terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 56 - Don't say nothing, just... just kiss me.

(Contado pela Savannah)

Ele não precisava dizer nada. Seus olhos falavam por si só, e eu já sabia o que se passava em sua mente. Poderia dizer que o conheço como a palma da minha mão, mas cada dia que passava, ele conseguia me surpreender. Uma das poucas coisas que eu sabia, era que o Tom sempre – sempre mesmo - colocava as mãos nos bolsos antes de falar sobre algo que poderia ser considerado sério. Ele ficava nervoso, começava a gaguejar um pouco, e não sabia disfarçar isso. Sempre achei esse gesto, a coisa mais fofa.

Tom começou a falar, e como eu havia previsto, colocou as duas mãos nos bolsos. O inicio foi meio embaraçoso, já que nem o próprio sabia direito o que dizer. Parecia tentar encontrar as palavras certas, antes que elas fossem ditas, para não correr o risco de estragar algo.

- Desde que você chegou, só tenho tentado consertar todas as besteiras que cometi no passado. – diz ele. – Por alguns instantes, juro que pensei que você estava me perdoando, e esquecendo os acontecimentos. Mas... Mas ai algo atrapalhava o momento, e as coisas pareciam ficar ainda mais complicadas.

Tinha razão. Ele tinha toda razão. E acho que devo confessar que eu tentava complicar ainda mais. As coisas não são tão simples assim. Não posso simplesmente dizer ao Pablo que o nosso namoro acabou, porque eu vou ficar com o Tom. Que eu me lembre, a única pessoa que realmente ficou ao meu lado quando o mundo parecia desmoronar sobre minha cabeça, foi o Pablo. Ele quem ficou o tempo inteiro ali comigo, enquanto o Tom se preparava para casar. Foi o único que me ofereceu aquele ombro amigo, pra eu poder derramar todas as lágrimas que estavam presas dentro de mim. É correto dizer que ele também se aproveitou da situação, e me pediu em namoro. Mas o que eu iria dizer? A minha vida estava mesmo um lixo, e não poderia piorar.

- Eu só... Só quero uma chance. – Tom continuava. – Só preciso que me dê mais uma chance, pra eu mostrar que meus sentimentos por você não mudaram. Eles continuam aqui, da mesma maneira desde que nos conhecemos. Ou melhor, ficaram ainda mais fortes.

Meu coração sabia que tudo aquilo era verdade, mas uma voz em minha mente insistia em gritar dizendo que não. Poxa, ele poderia pelo menos ter telefonado. Eu só precisava de um telefonema, nem que fosse para dizer apenas adeus.

- Eu me apaixonei por você, enquanto esteve aqui, e me apaixonei ainda mais no tempo em que ficamos afastados um do outro. Meu coração... – ele suspirou. – Meu coração sempre pertenceu a uma pessoa. E nada que eu faça, irá mudar isso. Nem todas as minhas idiotices conseguiram mudar esse sentimento, porque ele é verdadeiro. É com você que eu sempre quis, e quero ficar.

Sinceramente, depois de tudo que ele falou, eu não conseguia abrir minha boca pra dizer absolutamente nada. As palavras haviam fugido da minha mente. E uma curiosidade que existia dentro de mim, veio à tona.

- Como é o nome dela? – perguntei.
- Dela... quem? – pareceu confuso.
- Da mulher com quem se casou.

Ele não respondeu imediatamente, e até notei que ficou meio confuso.

- Isabella.

Eu sabia que já havia escutado aquele nome em algum lugar. Isabella, Isabella. A única Isabella de que me lembro é a... Não, ele não pode ter se casado com a Bella. Eles eram amigos! E ela sempre deu força pra gente ficar junto, a não ser que estivesse sendo falsa.

- Bella? – perguntei, incrédula. – Você se casou com a Bella? – Tom abaixou a cabeça, erguendo-a em seguida.
- Sim. – quase não saiu. – Mas só fiz isso, porque ela estava grávida!

Esperai, desse detalhe eu não sabia. Não fazia a menor idéia! A Bella estava grávida e... A minha ficha começou a cair completamente.

- Então foi com ela?! – disse. – Ela é a tal garota com quem você transou! Claro, estava bem na minha frente e eu não notei!
- Não, não. Só aconteceu uma vez! Eu juro que foi só uma vez!
- Porque tinha que ser ela?
- Na verdade... Eu não tenho certeza de como tudo aconteceu, porque... Porque eu estava bêbado. Não me lembro de nada. E isso... Isso é o que me deixa mais irritado, sabe? Eu queria poder me lembrar de como estava me sentindo na hora. Mas não consigo.

Notei claramente a sinceridade em suas palavras, mas esse negócio de casamento e gravidez me deixou um pouco abalada.

- E o filho de vocês?
- A Bella... Perdeu o bebê.
- Sinto muito.
- Eu não quero parecer frio, mas acho que foi bem melhor assim. Esse filho não estava vindo num bom momento, e não era com a pessoa certa.

Ficamos calados por algum tempo, apenas nos olhando. Mesmo sem nenhuma palavra sair de nossas bocas, sabíamos exatamente o que o outro estava pensando, ou pelo menos tentávamos decifrar com o olhar.

- Me perdoa? – quase sussurrou. – Me perdoa por toda dor que lhe causei, por cada lágrima que a fiz chorar. Me perdoa por não estar perto de você, como eu gostaria. Me perdoa por ser esse cara idio...

