Quando ele terminou eu já estava chorando. Eu fui até ele. Ele colocou o violão de lado e eu o beijei. Nós nos beijamos por um bom tempo:
– Eu te amo – nós sussurrávamos um para o outro.
E então nós fizemos amor. E eu não me importei de ser em uma praia. Poderia muito bem alguém aparecer lá, mas eu não estava nem ai. Eu tinha esquecido de tudo. Naquela hora era só eu e ele.
Eu estava deitada em seu peito e ele fazia carinho no meu cabelo. Aquilo estava ótimo.
Nós ficamos dizendo coisas românticas um para o outro. Parecíamos dois bobos. Até que meu celular tocou. Era Sabine:
– Amiga, já to indo para a sua casa, belesa? – Foi ai que eu me toquei de quanto tempo a gente tinha passado lá. Já eram cinco horas.
– Amiga, não to em casa.
– Então me fala onde você ta que eu passo ai para te pegar. – Disse tudo direitinho para ela. Nós combinamos de nos encontrar na entrada da praia. Eu não queria sair dos braços de Tom, mas eu não ia deixar a Sabine na mão. Além do mais, eu não perco uma festa por nada.
– Ah, não vai não Jen.
– Ah Tom, eu tenho que ir.
– O que você e a Sabine vão fazer?
– Comprar as nossas fantasias para a festa que vai ter hoje, da escola – Ele me olhou com olhos tediosos.
– Eu não acredito que você vai me trocar por uma festa – Eu ri, me levantando e já me trocando.
– Ah Tom...
– Tudo bem, pode ir. Eu entendo que você prefere uma festa a ficar comigo – Ele disse, se levantando e se vestindo também.
– Ah Tom, não é isso pô. – Eu já estava pronta e ele também. Apaguei as velas restantes. Ele riu.
– Eu sei, eu sei.
– Ah Tom, não fica triste – Eu disse abraçando ele. Ele riu.
– Não estou triste. Você pode ir desde que me prometa que quando voltar vai ser toda minha – Ele disse pegando o violão.
Eu ri enquanto pegava as velas:
– Prometo.
Nós fomos conversando enquanto íamos para a entrada da praia. Sabine já estava lá:
– Anda, minha filha! – Ela disse e nós rimos. – Oi Tom. Tchau Tom! – Ela disse pegando meu braço e me puxando.
– Calma amiga, me deixa colocar o sapato primeiro. – Ela parou de me puxar. Eu coloquei o sapato e me despedi do Tom com um beijão. – Eu te amo Tom.
– Eu também.
Sabine se despediu do Tom e nós fomos para o shopping de táxi. Chegamos lá e estava um pouco lotado, apesar de ser sexta. Fomos vendo as lojas, mas as poucas que tinham de fantasias não tinham umas legais. Uma moça nos indicou uma rua que tinha bastantes lojas de fantasias e nós fomos para lá. Já eram seis horas.
Chegamos lá e na primeira loja que entramos, encontramos uma fantasia mais bonita que a outra. Ficamos em dúvida, provamos um monte de fantasias, mas acabou decidido que eu iria de Alice, do desenho da Disney, Alice no país das maravilhas, e a Sabine de Chapeuzinho vermelho. As fantasias eram extremamente curtas, deviam terminar uns quatro dedos após o fim da bumbum, mas eram lindas então a gente deixou esse detalhe de lado.
Quando nós saímos da loja já eram seis e quarenta:
– Ah, eu amei as fantasias – Eu disse animada, enquanto nós procurávamos uma loja de sapatos.
– Eu também. A gente vai seduzir geral. Raaw – Nós rimos.
A loja de sapatos ficava na mesma rua que a de fantasias. Nós entramos rapidinho porque não tínhamos tempo a perder.
Eu comprei um salto alto azul lindo, que combinava com a fantasia, óbvio, e a Sabine um vermelhão.
Fomos para a “minha casa”:
– Tem problema a gente se trocar aqui, Tom? – Perguntamos, logo que entramos, cheias de sacolas.
– Não. Vocês vão tomar banho não é? Você toma no meu banheiro e a Sabine no banheiro do Bill – Tanto Tom quanto a Sabine deram um sorriso malicioso e eu só ri.
– Ok.
– O Bill ta ai? – Sabine perguntou, animada.
– Ta sim. Vai lá ao quarto dele. Primeira porta a esquerda.
– Valeu. Jen, to indo tomar banho, ok ?
– Vai lá amiga – Sorri para ela. – Eu também to indo, ta Tom?
