domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 47 - Speak now or forever hold your peace.

(Contado pelo Tom)
Cada dia que passava, eu sentia como se minha vida estivesse prestes a chegar ao fim. O casamento fora marcado para o próximo dia 15, e só faltavam quatro dias. De cem, a lista de convidados aumentou para quatrocentos e cinqüenta. Era pra ser a cerimônia mais simples possivel, apenas para familiares e amigos mais próximos. Mas infelizmente a imprensa descobriu, fazendo o favor de espalhar para os quatro ventos. Então tivemos que mandar convites pra mais pessoas.
Por mim, não faríamos absolutamente nada, iríamos num cartório e pronto, estava resolvido. Só que a Bella insistiu tanto, que acabei cedendo. O local escolhido para a festa foi o nosso enorme jardim. Mas deixei bem claro que as flores da Savannah não poderiam sair dali.
Aquele era o dia da minha última prova de roupa, e como a Becca havia me acompanhado da primeira vez, e até ajudou com a escolha, ela foi novamente. De frente para um enorme espelho no ateliê mais famoso de Los Angeles, uma moça simpática terminava os mínimos ajustes, e eu não me reconhecia de maneira alguma.
- Que cara é essa, Tom? – pergunta Becca.
- É a cara de quem vai se casar daqui dois dias. – respondi, olhando-a pelo reflexo.
- Essa é a primeira vez que vejo um noivo que não está feliz com o casamento. – diz a moça.
- Ficaria feliz, se eu estivesse me casando com a mulher que amo.
E isso não era nenhuma mentira. Se a Savannah estivesse no lugar da Bella, eu com certeza estaria tremendo de nervosismo, ansiedade, felicidade... Os mais variados tipos de sentimentos de uma só vez.
- Ainda dá tempo de desistir. – diz Bella.
- Só uma pessoa me fará desistir de tudo. – disse. – Mas ela não está aqui.
- E porque você não larga tudo e vá atrás dela? – pergunta a moça.
- Porque eu a magoei muito, e duvido que ela queira voltar pra mim.
xxx
DIA 15
Passei a noite de véspera do casamento, acordado, pensando em todas as coisas que fiz até hoje. Em como fui e ainda estou sendo idiota. E quando o dia amanheceu, tive que me colocar em frente ao espelho e prometer que mesmo não gostando da Bella, eu a faria feliz.
Eu estava sentado em minha cama, com os olhos fixos para o relógio em cima da mesinha de cabeceira. Cada vez que os ponteiros se mexiam, era como se o horário do enforcamento estivesse se aproximando. Foi ai que o Bill bateu na porta, e entrou. Ele se sentou ao meu lado, e ficou calado.
- Os preparativos da festa estão a todo vapor lá no jardim. – ele finalmente diz algo. – Não vai ver como está ficando?
- Pra mim tanto faz, isso realmente não é importante. – disse.
- Tom, você ainda pode dizer não. – olhei pra ele. – Você pode fazer isso até no último minuto!
- Eu... Vou me preparar pro casamento.
Me levantei, e fui até o banheiro. Acho que a Bella havia marcado um horário pra mim num spar, mas pra quê? As pessoas só vão pra esse tipo de lugar, para relaxarem, e eu não estou nenhum pouco nervoso.
–--
(Contado pela Savannah)
Após passar vários dias no hospital, meu pai finalmente recebeu alta. O médico lhe receitou novos remédios, mesmo sabendo que não faria tanta diferença assim, já que o tumor estava muito maior do que deveria. Desta vez, passei a monitorá-lo, para ter a certeza de que não me enganaria mais uma vez. Também pedi ajuda aos amigos dele, e me garantiram que ficariam de olho, e qualquer coisa, me avisariam.
Era tarde de sábado, quando o Pablo bateu à minha porta, com alguns DVDs em mãos. Eu não tinha nada pra fazer, então concordei em assistir alguns daqueles filmes. Meu pai havia saído para jogar baralho com uns amigos, ou seja, a casa ficaria “livre”.
Preparei a pipoca, levei o refrigerante, e me sentei ao lado dele. Assistiríamos a um filme de terror, que eu com certeza odiaria. As cortinas da sala estavam fechadas, o que fazia o local ficar bem escuro e com aquele clima que coloca medo em qualquer um.
Meus olhos estavam atentos para a televisão, mas eu sabia que ele estava olhando pra mim. Aquilo me deixava sem graça, e ao mesmo tempo, me fazia querer que ele continuasse a olhar. Fará algum mal se eu olhar pra ele? E a minha dúvida me fez olhá-lo, ai já não tinha mais volta, os nossos olhares se encontraram.
Pensei em me levantar rapidamente e ir até a cozinha preparar mais pipoca, mas algo me fez continuar ali. Você vai ficar ai parada, sem fazer nada? O Tom não deve nem se lembrar mais que um dia você existiu! Deixa de ser boba, e reaja! Os meus pensamentos costumavam me deixar confusa, mas eles estavam certos. Já passou da hora de começar a esquecer o Tom.
