terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 54 - Must believe me when I say I love you.

(Contado pelo Tom)

No inicio da caminhada, estávamos calados. Ela observava cada detalhe, atentamente, e seus olhos brilhavam mais que estrelas. Eu admirava aquele sorriso tímido, que resistia em sair. Não dava, eu não conseguia parar um segundo se quer, de olhá-la. Estava linda! Mais linda que nunca naquele vestido. Sei lá, acho que a distância fez com que sua beleza aumentasse. Talvez nada tenha mudado, mas a impressão que eu tinha era essa.

- Você está linda. – disse, der repente, e ela me olha.
- O-Obrigada. – diz ela, abaixando um pouco a cabeça, envergonhada.

Não, a minha vontade não era simplesmente elogiá-la. Eu queria poder chegar mais perto, e sussurrar em seu ouvido, tudo que estava se passando por minha mente, naquele exato momento. Mas eu também não tinha a intenção de assustá-la com as minhas loucuras.

Paramos em frente a uma obra de arte, pois Savannah havia se encantado pela mesma. Ela ficou calada, e parecia querer desvendar o tal sentimento que se escondia através da tela.

- É incrível como algumas pessoas conseguem transmitir exatamente o que estão sentindo, através de uma pintura. – diz ela. – Isso é... É... Realmente muito lindo.
- Posso dizer com toda certeza que próxima a esse quadro, você o faz perder completamente o valor e a beleza. – disse, com um sorriso sínico nos lábios, e sem desviar meus olhos da obra de arte.
- Quando vai parar com esse cinismo? – perguntou, me olhando.
- Somente quando – a olhei – eu conseguir beijá-la novamente.

Notei que ela tentou esconder o sorriso, mas era um pouco tarde, eu já o tinha visto.

- Não perca seu tempo, Tom. – diz ela, passando por mim.

Só eu percebi, ou ela está mesmo começando um daqueles joguinhos de provocação? A segui, e continuamos a caminhada. Chegamos em frente a escadaria, que dá acesso ao primeiro andar. Foi ai que segurei seu braço direito, e a fiz virar-se pra mim.

- Porque tá me torturando desse jeito? – perguntei. – Isso não é justo.
- Não é tortura, e quem é você pra falar de justiça? – se desvencilha.
- O que preciso fazer pra me perdoar?
- A primeira coisa é encontrar uma maneira de voltar no tempo. – respondeu. – Se conseguir essa proeza, saberá dar os próximos passos.

Cara, como a Savannah é... Complicada! Será que ela nunca irá esquecer o que aconteceu no passado?

- Eu to tentando de tudo. – disse. – Absolutamente tudo, pra tentar consertar a burrice que fiz, mas... Mas você complica! – ela ficou quieta. – Eu tinha que me apaixonar justamente por você?
- Já disse pra parar com isso.
- E eu também já disse que só pararei, quando lhe beijar outra vez.
- Você não vai me beijar!
- Quer apostar que sim?

Rapidamente enlacei sua cintura, e a puxei para perto. Sua respiração começou a se alterar, e ela tentava se controlar pra eu não perceber. Com uma das mãos, acariciei seu rosto de leve, e olhei em seus olhos.

- Não faz isso. – ela quase sussurrava.
- Preciso que acredite quando digo que te amo. – sussurrei.

Meus lábios foram se aproximando dos seus, até que se tocaram devagar. Após um sorriso, tive a segurança de que ela não recuaria, então entreabri a boca e aprofundamos o beijo, que era delicado. Nossas línguas iam se cruzando de forma harmoniosa, um buscando o outro.

- Pára, Tom. – diz ela, interrompendo. – Alguém pode ver.
- E daí? Que eu saiba, não é nenhum pecado beijar a pessoa amada.

Ela sorriu. Voltamos a nos beijar, e às vezes parávamos por um instante, nos olhávamos, mas não falávamos nada. Apenas voltávamos a nos beijar. Pra mim, o tempo parecia ter parado naquele mesmo momento. O tudo, tinha se transformado em nada. Eu só queria aproveitar, e matar toda saudade.

–--
(Contado pela Savannah)

- Savannah?!

O momento foi interrompido, pela aparição inesperada do Pablo. Mas ele não deveria estar na tal reunião? Não é hora pra pensar nisso. Preciso encontrar uma boa desculpa pra justificar algo injustificável. Estava na cara o que acontecia, e ele só não enxergaria, se não quisesse.

- Pablo? – me desvencilhei rapidamente do Tom. – O-O que faz aqui?
- A reunião foi cancelada. – responde ele. – E vejo que foi só o tempo d’eu virar as costas, pra você se aproveitar. – diz ele, ao Tom, o fuzilando com os olhos.
- Já ouviu a expressão “o mundo é dos espertos”? – Tom o provoca.
- Filho da mãe!

A raiva estava transparecendo nos olhos do Pablo. Ele se aproximou com toda aquela fúria, e deu um soco no Tom. Fiquei surpresa, me assustei e gritei. Como já esperava, houve devolução. Os dois começaram a brigar ali no meio do salão, e eu não sabia o que fazer. Na verdade, o que eu poderia fazer? Sou apenas uma garota, que usava vestido e salto alto, entre dois marmanjos. Estava pensando em tirar o sapato e bater na cabeça de um deles, mas qual? A solução foi correr, pra tentar encontrar o Bill, o mais rápido possivel.

- Bill! – gritei, e me aproximei correndo. – O Tom está se matando lá dentro com o Pablo.
- O quê? – ele largou a taça de champanhe em cima da mesa, e me acompanhou.

No meio do caminho encontramos o Gustav, que dançava – de uma forma bizarra – com uma garota. A briga foi apartada, mas ainda sim os dois se estranhavam.

- Me solta, Bill! – dizia Tom. – Me solta!
- Cala a boca, Tom! – Bill gritou.
- Já pode me soltar. – diz Pablo, ao Gustav.

Assenti positivamente pro Gustav, que o soltou. Pablo ajeitou seu terno, passou a mão nos lábios, olhou para a mesma e notou que estava sangrando. Me aproximei dele, tirei um lenço do seu bolso, e com cuidado, passei sobre o local machucado.

- Isso não vai ficar assim. – Pablo ameaça o Tom.
- Se quiser, poderemos resolver isso ainda hoje! – Tom aceita a provocação.
- Chega! – disse. – Vamos embora.

Enquanto caminhávamos em direção a saída...

- Savannah!

Tom chamou meu nome, e sinceramente, minha vontade era de voltar até ele e ficar ao seu lado. Eu também poderia complementar isso com um soco, por ele ter brigado. Mas não, continuei andando, como se não tivesse escutado nada.

Entrei dentro do carro com o Pablo, e durante todo o percurso, ele não disse uma palavra se quer comigo. Chegamos em poucos minutos a suíte do hotel, e pedi a moça que trouxesse uma bolsa com gelo.

- O que deu em você? – perguntei, com raiva.
- Não coloque a culpa em cima de mim, sabendo que ele foi mais errado em ter beijado você!
- Não foi o Tom quem me beijou. – disse. – Eu que fiz isso.
- O-O quê? – fingiu não ter entendido.

Não acredito, estou mesmo defendendo o Tom?

- P-Por que... Porque faria uma coisa dessas?
- Não deu pra evitar. – respondi.

As coisas que poderiam sair da minha boca nas próximas frases iriam me cortar o coração ao ver seu rosto, mas era verdade. Era tudo verdade.

- Eu sabia. – diz ele. – Você nunca conseguiu esquecê-lo.
- Porque VOCÊ nunca deixou!
- Do que está falando?
- Estou falando de todas as vezes que discutimos, e você fazia questão de colocar o nome do Tom no meio. Se esse beijo aconteceu, foi por sua culpa!
- Vocês se beijam, e a culpa é minha?
- Eu não queria, mas você insistiu pra eu vir até aqui!

Nossas vozes estavam alteradas. A moça trouxe a bolsa d’água, mas resolveu se retirar, ao ver nossa discussão.

- Insisti por você ser minha namorada, e eu queria que me acompanhasse num evento importante. – ele continuava.
- Não! Você fez isso, pois não bastava apenas eu dizer que não o amava mais. Era preciso me colocar frente a frente com ele, pra saber qual seria minha reação, não é?
- Claro que não!
- Era um teste. – disse. – Você queria que eu o desprezasse. Queria que eu o machucasse da mesma maneira que ele fez comigo.

–--
(Contado pelo Tom)

A noticia sobre a minha briga com o namorado da Savannah, se espalhou rapidamente. Na verdade, ela foi cair nos ouvidos de quem não deveria nem ter ficado sabendo; Becca.

Estava num dos quartos com o Bill, enquanto ele limpava os poucos ferimentos em meu rosto, quando a Becca aparece furiosa.

- Você só pode estar com a cabeça cheia da maconha, não é? – diz ela. – Ficou maluco, garoto? – bateu o buquê em minha cabeça.
- Acha que eu iria receber um soco e ficar calado? – perguntei.
- Deveria ter ficado! Mas não, você e sua “coragem” – riscou as aspas no ar. -, resolveram enfrentar o namorado da Savannah. Queria estragar meu casamento. Só pode ser isso!
- Desculpa. – disse. – Mas obviamente minha intenção não era essa.
- Quando quiser se estranhar com alguém espere até o seu casamento, e respeite o dos outros! – ela se retira.

Bill não conseguiu controlar o riso.

- Não desistirei dela. – disse. – Não agora que estou prestes a reconquistá-la.
- Só peço que não faça mais nenhuma loucura.
- Se for pra não perdê-la, farei qualquer coisa.

Postado por: Grasiele

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