sábado, 3 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht - Capítulo 32 - Sentimentos confusos

Mesmo eu sabendo que o que Giselle havia me dito realmente fazia algum sentido, eu também sabia que se eu abortasse aquela criança, eu não perderia apenas o meu filho, perderia o Bill para sempre. Ele era totalmente contra o aborto, e mesmo eu dizendo que foi um aborto espontâneo, ele não acreditaria. Além do mais eu menti para Bill sobre a paternidade de meu filho justamente para não ter que tomar atitudes extremas como aquela, então não faria sentido eu tirar a vida do meu filho.

Após Giselle ter ido embora Bill nada disse. Em silêncio ele colocou as malas que segurava no chão e foi banhar-se enquanto que eu arrumava a casa.
Não sabia se ele estava com raiva apenas da Giselle ou de mim também, tive vontade de lhe perguntar se estava pensando que eu concordava com o aborto, mas preferi esperar que ele tomasse a iniciativa.

Bill saiu do banho, sentou na cama e acendeu um cigarro. Olhava para mim como se quisesse dizer alguma coisa, mas não tivesse coragem.

– Você não está pensando que eu vou tirar o nosso bebê, está? – perguntei.
– Eu não disse nada.
– Mas a sua cara diz tudo.
– E você está pensando em abortar?
– Mas é claro que não! A Gi só estava querendo me ajudar!
– Com amigas como essa você nem precisa de inimigos.
– Bill, não foi porque ela me disse isso que eu vá obedecer!
– Eu sei, só fiquei chateado.
– Você não está com raiva de mim não, está?
– Claro que não! Vem, senta aqui que eu tenho que te contar algo muito importante.
– Ai meu Deus o que foi?!
– Eu fui na sua casa, quer dizer ex-casa, e dei de cara com o seu pai.
– Minha nossa senhora!
– Não adianta apelar para os céus porque agora já foi.
– Já foi o quê???
– Ele começou a reclamar de novo, que você estragou o seu futuro, que ele estava muito decepcionado com nós dois, que já estava com vergonha de andar na rua...
– Até aí nada de novo. Mas continua...
– Então eu perguntei o que eu poderia fazer para amenizar aquela situação.
– E o que foi que ele disse?
– Bom, primeiro ele disse “Suma da minha frente e nunca mais apareça aqui!”, mas depois de perceber que estava falando ele disse pra mim...
– Desembucha Bill!
– Camila, você... peraí esse não é o melhor jeito de fazer isso.

Então Bill abriu a gaveta da mesinha de cabeceira e tirou uma caixinha preta, se ajoelhou aos meus pés e segurando em minha mão disse:

– Camila, você sabe que eu te amo, sempre te amei e sempre vou te amar. Eu sei que os sentimentos não são provados através de um papel, ou de dois simples anéis... Ai merda isso ta ficando uma droga! Eu tinha que ter ensaiado antes!
– Se acalme Bill, continua....
– Então, eu sei que pode parecer ainda muito cedo. Mas todas as coisas na nossa vida aconteceram de forma tão intensa e inesperada, que talvez isso não seja assim, tão precipitado...
Camila, você aceita se casar comigo? – disse ele abrindo a caixa que segurava, exibindo dois lindos anéis de prata.

Embora Bill e eu já estivéssemos morando juntos, casamento soava tão forte. Eu não esperava que ele me fizesse aquele pedido, não tão cedo. Eu me senti estranha. Várias emoções diferentes afloraram no meu coração. Minha cabeça dizia que se eu aceitasse aquele pedido eu estaria cometendo um erro, pois estava muito cedo, pois eu ainda não amava Bill tanto quanto ele parecia me amar. Já meu coração dizia que era a melhor coisa a se fazer, dizendo sim eu estaria criando um compromisso maior com Bill, e como havia sido aconselhado por meu pai, então também recuperaria o apoio dele.
Eu já não sabia o que meu coração e minha cabeça ordenavam, os sentimentos se misturavam, e a única palavra que saiu da minha boca, ainda que hesitante, foi “sim”.