– Ta amor. Antes vem aqui em dar um beijo. – Eu ri e fui até lá. Ele me virou, ficando por cima de mim no sofá. Nós rimos.
– Tom, eu tenho que ir tomar banho.
– Não tem não – Nós ficamos brigando e rindo até que ele desistiu. Fui tomar banho e quando passei pelo quarto de Bill pude ver que ele e Sabine se beijavam:
– Vai tomar banho Sabine! – Grite rindo, entrando no quarto. Ela riu também, mas aposto que continuou beijando o Bill.
Entrei no banheiro e tomei um bom banho. Sai só de toalha e o Tom estava no quarto:
– Tom lindo, eu preciso me trocar.
– Pode se trocar – Ele sorriu.
– Tem como você sair?
– Você está falando sério?
– Sim.
– Não.
– Não o quê?
– Não vou sair.
– Ótimo.
Passei creme e desodorante no banheiro. Sai sem toalha. Ele virou os olhos para mim e eu pude ver o volume na sua calça. Apenas ri.Troquei-me rapidinho. Sequei meu cabelo e fiz babyliss nas pontas. Amarrei uma fita branca na cabeça, como se fosse uma tiara e dei um laçinho. Ficou lindo. Fiz uma maquiagem caprichada. Era uma festa a fantasia, então não teria problema. Quando terminei já eram oito e quarenta. Depois de toda a minha demora, o Tom até tinha começado a ver tevê. Eu tinha apenas rido:
– Pronto Tomzinho, o quê acha? – Disse, dando uma volta.
Ele me olhou de cima a baixo:
– Você está extremamente linda. Mas a fantasia é curta demais.
– E desde quando você se importa?
– Desde que a gente está junto e eu não quero outros caras tarando a minha garota. Se eles só olhassem, seria um problema fácil de resolver, mas eles fazem bem mais do que isso e você sabe. E além do mais, eu não estou lá pra dar um jeito neles. – Eu ri.
– Tom, eu não vou deixar-los fazerem nada. Confia em mim.
– Em você eu confio. Eu não confio é neles.
– Ah meu Deus. Tchau Tom – Fui até ele e dei um beijo. Nós ficamos nos beijando por um tempo até que eu o empurrei de levinho – Tenho que ir.
– Na hora que aqueles caras estiverem te tarando, lembra que você tem namorado. E se eles tentarem algo a mais, lembra de ligar para mim que o seu namorado vai lá dar um jeito.
– Namorado Tom? Que namorado? – Ele fez uma cara de tédio.
– Ok, só lembra de mim – Nós rimos e eu o beijei novamente. – Boa festa. Te amo!
– Valeu. Juízo aê. Também te amo – Sorri para ele e fui chamar a Sabine. Ela ainda estava no quarto do Bill e estava beijando-o, mas dessa vez estava pronta. Eles demoraram, mas finalmente pararam de se beijar:
– Vamos? – Sabine virou para mim, assustada. Eu ri. Ela me olhou e deu um sorriso enorme e eu fiz o mesmo.
– Amiga, você está diva! – Dissemos nós duas, juntas. Rimos com isso. Bill olhou para mim.
– Você está linda, Jen.
– Valew Bill. Sabine, estou te esperando na sala. Anda logo. – Mandei um beijo no ar para o Bill – Tchau Bill.
– Tchau Jen. Boa festa.
Fui até a sala até que me lembrei que a gente não tinha carona. Quando a Sabine chegou, já fui logo perguntando:
– Amiga, como a gente vai para lá?
– Táaaaaaaaaaaxi – Ela disse animada e nós rimos. Ela ligou para o táxi e ele logo chegou. Gritamos tchau para Bill e para o Tom. Peguei a chave de Bill e nós fomos.
Não demorou muito e nós estávamos na frente da faculdade. Tinham apenas algumas pessoas lá fora. Pagamos o táxi e entramos. Sabine me levou para o salão. A gente nem estava perto direito e já dava para ouvir o som. Estava muito alto. Tocava eletrônica. Eu sorri:
– E o reitor? Não se incomoda com esse barulho todo?
– É ele que promove a festa. Não fica ninguém aqui, só os seguranças, guardando a escola. Ou seja, o barulho não atrapalha a ninguém, a não ser os seguranças mesmo, que nem se importam. – Ela sorriu para mim.
O salão estava muito lotado. Parecia uma balada. Na verdade, era melhor que uma balada. Tinha muita gente lá. Foi só a gente chegar que os caras já começaram a olhar. Eles deviam ter feito isso com todas, mas eu não estava nem ai. Tinha muitos caras gatos lá. Eu ia ter de me controlar para em pouco tempo não ficar com um deles.
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