domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 48 - I wanna be your girlfriend.

(Contado pelo Tom)
Como a cerimônia havia sido ali mesmo no jardim da casa, a Bella também achou interessante fazer a recepção. Ficamos alguns longos minutos recebendo os cumprimentos dos convidados, e logo os músicos fizeram a abertura da festa. Eu não agüentava mais aquele lugar lotado de pessoas, e queria sair dali o mais rápido. Não tinha ânimo para absolutamente nada, então me sentei numa das mesas que estavam vazias. Fiquei observando o movimento, e todos que estavam se acabando na pista de dança. Um garçom passou ao meu lado, e me ofereceu uma bebida. Pouco depois, a Becca aparece.
- Não vai dançar? – pergunta ela.
- Não to com ânimo pra isso. – respondi.
- Avisei que não era uma boa idéia, mas você decidiu se casar por conta própria, então pare de ficar se desse jeito.
- Eu... Eu não consigo. – bebi um pouco. – Não consigo ficar alegre com esse tipo de coisa.
- E porque se casou? Você não é nenhum surdo, é?
- Olha, eu não quero falar sobre isso. – dei mais outro gole. – O casamento já aconteceu, e agora tenho que tocar a minha vida pra frente.
- Ah claro, com certeza você vai conseguir tocá-la pra frente nessa “depressão” toda.
Algumas horas mais tarde, a Bella e eu nos despedimos de todos, entramos num carro que tinha escrito com letras enormes “recém-casados”, e fomos para o hotel onde tínhamos uma reserva e passaríamos a noite de núpcias.
Assim que chegamos, a recepcionista nos tratou bem, e logo após entregar a chave, nos desejou felicidades. Fui educado e agradeci, enquanto a Bella deu as costas e começou a caminhar. Entramos no elevador, e subimos até o último andar, onde se encontrava a suíte presidencial.
Passei o cartão na porta, e entrei. Olhei para trás, e notei que a Bella estava parada do lado de fora, com as mãos na cintura, e com aquele olhar de “não está se esquecendo de nada?”.
- Vai ficar ai parada? – perguntei.
- A tradição diz que o noivo deve carregar a noiva em seus braços, para atravessarem a porta juntos. – diz ela. – E eu to esperando.
Tá brincando, não é? Isso só pode ser algum tipo de pegadinha. Onde estão as câmeras?
- Você por acaso é alijada? – perguntei, da forma mais natural possivel.
- Tom?! – ela se irritou.
- De maneira alguma, que irei forçar a minha coluna só por causa de uma tradição.
Até parece que eu faria isso. Tá me achando com cara de burro de carga? Eu não via a hora de sair da festa, pra chegar ao hotel e descansar. Já to fazendo muito em ter me casado, ainda quer que eu a carregue nos braços?
Ela ergueu um pouco o vestido, e entrou brava, indo diretamente para o banheiro. Coloquei o anuncio de “não incomode” na maçaneta, e fechei a porta. Enquanto caminhava em direção a cama, ia tirando aquela gravata que me incomodava. Tirei os sapatos, e aos poucos também fui tirando a roupa, ficando apenas com a calça, e ai me deitei de barriga para cima.
A cama era tão confortável, que eu estava quase cochilando. Foi ai que me assustei ao sentir que a Bella acabara de se colocar sobre mim. Abri os olhos, ela estava vestida numa lingerie vermelha, e com os cabelos soltos. Começou a passar suas mãos frias pelo meu abdômen, se inclinou um pouco, e mordiscou o lóbulo da minha orelha.
Ela me olhou nos olhos, deu um meio sorriso, e beijou meus lábios. Confesso que se fosse em outra época, eu poderia até ter uma recaída e fazer qualquer coisa com ela. Mas naquele momento não dava. Eu não conseguia transar com a Bella, sabendo que meu coração pertence de verdade a Savannah.
Aos poucos a intensidade dos beijos foi aumentando, e parecia ficar cada vez mais irresistíveis. Segurei a Bella pelos braços, e a tirei de cima de mim - antes que fosse tarde -, e me levantei.
- O que foi? – pergunta ela.
- Eu... Não consigo.
- Como assim, não consegue? Já fizemos uma vez!
- Foi diferente! Eu estava bêbado.
- Mais um motivo para repetirmos o ato. Desta vez você está sóbrio, e se lembrará de tudo!
Não tava a fim de fazer de novo.
- Tom... – ela se levantou, e veio até mim. – Estamos na nossa noite de núpcias. – passou seus braços pelo meu pescoço. – Viemos pra esse hotel apenas para dormir? – ficou me olhando. – Se fosse pra isso, poderíamos ter ficado em casa mesmo.
A Savannah estava tão distante, e nessa altura do campeonato ela nem deve estar pensando em mim. Porque pensaria? Ela tem o tal Pablo para preencher o vazio que deixei. E lá estava eu, fazendo mais um esforço para ver as coisas bem. Se fiz o sacrifício de me casar, porque não poderia fazer mais esse?
