terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 52 - People change.

Eu guardo para mim mesma
Que as coisas ao redor com o tempo vão mudar
E se eu esperar isto, você poderá sempre mudar sua mente
Como um conto de fadas, eu leio até o fim
Não posso fechar meus olhos, você esteve mentindo aqui de novo
Depois quando eu voltar,eu desapareço
E eu entendo que isso poderia ter acontecido

(Contado pela Savannah)

Sou bem controlada com essa história de ir ao banheiro na casa do outros, principalmente quando se está dando uma festa. O negócio é que me veio àquela vontade repentina, que não dava pra segurar. Pedi a uma das empregadas que me mostrasse apenas o caminho, depois disso, ela poderia voltar aos seus afazeres.

Fiz o que tinha pra fazer, e aproveitei para retocar a maquiagem. Sai do banheiro, e tentei encontrar a saída, e acabei me perdendo. O lugar era enorme, e pra uma pessoa como eu, não tinha como não me perder. Mantive a tranqüilidade, e nessa de ficar andando de corredor em corredor, alguém esbarrou em mim.

Primeiro achei que não estava enxergando aquilo que estava bem diante dos meus olhos. Depois senti os batimentos se acelerarem, e tentei esconder a surpresa. A minha fala desapareceu. O que eu poderia dizer numa hora dessas?

- Savannah. – é impressão minha, ou isso que está se formando em seus lábios é um minúsculo sorriso?
- Oi. – disse, secamente.
- V-Você está... – me olhou de cima a baixo. – Diferente. – completou. – Faz tanto tempo que não nos vemos.
- Eu... Não fiquei contando.

Eu sabia! Tinha certeza que não seria uma boa idéia fazer essa viajem, nem ao menos para ver a Becca vestida de noiva. Pela primeira vez, após todo sofrimento causado, estou diante daquele que eu não queria reencontrar. Perfeito. Agora preciso ser o mais fria possivel, e evitar deixar transparecer qualquer tipo de reação que leve a percepção de certos sentimentos que estão adormecidos, para não trazer nenhuma “conseqüência”.

- Eu sim. – disse ele. – Contei cada dia, cada segundo que se passou e não estávamos juntos.
- Perca de tempo.

A minha frieza estava começando a me assustar. Como consigo ficar assim diante dele? Querendo ou não – e eu não queria -, acho que aqui dentro ainda guardo o mínimo daquele sentimento. Por enquanto ele está aqui, quietinho. Mas se bobear é bem capaz que volte a ser como antes.

- É, você realmente mudou.

Sim, talvez eu tenha mudado mesmo. E uma das principais causas dessa mudança, carrega a sua responsabilidade. Você foi um dos motivos por eu ter me tornado o que sou agora, foi a razão de tudo! Está satisfeito? Você já pode rir de toda dor que me causou. É, o tempo passa, a vida vai acontecendo, e pessoas tendem a mudar.

- Com licença. – disse, e fui me retirando.
- Espera! Vamos conversar.
- Sobre o quê? – parei e perguntei. – Sobre o quanto fui idiota, ou quer me contar os detalhes da sua lua de mel?

Não gosto de agir dessa maneira com as pessoas, mas ele merece! Não dá mais pra ser a garota boazinha que no final sempre perdoa, porque se não isso nunca irá acabar. Tá na hora de por um fim!

Mesmo perdida, consegui voltar para a festa. O Pablo estava me procurando, e ao achar, foi logo perguntando onde eu estava. Lhe dei uma desculpa esfarrapada, e o enganei. Ele ficou sabendo que o Tom também estava no local, e ficou meio preocupado.

- Não se afaste de mim. – diz Pablo. – Quero que fique bem longe dele.
- Se não quisesse passar por isso, não precisava insistir para ter minha presença aqui.
- Estamos numa comemoração, não iremos brigar.
- Ótimo. – disse. – Então não tente me obrigar a ficar colada em você, porque preciso respirar.

A maioria das nossas brigas tinha endereço e nome: Tom Kaulitz. Não era rotina ficarmos brigando, mas bastava qualquer coisa acontecer, pro Tom acabar sendo colocado no bolo.

Deixei o Pablo conversando com alguns empresários, e fui assistir ao show de outra banda que tocava no momento. Sinceramente, aquele evento começava a me dar sono. Fiquei ali sozinha, no meio daquelas pessoas que eu não fazia a mínima idéia de quem poderiam ser. Enquanto escutava as músicas, senti uma mão tocar a minha, deixando um pequeno bilhete. Me virei, e não consegui ver ninguém que pudesse ter me dado aquilo.

Me encontre no labirinto das rosas em dez minutos

Vamos pensar um pouco. Este bilhete pode ter vindo do Pablo, pois acabamos de ter um inicio de discussão, e ele sempre faz “surpresinhas” quando esse tipo de coisa acontece; mas também pode ter vindo do Tom, que por algum motivo, não quer me deixar em paz para seguir em frente com minha vida.

A minha curiosidade em descobrir quem havia entregado o bilhete, falou mais alto. Para não levantar qualquer tipo de suspeita, perguntei a um dos garçons onde ficava esse tal “labirinto das rosas”, e ele foi educado em me explicar. Disfarcei por algum tempo, olhei em voltar pra ver se encontrava os suspeitos, e não os vi. E então fui ao encontro do “misterioso”.

