terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 61 - The End.

(Contado pelo Tom)

Der repente tudo começou a ficar completamente maluco, e senti que as coisas estavam saindo do meu controle. Aquele era o dia do primeiro desfile da Savannah, e ela estava muito, mas muito nervosa. Eu não fazia idéia do que dizer para confortá-la, pois eu também não estava me agüentando de nervosismo e ansiedade.

Minhas mãos estavam geladas; minhas pernas tremiam; meu coração batia num ritmo tão acelerado, que eu sinceramente achava que ele poderia parar a qualquer instante. Eu não queria levantar suspeita alguma, então tive que tentar manter a calma de qualquer maneira.

- Tom, você precisa ficar calmo. – disse Bill.
- Eu to calmo! To calmo! – disse, quase gritando.
- É, eu to vendo.

Peguei a chave do carro, e esperei a Savannah por alguns minutos. Iria levá-la até o local onde aconteceria o desfile, e depois que tudo acabasse, iria aguardar até que o momento certo chegasse para poder executar meu plano. Saí de casa rezando, cruzando os dedos, fazendo mandinga, torcendo pra nada dar errado.

- Está nervosa? – perguntei, enquanto dirigia.
- Um pouco. – respondeu. – Mas você parece estar muito mais que eu.
- Impressão sua. – disse, olhando de relance para ela e dando um risinho.
- Tenho medo de algo dar errado.
- Eu também. – falei, sem querer.
- Como assim?
- Quero dizer... – me enrolei. – Tá vendo só?! Você tá passando seu nervoso pra mim. – desconversei, e ela riu. – Tudo ocorrerá bem, você vai ver.

Na chegada do desfile, como em qualquer outro evento dessa imensidão, vários fotógrafos registravam quem comparecia ao evento. A Savannah, como era o destaque da noite, fez uma breve parada e pousou para as câmeras. Ah, como ela é linda. Segui em frente, pois ainda não acho que seja a hora correta para expormos nossa relação assim. Esse momento chegará em breve.

Me sentei na primeira fileira, num lugar privilegiado. Do meu lado direito, estava marcado o lugar do Bill, que ainda não tinha chegado, mas já deveria estar aqui. Do lado esquerdo, se encontrava a atriz Katie Cassidy. Nós até trocamos algumas palavras sobre a ornamentação do local, mas nada que me fizesse perder a concentração. E pouco depois o Bill aparece, e se senta em seu lugar.

- Acabei de falar com a Becca, e ela disse que o cenário para a peça já está todo armado. – diz Bill. – Só faltam mesmo os atores.
- Perfeito. – disse, e confesso que fiquei mais tranqüilo.

A cantora Beyoncé abriu o desfile, fazendo seu show. Enquanto isso, as modelos começavam a entrar. Nenhuma delas era importante. Eu só queria ver mesmo a Savannah, e o quanto ela ficaria ainda mais linda naquela passarela.

Não demorou muito até que ela surgisse lá no inicio da passarela. Usava um vestido não muito curto, mas que mostrava a real beleza do seu corpo, e era delicado; um sapato de salto muito alto; e o cabelo preso num penteado estranho, mas bonito. Como você é linda, e eu sou o cara mais sortudo desse mundo. Tenho quase certeza de que os meus olhos brilharam ao vê-la. Savannah passava, toda elegante com aquela roupa, e quando me viu, sorriu. Retribui, e senti minhas pernas tremerem.

No decorrer do desfile, o nervosismo voltou a tomar conta de mim. Eu balançava uma das pernas, e olhava o tempo inteiro para o relógio. A Savannah apareceu mais algumas vezes, e como sempre, deslumbrante. Do outro lado, também na primeira fileira, a Becca começou a fazer sinais. Olhei mais uma vez pro relógio, e achei melhor aguardar um pouco mais.

O desfile estava chegando ao fim. Os donos da grife apareceram, acompanhados pela Savannah, e foram agradecer pela presença dos convidados, e também dizer algumas bobagens. O telão que ficou o tempo inteiro passando algumas imagens der repente parou de funcionar.

- Tá na hora de ir. – diz Bill.

Respirei fundo e me levantei. Notei que os olhos da Savannah me seguiram. Ela provavelmente ficou curiosa pra saber onde eu estaria indo, quando eu só tentava encontrar uma maneira fácil de subir naquela passarela e “estragar” aquele finalzinho de discurso. Encontrei os degraus que dava acesso rápido, me aproximei dos estilistas e praticamente “roubei” o microfone da mão de um deles.

- Desculpa ai pessoal. Foi mal. – disse. – Eu não queria estragar nada, mas é que preciso contar uma história pra vocês. – a Savannah não entendeu nada. – É uma história realmente interessante e importante. – me virei para o Bill, e fiz sinal de positivo com a cabeça.

Mas como sempre - ou na maioria das vezes -, algo dá errado. O vídeo que seria passado no telão, simplesmente não queria pegar. Minhas mãos então começaram a suar, e as pernas tremeram muito. O coração? Ah, ele eu acho que já tinha parado de nervosismo.

- Tá legal. – disse. – O negócio vai ser ao vivo mesmo.
- O que está fazendo, Tom? – Savannah sussurra. – Está estragando tudo.
- Só peço alguns minutos da atenção de todos vocês!

–--
(Contado pela Savannah)

O que esse idiota está tentando fazer? Estragar o meu primeiro desfile? Que filho da mãe! E o pior é que todos ficaram mesmo em completo silêncio só pra ouvir as besteiras que ele teria pra dizer. Sem contar que der repente começou a tocar uma música.

- Bem – ele suspira. -, a história começa assim: Havia um cara, que era um completo idiota. Ele não se importava muito com os sentimentos das outras pessoas. Não estava nem ai se as suas palavras machucavam ou não alguém. Até que uma certa garota apareceu em sua vida. – ele olhou pra mim, e eu não sabia se acreditava no que estava ouvindo. – Ela... Ela fez uma reviravolta tão grande na cabeça dele, que em poucos dias ele estava completamente apaixonado. Só não queria ter que admitir isso pra ninguém, ou para si mesmo. – Tom fez uma pausa. – Aquela garota era diferente de todas as outras com quem ele havia saído antes, e ele sabia muito bem disso. Ela o mudou de uma forma tão... Tão rápida. Mudou a vida dele com apenas um piscar de olhos. E em pouco tempo, ele descobriu que já não poderia mais viver sem ela.

E como num coral, o público fez “Ooohhhhh”. Meus olhos começavam a se encher de lágrimas, e eu me segurava pra não chorar.

- No inicio foi meio difícil – Tom continuava. -, mas os dois finalmente concordaram que deveriam ficar juntos. – ele não parava de me olhar. – Mas um dia eles tiveram que se separar. – seu tom de voz mudou. – Não havia outra escolha, então ele prometeu que em 12 meses toda aquela tortura da saudade acabaria. Ele prometeu que ficaria com ela pra sempre. E ela acreditou. Ela confiou em cada palavra, porque era verdade. – fez mais uma pausa. – Só que... Nesse meio tempo, ele acabou cometendo um erro. Um dos piores erros que alguém poderia ter cometido. E mesmo assim ela o perdoou, porque ela o amava. Mas... Mas outros erros vieram em seguida, e sem sempre dá pra perdoar.

Eu não estava conseguindo segurar as lágrimas, até que elas escorreram pelo meu rosto.

- Então, mais uma vez se afastaram. E tudo por culpa daquele idiota! – eu ri levemente. – Aquele afastamento era o indicio de que era o fim. O tempo foi passando, e ele ainda conseguia sentir seu coração bater mais forte só de pensar nela e em cada coisa que haviam vivido. – ele fez outra pausa, e olhou para as pessoas. – Mas como o destino sempre sabe o que faz, acabou colocando-os um no caminho do outro novamente. E quando eles se reencontraram, todo aquele amor que estava adormecido, despertou. Era o mesmo amor de antes, e talvez um pouco mais forte. Não dava pra evitar. Eles se amavam e ninguém poderia dizer o contrário. – olhei para a Becca, que enxugava os olhos com um lenço. – Depois de tanto aprontar, depois de tantas decepções e lágrimas... Aquele garoto imaturo e idiota que teve sua vida transformada por uma estrangeira, só queria encontrar a melhor maneira de demonstrar tudo que sente por ela.

Um dos estilistas enxugou meu rosto, e sorri. Meu coração batia tão acelerado, como na primeira vez que nos beijamos.

- E se quer saber – continuou. -, ele não faria nada diferente, se isso fosse possivel. Só tentaria não cometer tantos erros, mas não mudaria absolutamente nada. – se aproximou de mim. – Aquele idiota está aqui agora, pra cumprir a promessa de que ficará pra sempre com ela. Está aqui pra dizer que quer dormir e acordar todos os dias ao lado dela, só pra ver seu sorriso. – segurou minha mão esquerda. – O idiota está aqui hoje, talvez pagando o maior mico de sua vida, pra dizer apenas duas coisas:

Tom me olhava nos olhos, e mais uma vez não segurei as lágrimas.

- Eu te amo. – disse ele, tirando uma caixinha vermelha do bolso. Em seguida se ajoelhou e abriu a mesma. – Quer se casar comigo?

A minha voz havia desaparecido, e um sorriso gigantesco surgiu nos meus lábios. As lágrimas corriam pelo meu rosto como uma cachoeira.

- Sim. – finalmente respondi.

Ele soltou um suspiro de alivio, e se levantou. Aproximou seu rosto do meu, repetiu mais uma vez que me amava, e então me beijou. E ouvimos como fundo musical, os aplausos.

MESES DEPOIS...
–--
(Contado pelo Tom)

Havia acabado de ajeitar a gravata em seu devido lugar, mas ela não ficou muito bem colocada, porque as minhas mãos estavam tremendo. Por sorte a Becca veio me ajudar. Eu estava ansioso, curioso, nervoso e... com medo. Não me perguntem do que eu tinha medo, mas era isso que eu estava sentindo. E antes que o casamento começasse, eu precisava falar com a Savannah. Aproveitei o instante em que as meninas saíram do quarto onde ela estava se vestindo, e entrei.

