olhar triste e eu dei um tapinha de leve nele.
– Você tem a Sabine, ok? E mesmo que passasse por lá, se eu descobrisse que vocês foram ver as stripers AHA você seria um homem morto – Sorri para ele e ele riu.
– Por que tanto ciúmes?
– Não estou com ciúmes.
– Aham – Ele disse, ligando a tevê.
– Sabe Bill, você e o seu irmão mudaram muito. Você tem certeza que você é você mesmo? – Eu disse, abaixando a parte de baixo dos olhos dele e depois medindo a febre.
– Para com as drogas – Ele riu. Mostrei a língua – Por que você acha isso?
– Sei lá. O Tom que costumava ser bem safado agora está, sei lá, romântico. Isso é bem estranho considerando que eu passei a vida inteira achando que nem coração aquele menino tinha, quanto mais amor.
– Eu ainda acho isso. – Ele sorriu.
– E você está safado. Tem algo estranho.
– Eu comi Sucrilhos e despertei o meu lado tigre. – Nós ficamos em silêncio.
– Nossa, essa foi horrível cara – Eu disse rindo. Ele riu também.
Nós ficamos conversando por mais um tempo até que o Tom saiu do banho, finalmente.
– Aleluia Tom! – Bill disse, se levantando – Vamos?
– Vamos. Jen?
– Oi?
– Vamos – Bill disse, já do lado de fora. Fui até eles.
Pegamos um táxi. A ida até o aeroporto foi um pouco demorada, já que estava um trânsito infernal.
– Quando você vir, a gente já vai estar de volta, relaxa – Bill disse.
– Estou relaxada, Bill. É só uma semana. Acho que eu consigo sobreviver – Nós rimos.
Bill estava no banco da frente e eu e o Tom atrás. Ele estava com a mão sobre o meu ombro. Nós nos beijamos a maior parte do caminho:
– Se despediu da Sabine, Bill? – Disse, recuperando o fôlego. O Tom beijava muito bem, e às vezes eu ficava até sem ar.
– Sim. Ela disse para eu ter juízo, mas para aproveitar a viagem. Ou seja, casa de stripers a caminhos – Ele disse com os olhos brilhando. Eu e o Tom rimos. – Brincadeira.
– Sei, sei. Toma jeito Bill! – Disse.
Chegamos ao aeroporto depois de mais de meia hora. Bill foi fazer o check in enquanto eu e o Tom fomos comprar água. Voltamos para onde o Bill estava:
– Passageiros com destino a Califórnia, favor se dirigirem ao Portão 3. – Disse a voz irritante que soava pelas caixas de som instaladas por todo o aeroporto.
– É o nosso vôo – Disse Bill. – Tchau Jen – Ele me deu um abraço forte – Se cuida aê e tenta não se matar enquanto a gente estiver fora. – Nós rimos.
– Tchau Bill.
– Tchau Jen – Tom me puxou pela cintura. Nós nos beijamos – Eu te amo.
– Eu também. – Nós demos um último beijo.
– Passageiros com destino a Califórnia, favor se dirigirem ao Portão 3 – A voz soou de novo.
– Boa viagem. – Disse sorrindo – Juízo!
– É de comer? – O Tom disse, já andando. Nós rimos e eu mostrei a língua.
Voltei para a casa de táxi. Era estranho vê-la vazia. Fiquei um tempo vendo tevê e depois resolvi ir dormir. Já estava tudo pronto para o meu primeiro dia de aula, e já eram sete horas. Acordei às onze da noite, com o meu celular tocando:
– Alô? – Disse com a voz super sonolenta.
– Ah Jen, desculpa ter te acordado – Era o Tom.
– De boa.
– Então liguei para te falar que nós já chegamos e que está tudo bem.
– Você parece a minha mãe.
– Valeu. – Eu ri.
– Eaê, como é o hotel?
– Imenso. Daria para morar aqui se eu quisesse. Mas então, já estou com saudades de você.
– Eu também. A casa está vazia sem vocês. Mas daqui a pouco vocês voltam.
– É.. só uma semana. Daqui a alguns dias você vai ter que voltar a me aturar. – Eu ri.
– Ah – Disse, toda triste.
– Ah, é assim? – Nós rimos.
Ficamos conversando por um bom tempo. Quando já era meia-noite, nós desligamos. Fui dormir pensando no Tom. Comecei a pensar naquele corpo e em todas as experiências que a gente já teve. Eu fiquei muito excitada. Me “aliviei” e fui dormir.
Acordei com o despertador:
– Ah que merda, tenho aula.
Levantei-me e fui tomar banho. Coloquei o uniforme do colégio, que era um shortinho e uma camiseta baby look. Até que era bonito. Além do mais, realçava as minhas curvas. Coloquei meu nike e fiz um rabo de cavalo. Fiz uma maquiagem bem simples. Meu celular tocou:
– Alô?
– Oi Jen – Era Sabine.
– Fala gata. Tudo bom?
– Tirando que começaram as aulas, ta tudo ótimo. Então, tô quase chegando ai na sua casa pra gente ir juntas, beleza?
– Beleza. Beeijos.
– Beijos. – Nós desligamos.
Tomei um café da manhã rápido. Escovei meus dentes e a campainha tocou. Passei perfume, peguei minha bolsa e abri a porta:
– Quer entrar? – Perguntei para a Sabine.
– Nem.. Já estamos atrasadas. Vamos?
– Vamos.
Fechei a porta atrás de mim. Nós fomos caminhando até a faculdade.
Chegamos depois de quinze minutos:
– Aê, chegamos quase no horário – Sabine disse. Eu ri.
– Quase no horário?
– É, estamos dez minutos atrasadas.
– Ah, que ótimo! – Corremos para a entrada. Depois de caminharmos uns cinco minutos, já que a faculdade era imensa, conseguimos finalmente, depois de ter olhado o número da onde nós iríamos estudar, chegar a nossa sala. O professor tinha acabado de entrar e quando foi fechar a porta, nós o impedimos com a mão:
– Calma aê professor. – Eu disse, recuperando o fôlego.
– Que isso não se repita novamente – Ele disse sorrindo. Não parecia ser bravo. Na verdade, parecia ser o típico professor perfeito. Perfeito porque tinha cara de ser legal. E perfeito porque era extremamente bonito.
Entramos na sala. Dei uma olhada geral. Os garotos eram lindos e as garotas pareciam ser bem legais. Sentei em uma das únicas cadeiras que sobraram. Seria tudo perfeito se o Matthew não tivesse entrado alguns minutos depois e sentado bem na minha frente.
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