domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 49 - I'm gonna kill that girl!

(Contado pela Becca)
Era uma tarde comum de sexta-feira, daqueles dias comuns que não se tem absolutamente nada pra fazer. Os meninos tiveram que sair para um ensaio num estádio onde haveria um show no domingo. Fiquei em casa. Apenas eu, meu antigo livro de mistérios, e o cachorro. Me sentei no sofá da sala, abri o livro na primeira página, e comecei a ler. Eu já tinha lido esse livro umas duas vezes, mas ele é tão bom, que valia a pena perder mais alguns dias lendo-o novamente.
Numa determinada hora, o meu estômago começou a dar sinais de fome. Deixei o livro ali jogado no sofá, e fui até a cozinha. Até achei estranho encontrar a Rute, pois aquele era seu dia de folga.
- Que bom que você está aqui. – disse a ela, e me sentei numa das cadeiras. – Poderia fazer algo pra eu comer?
- Posso sim. – respondeu, indo preparar o lanche. – Mas saiba que o tempo de escravidão já acabou.
- Como você é exagerada, hein? – nós rimos. – Odeio ficar nessa casa, sozinha.
- Pensei que estivesse jogando conversa fora com a Bella.
- Não sabia que ela estava em casa. Pensei que tivesse acompanhado o Tom, no ensaio.
- Ela deve estar no quarto conversando com uma amiga.
A Bella estar em casa ou não, não fazia menor diferença. Afinal, nós não nos falamos tanto assim. Terminei o lanche, e retornei a sala. Às vezes algo parecia me dizer que era pra eu subir as escadas, e ir ver o que as meninas estavam fazendo. Aquilo estava me deixando tão... Intrigada, que acabei fazendo.
Subi as escadas tranquilamente, passei pelo corredor, e quando fui me aproximando do quarto onde elas estavam, passei a diminuir os meus passos, e tomar um pouco mais de cuidado. A porta estava meio aberta, então eu poderia ouvir tudo, sem problemas.
- E quando você pretende contar a ele? – pergunta a amiga.
- Ainda não sei. – responde Bella. – Pra falar a verdade, não faço a menor idéia de como farei isso.
- Não tem medo que ele descubra?
- O Tom é um tapado! – elas riram. – Se ele não descobriu até agora, é bem provável que não descubra nunca.
- Estamos falando de gravidez, Bella! Uma hora a sua barriga precisará crescer, mas como você não está grávida, isso não vai acontecer!
Esperai! Eu estava mesmo ouvindo aquilo? Que história é essa da Bella não estar grávida? Eu sabia! Sabia que ela estava escondendo algo. E ainda por cima xingou o Tom de tapado?!
Continuei ouvindo, agora com mais atenção, e louca pra descobrir mais coisas sobre o assunto.
- Não precisa mais me lembrar disso! – Bella continuava. – Eu vou fazer algo, antes que todos comecem a desconfiar e descubram.
- Tipo o quê?
- Sei lá. Se for possivel eu até me jogo na frente de um carro.
Cara, eu realmente não estava acreditando naquilo. Como essa vadia tem a cara de pau e a coragem de mentir assim? Se eu ficasse ali para ouvir o restante, acabaria entrando no quarto e matando a Bella. Mas se eu fizesse isso, como provaria que ela estava mentindo?
Passei o restante da tarde só pensando numa maneira de obter uma confissão. Os meninos chegaram do ensaio, e ai arrastei o Bill até a biblioteca. Ele obviamente não entendeu nada.
- O que foi? – ele se senta no sofá.
- Não pode imaginar no que acabei de descobri.
- Então me conta.
- Essa tarde, ouvi uma conversa da Bella com a amiga, e ela não está grávida coisa nenhuma!
- O quê? – pergunta incrédulo. – Tem certeza do que ouviu?
- Claro que tenho! Por mais que eu odeie a Bella, não iria inventar algo assim.
- Que vadia.
Ahn? Desde quando o Bill fala esse tipo de coisa?
- Não dá pra acreditar que ela está enganando o Tom. – diz Bill.
