terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 60 - Trust me.

(Contado pelo Tom)
Assim que chegamos do Brasil, chamei a Becca para uma conversa extremamente séria. Eu queria começar a colocar meu plano em prática, então conversamos bastante, até que ela teve uma excelente idéia. No inicio, confesso que achei que não daria nada certo. Era algo... Talvez grandioso demais, pra ser bem sucedido. E coisas desse tipo, costumam dar errado bem naqueles momentos em que está prestes a acontecer o desfecho. E eu realmente não queria que absolutamente nada desse errado. Tinha que ser perfeito!

Concordei em contar tudo para os meninos, pra que eles pudessem dar qualquer tipo de ajuda. Nesses momentos, ajuda nunca é demais. Só tive medo que alguém deixasse, sem querer, escapar algo que estragasse toda a surpresa. E a solução que encontrei, foi ameaçá-los.

- Se a Savannah desconfiar o mínimo que for sobre esse assunto, eu juro que acabo com a vida do idiota! – disse.

Mesmo sendo por uma boa causa, não me sentia tão bem assim em esconder algo dela. De qualquer formar, eu estava mentindo! E da última vez que fiz isso, as conseqüências não foram nada agradáveis. Só espero que ela não fique com raiva, após descobrir.

- Vai dar tudo certo, Tom. – disse Bill.
- Também espero que tudo saia como estamos planejando. – respondi.
- Só precisamos tomar cuidado, e as coisas sairão perfeitas. – diz Becca.

Após muita, mas muita conversa mesmo, finalmente comecei a acreditar que o plano seria bem sucedido. Dei alguns telefonemas, e pedi a ajuda de todas as pessoas que achei necessário. E por um instante parei pra pensar, e vi o quanto estou completamente apaixonado, ao ponto de preparar praticamente uma super produção.

- O que estão fazendo todos aqui reunidos na biblioteca? – pergunta Savannah, chegando ao local.
- N-Nada. – diz Gustav.
- Na verdade, estávamos relembrando aqueles velhos tempos em que a banda começou. – diz Georg.
- Ah é? Que legal. – diz ela, entrando. – Então me contem. – se sentou no sofá.
- Contar o quê? – pergunta Bill.
- O que estavam relembrando. – diz ela.
- Ah... Não é tão divertido assim. – disse.
- Se estavam aqui dentro esse tempo todo, é porque era divertido.

Pronto, ela vai descobrir tudo! Já era, eu sabia que não dava pra fazer esse tipo de coisa.

- Savannah, o Georg me convidou pra jantar essa noite, e eu adoraria que me ajudasse a escolher uma roupa. O que acha? – diz Becca, tentando desviar do assunto.
- Tá legal. – responde Savannah. – Mas eu quero ouvir o que os meninos tem a dizer sobre o inicio da carreira.
- O problema é que tem um limite de tempo para a nossa reserva se esgotar. – diz Georg. – Se demorarmos muito, correremos o risco de perder a reserva, e nós adoramos aquele restaurante.

Ela ficou meio desconfiada, mas desistiu de continuar insistindo. Savannah se levantou, e saiu, sendo seguida pela Becca.

- Essa foi por pouco. – diz Gustav.
- Agora vou ter que levar a Becca pra jantar em algum lugar, só por causa dessa mentira! – diz Georg. – Logo hoje, que eu tava a fim de ficar em minha cama vendo um filme.

É pra isso que servem os amigos, não é?

ALGUNS DIAS DEPOIS...
–--
(Contado pela Savannah)

Os dias foram passando, e fui notando que o pessoal dessa casa estava ficando cada vez mais estranhos. Eles passaram a ter “reuniõezinhas” dentro da biblioteca, e eu nunca pude participar de nenhuma delas. Sempre inventavam a desculpa de que estavam tentando compor algo para um novo álbum, e sempre me perguntei “porque a Becca pode participar e eu não?”. Isso é uma injustiça! O quê que ela tem a ver? E sim! Estou com ciúmes mesmo! Esse negócio não tá certo.

Numa dessas noites comuns, enquanto Tom assistia a um daqueles jogos de basquete, tomei a decisão de tentar arrancar qualquer coisa dele. Tomei um banho caprichado, coloquei uma lingerie de cor branca – a que ele mais gosta -, e passei um perfume que ele havia me presenteado há poucos dias.

Sei que é uma covardia fazer isso, mas... Se eu realmente quero descobrir o que está acontecendo, preciso agir assim. Sai do banheiro, e me coloquei na frente da televisão. Imediatamente seus olhos percorreram o meu corpo.

- Gostou? – perguntei.

