domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 44 - Life is not fair, Becca.

(Contado pelo Tom)
O dia amanheceu, e lá estava eu, sentado numa cadeira na varanda. Não consegui dormir a noite inteira, e até vi o dia clarear. Devo admitir que estou péssimo, e vou piorando a cada dia que passa.
Estava tentando encontrar a melhor maneira de pedir a Bella em casamento, mesmo sabendo que não existe. Na verdade, tanto faz. Só estou me casando pra dar uma família digna ao bebê que está vindo ai. Sei que não é a coisa mais certa a se fazer, e que a Savannah não merecia uma “traição” dessas, mas também sei que um dia ela irá me entender.
Mais tarde, enquanto a Bella lia um livro à beira da piscina, fui me aproximando devagar. Me sentei numa das espreguiçadeiras, e com certa dificuldade, ia iniciando a conversa.
- Você... Tá se sentindo bem? – perguntei.
- Sim. – respondeu, e continuou lendo.
- Quando marcará a próxima consulta?
- Ainda não sei, mas a secretária da médica disse que me ligaria assim que achasse um dia mais livre.
Ficamos calados por alguns minutos, e decidi falar logo de uma vez.
- Bella... Você ainda quer... Se casar comigo? – ela parou a leitura, e fechou o livro.
- Por quê?
- Porque eu tô pedindo a sua mão em casamento.
- É sério? – ela não estava acreditando.
- Um-hum.
- E a Savannah?
- Esquece a Savannah. Ela não é importante.
Aquilo me doeu de uma forma, que nem dá pra explicar. Como tive coragem de dizer que a mulher que eu amo não era importante? A Bella, por sua vez, ficou feliz da vida. Ela aceitou o pedido sem hesitar, se levantou, vindo até mim, e tentando me beijar.
- Eu... A pedi em casamento, mas... Também preciso de um tempo pra me acostumar com isso. – disse. – Por favor, não force a barra.
- Tudo bem. – diz ela, sorrindo. – Esperarei o tempo que for preciso!
–--
(Contado pela Savannah)
Não estava me sentindo bem, então o meu pai teve que ligar pro restaurante e avisar que eu não poderia ir naquele dia. Os donos foram simpáticos, e disseram que não teria problema.
Fiquei trancada dentro do quarto o dia inteiro, sem pôr nenhum tipo de comida em meu estômago. A única coisa que estava descendo, era água, e olhe lá. Sem contar que toda vez que me lembrava, começava a chorar. Bastava relembrar qualquer atitude dele, ou alguma coisa que disse, para as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
No finalzinho da tarde, me levantei da cama e fui até o banheiro. Liguei as torneiras, e deixei a água preencher a banheira. Tirei minhas roupas, e prendi meu cabelo. Fiquei de molho até aquela água dar sinais de que ficaria fria. Retornei ao quarto, e escolhi algo que me deixasse confortável e agasalhada. Tive que fazer uma maquiagem mais elaborada, mas nada que ficasse forte. Só não queria que alguém percebesse que eu havia chorado por horas.
- Aonde vai? – pergunta meu pai.
- Vou dar uma volta. – respondi, sem ânimo.
- Não acha que é melhor ficar em casa?
- Se lembra quando a vovó disse que o choro pode durar a noite inteira, e que a alegria vem pela manhã? – ele assentiu com a cabeça. – O meu choro durou muito mais que uma noite, e... Se eu ficar aqui... Vou continuar chorando. – fiz uma pausa. – Eu não quero mais chorar.
- Tenha cuidado, e não volte muito tarde, tá?
O que mais admiro no meu pai, é que ele consegue ser compreensivo. Peguei a chave de casa, e sai. Não fiquei rodando sem um rumo certo, fui diretamente a casa do Pablo. Estava precisando distrair um pouco a mente.
- Quer beber alguma coisa? – pergunta Pablo.
- Não, obrigada.
- Estava chorando?
Pelo visto a maquiagem não funcionou muito bem.
- Está tão na cara assim? – disse.
- É que você parece triste.
- Acho que... Preciso aprender a esconder esse tipo de coisa.
- Então está mesmo triste?
Eu não estava triste, estava magoada. E não dá pra entender o motivo do Tom ter terminado tudo. Mas pensando bem, na carta ele disse que havia outras pessoas envolvidas no momento. Quem poderiam ser essas pessoas? E porque ele não me ligou, pelo menos pra eu ouvir sua voz e ter a certeza de que tudo estava mesmo chegando ao fim?
- O Tom me enviou uma carta. – disse. – Ele... Terminou tudo comigo.
