quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Substituta - Capítulo 13


– Àlex! – Alertei, puxando o zíper de volta, fechando o vestido.

– O que foi, Tom, você não quer? – Ela desafiou. – Não é homem o suficiente para isso? – Beijou meu pescoço e eu senti todo o meu autocontrole se esvair. Segurei em sua cintura e a impulsionei em direção a cama, ficando por cima dela.

– Você sabe muito bem que eu sou homem suficiente para fazer o que quiser! – Odiava quando as pessoas me desafiavam dessa maneira. Ela riu escandalosamente. [Solte a música]

– Prove! – Cerrou os olhos e manteve um sorriso no canto da boca.

Sabe quando você fica completamente indeciso, sem nem ao menos poder se mover? Exatamente, eu estava assim. Eu não sabia se me movia para sair de perto dela ou para me aproximar mais ainda. Ela segurou o colarinho da minha camisa e me puxou mais para perto, entrelaçando suas peras em minha cintura, sem me deixar saída a não ser ceder aos seus caprichos. Do jeito que ela estava eu poderia conseguir tudo que eu quisesse, mas não sei se conseguiria olhar nos olhos dela no outro dia. Segurei um de seus braços que se mantinham presos ao meu pescoço e tentei tirá-lo dali, mas nada, ou ela estava mais forte que eu, ou o beijo estava realmente muito bom a ponto de me fazer ficar sem foco. Acho que a segunda opção era a que se adequava mais a situação. Suas pernas fizeram tanta força sobre meu quadril que me fez cair em cima dela, já que minhas mãos se ocupavam em segurar as dela que estavam impossíveis. Assim que meu peso começou a ajudar no contato de nossas intimidades pude ouvir um gemido vindo da parte dela, aquilo me fez segurar seus braços com força, prendendo-os contra a cama, acima de sua cabeça, e comecei a beijar seu pescoço, dando leves mordidas. Ela começou a mover seu quadril contra o meu, provocando atrito entre nossas intimidades, o que de certa forma me fez, inconscientemente, ou talvez não, fazer o mesmo. Àlex insistia em gemer ao pé do meu ouvido, enquanto eu ainda beijava seu pescoço, e por vezes da sua mandíbula até seu lóbulo. Soltei uma de sãs mãos e comecei a descer mais o zíper de seu vestido, revelando agora sua barriga. Me afastei um pouco para ver melhor seu corpo, podendo ver sua barriga se mover freneticamente devido a sua respiração rápida e seus olhos fechados por um momento, antes de se abrirem e mostrar o verde perfeito que eu tanto adorava.

– Anda logo! – Ela exigiu, com uma autoridade rude. Ela nunca falaria assim comigo, aliás, com ninguém.

Foi ai que eu me toquei do que estava fazendo. Eu não poderia fazer aquilo com ela. Talvez com qualquer outra garota, sim, mas aquela era a Àlex. Eu só tocaria nela quando ela mesma me pedisse e, é claro, quando estivesse em sã consciência. E aquele não era o caso. Me levantei mais que rapidamente e caminhei até o banheiro com certa dificuldade devido a ereção que estava me incomodando naquele momento. Tranquei a por atrás de mim e me encostei a mesma, respirando ruidosamente, tentando tirar de minha cabeça a imagem dela naquele vestido apertado e curto, e no quão perto eu estivesse de tê-la.

– O que pensa que está fazendo? – Ela gritou, estapeando a porta do banheiro. – Eu sabia que você não era de nada, Kaulitz. Toda aquela historinha de fodão e, na verdade, não passa de um franguinho! – Ela socou a porta com muita força. Fechei os olhos e coloquei a mão sobre me rosto, controlando minha vontade de simplesmente abrir aquela porta e mostrar para ela que estava errada, só que eu sabia que amanhã ela estaria arrependida por ter bebido tanto, e o pior, de ter transado comigo. E quem sairia como vilão nessa história seria eu, que estaria me aproveitando do estado alterado dela para levá-la para cama. Ela me agradeceria por isso amanhã. Podia ouvir os protestos dela, xingando-me de todos os nomes que eu costumava usar quando estava puto. Tirei toda minha roupa e abri o chuveiro, com a água praticamente congelando meus ossos, eu odiava água gelada, mas naquele momento eu não poderia agradecer mais por isso. Aos poucos meu corpo parecia se acalmar e eu não podia mais ouvir Àlex falando no quarto, talvez ela estivesse pensando em mais nomes para me apelidar. Peguei uma toalha e me sequei, esperando alguns segundos para retornar ao quarto e me dar conta de que ela estava dormindo, praticamente desmaiada, de qualquer jeito na cama. Sorri, balançando a cabeça negativamente e a ajeitei na cama, ouvindo-a resmungar baixinho. Peguei uma roupa limpa em minha mala e deitei ao lado dela na cama. Seria uma noite longa.