Cheguei ao imenso jardim, e só então fui notar a razão para o nome. O local parecia mesmo um labirinto, e era incrivelmente lindo, repleto de rosas vermelhas. Não vi ninguém, mas permaneci ali. Escutei um barulho, e o medo percorreu meu corpo inteiro. Vai saber o que pode ser? E ai o Tom apareceu – como sempre -, com as mãos nos bolsos. Comecei a caminhar em sua direção em passos curtos. Antes de chegar mais perto, respirei fundo. Isso é loucura, Savannah. É uma volta ao passado, e ainda dá tempo de desistir. Cruzei os braços, e ele deu um meio sorriso “tímido”.

- Porque será que não estou surpresa? – disse.
- Eu não podia deixar que você fosse embora, sem antes conversarmos.

E se eu continuasse fugindo, poderia ser muito pior. Se quero mesmo acabar com essa história, essa é a hora.

- Ok. – disse, um pouco menos fria. – Pode começar.
- Eu juro que... Nunca foi minha intenção te magoar. Eu não deveria ter enviado aquela carta.
- Mas enviou. – o interrompi. – E não dá pra mudar o passado, Tom.
- Eu sei. – se aproximou, e dei dois passos para trás. – Mas... O que eu sinto por você... Ainda está vivo em mim.
- Não parece, porque logo depois você estava se casando.

Ele abaixou um pouco a cabeça, a balançou negativamente, de leve, e a ergueu novamente.

- Sei que não tenho direito de pedir isso, mas... Me perdoa?

Viu só? Vocês estão de prova de como ele é! O Tom sempre erra, pede perdão pelo erro, e repete ainda pior.

- Esse é o seu problema! – alterei um pouco a voz. – Está sempre pedindo perdão, e espera que em seguida eu diga sim. – me acalmei. Na verdade, um nó se formou em minha garganta. – Só que... Você não tem noção! Não faz idéia de quantas noites passei acordada, tentando enxugar as lágrimas que VOCÊ – pus ênfase. – colocou em meus olhos!

E novamente eles começaram a ficar marejados, deixando a minha visão meio embaçada. Era como se eu estivesse vivendo tudo de novo.

- Por sua culpa, eu tive trancar o meu coração! – continuei. – Você não presta, Tom.
- Savannah...
- Você é o tipo de homem que só ama a si mesmo! Que não está nem ai pro que os outros estão sentindo!
- Isso não é verdade! – sua vez de alterar a voz.

Umas lágrimas escorreram pelo meu rosto, mas rapidamente as enxuguei.

- Só quero saber o porquê. – disse. – Porque você não me ligou? Eu não merecia nada além de uma carta?
- Eu não pude.

Soltei uma leve risada.

- Não, você não ligou porque não quis! Porque o meu sofrimento teria um gostinho mais gostoso se a dúvida ficasse no ar.
- Claro que não!
- Quer saber, não precisa falar nada. – novamente enxuguei o rosto. – A carta falou por você.

Lhe dei as costas, e como aconteceu naquela noite, ele segurou meus braços firmemente, me fazendo virar para si. Olhava fixamente em meus olhos, e com a voz num tom alto, começou a dizer.

- Quer saber porque não te liguei? Porque se eu ouvisse a sua voz, seria capaz de desistir de tudo, pra correr até você! – ele fez uma pausa. – Eu tive que dormir e acordar ao lado de uma pessoa, pensando em como eu gostaria de estar lá, ao seu lado.

E minha mente gritava pra mim “Se controle Savannah, ele está mentindo de novo”. E eu tentava mesmo manter o controle.

- Quer que eu confesse? – perguntou-me. – Tudo bem, eu confesso que fui a pessoa mais burra do mundo, que errei feio com você. Mas eu te amo! – gritou.
- Me solta. – pedi.
- Eu te amo de verdade, e não dá pra mudar isso! – me soltou.
- O que é verdadeiro, não abandona sem explicação concreta.

Ficamos de frente um para o outro, calados por alguns minutos.

- Eu... Vou voltar pra festa, antes que sintam a minha falta. – disse.
- Não!

Tom me puxou pelo braço direito, colou nossos corpos, e pude sentir as rápidas batidas do seu coração. Ele mordeu o lábio inferior, em seguida aproximou seu rosto do meu, e me beijou. Era um beijo intenso, e ao mesmo tempo parecia... Apaixonado e cheio de saudade. Foi o bastante para despertar o gigantesco monstro de sentimentos que estava adormecido em mim. E como um filme, as memórias começaram a passar em minha mente.

Não havia mais nada que pudesse ser feito, mas eu fiz. O afastei, com um leve empurrão.

- O que eu preciso fazer pra você me deixar em paz?
- Diga, olhando nos meus olhos, que não me ama mais.

Ah, tá legal. Como se isso fosse a coisa mais difícil de fazer. Encarei seus olhos, que aguardavam a minha ação. Vamos Savannah, diga que não o ama! Você consegue garota! Sempre foi forte, não fraquejará logo agora, não é? As palavras estavam ali, prontas para serem ditas, mas... Eu não conseguia, ou melhor, eu não queria dizê-las.

Postado por: Grasiele

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