Dei um leve sorriso, pra avisar ao Pablo, subliminarmente, que eu estava pronta pra receber um beijo dele. Ele entendeu o recado, mas ainda assim ficou meio na dúvida se prosseguia.
- Você não vai fazer nada? – perguntei.
- Eu tenho plena certeza do que quero, mas... E você?
- Me beija logo.
Ele riu, e eu broxei. Achei de verdade que ele não queria nada, mas der repente, sem estar esperando, me surpreendeu com um beijo. Um beijo meio molhado, cheio de carinho, mas molhado. É impressão minha, ou os meus batimentos cardíacos nem se abalaram? E porque as minhas pernas não estão tremendo? Pelo menos as mãos poderiam suar um pouquinho, não é?Normalmente minha mente ficaria fazia, apenas aproveitando o momento, mas não deu pra controlar. Essas perguntas apareceram involuntariamente.
Quando acabou, as coisas ficaram vagas. Eu não sabia o que dizer, e muito menos ele. Por sorte, o telefone começou a tocar, e me levantei para atender; era a Becca. Ela só ligou pra estragar o meu dia, avisando que o Tom se casaria em menos de duas horas. Até agora não sei quem é a sortuda, e também não faço questão de saber. Isso só aumentaria o ego dele, e diminuiria a minha auto-estima.
–--
(Contado pelo Tom)
Olhei pela janela do quarto, e notei que a maioria dos convidados estava ali. Terminei de colocar a gravata, e borrifei um pouco de perfume em mim. Sai dali, e fui para o local da cerimônia. Enquanto cumprimentava algumas pessoas, olhei de relance para o jardim da Savannah.
Fui até o quarto onde a Bella estava se arrumando, e abri a porta bruscamente. As meninas que a ajudavam, gritaram como se tivessem visto um alienígena. A Bella correu, e se escondeu atrás do biombo.
- Todas vocês, saiam do quarto agora! – falei, com certa ignorância.
Nenhuma delas questionou, e se retiraram. Caminhei até o biombo, e fiquei de frente para a Bella. Se ela pudesse ler pensamentos, saberia que eu estava xingando-a de coisas que não ouso dizer em voz alta.
- O que está fazendo aqui? – pergunta ela. – Dá azar ver a noiva antes do casamento.
- Que se dane! – quase gritei. – Só quero saber quem foi que mexeu naquele jardim, quando cansei de dizer que não era pra ser tocado?
- As flores não combinavam com a decoração, então eu...
- Você por acaso é surda? – gritei. – Quantas vezes eu disse que não te queria perto dele?
- Calma, Tom.
A segurei firme pelos braços, e a encarei. Sua expressão era de medo, e seus olhos estavam se enchendo de lágrimas.
- Estou fazendo o maior sacrifício da minha vida, então não me force a desistir agora. – disse.
- Me desculpa. – quase sussurrou. – Isso não vai mais acontecer.
A larguei, e me retirei. Se é verdade esse negócio de “ver a noiva antes do casamento dá azar”, espero que a superstição não se rompa agora.
xxxx
Eu já estava lá no altar, esperando pela noiva. Uma música de escolha da própria, começou a tocar. Logo ela surgiu num vestido, que mais parecia um bolo, e um gigantesco sorriso nos lábios. Ia se aproximando devagar, e à medida que isso acontecia, imaginei por alguns instantes, que era a Savannah.
Ela entregou o buquê para uma das madrinhas, e todos os convidados se sentaram. O padre começou a celebração...
- Estamos todos aqui hoje reunidos, para celebrarmos a união deste casal...
Ele falou milhares de coisas, e não prestei atenção nem na metade. Ai novamente tocou outra música, e uma menininha que aparentava ter no máximo quatro anos, foi entrando, trazendo as alianças. Depois de mais algumas coisas faladas pelo padre, veio a pergunta coringa.
- Isabella, você aceita se casar com Tom Kaulitz?
- Eu aceito. – responde ela, sorrindo e me olhando.
- Tom Kaulitz, você aceita se casar com Isabella?
E ai surgiu uma voz em minha mente, que dizia sem parar “Não, diga não!”. Olhei para os lados, e todos aguardavam a minha resposta. E me senti dentro do clipe da Katy Perry.
- Tom Kaulitz, você aceita se casar com Isabella? – o padre repete.
A minha voz parecia não querer sair, e ai recebi um beliscão.
- Sim. – respondi.
E até consegui ouvir algumas pessoas soltarem um suspiro de alivio.
- Se existe alguém que seja contra este casamento, que fale agora ou cale-se para sempre. – diz o padre.
Tive que olhar para trás, porque ainda tinha a pontinha do iceberg como esperança de que a Savannah apareceria ali.
- Então eu vos declaro marido e mulher. – ele conclui. – Já pode beijar a noiva.
Me aproximei, e lhe dei um beijo.
 Postado por: Alessandra

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