[Tom’s P.O.V. OFF]

Minha cabeça latejava tanto que eu nem conseguia levantá-la sem sentir pontadas em meus olhos. Era um inferno. Eu estava nesse lenga-lenga há praticamente trinta minutos, levantar ou não levantar. Puxei mais o edredom para me cobrir, estava frio, mas eu não fazia a mínima idéia se estava chovendo, meus sentidos estavam uma merda. Nunca mais vou beber tanto em minha vida.

– Acho que não é só você que está com frio! – Tom reclamou. Tomei um susto tão grande que rolei na cama rapidamente e cai deitada no chão. Ótimo, era tudo que eu precisava, bater a cabeça no chão. – Você está bem? – Ele se apoiou na ponta de cama e sorriu para mim.

– Não! – Minha cabeça latejou violentamente e eu senti que o mundo girava.

– Mau humor? – Um sorriso brincalhão brincava no canto de sua boca. Pena que eu não estava achando a menor graça. Sentei, ali mesmo no chão, e abaixei um pouco a cabeça para diminuir nem que fosse um por cento da dor, mas a visão que eu tive fez com que eu ficasse com mais dor ainda. Eu estava somente de lingerie.Olhei em volta e constatei que estava no quarto do Tom. Eu. Lingerie. Quarto. Tom. Levantei a cabeça rapidamente para encará-lo, com os olhos arregalados e a garganta seca.

– O-o q-que aconteceu a-aqui? – Fui me arrastando pelo chão até estar longe o suficiente dele, com as costas apoiadas na parede. Tom levantou da cama, somente de boxer e caminhou até o banheiro.

– Nada de mais. – Respondeu desleixado. – Só alguns amassos, alguns beijos, e algumas outras coisas. – Sua voz soava tão natural que eu senti meu coração disparar. O que nós aviamos feito? Ele saiu do banheiro e olhou para mim encolhida no chão, aterrorizada, e deu risada.

– Do que está rindo? – Aquilo já estava me irritando, eu não conseguia lembrar nada.

­- Não precisa ficar com essa cara, nós não fizemos nada. – Apoiou-se na parede, olhando-me de cima. – Porque eu não quis! – Um sorriso curvou seus lábios, fazendo seus olhos ficarem cerrados, dando-lhe um ar infantil. Levantei do chão, colocando a mão na cabeça em seguida, sentindo tontura. Tombei para o lado, sentindo Tom segurar-me em seus braços. – Cuidado. – Disse em meu ouvido com um tom sedutor. Soltei seus braços do meu corpo bruscamente, quase sendo rude, se é que não fui.

– Eu estou bem! – Segurei na parede, esperando a tontura passar. Maldita ressaca.

– Você não se lembra de nada? – Tom com certeza estava se divertindo muito com meu sofrimento, ele sempre parecia estar fazendo piada de mim.

– C-claro que eu lembro! – Respondi na defensiva, rápido de mais, e dessa vez eu senti como se agulhas perfurassem meus olhos. Soltei um gemido de dor, me encolhendo um pouco.

– Não, você não está! – Tom voltou a me envolver com seus braços, dessa vez me levando para o banheiro. – Tome um banho, acho que eu tenho uma aspirina por aqui. – Parece que ele, finalmente, estava preocupado, seu tom divertido havia sumido.

Tranquei a porta do banheiro e tirei minhas roupas íntimas, entrando no Box e ligando o chuveiro. A água morna encharcou meus cabelos e a dor diminuiu um pouquinho, soltei um suspiro de alívio quando isso aconteceu. Não demorei e saí logo dali, vesti um roupão, estava com o estômago dando voltas, estava com fome, mas sentia que se comesse alguma coisa, provavelmente, colocaria para fora. Mas o que afinal eu tinha feito ontem à noite?

[Flashback ON]

Olhei o vestido pela milésima vez estendido sobre a cama. Era muito ousado, com certeza eu não gostaria de usar isso em público, já estava desistindo dessa idéia maluca quando as palavras de Tom me acertaram como um soco no estômago.

“Você é muito certinha”

Porque ele não podia parar de ser tão idiota e julgar os outros dessa forma? Eu iria provar que ele estava errado, o faria engolir todas as suas palavras. Peguei o shot de vodka em cima da pequena mesa e encarei o copo durante alguns segundos com o cenho franzido. Não gostava de beber assim, mas precisava de uma injeção de coragem, e nada melhor do que bebida. Virei o copinho, sentindo minha garganta praticamente rasgar, quase coloquei o liquido pra fora, mas me obriguei a engolir. Repeti esse gesto algumas vezes, e quando já me sentia leve, coloquei o vestido. Sentei na beirada da cama para colocar os sapatos e parei para pensar, o que eu estava fazendo? Eu precisava mudar radicalmente para que Tom e o resto do mundo passassem a me respeitar mais, eu era muito boba, uma idiota que ficava ali, acreditando em contos de fadas. Estava mais do que na hora de dar um basta naquilo, nem que para isso eu tenha que ter meu lado vadia.