Aproximei meus lábios dos da Bella, e a beijei. Minhas mãos envolveram sua cintura, entre beijos, fomos caminhando em direção à cama.
ALGUNS MESES DEPOIS...
–--
(Contado pela Savannah)
Era noite de sexta-feira, e os donos do restaurante chamaram todos os funcionários para uma conversa. Eles decidiram fechar o estabelecimento, pois estavam voltando para o Japão. Só não entrei em desespero, porque um dos clientes do restaurante é ginecologista, e disse que se eu precisasse, poderia falar com ele sobre uma possivel vaga de emprego em seu consultório.
Cheguei em casa, e logo contei pro meu pai o que havia acontecido. Ele ficou meio preocupado, mas sabia que eu tinha a situação sob controle. Fui pro meu quarto, e aproveitei para ligar pro Pablo. Eu não queria ficar em casa sem fazer nada até a hora de dormir, então o convidei para dar uma volta.
Ficamos andando por uma praça, que não estava tão movimentada, mas também não estava vazia. A maioria das pessoas, eram casais. Nos sentamos num dos bancos, e continuamos a conversa.
- Então você recebeu o convite pra fazer contratos entre as empresas multinacionais? – disse, já feliz por ele.
- Pois é. – diz ele. – A parte ruim da história, é que precisarei viajar pelo mundo.
- E desde quando isso é ruim?
- Desde que terei que ficar longe de você.
Depois daquele beijo, ele passou a mandar indiretas. Sempre fico sem graça quando isso acontece.
- Ficaria bem mais feliz se você estivesse ao meu lado. – disse ele.
- Pára de bobagem. – desviei o meu olhar do seu.
- Não é bobagem. – ele fez uma pausa. – Você poderia vir comigo.
- Eu teria que deixar o meu pai sozinho, e na situação que ele se encontra, seria completamente impossível.
- Podemos levá-lo junto.
Ele falava como se fosse a coisa mais simples do mundo. Comecei a mudar de assunto pra ver se o Pablo desistia daquela história maluca. Algumas horas naquele banco, e decidimos que já era hora de ir pra casa. Estava ficando meio tarde.
Em certa parte do caminho, ele parou no meio da rua. Achei estranho, e também parei. Sei lá, queria saber o motivo daquilo.
- Você não quer viajar comigo... – foi se aproximando, segurou minha mão e se ajoelhou no asfalto. – Mas quer ser minha namorada?
A pergunta me pegou de surpresa, e no momento fiquei sem reação. O meu coração gritava desesperadamente pra eu dizer não. Mas a minha mente dizia que eu poderia aceitar, e que assim eu conseguiria esquecer o Tom mais rapidamente.
- Sim. – respondi. – Eu quero ser sua namorada.
Achei tão fofo quando um sorriso surgiu em seus lábios. Ele se levantou, passou delicadamente sua mão em meu rosto, e me beijou.
–--
(Contado pela Becca)
Assim que a Bella declarou estar grávida, passei a ficar de olhos bem abertos para qualquer coisa. Se algo acontecesse, eu estaria por perto. Ainda estou me sentindo culpada por não ter me levantado no casamento e impedido que o Tom fizesse aquela loucura. Mas ele é maduro o suficiente pra saber o que estava fazendo. Se quis continuar, é porque tinha plena consciência dos atos.
Num dia desses em que combinei de sair com o Georg para fazermos compras, acabei esquecendo algo em meu quarto, e voltei para pegar. Quando cheguei ao corredor, dou de cara com a Becca saindo de dentro do mesmo.
- O que fazia no meu quarto?
Imediatamente ela mudou de cor. Colocou as mãos para trás, como se estivesse escondendo algo, e ficou calada.
- Responde! – insisti. – O que você queria ai dentro?
- E-Eu estava procurando pelo Tom. – gaguejou bastante.
- No meu quarto?
- A Rute disse que ele havia subido, e não o encontrei em lugar nenhum.
- Acabei de passar pela sala, e ele está lá.
Ela deu um sorriso meio sem graça, e agradeceu. Foi ai também que notei algo que já era pra estar bem aparente.
- Bella, de quantos meses você está mesmo? – perguntei.
- Cinco. – respondeu.
- Essa sua barriga não era pra estar um pouco mais aparente? – ela se olhou.
- Sou magra, então quase não dá pra perceber.
- Sei.
- Bom, eu vou descer pra encontrar o Tom.
Tá legal, eu preciso dizer que aquilo me deixou não com uma pulga, mas com uma mamona atrás da orelha. Essa conversa de que “sou magra”, não me convenceu. Pra mim, tem algo errado. E acho bom que ela comece a rezar, porque se eu descobrir a mínima coisa farei questão de abrir minha boca pros quatro ventos. E quanto estar procurando o Tom dentro do meu quarto, essa foi outra historinha pra boi dormir que não me convenceu nadinha.
 Postado por: Alessandra

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