Savannah estava em frente ao espelho, observando a si mesma. Me aproximei, até que meu reflexo pudesse ser visto atrás dela. Ela pareceu surpresa a me ver ali, mas não demonstrou aflição por eu estar vendo-a vestida de noiva.

- Você... Você está linda. – foi a única coisa que saiu da minha boca.

Na verdade, ela estava indescritível. Mas eu tinha que ter dito algo.

- Obrigada. – disse ela, sorrindo. – Mas o que está fazendo aqui? Não deveria estar na igreja, me esperando?
- Eu tinha que... Que vir até aqui antes. – ela se virou pra mim.
- Está nervoso? – ergueu suas mãos, e segurou as minhas.
- Muito. – respondi. – Nunca me senti assim antes.
- Eu também. – quase sussurrou.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas nos olhando.

- Tom... – seus olhos se encheram de lágrimas – Você acha que... Acha que estamos prontos pra isso?
- Eu... Eu não sei. – disse, com certa dificuldade. – Eu tô com medo, Savannah.
- Medo?
- É. – respondi. – Tenho medo de... Tenho medo de não ser tudo aquilo que a gente espera. – suspirei. – Medo de cometer algum erro de novo. Medo de não... não te fazer feliz.
- Tom... Eu já sou feliz.
- E se...
- Não der certo? – interrompeu. – A gente tenta concertar, e começa tudo de novo. – fez uma pausa. – Eu sou feliz, Tom. Sou feliz só pelo simples fato de estar ao seu lado.

Sabe aquele medo que eu disse? Então, ele foi embora. Me aproximei, a abracei, e lhe dei um beijo na testa.

- É melhor eu ir, porque temos um casamento pra realizar. – disse, e já estava saindo.
- Tom?! – me chamou, e me virei. – Eu te amo.

xxx

A música começou a tocar. As portas da igreja foram abertas, e lá estava ela, de braços dados com o Bill. Foram se aproximando devagar, enquanto a daminha de honra jogava pétalas vermelhas pelo caminho. Vi a mulher da minha vida, chegar perto de mim com um sorriso que dinheiro nenhum seria capaz de comprar.

Agradeci ao Bill por tê-la trago a mim, e pouco depois o padre começava a cerimônia. De relance eu a olhava, e se pudesse, ficaria só assim. Não me canso de olhá-la, de maneira alguma. Principalmente naquele vestido de noiva.

Para diferenciar a nossa cerimônia das outras, o padre criou um novo juramento. Juramento esse, que seria repetido por mim e a Savannah, enquanto olhávamos nos olhos um do outro.

- Savannah, eu quero pertencer a você, ser seu companheiro, seu amigo, seu amante, na dor e na alegria, na aflição e no ânimo, nas derrotas e nas vitórias, nas trevas e na luz. Para isto, estou disposto a colocar minha experiência de vida ao seu alcance. Quero dar-lhe coragem quando você desanimar, dar-lhe esperança quando você estiver descrente, quero ser sua força e escudo como me compete como homem e mostrar-lhe o caminho sempre que a estrada da vida lhe causar embaraço. – fiz breve pausa. – Savannah, quero fazer você feliz, muito feliz, todos os dias da minha vida. Conto, para isto, com a luz e a força de Deus.

Ela chorava. Tirei do meu bolso um lencinho branco, e enxuguei suas lágrimas.

- Tom, eu quero ser sempre sua. Quero viver com você na dor e na alegria, nos momentos fáceis e difíceis. Quero entendê-lo a cada dia melhor, quero amá-lo a cada dia mais, quero dar-lhe ânimo, carinho e força no caminho. Quero ser a mãe de seus filhos. A amiga de todas as horas, a companheira de jornada, a esposa fiel. Não quero que seu amor pare em mim, mas que eu seja apoio para seu amor a Deus e aos outros. – também fez uma pausa, e suspirou. – Tom, quero fazer você feliz, muito feliz, todos os dias da minha vida. Por isto, confirmo meu amor por você, diante de Deus e dos amigos.

xxx

Saímos da igreja, e paramos na porta. Nossos sorrisos eram tão grandes, que poderiam ser vistos de costas. No lugar do arroz, nos jogaram pétalas de rosas de várias cores. Pombas brancas foram soltas, e as mesmas voaram sobre nós.

Savannah sorria sem parar. Segurei sua nuca, e abafei seu riso com um beijo extremamente alegre. Senti como se minha alma tivesse sido tirada de mim e devolvida com mais vida e ânimo. Todas as forças perdidas e a sensação de novamente estar em outra dimensão. Animava-me pensar que eu teria essa sensação sempre a partir de agora.

Olhei mais uma vez para o rosto que era a causa da minha rendição, e agradeci aos céus por tê-la posto em minha vida.

Postado por: Grasiele

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