Sparks Fly - Capítulo 51 - There's no doubt, it's she!

(Contado pela Becca)

Aquele pedido inesperado do Georg era tudo que eu precisava. Sempre achei que ele levava jeito pra ser o cara mais romântico e fofo do mundo, mas desta vez, superou as minhas expectativas. Se tudo dependesse de mim, me casaria com ele naquele mesmo dia ou na manhã seguinte. É uma pena que as coisas não possam ser assim, tão fáceis. Somos noivos de primeira viajem, então tudo tem, ou melhor, deve sair perfeitamente como sonhamos.

Sempre desejei me casar com ele, na mesma data em que nos conhecemos. E após uma longa – longa mesmo -, conversa, decidimos adiar um pouco mais os planos. Com essa história dos meninos estarem preparando um novo álbum para as fãs, o Georg acabaria sem tempo pra me ajudar com as coisas do casamento, e isso definitivamente não pode e nem vai acontecer. Quero que ele esteja presente desde a escolha do local e ornamentação, até o dia em que faremos a prova dos maravilhosos docinhos... Enfim, o casamento só poderá acontecer daqui um ano e meio.

- Dois anos é muito tempo! – reclamei.
- Becca, é um ano e meio. – diz Georg.
- Tanto faz!
- Sei que não está tão satisfeita...
- E não estou mesmo. – o interrompi, fazendo birra.
- Eu quero me dedicar por inteiro nisso, da mesma maneira que estou dando todo meu suor pela banda.

Mesmo sabendo que pra mim esse “um ano e meio” seria o mais longo de todos os tempos, tentei aceitar a história numa boa.

- Tá legal. – disse. – Mas quando chegar o dia de sairmos para resolver nossas coisas e você reclamar o mínimo que for, é melhor dar adeus a lua de mel.

E até parece que eu iria negar isso a ele. Seria a primeira a querer pular toda a cerimônia pra finalmente poder ficar a sós com ele no quarto de hotel mais luxuoso e aconchegante.

- Te ajudarei em qualquer coisa. – disse ele. – Só peço que tenha um pouquinho de paciência. Vai passar rapidinho.

Vou ficar cruzando os dedos pra passar rápido mesmo. E enquanto nada acontece, decidi ir organizando algumas coisas. Sou ansiosa, então acho que se nada for feito com antecedência, não sairá algo que preste.

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Inicialmente, o combinado era mantermos a história em segredo, para contarmos numa ocasião especial. Mas minha gigantesca boca e eu, não conseguimos nos controlar, e acabamos dando a noticia, numa noite em que todos estavam presentes, reunidos em volta da mesma para um jantar rotineiro.

- O Georg e eu vamos nos casar! – disse, na maior felicidade.
- Becca! – Georg me repreendeu.
- Desculpa amor, mas não deu pra segurar.

Acho que os meninos ficaram calados por alguns segundos, tentando absorver o que eu acabara de dizer. A melhor reação veio do Gustav, que caiu na gargalhada, realmente não acreditando no que ouvia. Embarquei na sua, e também comecei a rir. O Bill, simpático como sempre, fez questão de sair de onde estava para nos cumprimentar com um abraço e um “felicidades”. Acorda Bill, a gente ainda não se casou! Já o Tom... Dava pra ver que ele também havia ficado feliz, mas parece que a cada dia ele fica meio deprimido pela distância da Savannah. E isso me corta o coração.

MAIS TARDE, NAQUELA MESMA NOITE...

Georg e eu estávamos no aconchego da nossa cama, conversando sobre o que o futuro poderia nos reservar. Também aproveitamos para falarmos de onde possivelmente iríamos morar.

- Quando nos casarmos, não iremos morar aqui, não é? – perguntei.
- Porque não? Aqui é tão legal.
- Porque não quero ter que controlar os meus gemidos, só pros outros não escutarem.

Dois segundos de silêncio, em seguida as risadas.

- Então você fica controlando a intensidade dos gemidos? – ele continuava rindo.
- Claro! Os meninos já me chamam de maluca sem fazer nada, imagine se eu ficar gritando alto.
- Ok, vamos comprar um apartamento.
- Apartamento não. Sou espaçosa, e quero uma casa tão grande quanto essa, ou até maior.

ALGUNS MESES DEPOIS...

Passei o dia fazendo compras com uma amiga, e quando cheguei em casa, encontro os meus pais e os pais do Georg. Fiquei surpresa com aquela visita repentina, e até pensei que algo tinha acontecido para eles terem vindo assim, sem avisar.

- Pai, mãe? – larguei as sacolas no chão. – O que fazem aqui? – me aproximei deles, e os abracei. – Senhor e senhora Listing... – também os abracei.
- Viemos para falarmos sobre o casamento.

E foi ai que toda loucura começou. A minha mãe abriu uma caixa, e tirou de dentro aquele seu vestido horrível, que foi usado no casamento. Depois veio a mãe do Georg. Sério, eu não sabia qual era o pior. Pra completar, as duas começaram a discutir pra ver qual eu usaria.

- A Becca tem que usar o meu, que é mais bonito. – diz a mãe do Georg.
- Claro que não! Ela é minha filha, e deve usar o mesmo que eu usei!

Ninguém estava mais agüentando toda aquela confusão.

- Tá legal, vamos deixar que a Becca escolha. – diz minha mãe.
- Vocês querem que eu me decida entre a lona de circo e o pára-quedas?