- Também custei um pouco a acreditar, mas podemos esperar tudo dela.
- Precisamos fazer alguma coisa.
- Vamos contar pro Tom!
Eu já estava pronta pra sair da biblioteca e sair gritando que a Bella é uma vadia mentirosa! Mas o Bill me impediu.
- A Bella não foi “mulher” de inventar uma mentira como essa? – ele me olhava nos olhos. – Agora ela também precisará ser mulher, pra confessar o que fez.
- E você por acaso acha que ela vai aceitar contar numa boa? – fui um tanto irônica.
- Óbvio que não. Mas não há nada que não possamos fazer para forçá-la.
- Não entendi.
Ele me explicou exatamente como o plano deveria ser. Achei a idéia legal, e correríamos o risco de dar certo ou não. E na manhã seguinte, o plano começava a ser posto em prática.
Havia um gravador escondido no bolso de trás da minha calça. Talvez o áudio ficasse um pouco ruim, mas poderia ser ouvido com clareza. Bati na porta do quarto dela, e entrei. Fiquei meio que encostada na cômoda.
- O que você quer? – ela olhava algumas roupinhas de bebê.
- Eu já sei. – disse.
- Sabe o quê?
- O que você pensa que eu não sei. – ela me olhou com cara de desentendida, e resolvi deixar as coisas mais claras. – Ah, não se faça de bobinha, Bella. Nós duas sabemos que dentro dessa barriga só tem lombriga, e nada de bebê.
Sua expressão mudou rapidamente. E também pareceu ter mudado de cor.
- Acho que você ainda não entendeu. – cruzei os braços. – Vamos fingir que somos “chegadas”, então você pode confessar direitinho que não está grávida.
- Não sei do que está falando.
- Sabe sim. Claro que sabe. – nunca fui tão sínica. – E logo, o mais interessado nisso, também saberá.
- O Tom não vai acreditar em você.
- Porque não?
- Porque você não tem como provar nada!
- Então estou mesmo certa? Você não está grávida?
- Achou o quê? – ela se levanta. – Que eu fosse estragar o meu belo corpo, por causa de uma criança?
O que mais eu poderia querer? Só isso bastava. Ela acabou de se condenar. Ô garota burra!
- Mas é uma pena que você não tenha como provar.
- Se eu fosse você, não estaria tão certa assim.
Ah, eu não resistir. Tive que tirar aquele gravador do bolso. E ver a cara de espanto e surpresa dela, não tem preço! Dei um sorriso pra ela, e sai do quarto, caminhando como se tivesse acabado de tirar um caminhão das costas. Agora era questão de minutos pro Tom ficar sabendo de tudo.
Quando estava prestes a descer o primeiro degrau da escada, senti uma mão puxar bruscamente o meu cabelo. Sim, a Bella havia me atacado por causa do gravador. O problema é que ela mexeu com a pessoa errada. Nós iniciamos uma “luta” corporal, pra ver quem conseguiria pegar o tal gravador, que a essa altura, já tinha ido parar no chão.
Eu não iria ficar ali brigando com ela, até que alguém chegasse e estragasse tudo. E pra acabar com isso de uma vez, lhe dei um soco no nariz.
- Você quebrou o meu nariz, sua maluca! – ela gritou.
- Sério? Pois eu deveria te quebrar inteirinha!
Tá, eu poderia dizer que tudo realmente acabou ali. Mas como estamos falando da Bella... A gente nunca sabe o que se passa na mente de uma pessoa como ela, e nesses casos, ainda sou um tanto “ingênua”. É sério, como eu poderia imaginar que aquela cabeça estaria planejando algo tão... Sujo? Ela tirou as mãos do nariz, que sangrava muito, e deu um risinho bem irônico.
- Tá rindo do quê, sua vaca?
- Da sua cara de idiota! – falou, meio séria. – Só quero imaginar o que o Tom vai dizer, por você ter me jogado da escada.
- Eu o quê?
Sinceramente, essa garota merece ser uma atriz! A maluca fez questão de se jogar da escada, só pra colocar a culpa em mim. Quer mais ou está pouco? Ah, espera, ainda falta um detalhe: no mesmo instante em que ela se jogou, o Tom entrou pela porta da sala, e viu toda a cena.
- Bella! – Tom grita, e corre para acudi-la.
Ai do nada o Bill e o Georg aparecem de algum buraco.
- O que houve? – pergunta Bill.
- Ligue pra emergência – diz Tom. -, a Bella caiu da escada.
Imediatamente Georg pega o telefone e começa a fazer a ligação. As minhas mãos estavam tremendo muito. Bill subiu as escadas, pra ver me perguntar o que havia acontecido.
- Ela se jogou! – disse. – Essa garota é maluca, Bill! Ela se jogou da escada!
xxxx
(Contado pelo Tom)
Estávamos na sala de espera do hospital, onde a tensão tomava conta. Eu não me preocupava tanto com a Bella, mas com o bebê. E o meu “desespero” só passou quando um dos médicos que a atenderam, apareceu.
- A Bella está bem? – perguntei.
- A garota teve muita sorte, pois fraturou apenas o tornozelo direito e o braço esquerdo. – diz o médico.
- E o bebê? – tive até medo de ouvir a resposta.
- Bebê? Não, não havia bebê nenhum.
- Claro que tem! Ela está grávida!
- Senhor, nós fizemos vários tipos de exames. – falava tranquilamente. - Se a Isabella estivesse grávida, saberíamos.
- Então ela perdeu o bebê na queda? – continuei insistindo.
- Não houve perda alguma, porque ela não estava grávida.
Aos poucos as coisas pareciam ficar mais claras. E eu não queria acreditar que ela havia me enganado, porque se isso fosse verdade, eu seria capaz de entrar naquele quarto e terminar de arrebentá-la.
Antes de se retirar, o médico disse que eu poderia ir vê-la. Ai a Becca se aproximou com algo em mãos.
- Tom, eu tenho que te mostrar uma coisa. – disse ela, e foi logo ligando o gravador.
Enquanto ouvia cada palavra, a raiva ia tomando conta de mim.
- Eu vou matar aquela garota! – disse, com toda raiva possivel.
- Fale baixo! – disse Bill. – Estamos num hospital.
- Melhor ainda! – falei mais baixo. – Posso terminar o que a escada não conseguiu, e ela nem precisará sair daqui.
- Quer ser preso? – diz Becca. – O mais certo a se fazer é anular o casamento, já que só se passaram alguns meses.
xxxx
Bati na porta do quarto e entrei, com cara de quem estava preocupado e foi vê-la pra ter certeza de que estava tudo bem. Bella abriu um sorrisinho. Não sabe nem disfarçar que está mal.
- Que bom que veio me ver. – diz ela.
- Só passei pra avisar que o meu advogado procurará por você, para acertarmos as papeladas do divórcio.
- Divórcio? – agora ela soube reagir, né? – M-Mas o porquê? Vai me abandonar grávida?
- Ah, por favor, já pode ir parando com esse teatro. – nem me aproximei, pra não ter uma recaída e acabar matando-a. – O médico já me disse que você não está grávida.
- E-Eu perdi o nosso bebê? – fingiu começar a chorar.
- Bella, pára! – falei mais alto. – Nada do que você fizer agora, vai adiantar. – fiz uma pausa. - Arcarei com todas as despesas do hospital, e pedirei ao motorista que leve as suas coisas pra casa da sua tia. Não quero que volte mais naquela casa.
- Você não pode fazer isso!
- Não só posso, como farei.
Sério, estava surpreso comigo mesmo. Como consegui manter essa calma toda pra falar com ela?
- Eu não vou te dar o divórcio, Tom.
- Você quem sabe. – continuei. – Só quero deixar claro que... Você não tem onde cair morta, e não conseguirá pagar um bom advogado.
- Acha mesmo?
- Tenho certeza. – mais uma pausa. – Enquanto estiver aqui no hospital, terá bastante tempo pra pensar. E no seu lugar, não procuraria confusão com alguém como eu.
 Postado por: Alessandra

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