terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 53 - No use trying to get away from me.

(Contado pela Savannah)

Os primeiros raios de Sol começavam a iluminar o horizonte, avisando que mais um dia estava chegando. E novamente, eu me encontrava sentada numa das confortáveis cadeiras que ficavam na varanda do hotel, com a segunda ou terceira xícara de chá de camomila, em mãos. Graças ao beijo que o Tom havia me dado, a insônia resolveu me perseguir. Pra piorar ainda mais, ele se instalava em minha mente, sem permissão, como uma daquelas canções chatas que vivem tocando nas rádios.

(Flashback)

- Tudo bem, eu confesso que fui a pessoa mais burra do mundo, que errei feio com você. Mas eu te amo! – gritou.
- Me solta.
- Eu te amo de verdade, e não dá pra mudar isso!

xxx

- O que eu preciso fazer pra você me deixar em paz?
- Diga, olhando nos meus olhos, que não me ama mais.

(/Flashback)

Droga! Esses flashbacks são terríveis comigo, e aparecem a qualquer hora do dia. Porque isso tá acontecendo comigo? Ele poderia ter ficado calado, ou melhor, poderia ter fingido que aquela não era eu, quando nos encontramos no corredor.

- Como você consegue me deixar assim, hein? – me perguntei.

Eu sempre inventava uma mentira, quando o Pablo me perguntava sobre ter ficado acordada a noite inteira, ou o motivo pelo qual a minha mente parecia estar completamente distante, e na verdade, a maioria das vezes, eu estava pensando nele. Só pra variar um pouco.

Aquele era o dia do casamento da Becca, e eu já estava até imaginando como iria agir se o encontrasse de novo. A certeza de que aconteceria me fazia arrepiar. E pra “esquecer” isso por algumas horas, chamei o Pablo para sairmos e darmos umas voltas por Los Angeles. Tinha me esquecido de como é bom andar por aquelas ruas, apesar de não as conhecer muito.

Aproveitamos o clima meio frio, e passamos em várias lojas. Fiz um desfile exclusivo pro namorado, e ele ajudou a escolher um belo vestido, que mais tarde poderia ser usado na cerimônia. Também experimentei alguns sapatos, e acabei voltando ao hotel, cheia de sacolas.

xxx

A hora do casamento se aproximava. Voltei do salão, praticamente pronta pra sair. Uma moça, trazida especialmente para cozinhar pro Pablo – não sei pra quê essas besteiras. A riqueza subiu pra cabeça, foi? -, estava assistindo televisão, quando a abordei para me ajudar a fechar o zíper do vestido. Corri pro quarto, coloquei o sapato, em seguida o perfume em pontos estratégicos. Fui pra frente do espelho, pra verificar se nada estava fora do lugar.

- Uau! – diz Pablo, aparecendo atrás de mim. – Você está... Incrível.
- Obrigada. – respondi, com um sorriso.
- Mas acho que ainda está faltando alguma coisa.
- Que coisa? – me virei. – Acha que algo não está bom?
- Sim.

Ele se aproximou, colocou a mão direita no bolso, retirando-a logo em seguida, deixando a mostra um belíssimo colar de ouro branco, com uma pedrinha de diamante rosa. Tive que me virar novamente, e ele o pôs em meu pescoço.

- Agora sim. – diz ele. – Agora não falta nada.
- É... Muito lindo. – disse. – Precisamos ir, não quero me atrasar.

Em menos de vinte minutos, chegamos ao castelo onde ocorreria a cerimônia. A rua fora fechada, por proteção aos convidados e noivos. Mas mesmo assim, na rua que dava acesso ao local, estava tomada por fãs, curiosos, fotógrafos... Todos esperando ansiosamente pela chegada de alguém famoso, e prontos para gravarem qualquer coisa que lhes servisse de recordação, ou trouxesse benefícios financeiros.

Na entrada, mostramos o convite ao segurança, que nos permitiu prosseguir. E posso dizer que fiquei encantada com o lugar, que ficou ainda mais belo com a decoração. Sai do carro, e dou de cara com o Tom e seus amigos. Ele deu um meio sorriso. Fiquei um tanto sem graça, tentei disfarçar, e desviei meu olhar do seu. Fui cumprimentando os meninos, de acordo a ordem em que se encontravam. Por último foi o Georg, que estava muito, mas muito elegante numa vestimenta branca e cabelo preso.

Entrei no local, de mãos dadas com o Pablo. Nos sentamos, e enquanto a celebração não iniciava, começamos a comentar sobre a beleza e decoração. Um empresário milionário e sua esposa, que estavam na festa de bodas de ouro, se sentaram com a gente, e foram prosseguindo com a conversa. Alguns minutos depois, o Bill veio me chamar.

- Com licença. – diz Bill. – Savannah, a Becca está se arrumando num dos quartos aqui do castelo, e pediu que eu viesse lhe chamar urgentemente.

Fiquei preocupada. Pedi licença, e imediatamente fui conferir o que ela queria. O acompanhei por dois corredores. A porta do quarto foi aberta, e a Becca estava sentada na beira da cama, meio... desesperada. Ela não tinha nem colocado o vestido de noiva ainda.

- Savannah, você precisa me ajudar. – segurou minhas mãos, e estava quase chorando.
- Calma. – disse. – Hoje não é dia pra ficar nervosa. Me conte o que houve.
- Uma das minhas madrinhas é dona de uma grife na França, e não conseguirá chegar a tempo para o casamento, porque seu vôo irá atrasar.
- Nossa, que pena.
- Por favor, fique no lugar dela?
- Eu?!

