terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 55 - I need you hear me.

(Contado pelo Tom)

Dois dias se passaram, e não tive mais noticias da Savannah. Fiquei pensando se ela já havia voltado para o Brasil, ou se continuava em LA. Se pelo menos a Becca estivesse aqui, poderia até me ajudar. Ela e o Georg devem estar se divertindo ao máximo no Caribe.

- Eu não agüento mais! – disse, me levantando do sofá. – A Becca precisa voltar logo do Caribe, antes que eu perca a Savannah novamente.
- Até parece que ela vai deixar de ficar com o Georg, pra ajudar você. – diz Gustav.
- Deveria sossegar e deixar as coisas como estão. – diz Bill, continuando a escrever em seu caderno.
- Não dá! – disse. – Não faz sentido algum ficar longe dela.
- Já parou pra pensar que talvez esteja fazendo papel de idiota? – Gustav coloca a dúvida em mim.
- Como assim? – perguntei.
- Desde que a Savannah chegou, você não parou de correr atrás dela um minuto se quer. – diz ele. – E ela não estava nem aí, muito pelo contrário, se gostasse mesmo de você, já estaria aqui.
- Nunca pensei que eu fosse dizer isso, mas... O Gustav tem toda razão. – Bill larga o caderno. – E além do mais, quando você brigou com o namorado dela, o que foi que ela fez? Pegou um lencinho e ficou limpando o sangue dele, e não o seu!

Eles... Eles estavam completamente certos, mas eu não queria admitir. De qualquer maneira, não importa o que ela faça, talvez esteja apenas tentando “amenizar” as coisas. A Savannah não gosta de brigas, e só estava querendo que aquilo acabasse logo.

E se nenhum dos dois fosse me ajudar, eu teria que recorrer à outra pessoa. Mas quem? Quem teria voz feminina e que pudesse ligar pro hotel onde ela está hospedada e marcar um encontro?

- Trouxe um lanchinho pra vocês não morrerem de fome. – diz Rute, entrando na sala, e trazendo uma bandeja com sucos e sanduíches.
- Não tem coca-cola? – pergunta Bill.
- Suco é mais saudável. – diz ela.

Claro! A Rute seria a “isca” perfeita! Ela deixou a bandeja em cima da mesinha de centro, e voltou pra cozinha. Aproveitei que eu já estava de pé, e fui atrás dela.

- Rute, você é mulher! – disse, todo contente.
- Ah vá, é mesmo? – foi irônica, e meu sorriso desapareceu. – A não ser que meus pais tenham me enganado durante toda minha vida, sim, sou mulher.
- Preciso de um mega favor seu.
- Não. – virou as costas, e começou a lavar a louça.
- Por favor. – insisti. – É caso de vida ou morte!
- Olha o exagero, garoto.

Mulher é a complicação em pessoa.

- Se me ajudar, eu prometo... Lavar a louça por uma semana.

O quê? Eu tinha mesmo feito essa proposta a ela? A Rute parou o que estava fazendo, virou-se pra mim, e deu um sorriso.

- Tá legal. – diz ela. – É só pedir, que eu faço.

xxx

O telefone do escritório fora colocado no viva-voz, para que eu pudesse ouvir toda a conversa, e passar algumas instruções pra Rute.

- Alô?
- Oi Savannah, tudo bem? – diz Rute.
- Desculpa, mas... Quem fala?
- Sou eu, a Rute. – faz uma pausa. – Empregada dos Kaulitz.
- Rute? Nossa, que bom ouvir sua voz! Como está?
- Fora todo cansaço que os meninos me fazem ter, estou bem.

Elas começaram a conversar sobre coisas que pra mim não eram importantes. Fiz alguns sinais pra Rute, e logo ela foi chegando ao ponto que eu queria.

- Olha, a Becca pediu que eu te ligasse pra avisar que amanhã será a tarde do chá aqui na mansão. E pode ficar tranqüila, porque os homens estão fora dessa.
- Mas ela não está na lua-de-mel?
- N-não. – Rute gaguejou. – Ela... Ela só viajará depois de amanhã.

Depois da gagueira, aposto que a Savannah desconfiou.

- Você vai vir, não vai?
- Claro. – responde. – Que horas se inicia?
- Às... – ela olha pra mim, faço o sinal com os dedos. – Será às dezenove e trinta da tarde.
- Se é um chá da tarde, porque acontecerá a noite?
- P-porque... – gaguejou de novo. – Porque esse foi o único horário que a Becca encontrou, para que todas as suas amigas pudessem vir.
- Então tá, estarei ai.
- Ok, até amanhã.
- Até amanhã. – repetiu.

O telefone foi desligado, e comecei a comemorar pelo cumprimento da primeira etapa.

- Se me fizer mentir dessa maneira novamente, vai ter que lavar a louça por um mês. – diz Rute.

Até ai, tudo bem. A parte mais difícil seria tirar os meninos e todos os empregados de casa. Eu queria ficar sozinho, absolutamente sozinho com a Savannah, pra ver se agora ela escaparia de mim, como das outras vezes.

xxx
(Contado pela Savannah)

O Pablo já havia saído para mais uma daquelas reuniões chatas, então tive que deixar um recado escrito num papel, e colei o mesmo na geladeira. Naquele dia a empregada pediu um dia de folga pra poder conhecer a cidade. Fui a primeira a apoiar, e ela foi liberada.

Tomei um banho meio demorado, sai enrolada numa toalha branca e fui diretamente ao closet, pra escolher uma roupa. Fiquei meio em dúvida sobre o que vestir, já que não estava tão acostumada a participar desse tipo de coisa. Acabei escolhendo um vestido com mangas curtas, decote discreto e cumprimento a um palmo acima dos joelhos, de cor azul marinho. Nos pés, coloquei um pep toe nude. Não havia muito que fazer com meus cabelos, então resolvi deixá-los soltos mesmo. Pra completar, fiz uma maquiagem leve e bem delicada.

Depois de me olhar inúmeras vezes no espelho, finalmente chamei o motorista, que me levou até a mansão. Não demorou muito até que eu chegasse. Fui atendida pela Rute, que não parecia ter mudado praticamente em nada. Ela me disse para esperar ali na sala, que logo o chá começaria.

Tomei a liberdade de me sentar no sofá, e fiquei esperando. Mas pra algo que aconteceria com outras pessoas, aquele lugar parecia quieto e vazio demais. Uns cinco minutos se passaram, e me levantei. Comecei a olhar uns porta-retratos que estavam numa estante, e a maioria deles só tinham os irmãos Kaulitz. Era meio raro ver o Georg ou o Gustav, e as fotos que eles estavam eram as mais engraçadas.

- Boa tarde, senhorita.

Me virei para trás, e o Tom vinha descendo os três últimos degraus da escada, suas roupas eram escuras, e aquelas “velhas” mãos nos bolsos. O que ele está fazendo aqui? Cadê a Becca?

- O que faz aqui? – pergunto.
- Pensei que soubesse que essa casa é minha. – deu a volta no sofá, e ficou próximo a mim.
- Mas... A Rute disse que seria um chá só para mulheres. Não deveria estar em casa.

Aos poucos a minha ficha começou a cair.

- N-Não vai me dizer que...
- Não há chá algum. – diz ele. – Pedi pra Rute te ligar e marcar esse encontro, porque você não aceitaria vir até aqui se fosse apenas para conversar comigo.
- É inacreditável a maneira como consegue se superar cada dia que passa.

Recolhi a minha bolsa que estava no sofá, e estava pronta para ir embora, quando ele me segurou pelo braço.

- Espera Savannah. Nós temos muito que conversar.
- Se o Pablo descobre que foi tudo uma armação, ele acaba contigo.
- Acaba nada. E que ele se dane! – me desencilhei.
- Tom, talvez seja melhor ficarmos um tempinho afastados até essa poeira baixar.
- Sabe que não entendo o motivo de você ainda estar namorando com aquele cara? Até quando vai esconder que é de mim que você gosta?
- Você realmente não entenderia se eu lhe dissesse.
- Mas estou disposto a tentar.
- Eu preciso ir.

Novamente impediu que eu passasse por ele.

- E preciso que me escute. – disse, olhando em meus olhos. – Prometo que se depois de tudo que eu falar, você ainda quiser ir embora, não a impedirei.

Postado por: Grasiele

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