[Flashback OFF]

E dali em diante eu não me lembrava de mais nada, somente coisas muito vagas, borradas, era como um sonho. Tom me encarava com um sorriso no canto da boca, tomando um café junto comigo, estávamos nisso há alguns minutos, embora eu só tivesse percebido isso por agora, já que estava perdida em pensamentos.

– Você deveria ver como fica engraçada bêbada! – Limpou a boca com o guardanapo e o jogou sobre a mesa, terminando seu café. – Sem contar em como fica tarada! – Riu. Tampei o rosto com as mãos, sentindo meu rosto queimar.

– Para, okay?! – Pedi, rindo também.

– Afinal, porque bebeu? – Ele cerrou os olhos em minha direção, analisando-me. – Nunca foi de beber, quanto mais de se embebedar.

– Às vezes é bom fugir da rotina! – Comentei calmamente, como se nem me importasse, dando uma de rebelde.

– Sei. – Duvidou, balançando a cabeça negativamente.

– Mas só por curiosidade, ninguém mais me viu bêbada, não é mesmo? – Antes que ele risse da minha cara eu desviei o olhar, encarando um ponto fixo na parede.

– Não se preocupe, só o Georg, o Bill, o Gustav e o Jost te viram assim. Ah... E todos que estavam na festa. – Minha boca se escancarou, arregalei os olhos e Tom se levantou, rindo de mim.

[Bill’s P.O.V. ON]

– E então, Jost? – Encarei-o, empenhado em achar um número na lista telefônica de seu BlackBerry, mas toda aquela demora e suspense estavam me deixando nervoso, odiava ter que esperar. – Jost? – Chamei novamente, certificando-me de que ele tinha escutado as outras quatrocentas vezes que o chamara. Ele me encarou, sorrindo malicioso, arregalei os olhos.

– Acho que tenho a pessoa perfeita para ser produtor, ou melhor, produtora, da The Mystics! – Por seu sorriso eu podia perceber que ele não estava falando de uma mera pessoa. Eu preciso dizer que minha curiosidade atingiu o nível máximo?

[Bill’s P.O.V. OFF]

O show estava prestes a começar, eu estava tão nervosa que minha cabeça parecia querer explodir, era muita pressão. Os meninos entraram primeiro, eu preferia entrar somente quando fossemos tocar, eu não precisava que ninguém olhasse para mim, já estava muito nervosa só em ter que tocar. Comecei a estalar meus dedos, respirando fundo e tentando não pensar no que estaria por vir. Senti uma mão tocar meu ombro.

– Fica calma, vai dar tudo certo! – Senti meu coração desacelerar um pouquinho. Que droga aquele garoto fazia comigo?

– Você não está nervoso, Tom? – Perguntei, surpresa. Ele sempre era um dos mais pilhados antes dos shows.

– Claro que estou, mas quando eu estiver tocando lá na frente eu sei que vou esquecer todo o nervosismo. E eu só vou aproveitar o que mais gosto de fazer. – Sua palavras eram simples, e por um momento me transportaram para outra dimensão, me dando mais energia para tocar.

– Obrigada, Tom! – Agradeci, não só por ele estar ali, se preocupando comigo, mas pelo que fez no outro dia, me... Protegendo.

– Não por isso! – Ele apoiou uma mão na parede atrás de mim e encostou nossos rostos, e pela primeira vez, eu não estava nem um pouco preocupada em me afastar dele. Tom enterrou sem rosto em meu pescoço, depositando um beijo, subindo para minha mandíbula, o canto da minha boca e por fim, dando um selinho demorado na mesma. – Será que nós poderíamos conversar depois do show? – Propôs, com nossas testas coladas.

[Bill’s P.O.V.]

Jost havia se afastado para atender o celular, ele estava muito estranho naquele dia, principalmente depois do telefonema para a tal produtora. É claro que eu estava morrendo de curiosidade, mas não daria o braço a torcer, ele vivia me chamando de enxerido. Encostei-me a mesa ao lado do sofá, onde os outros conversavam energicamente, e tentei não ficar encarando Jost demais. Mais que diabos ele tanto conversava com aquela produtora. Aposto que seria uma daquelas mulheres cinquentonas rabugentas, bem cara do Jost, ele fazia isso pra ninguém achar um produtor melhor que ele.

– Se prepare pra conhecer A produtora! – Jost colocou a mão sobre meu ombro, empolgado.

Nem sete segundos se passou a porta foi aberta por um de nossos seguranças, e ela adentrou o camarim, com os olhos semi-cerrados, uma das sobrancelhas levantadas, numa bela pose de chefona.

Jost, me diz que tem mais dessas na sua lista telefônica!

Postado por: Grasiele

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