– Sim? – perguntou Bill.
– Sim. – confirmei ainda confusa.
– Então grita “sim”!
– Sim!
– Mais alto, mais alto! Deixa o mundo escutar!
– Sim!!!!!!

Bill então sorrindo me abraçou, e assim ficamos por alguns minutos.

– Camila, olha só os anéis que eu comprei!
– Lindos! Mas parecem ser caros Bill...
– Parcelei em 10 vezes sem juros, só que eles vão ter que ser o nosso anel de noivado e as nossas alianças, porque a grana ta curta.
– E você acha que eu ligo pra isso? Gosto das coisas simples.
– Que bom, porque amanhã nós iremos ao cartório nos casar.
– O quê???
– Seu pai disse que tem pressa e que tem que ser antes da barriga crescer mais.
– Mas amanhã?
– Eu sei que as mulheres sonham em se casar na igreja e tal, só que no nosso caso não dá porque gastaríamos muito tempo e dinheiro.
– Ta, mas amanhã?
– Por mim eu casava hoje mesmo, mas não deu.
– E se eu não aceitasse?
– Sabe que eu nem pensei nisso. – disse rindo.
– Bill você quer mesmo se casar, ou só está fazendo isso porque meu pai disse?
– Mas é claro que eu quero!
– Você tem certeza?
– Absoluta! Já até vim pensando no meu look para o casório...
– Legal e eu nem roupa tenho!
– Sua mãe disse pra você dar uma passada cedo lá, porque ela vai te dar a roupa que usou no casamento dela.
– Vixe! Você todo moderninho e eu lá com uma roupa dos anos 50.
– Olha que eu vou contar para a minha sogra que você está chamando ela de velha!
– Eu não disse isso!
– Mas a roupa deve estar com cheiro de mofo...
– Pura naftalina!
– Mas enfim, como o casamento será realizado apenas no cartório, são necessários 2 padrinhos. Quem serão?
– Gi! E...
– Tom.
– Tom?
– Ele é meu irmão, não consigo pensar em outra pessoa além dele. Algum problema?
– Não, por mim tudo bem.

Tom como padrinho do meu casamento com Bill? Não havia nesse mundo pessoa mais inapropriada para tal função! Mas se eu dissesse isso ao Bill, talvez ele ficasse com raiva de mim, pensando que o meu sentimento por Tom pudesse impedir ou atrapalhar o nosso casamento.
Fiquei imaginando o quão estranha e difícil seria aquela situação. Eu me casando com outra pessoa, diante do homem que eu verdadeiramente amo, ou amava, não sei.
Meus sentimentos estão tão confusos, não sei se o que sinto pelo Bill é apenas gratidão por todas as coisas boas que ele tem feito por mim, ou se estou começando a gostar dele de um jeito especial. Não sei se ainda amo o Tom ou se apenas quero me prender a um passado que me traz boas lembranças. Eu não sei.

– Camila, convida logo a sua patroa para o casamento, assim você não precisa ir trabalhar amanhã!
– Já vou fazer isso.
– No cartório terão poucas pessoas, assim como na festa que sua mãe vai fazer.
–Festa?
– Não é bem festa... Sua mãe estava preparando o bufe do casamento de uma mulher .. Só que aí ela deu uma desculpa lá, e a comida ficará para nós!
– Nossa!
– É... não tem escapatória!
– Você nem vai ter despedida de solteiro!
– E quem disse que não?
– Você não é nem doido de ir para essas boates, clubes de strip-tease...  
– Ta com ciúmes é?
– Não é isso, mas... mas...
– Não adianta negar! Está com ciúmes!
– Pára Bill...
– Não precisa ficar com raiva, a minha despedida de solteiro será com você!
– Como assim?
– Você não disse que eu seria seu escravo sexual?
– Eu disse brincando Bill...
– Mas eu falo sério... já comprei até a minha pílula azul.
– Quê?
– Agora eu to brincando! Eu não preciso disso! Talvez você é que não agüente...
– Você está me dando medo Bill!
– Se prepare porque hoje é a nossa despedida de solteiro e amanhã a nossa lua-de-mel!

Postado Por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog