sábado, 3 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 37 - O casamento [Parte II]

Tentei por um momento não pensar no que estivesse acontecendo com Bill e Tom, e concentrar a minha atenção apenas nos preparativos do meu casamento.
O vestido já estava pronto, a sandália já fora espertamente escolhida por minha mãe. Agora era só esperar que ela terminasse de arrumar a casa para receber os convidados e preparar os aperitivos.

– Mãe deixa que eu te ajudo a arrumar a casa! –disse enquanto pegava uma vassoura,
– Não! Hoje é o seu dia! Acho que dá até azar fazer isso!
– Que nada mãe!
– Deixa isso aí Camila, e trate de sossegar o facho porque daqui a pouco sua tia chega aí para te maquiar.
– Ela vai vir de carro?
–Aham, assim ela aproveita pra te deixar no cartório... Ir se casar de ônibus não dá!
– Que bom!
–Só estou um pouco na dúvida sobre o que cozinhar para o seu marido. O que o Bill gosta de comer?
– Doces.
– Doces? Só doces?
– Se tiver doces ele já fica satisfeito.
– E bebidas, vai ter... Ou ele não bebe?
– Bebe...
– Fala depressa o que ele gosta de beber para o seu pai ir logo comprar...
– Vinho. – eu disse dando um sorriso malicioso.
– Vinho? Ué na Alemanha eles não bebem é cerveja?
– Mas o Bill, gosta de vinho, ué.
– Já que você diz, vou falar para o seu pai comprar vinho.
– Pode falar, eu tenho certeza.
– Mas antes disso, experimenta essa calda aqui, eu acho que está muito grossa...
 – Para mim está ótima! Deixa eu raspar a panela?
– Aff, Camila até parece criança! Desse jeito não vai entrar no vestido!
– Ai mãe, é só um pouquinho!
– Mas de pouquinho em pouquinho eu já vi a senhora roubando os salgadinhos da bandeja, bebendo dois copos enormes de refrigerante, e fora as vezes que eu não estava olhando!
– Ta bom,mãe... Só vou raspar a panela então.
– Lambe a colher e se dê por satisfeita Camila!
– Poxa mãe....

Enquanto rapidamente lambo toda a calda da colher, minha mãe continua com os preparativos e meu pai um pouco contrariado sai para comprar as bebidas e mais alguns ingredientes.
Minutos depois a campainha toca.

– Vá atender, deve ser sua tia. – disse minha mãe.

Ela tinha razão, realmente eram os meus tios que haviam chegado.
Assim que abri a porta, minha tia Vera, apertando forte minhas bochechas, como sempre fazia, disse sorrindo.

– Então a minha sobrinha vai se casar?!
– Vou... – disse tentando me afastar daquelas mãos que estavam deixando meu rosto vermelho.
– Eu trouxe todo o meu kit de maquiagem, você vai ficar mais linda do que já é !
– Obrigada tia...
– Oi Camila, felicidades, hein... – disse meu tio.
– Obrigada... mas entrem, vamos.
– Então, você está grávida, não é?!- perguntou ele.
– Sérgio!!! – disse minha tia dando-lhe um leve cutucão.
– Estou sim... – disse um pouco envergonhada.
– Já são 13:00 hora, não temos tempo a perder! Cadê a sua mãe? – perguntou minha tia, olhando por toda a casa.
– Está na cozinha.

Então da sala mesmo, gritou:

– Lúcia, cheguei!!! Já vou arrumar a Camila!
– Espera!!! Eu quero ver!!! – gritou minha mãe da cozinha.
– Então anda logo, porque eu tenho unhas, maquiagem, e penteado para fazer o mais rápido possível!
– E eu ? – perguntou meu tio.
– Bom, meu pai já deve estar voltando, então ele faz companhia para o senhor. – disse enquanto ligava a televisão da sala para que ele pudesse assistir enquanto aguardava.
– Vamos logo para o quarto! – disse minha tia.

Enquanto pintava minhas unhas, ela me perguntava coisas como quando e como eu havia conhecido o Bill, coisas sobre a minha gravidez, etc. Eu educadamente respondia a tudo.
Ela então me maquiou de uma forma bem simples, fazendo apenas que algumas de minhas espinhas ficassem mais disfarçadas, e realçando o meu olhar.
Para o penteado, ela habilmente fez um coque, que foi coberto pelas mechas soltas do meu cabelo.
Já eram 15:30, para elas que estavam ali, “trabalhando”, o tempo havia passado voando, mas para mim, que já estava à horas sentada ali naquela cadeira, ele não havia passado com a mesma velocidade.

– Se apressem, se apressem! – dizia minha tia correndo em direção ao carro.
– Eu já não sei andar de salto, se for correr então, aí que eu me arrebento no chão! – disse tentando andar o mais depressa possível.


Como não caberia todos em apenas um carro. Eu e minha irmã fomos com os meus tios, enquanto os meus pais foram de ônibus.
Enquanto entrava no carro, ouço minha mãe gritar da calçada.

– Camila, o seu celular! Ta tocando e é o Bill!

Com aquelas palavras imediatamente me lembrei que na noite anterior eu havia dito ao Bill, que caso ele desistisse do casamento era para me ligar avisando.
Minhas mãos gelaram, meu coração bateu ainda mais forte. Teria Tom feito com que Bill desistisse do nosso casamento? Eu não sabia.
Com o corpo e mente paralisados, eu não fazia idéia do que fazer.

– Atende logo filha!

Então peguei o celular das mãos da minha mãe, e rapidamente entrei no carro, que em seguida deu partida.
Com um pouco de medo na voz, atendi ao telefone.

– Bill?
– Oi amor, nervosa?
– Um pouco...
– Você já está pronta, né?
– Sim, já estou indo para o  cartório, e você?
– Estou aqui te esperando!
– Como foi a conversa com o Tom?
– Normal...
– Está tudo bem?
– Sim, está!
– Então ta, até mais, beijos!
– Beijos!

Desliguei o celular mais tranqüila por saber que havia ocorrido tudo bem entre os dois, e que principalmente como eu havia previsto, Tom não tinha desconfiado de nada.
No meio do caminho, só para aumentar o meu nervosismo, a gasolina acaba.
Enquanto minha tia, xingava o marido de burro, este apressadamente reabastecia o carro. Minutos depois já estávamos novamente nos dirigindo ao cartório, me deixando assim um pouco mais calma.
Mas assim que cheguei na entrada do edifício no qual se localizava o cartório, minha tranqüilidade teve fim.
Não só por eu estar à um passo de me casar, mas principalmente, porque encostado na parede do prédio, estava ele, Tom Kaulitz.
Desci do carro, tentando fingir não ter notado sua presença, mas como que incontrolavelmente meus olhos o fitaram de novo, e então Tom fez gestos dizendo que queria falar comigo.
A principio, continuei ali, esperando meus familiares descerem do carro. Meu plano era não mais o olhar, e seguir em frente entrando no cartório.
Mas eu precisava falar com ele, talvez fosse importante, pensei.

– Tia, vocês podem ir subindo... daqui a uns segundinhos eu vou.
– Por quê? – perguntou minha tia.
– Meus pais ainda não devem ter chegado, e eu quero esperar por eles, aqui.
– Então nós vamos ficar com você! – disse ela.
– Não, por favor. Subam e façam companhia para o Bill.
– Ta bom então Camila. Cuide-se hein!
– Ok, tia.

Assim que eles entraram no prédio, fui na direção em que Tom estava, com o olhar fixo no chão, tentava imaginar o que ele poderia me dizer.
Com certeza, mandaria novamente eu me afastar do Bill, me xingaria e magoaria. Mas agora nós faríamos parte da mesma família, era importante que não houvesse brigas entre nós dois, principalmente por causa de Bill, que amava tanto o irmão.

Postado Por: Grasiele

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