- O quê? – pergunta, incrédulo. – Porque ele faria uma coisa dessas?
- Talvez tenha encontrado outra pessoa.
O Pablo não é o melhor conselheiro, ou coisa parecida. Mas dava pro gasto. Nós ficamos conversando por várias horas, e passei a me sentir bem melhor. Depois ele me levou em casa, e o meu pai ficou mais tranqüilo quando soube aonde eu tinha ido.
–--
(Contado pelo Tom)
Alguns dias depois, quando eu ainda estava tentando me acostumar com a idéia de me casar com a Bella, ela resolveu dar um jantar de comemoração. Eu não iria comemorar nada, pois aquela não era a minha vontade. Mas para não deixá-la sem graça, concordei.
Primeiro reunimos todos que moravam conosco, e ela fez questão de fazer o “grande” anuncio.
- Pessoal! – ela chama a atenção. - O Tom e eu, temos uma noticia para dar a vocês. – diz Bella, sorridente. – Nós vamos nos casar!
Se ela estava esperando que todos fizessem uma festa com aquilo, ficou desapontada. Ninguém se manifestou para nada. Aliás, apenas a Beca disse algumas coisas.
- Que porra é essa? – ela se levanta do sofá, e o Gustav solta uma leve risada. – Porque o Tom faria a idiotice de se casar com você?
- Porque estou esperando um filho dele. – responde Bella.
- E o quê que isso tem a ver? – faz uma breve pausa. – Gravidez não é motivo pra ficar prendendo homem não, minha filha!
- Ele está se casando comigo, por livre e espontânea vontade!
- Eu não acredito nisso.
- Diga a ela. – Bella olha pra mim. – Tom, diga a ela que é você quer se casar comigo.
Todos os olhares ficaram voltados para mim. E a Beca me encarava, esperando pela resposta.
- É verdade. – respondi. – Eu... Eu quero me casar com a Bella.
- Vai se arrepender disso. – diz Beca.
Ela se retira, decepcionada. Nunca pensei que haveria toda essa repercussão. Achei que pelo menos o Bill fosse me apoiar, mas não, eu estava errado e ninguém queria compactuar com isso. E naquela mesma tarde, fui até o quarto da Beca.
- É melhor você dar o fora, antes que eu arrebente a sua cara! – foi ignorante.
- Me escuta! – falei mais alto. – Eu vou me casar com a Bella, você querendo ou não! – estava quase gritando. – Não preciso da opinião de ninguém!
- Dá pra perceber. Só acho que você está fazendo papel de gente descarada! E isso não é justo com a Savannah.
- A vida não é justa, Beca. – meu tom de voz já estava mais baixo.
- Porque vai fazer isso, Tom? Você não ama!
- Só estou terminando a idiotice que comecei. E me sentiria bem melhor, se pelo menos você ficasse ao meu lado.
- Nunca irei concordar com isso, mas... Mas também não posso lhe virar as costas.
- Obrigado.
- Eu te odeio. – se aproximou, e me abraçou.
–--
(Contado pela Savannah)
Como eu disse, se eu ficasse em casa, continuaria chorando. E isso era algo que eu não queria fazer. Até acho que as lágrimas já secaram. Me arrumei como de costume, e fui pro restaurante. Eu com certeza ocuparia minha mente, e não teria tempo para pensar no Tom.
- Ué, o que faz aqui? – pergunta Barbara. – Você não tava doente?
- Já melhorei. – disse. – E você deveria ficar feliz, pois irei te ajudar.
- Ontem o restaurante ficou super lotado, e a gente precisou de alguém pra organizar a fila que foi formada lá fora. Mas você não veio.
- Desculpa, por eu não ter me sentido bem, tá? – nós rimos. – Vou me trocar, e já venho.
Coloquei o uniforme, e fui para de trás da recepção. Por azar, naquele dia o restaurante não estava cheio. As musicas que eram tocadas no local, eram tão calmas, que me fazia ter sono. E para completar, parecia ser a noite dos casais.
Eu não via à hora de chegar em casa, tomar um banho, cair na cama, e só despertar na manhã seguinte. Se eu soubesse que seria assim, nem teria vindo.
Lá pro meio da noite, veio aquela vontade de ir ao banheiro. Aproveitei que o estabelecimento estava meio vazio, e deixei a recepcionista ali sozinha. Fiz o que tinha pra fazer, na maior tranqüilidade, sem nenhuma pressa para retornar ao meu lugar.
- E ai, foi feita mais alguma reserva pra amanhã? – perguntei, quando retornei.
- Não. – responde ela. – Mas acabaram de ligar do hospital.
 Postado por: Alessandra

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