Sem chance! Não vou usar aquelas coisas antigas, que cabiam duas de mim em cada um. Ainda bem que o Tom apareceu pra me salvar daquela bagunça, anunciando que seu divórcio com a Bella tinha acabado de sair. A parte ruim da negociação é que ele vai ter que dar uma pensão de cem mil dólares durante quatro meses, para ela se estabelecer em algum lugar, já que não tem onde cair morta.

UM ANO, CINCO MESES, E DOIS DIAS DEPOIS...

Finalmente aquele tão aguardado cd da banda, foi lançado. Aposto que as fãs foram à loucura quando escutaram as faixas do mesmo. É realmente incrível como esses meninos tem talento para o que fazem, e se não tivessem, não estariam onde estão hoje. Os fiz prometer que a turnê só começará após a lua de mel, e não tem discussão.

Falta um mês para o grande dia, e posso dizer que está tudo pronto! O local onde a cerimônia ocorrerá, foi escolhido com cuidado e está alugado; o Buffet é simples e ao mesmo tempo sofisticado, e ainda faremos uma revisão a quatro dias da festa; meu vestido está impecável, e a última prova foi marcada para a próxima semana, ou seja, não posso engordar ou emagrecer; os padrinhos e madrinhas também foram selecionados; e os convites acabaram de ser enviados para as setecentas e cinqüenta e quatro pessoas.

(Contado pela Savannah)

O tempo passou, e muita coisa mudou em minha vida. Mesmo com toda minha marcação serrada em cima do meu pai, ele novamente foi parar no hospital. Só que desta vez... Acabou não resistindo. Recebi essa terrível noticia, e quase desisti de continuar seguindo em frente. Mas no fim das contas, quando parei pra pensar, cheguei a triste conclusão de que foi o melhor. Ele estava sofrendo e por conseqüência me fazia sofrer junto.

Tomei a decisão de vender a casa onde passei praticamente toda a minha infância. Por sorte o Pablo me aconselhou e não fazer isso. Ele disse que aquele lugar deveria se tornar um abrigo para animais. Achei interessante a idéia, e não hesitei nem poupei esforços para que acontecesse.

Meu namoro com o Pablo vai seguindo tranquilamente, embora às vezes eu o olhe apenas como um amigo. E a cada dia que passava, eu o via crescer nos negócios. Agora ele é sócio majoritário de uma das melhores revistas de moda do Brasil, comprou uma mansão num luxuoso condomínio, e como eu não tinha um lugar fixo pra viver, acabei me mudando pra lá. Ah, também reencontrei a Nicolle, que continua casada e agora tem uma filha, que mais parece uma boneca.

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Era noite, e eu estava sentada no sofá da sala, lendo um livro qualquer, só pra passar o tempo. O Pablo chega do trabalho, e se senta ao meu lado, me dando a noticia de que viajaríamos para Los Angeles.

- O quê? – perguntei. – M-Mas por quê?
- Porque haverá uma festa em comemoração às bodas de ouro de uma revista, e nós precisamos comparecer.
- Por favor, não me faça voltar naquele lugar.
- Está com medo de reencontrar o Tom?
- Não! – sim. – Só não to a fim de ir.
- Você vive dizendo que quer provar o seu amor por mim, talvez agora seja a hora. Prove que você o esqueceu, e me acompanhe.
- Isso parece chantagem.

Ai a empregada apareceu trazendo as correspondências do dia. E depois de muito, mas muito tempo, chegou algo pra mim. Será que é dele? Não, ele não teria coragem de fazer isso. Quando abri o envelope, tive a novidade.

- É o convite do casamento da Becca!

Não tem jeito Savannah, você vai ter que voltar à Los Angeles.

DUAS SEMANAS ANTES DO CASAMENTO...

(Contado pelo Tom)

Confesso que não fui atrás da Savannah, com medo de que ela me rejeitasse de alguma maneira. Ouvi mais conselhos da Becca, e ela também achou que seria bom eu dar um tempo. Tempo pra quê? Pra ela me esquecer mais rápido? Mas enfim... Hoje estamos fazendo um show particular para duzentas pessoas, na mansão de um milionário. Acho que é a comemoração das bodas de alguma coisa...

Fizemos um pequeno intervalo, para podermos cumprimentar e conhecer um pouco tudo aquilo. Enquanto eu tentava me distrair, olhei de relance para o lado, e vi uma garota passar com uma taça de champanhe. Me virei novamente para olhá-la e ela havia sumido.

- Eu já volto. – disse ao Bill, e fui logo saindo.
- Aonde você vai? – perguntou, e nem lhe dei ouvidos.

Eu tinha que encontrá-la pra tirar a prova, mas no meio de todas aquelas pessoas, ficava meio difícil. Foi ai que a vi indo em direção a entrada da mansão, e fui atrás. Ali dentro estava bem quieto, já que a comemoração era do lado externo. Subi as escadas, passei por vários corredores, e nada.

Continuei a busca, atentamente. Der repente esbarro numa moça, que também parecia estar distraída, olhando algo em sua bolsa. Ergui minhas vistas para pedir-lhe desculpas, e... Era ela. Eu tinha plena certeza de que era mesmo ela! Conheço e me lembro perfeitamente daqueles olhos azuis me que hipnotizaram. Estava usando um vestido que ficava a um palmo ou dois acima do joelho, e tinha tom pastel; seu cabelo estava preso num penteado que combinava com a ocasião; sua maquiagem era leve, realçava e dava destaque para os olhos.

Mesmo estando tão diferente do que eu costumava ver, não havia mais dúvidas.

- Savannah.

Postado por: Grasiele