E cadê a voz dele? Sério, me controlei pra não começar a rir. Senti até um pouco de pena. Me aproximei, e subi na cama. Ele logo jogou o controle da televisão para o lado. Fui provocando com alguns beijinhos, chegando bem próximo a sua boca, e quando ele tentava aprofundar... Eu cortava seu barato.

- Não me provoca assim. – disse ele.

Dei uma leve risada.

- Amor? – disse, e lhe dei um selinho. – Você vai me contar o que – outro selinho. – anda acontecendo – mais um selinho. – quando você e os outros – mais um. – se encontra na biblioteca? – ele me afastou um pouco, e ficou me olhando, desconfiado.
- Não anda acontecendo nada.
- Poxa Tom! – me ajoelhei na cama. – Vocês sempre ficam dentro daquele lugar, fazendo nada? Somente olhando um pra cara do outro, é isso?
- N-Não. – responde. – A gente conversa.
- E porque diabos eu não posso participar dessas “conversas”?
- Porque é coisa de homem.
- Que eu saiba, a Becca não é homem. – cruzei os braços.

Ele começou a se enrolar com as palavras, começou a gaguejar... E as minhas suspeitas de algo estava errado, só fizeram aumentar. Eu só queria saber o que era? Porque ele não pode me contar? Será algo tão grave assim? Que coisa chata!

- Não vai me contar mesmo, não é? – insisti pela última vez.
- Mas não há nada a ser contado.
- Tudo bem. – me levantei da cama, e fui em direção ao banheiro.
- Aonde você vai? – perguntou. – Não vamos terminar isso que acabamos de começar? – parei na porta, e me virei.
- A conversa?
- Não. A outra coisa.
- Enquanto não me disser o que está acontecendo, você não encostará um dedo se quer, nesse corpinho, meu bem.
- O quê?!
- É isso ai. – disse. – Estou em greve!

–--
(Contado pelo Tom)

Ah não! Isso ai já é demais! Ela não pode tá falando sério, não é? Greve? Mais que porra de greve? Me levantei, e fui atrás dela.

- Savannah, você tá brincando comigo, não tá? – perguntei.
- Claro que não! – respondeu. – E a greve só vai acabar quando me contar tudo!
- Isso não é justo!
- Não é justo você ficar escondendo as coisas de mim!

Nesse exato momento, eu quase confessei. Foi por um fio que eu não contei nada. Sai desesperado, e fui diretamente ao quarto do Bill. Precisava desabafar com alguém.

- Ela não vai descobrir, porque ninguém vai contar nada! – diz Bill.
- Bill, ela tá fazendo greve! – gritei.
- Greve de quê?

Como assim “greve de quê”? Até parece que você não sabe de nada!

- Greve de sexo? – perguntou.
- É. – confirmei, e ele começou a rir. – Isso não tem a menor graça!
- Tá legal, então eu vou falar com a Becca para vermos o que podemos fazer.
- Obrigado.

–--
(Contado pela Savannah)

Na manhã seguinte, acordei e me deparei com uma bandeja de café da manhã bem ali na minha frente. O Tom estava sentado ao meu lado, e segurava uma rosa vermelha.

- Se pensa que isso vai me fazer mudar de idéia...
- Não. – interrompeu. – Eu não me importo que faça greve.
- Não? – me sentei.
- Acho até que vai ser legal.
- Sei.

Mais que droga! Quando eu penso que to conseguindo, ele estraga!

- Me diz, o que você está tramando, hein? – perguntei.
- Não estou tramando nada, meu amor. – respondeu, com um sorriso. – E aliás, essa rosa é pra você. – me entregou.

Perfeito! Se for assim que ele quer, será! Entrarei nesse seu joguinho. Pouco depois d’eu ter tomado um pouco de suco, a Rita bate na porta, e entrega o telefone, dizendo que era pra mim. Achei meio estranho, pois eu não conheço ninguém aqui em LA.

- Alô?

Um tempinho conversando, e descobri que era uma grife um tanto famosa, me convidando para ser “destaque” do desfile. Fiquei meio sem saber o que dizer, mas não poderia recusar. O desfile aconteceria na noite seguinte, e eu deveria comparecer com, pelo menos, duas horas de antecedência.

- Vai desfilar? – Tom pergunta.
- É, pela primeira vez na vida eu vou desfilar.
- Ah, não é tão difícil assim.
- Será que devo mesmo ir? – fiquei em dúvida. – É que... Eu nunca fiz isso antes.
- Amor, você só precisa andar por uma passarela. O que há de difícil nisso?

Falando assim, até parece que é a coisa mais simples do mundo.

- Confie em mim. – disse ele. – Vai dar tudo certo, e estarei lá pra prestigiar o seu momento.

Postado por: Grasiele

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