Não, eu não poderia mais ouvi-lo pedir tanto perdão. O Tom estava praticamente se humilhando na minha frente. Que pessoa faria isso, para em troca, ouvir outra palavra? Se fossem como os garotos que gostei quando estava no colégio, não perderiam nem seu tempo, enviando uma carta. Aposto que se casariam as escondidas, e se duvidar, ainda me convidaria para ser uma das madrinhas.

Antes que ele pudesse terminar a frase, me aproximei rapidamente, e o surpreendi com um beijo. Foi... A melhor sensação que já pude sentir, depois de tempos. O coração disparado, querendo sair do peito; as pernas tremelicando; as mãos suando... Uma mistura de vários sentimentos de uma única vez, fazendo tudo ficar confuso e ao mesmo tempo, claro.

- Então quer dizer que...
- Shhhhiii. – coloquei delicadamente meu dedo indicador em sua boca, o impedindo de continuar a falar. – Não diga nada, apenas... Apenas me beije.

Tom sorriu, enlaçou minha cintura, me puxando para si. Ele acariciou meu rosto, e voltou a me beijar.

–--
(Contado pelo Tom)

Segurei em sua mão, e começamos a subir as escadas. Passamos pelo corredor, e não conseguíamos parar de nos beijar. Um imã parecia atrair-nos um para o outro. Entramos no quarto, tranquei a porta. Savannah estava de costas, olhando algo ao redor. Ela se aproximou do espelho, e ficou me olhando pelo reflexo. Cheguei mais perto, enlaçando sua cintura. Afastei seus cabelos, e comecei a distribuir beijos por seu pescoço.

- Eu te amo. – sussurrei, entre um beijo e outro.

A fiz virar-se para mim. Estávamos em um momento de luxuria mascarado pelo amor que sentíamos um pelo outro. Ela me abraçava forte, me desejando. Um desejo que eu também estava tendo por ela. Fui deitando-a sobre a cama e me deitando por cima dela, encaixando-me entre suas pernas. Savannah suspirou, me beijou, mordendo de leve os lábios e me abraçando forte. Ela queria sentir meu corpo tanto quando eu queria sentir o seu.

Seus olhos se fechavam com as minhas caricias. Eu a desejava, como nunca antes. Fui passando minhas mãos por suas coxas, fazendo com que seu vestido fosse subindo junto com elas. Com certa dificuldade, o mesmo foi retirado por completo, ficando Savannah apenas de roupas intimas. Me levantei um pouco, tirei minha blusa e a calça, as joguei de lado, e voltando a beijá-la com vontade.

O que eram carinhos leves ia se transformando em carícias mais sensuais, quentes, pecaminosas. Com a mesma delicadeza de sempre, tirei seu sutiã e pude contemplar seus seios. Já meio louco, fui descendo e beijando seu corpo inteiro, até chegar entre suas coxas. Quando cheguei, fui retirando sua calcinha, e ela me ajudou a tirar mais rápido. Ficamos “brincando” por algum tempo, e nós dois sabíamos que o tempo estava passando.

Me posicionei novamente entre suas pernas. Lhe olhei nos olhos, beijei seus lábios. Suas pernas se cruzavam em minha cintura, nossas respirações estavam ofegantes e desencontradas, as batidas de coração aceleradas... O momento era realmente inexplicável. Com o mesmo cuidado que tive em nossa primeira vez, a preenchi. Savannah se desmanchou, e gemeu.

Sentíamos que estávamos chegando ao ápice. Eu tentava me controlar, mas os gemidos estavam saindo quase que involuntariamente. Chegou o momento em que não conseguimos mais controlar nada, e ai sim chegamos juntos ao ápice. Eu com certeza teria caído no chão, se estivesse em pé, pois minhas pernas tremeram na hora.

–--
(Contado pela Savannah)

Um facho de luz entrava pela fresta da cortina, e vinha de encontro aos meus olhos. Os abri, e em seguida os fechei. Ignorei o Sol, e fiquei de costas. Abri mais uma vez os olhos, e notei que ainda estava deitada na cama do Tom. Apalpei a mesma, e ele não estava lá. Me sentei, olhei em direção a mesinha de cabeceira. A luzinha que vinha do relógio era bem forte, e isso me fez perder completamente o sono, ao ver a hora; 6h52 da manhã. Me levantei desesperada, procurando minhas roupas. Tom apareceu, vindo do banheiro, e ficou me olhando sem entender nada.

- O que está fazendo? – perguntou.
- Procurando as minhas coisas, que parecem ter desaparecido. – respondi, enquanto tentava fechar o zíper do vestido. – O que eu vou dizer pro Pablo? Já é dia, e eu não deveria ter passado a noite aqui.
- Diga a verdade. – encostou-se à parede e cruzou os braços. - Diga que estava comigo.
- Você tá louco, não é? – calçava um dos sapatos. – Se quisermos ficar juntos, preciso ajeitar minha vida com ele primeiro.
- Não quer nem ficar para o café? – calcei o outro sapato.
- Não, obrigada.

Peguei minha bolsa, ajeitei o cabelo rapidamente, lhe dei um selinho, e sai. Tom veio atrás de mim, dizendo que me deixaria no hotel. Só aceitei, porque um táxi iria demorar a chegar.

Postado por: Grasiele

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