domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 50 - I do.

Me diga, sou só eu
Ou você também sente o mesmo?
Você me conhece bem o bastante para saber que não é brincadeira
Juro que não vou mudar de ideia e não vou te decepcionar
Pode acreditar que nunca me senti assim antes
Baby, não há nada, não há nada que a gente não possa encarar

(Contado pelo Tom)
Dois dias após eu ter descoberto a mentira da Bella, entrei em contato com algumas pessoas e consegui um ótimo advogado. Lhe contei sobre exatamente tudo, e ele deixou certo que aquilo era o menor dos problemas que já havia enfrentado. Fiquei bem aliviado ao ouvir isso. Só de saber que eu voltaria a ser solteiro novamente, não tinha preço.
Naquela mesma tarde, eu me encontrava deitado no sofá da biblioteca, de barriga para cima, com a mão esquerda debaixo da cabeça e a outra no abdômen. Só estava ali mesmo pra passar o tempo. O restante do pessoal resolveu sair pra uma festa que aconteceria na casa de alguém famoso, que nem fiz interesse em saber quem era.
Ouvi alguém bater na porta, e gritei para que pudesse entrar; era a Becca. Ela puxou uma das cadeiras da mesa e se sentou em frente a mim.
- Porque não foi à festa? – perguntei.
- E ficar ouvindo todas aquelas pessoas falarem de coisas que não me interessam? – ela cruzou os braços. – Prefiro ficar em casa. Mas me conta como o mais novo solteiro de LA está se sentindo? – ela sorria.
- Um idiota. – respondi. – Não dá pra acreditar no quão burro eu fui. Perdi a pessoa que amo e praticamente destruí a minha vida por alguém que estava mentindo.
- Ainda dá tempo de reparar o erro.
- Como? – me sentei. – Já se passaram alguns meses, e... A Savannah não vai querer me escutar.
- Deixa de ser burro, garoto! – quase gritou. – Dá pra pelo menos tentar?
Sua sugestão era que eu pegasse o telefone e ligasse pra ela naquele mesmo instante. Fiquei com um pouco de dúvida, se deveria mesmo fazer aquilo. Mas se eu não fizesse, nunca iria saber se a Savannah quer ou não me escutar.
–--
(Contado pela Savannah)
Era o meu dia de folga do trabalho, e achei melhor ficar em casa. Como sempre, o Pablo aparecia pra tornar as coisas mais divertidas. Desta vez ele trouxe seu vídeo game, e começamos a apostar corridas com os carros do jogo. Não sou acostumada com esse tipo de coisa, então sempre estava perdendo. Aos pouco fui tomando gosto pela coisa, e a minha pontuação ia aumentando a cada rodada.
O telefone começou a tocar bem na rodada em que eu estava crente que iria ganhar dele pela primeira vez. Resisti alguns segundos, atenta à tela da televisão, mas tive que me levantar pra ir atender.
- Alô? – perguntei, e ninguém respondeu nada. – Alô? – repeti, e continuou mudo. – Se não falar nada, desligarei!
- Espera! – finalmente disseram. – Por favor, não desligue.
Sei que conheço essa voz de algum lugar, só não sei de onde.
- Quem tá falando?
- Sou eu, Tom.
Se eu fosse daquelas pessoas que morrem por qualquer besteira, com certeza estaria morta. Meu coração acelerou de uma maneira, que cheguei a ter medo. Minhas pernas tremeram, e tive que me sentar no braço do sofá pra não correr o risco de cair.
- O que você quer? – perguntei, tentando não transparecer a surpresa e tudo que senti ao escutar sua voz.
- E-Eu... Eu só queria saber como você está. – disse ele.
Ele só pode ter ligado pra rir da minha cara, não é? Só pode ser por isso. Ele termina o que tínhamos, por meio de uma carta; não me dá uma explicação decente; se casa com outra e agora liga, querendo saber como estou.
- Estou ótima. – respondi, mesmo que não fosse verdade. – Muito melhor do que possa imaginar.
- E o seu pai?
Ah, fala sério! O Tom não estava ligando apenas pra saber como estamos, né? E eu queria saber o motivo da ligação.
- P-Porque está me ligando, Tom?
Olhei pra trás, e o Pablo praticamente me fuzilava com os olhos. Não tiro sua razão. Depois de tudo que o Tom fez, eu ainda estava ali parada, perdendo tempo, lhe ouvindo?
- Savannah... Acho que lhe devo uma explicação.
- Não, não me deve nada. – disse. – E mesmo que devesse, eu não iria perder meu tempo novamente pra te ouvir.
- Dá pra perceber que você está com raiva de mim, mas, por favor, me escute.
- A sua esposa sabe que você anda ligando pra outras mulheres? – fui sínica mesmo. – No lugar dela, eu ficaria bem furiosa se descobrisse isso!