Isso definitivamente não estava nos meus planos. Não mesmo.

- Sem uma das madrinhas, não poderei me casar. – diz ela.
- Mas... Nem estou vestida pra esse tipo de coisa.
- Você está ótima!

Não poderia dizer não a ela, nesse momento. Casamento é coisa única, e recusar algo assim, seria praticamente o mesmo que dizer que não me importo. E além do mais, não quero me tornar principal motivo pela “desgraça” dela.

- Tudo bem. – disse.
- Obrigada. – me abraçou apertado. – Muito obrigada.
- E ai, Becca, já encontrou a pessoa que entrará comigo no lugar da sua madrinha francesa? – pergunta Tom, entrando no quarto.
- Esperai. – fiquei confusa, sem saber direito o que fizer. – Terei de entrar com ele?
- Você não se importa, não é? – pergunta Becca.

É claro que me importo! Isso por acaso foi combinado? O quê que essa francesa tinha de deixar pra aparecer por aqui em cima da hora? Porque ela não veio antes?!

- N-Não. – respondi.

A moça que a ajudaria a colocar o vestido veio chamá-la, para adiantas mais as coisas, antes que começassem a reclamar pela demora.

- Viu só? – diz Tom. – Não adianta querer fugir de mim, porque sempre terá algo para nos unir.
- Pode ir arrancando esse sorriso da cara. – disse. – Só aceitei, pra não estragar o casamento da Becca. – ele riu.

xxx

Contar pro Pablo sobre isso, era a “pior” parte. Felizmente ele entendeu, mas ficou com um pouco de ciúmes. A música começou a tocar. As imensas portas são abertas, e os padrinhos foram entrando. O noivo vem acompanhado por sua mãe, que se controlava pra não chorar. Minutos depois, a orquestra toca, as portas se abrem mais uma vez, e a noiva surge num vestido tomara-que-caia de cor vermelha. Diferente, bem diferente. Mas combinou perfeitamente com o estilo da Becca.

Ouvimos atentamente as belas palavras do padre, e sinceramente, chegou certo momento, que eu estava prestes a dormir. Nunca vi alguém conversar tanto, igual a ele. Pra completar o pacote, tinha uma voz calma, que dava ainda mais sono. Disfarcei, e bocejei.

A pergunta que todos estavam esperando fora feita, e felizmente ninguém apareceu pra atrapalhar. Também acho que não teria aquela pessoa corajosa o suficiente pra fazer algo semelhante. A Becca seria capaz de mandar matar. A minha parte favorita do casório é quando uma garotinha de cachinhos dourados e olhinhos azuis, entrou carregando uma pequena almofada em forma de baixo, com as alianças.

- Olha só, um dia teremos uma filha igual a ela. – Tom sussurra.
- Cala a boca, Tom. – sussurro de volta.

Não, ele não falou aquilo. Depois de algum tempo, os convidados foram instruídos a irem até a parte externa do castelo, onde seria a recepção. O “infinito” tapete de grama verdinha, nem parecia ser real. Na decoração, tinha um arco feito de flores, e as mesas um toque delicado e ao mesmo tempo, ousado. Enfim, estava tudo muito surreal e lindo.

Estava sentada numa mesa com o Pablo, e a todo instante ele olhava pro seu relógio de pulso.

- Está tão preocupado com as horas. – disse.
- Marcaram uma reunião de negócios, e não posso faltar. – disse ele. – Acho melhor eu ir agora, antes que me atrase.
- Tem certeza que não quer ficar um pouco mais?
- Bem que eu queria, mas não vai dar. – acariciou meu rosto. – Ficará bem sem mim, não é?
- Um-hum.
- Deixarei o motorista a sua disposição, caso queira voltar para o hotel.
- E como vai pra reunião?
- Pego um táxi.

Ele se levantou, me deu um beijo, e foi embora. Achei meio estranho ele não ter falado nada que se referisse ao Tom. E se fizesse isso, eu já teria uma boa resposta a lhe dar.

–--
(Contado pelo Tom)

De longe vi quando o namorada da Savannah foi embora, e me aproveitei da situação. Fui caminhando em sua direção, um garçom passou por mim, e pequei duas taças de champanhe.

- Realmente é um milagre e uma pena que seu namorado tenha te abandonado aqui, sozinha. – me sentei ao seu lado.
- Ele não me abandonou. Apenas precisou se retirar pra ir a uma reunião.
- Sorte minha. – lhe entreguei uma taça. – Vamos comemorar.
- Como você é sínico, hein? – diz ela, aceitando o champanhe.
- Não disse nada demais. – bebi um pouco.

Conversa vai, conversa vem...

- Não quer conhecer um pouco mais sobre o castelo? – perguntei.
- Pode ir parando, porque não sairei daqui pra lugar nenhum com você.
- Poxa, eu não estava com más intenções. Só queria me fazer de guia turístico e te mostrar melhor o lugar. – ela riu.

Tentei de tudo, absolutamente tudo para convencê-la a darmos uma volta. Eu queria mesmo ficar um pouco a sós com ela. Quem sabe, terminar aquela tal conversa que não pôde ser concluída por causa do Pablo, que estava por perto. Ela ainda estava me devendo uma resposta.

- Tá legal, Tom. – diz ela, finalmente cedendo. – Mas se fizer qualquer gracinha...
- Prometo não fazer nada.

Postado por: Grasiele

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