- Não estou mais casado.
O meu coração parou por alguns instantes, e voltou batendo com mais força. A minha voz também desapareceu, e nem eu mesma queria acreditar na razão.
- Ainda está ai? – pergunta ele.
- Sim.
Mas não deveria estar. A minha vida estava indo tão bem, porque ele tinha que ligar justamente agora?
- Eu... Eu queria pedir que... Não me ligasse mais. – disse. – Nunca mais!
- Por quê?
- Porque estou namorando o Pablo, e ele não vai gostar de saber que ando atendendo os telefonemas de alguém como você.
Desliguei o telefone, e me sentei novamente ao lado do Pablo, como se nada tivesse acontecido.
- O que ele queria com você?
- Quis tentar se explicar, mas... Eu não preciso de uma explicação. – ele não ficou convencido. – E pode ficar tranqüilo, porque essa ligação não vai mudar absolutamente nada.
E não vai mesmo! Se o Tom está pensando que ficarei mexida com isso, está muito enganado! Demorei certo tempo pra seguir em frente – e ainda acho que não consegui completamente -, e agora quer “reaparecer” e estragar tudo? Nem pensar!
–--
(Contado pelo Tom)
O telefone estava no viva-voz, ou seja, a Becca ouviu toda nossa conversa.
- “Alguém como você”. – repeti, e soltei uma leve risada. – Agora sim a perdi de vez.
- Quem mandou não escutar os conselhos que seus amigos cansavam de lhe dar? – fez uma pausa. – Vai mesmo deixar esse tal de Pablo roubar o amor da sua vida? Ah, qual é, Tom? Você por acaso é um homem ou um rato?
- O que você quer que eu faça?
- Haja feito um homem, e vá pro Brasil atrás dela!
- Você é surda? Ela disse que está namorando!
- E desde quando isso te impediu de correr atrás de alguma garota?
–--
(Contado pelo Georg)
Há algum tempo que eu vinha me preparando para fazer um pedido especial à Becca. Eu queria que fosse num lugar tranqüilo, e que não chamasse tanta atenção.
Numa dessas noites, ela se encontrava em frente ao espelho do banheiro, penteando seus cabelos. Fiquei observando-a por algum tempo, e depois comecei a me aproximar. Lhe abracei por trás, e fui depositando beijos em seu ombro direito.
- Poderia escolher uma roupa bem bonita, e me encontrar em meia hora lá no carro? – perguntei.
- Por quê?
- Fiz uma reserva naquele restaurante que você adora.
Desconfiada como sempre, virou-se para mim já perguntando:
- O que foi que você aprontou?
- Nada. – respondi. – Não tenho o direito de querer sair com a minha namorada?
- Você passou o dia inteiro me paparicando. Só pode ter aprontado alguma coisa.
- Já disse que não fiz nada.
Eu sabia que ela não estava convencida, mas me garantiu que se arrumaria rápido. Quando chegamos ao restaurante, o gerente fez questão de nos acompanhar até nossa mesa. Ele já sabia o que eu pretendia fazer, então tratou de nos colocar num lugar privilegiado. Pedi o melhor vinho da casa, e disse que mais tarde escolheríamos algo no cardápio.
- Não vai beber o vinho? – pergunta ela.
- Eu vou. Só não consigo parar de te olhar.
Meu coração batia forte cada vez que ela me olhava, cada vez que seus dedos cruzavam com os meus, cada vez que citava meu nome. Eu tentava deixar meus pensamentos no momento, mas era praticamente impossível. Minha mente sempre partia pra uma visão de nós dois num altar. Sim. Eu queria me casar com aquela mulher, e estava criando coragem para puxar as alianças.
Ela notou que eu estava nervoso, e nem eu mesmo havia me visto dessa forma antes. A pressão me tomava o peito. Engoli o vinho de uma só vez, e ela se assustou um pouco com aquilo. Cacei a caixa aveludada em meu bolso, e ela me olhava sem entender realmente nada do que acontecia. Quando eu a tirei e ela viu, notei que sua respiração também tinha completamente mudado.
Becca estava desenfreada, os olhos olhando para minhas mãos e sempre evitando os meus. Mesmo sentado, minhas pernas tremiam. E abrindo a caixa, disse:
- Becca, casa comigo?
Ela simplesmente desmoronou em lágrimas, com um enorme sorriso nos lábios. Eu, tremendo, tirei o anel da caixinha vermelha e o coloquei em seu dedo. Ela, me olhando, com os olhos clareados pelas lágrimas, me disse:
- Você quer isso mesmo, Georg?
- Quero! E quero muito! Casa comigo?
- Caso! Caso hoje e caso sempre!
Nos levantamos, e nos beijamos como se fosse a primeira vez.
 Postado por: Alessandra

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog