sábado, 8 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 33 - Capítulo Extra.



-Gordon eles chegaram! – Simone gritou na beirada da escada eufórica. –Desça!

A gritaria e os risos tomaram conta da casa dos Kaulitz, porém não foi Gordon que desceu as escadas correndo, e sim Tom e Eleonora em uma briga corporal para ver quem chegava primeiro na varanda.

-Parem imediatamente com isso vocês dois! Vocês vão cair, parecem duas crianças, não sei quando vão tomar jeito!

Simone chamou atenção deles, que sem se importar com a advertência, abriram a porta da sala e saíram para a varanda ainda correndo, esperando o carro parar. Assim que ele parou na frente da casa, eles saíram do carro e Eleonora foi a primeira a correr para a amiga e abraçá-la.

-Janny! Que saudades! – Ela abraçou Janice, apertado. –Você está linda!

-Obrigada Ellie! – Janice sorriu esmagada pela amiga.

-Bill! – Tom abraçou fortemente Bill quase quebrando suas costelas, os gêmeos não se separavam por nada, nunca tinham ficado tanto tempo separados. Para Tom foi quase uma tortura ficar um mês longe do irmão mais novo.

-Tom não vai chorar que vai atingir sua masculinidade! – Bill brincou com o irmão ainda sufocado pelo abraço de urso.

Simone, segurando Carolina pela mão e Gordon, sorriram divertidos, e foram beijados pelo casal; Janice abraçou o irmão mais velho de Bill e ainda abraçada à ele. Foram para a sala de jantar, sentaram-se, almoçaram e depois do almoço sentaram-se todos na sala de estar e lá Janice e Bill distribuíram os presentes comprados na viagem de lua-de-mel.

-Janice, saiu uma foto linda de vocês no Jornal no dia do casamento.

-Eu disse para minha mãe que não queria esse tipo de imprensa na igreja! – Janice disse pegando na mão de Bill.

-Mas não foi Jackeline que mandou... Você não soube? – Simone disse sem graça.

-Não... Então quem foi?

Janice viu Simone e Gordon se entreolharem e ela olhou para Ellie que desviou os olhos.

-Eleonora quem foi que enviou? - Ela perguntou à amiga.

-Seu pai, Janice! - Simone respondeu.

-Meu pai? – Janice colocou a taça de sorvete na mesa de centro e olhou incrédula para Simone. – Como assim?

-E gostaria que visse a matéria que saiu logo abaixo. – Simone levantou, pegou o jornal "ESTADO DE SÃO PAULO" dentro da gaveta do Buffet e entregou para a nora.


Janice pegou o jornal, abriu e leu a matéria, olhou para Bill com os olhos cheios de lágrimas, então o fechou e devolveu para Simone.

-Bom... Temos que ir para nossa casa levar as malas, ainda temos que ir até a instituição para ver os preparativos para amanhã.

Janice disse levantando-se sem comentar nada sobre o artigo no jornal. Bill levantou-se também e todos seguiram até a saída da casa, entraram no carro e seguiram para sua nova casa; um apartamento simples de 95m, três dormitórios, na zona norte de São Paulo. Janice antes de comprá-lo, conversou com a síndica e junto com um grupo da instituição reformulou placas e tudo o que podia mudar para deficientes. A única coisa que não mudou foi o elevador que já era grande o suficiente para receber dois cadeirantes de uma vez.


Todos os interfones foram rebaixados, a portaria teve seus portões enlarguecidos, depois da reforma Janice ainda mandou um projeto para a câmera dos vereadores para vistorias em prédios da região. Depois que a instituição foi aberta, muitos vereadores passaram por ali para conhecer e para abraçar projetos de mudanças e melhorias para os portadores de deficiências.

-Chegamos! – Janice disse quando o elevador abriu no décimo andar.

Os dois saíram do elevador e foi Bill que abriu a porta do apartamento, virando para ela logo em seguida.

- Bill!!! –Ela gritou quando ele a pegou no colo rapidamente. – O que está fazendo?

-Carregando minha esposa para dentro da nossa casa! Não é essa a tradição?

Ele a carregou com cuidado para dentro do apartamento. Janice percebeu que ele sabia exatamente o que fazia, com certeza ele já tinha decorado todos os obstáculos da nova casa.

-Tudo bem... Mas você sabe exatamente onde deve me levar... Não sabe?

-Com toda certeza!

Bill jogou Janice na cama e ela gritou feliz ao cair sobre ela, esperando por ele, que tirou sua camiseta antes de se juntar a ela na cama.


x.x


Janice estava no chuveiro quando o interfone tocou, Bill levantou-se devagar e foi atender.

- Alô. – ele ouviu o porteiro. -Tudo bem pode deixar subir.

Bill desligou o interfone, vestiu uma bermuda e uma camiseta e foi atender a porta, antes mesmo de tocar a campainha ele a abriu. Quando ouviu o barulho do elevador parando em seu andar e a porta se abrindo ele se adiantou a responder.


-Boa Noite, senhor. Que honra! – Bill sorriu e ao sentir o toque das mãos em seu ombro fechou o sorriso estranhando.

-Como vai, Bill? – Helio cumprimentou o genro. –Posso entrar? Janice está?

-Sim, por favor, entre!  – Bill entrou para a sala e deixou o sogro passar. – Ela está no banho.

-Desculpa vir essa hora, sei que acabaram de chegar de lua-de-mel. – O sogro se desculpou – E como estavam às ilhas Maldivas?

-Ótima! – Bill apenas respondeu estranhando tudo aquilo. -Vou chamar a Jen!

-Bill espera! – Helio o chamou – Primeiro quero falar com você.

-Comigo? – Bill perguntou.

-Sim! – Helio respondeu. – Bill eu não quero enrolar muito, até para não atrapalhar... Eu vim aqui para pedir que você me perdoe.

Bill permaneceu calado, não falou nada.

-Sei que é difícil você me perdoar depois de tudo o que eu fiz para você. Sei que é muito complicado ouvir isso depois dos absurdos que eu cometi com você e com a minha filha, mas esse dois anos e meio que estou brigado com ela, que não nos falamos, foram os dois anos mais difíceis da minha vida e vê-la entrando naquela igreja... Com seu irmão... Depois vê-la chorando no altar, vendo a expressão de felicidade dela, nunca vi minha filha tão feliz, nunca vi Janice com um sorriso e um brilho no olhar tão mágico.

Bill escutava Helio atentamente e ainda não tinha se expressado sobre o pedido.

-Percebi o grande erro que havia cometido, o grande idiota que eu estava sendo. Janice não poderia ter escolhido maior partido em sua vida. – Helio sorriu e continuou. – Ela não poderia ter escolhido melhor para o pai dos meus netos. E hoje percebo que você é um grande homem e com certeza fará minha filha muito feliz.

-Obrigado pela confiança, senhor.

-Espero que Janice possa me perdoar um dia de todo mal que a fiz passar... Olha, é melhor eu ir embora e voltar outro dia, eu não estou me sentindo muito bem e prefiro conversar com ela outro dia.

Helio virou-se e antes de sair Bill o chamou.

-Pois não? – ele respondeu sem se virar

-Amanhã comemoraremos o Natal na instituição, por que não aparece por lá? Tenho certeza que ela ficará muito feliz!

Helio o olhou e sorrindo respondeu:

-Obrigado pelo convite! - Virou-se e saiu fechando a porta.

Bill foi até ela e passou a chave seguindo novamente para o quarto no instante que entrou nele Janice saiu do banheiro enrolada na toalha.

-Quem era meu anjo? – Janice perguntou.

- A nossa comida! – Bill respondeu rapidamente – Janice vamos logo para a instituição antes que fique tarde demais.
-Mas não vamos jantar primeiro? - Ela virou-se e olhou-o.

-Não vai dar tempo! – Ele respondeu querendo despistá-la.

-Mas por que você pediu a co...

-Janice você faz perguntas demais! – Bill sorriu. –Não temos mais tempo, se não formos agora para a instituição não conseguiremos arrumar tudo o que falta para amanhã.

-Ok! - Janice se vestiu rápido e assim que ficou pronta saíram do quarto e depois do apartamento, seguindo para a instituição que ficava a poucos minutos dali.



x.x



-Nossa estava morrendo de saudades daqui! – Ela disse entrando na instituição com Bill segurando em seu braço.

-Isso é como um filho para nós!

-Sim... Exatamente! – Janice disse pegando na cintura dele entrando e fechando o portão. – Bom, primeiro quero ver os enfeites que Eleonora colocou no espaço da fonte, depois quero deixar as mesas abertas para a ceia amanhã e por último quero colocar todos os presentes embaixo da árvore que minha mãe montou no Jardim.

Janice falava enquanto subiam para o espaço que só ela e Bill eram permitidos entrar, o mini Jardim Botânico. Ela colocou a chave, o abriu e quando entrou paralisou sorrindo.

-Bill? - Ela perguntou espantada.

-Quê? – ele sorriu e perguntou.

-O que é isso? – Ela perguntou já com voz de choro.

-Isso o quê? – ele insistia.

-Você é... É...! – Janice o abraçou forte, emocionada. – Ficou lindo!

-Que bom que você gostou, Tom decorou, Eleonora comprou a ceia e trouxe para cá.

-Meu Deus... Será que um dia eu vou conseguir agradecer tudo isso?

-Jen de novo esse papo? – Bill disse ainda abraçado a ela. – Já disse mil vezes que isso é a lei da ação e reação, se você me dá eu tenho a obrigação de retribuir, é apenas isso que eu faço... Retribuo.

-Não... Você faz muito mais que isso!

Janice o olhou e tocou seu rosto devagar e logo em seguida o beijou. Bill a abraçou pela cintura e a estreitou em seus braços. Beijaram-se até o ar acabar e não suportarem mais, só assim separou-se. Sentaram-se na mesa e jantaram, conversaram e Janice riu até não agüentar mais das piadas de Bill.

-Bill, será que as pessoas não vão ficar chateadas que mais um ano não passaremos a noite de Natal com elas? – Janice disse assim que colocou o edredom no chão.

-Nada! – Bill respondeu jogando as almofadas no chão – Elas já sabem que esse dia é nosso e passamos num ritual mágico.

-Ritual mágico? – Janice sorriu deitando no edredom.

-Sim... Já esqueceu? – Bill entrou na brincadeira e deitou-se ao seu lado.

-Hum... Sim... Será que você pode me lembrar... Por favor...


Janice pesou sobre o corpo de Bill beijando-o. Ele colocou a língua macia e quente para fora e deixou que ela o sugasse com desejo, deixou seu corpo ser acariciado com paixão, depois foi a vez dele tocar cada ponto do corpo da esposa, deixando-a trêmula e excitada. As mãos dele a exploravam como se tivessem olhos, era como se aquele toque exigente e intenso, permitisse que ele enxergasse cada mordida de lábios, cada pêlo arrepiado e cada olhar que Janice lhe dava.

Bill sempre fazia amor com Janice tocando-lhe o rosto ou peito, para captar cada expressão facial da amada e para sentir cada batida de seu coração acelerado. Ele sabia exatamente a hora que ela chegaria ao clímax só pela respiração e pelas batidas exageradas em seu coração.

E quando ele acelerou, ele investiu fortemente dentro dela, fazendo-a gemer em seu ouvido, Bill delicadamente passou seus dedos pelo rosto dela e quando ela respirou satisfeita, segurou a mão dele e beijou cada dedo do marido.

E assim mais uma noite de Natal foi apenas do casal, não falaram nada depois do ato, apenas beijaram-se, entrelaçaram seus dedos, fecharam seus olhos e diante das estrelas, adormeceram.


x.x


-Bom dia, Bela adormecida! – Tom brincou com a cunhada quando ela chegou ao enorme jardim na parte de trás da instituição.

-Bom dia, meu adorável e bem humorado cunhado! – Janice sorrindo respondeu, lhe dando um beijo no rosto. – O que faz aqui tão cedo?

-Vim fazer o que você e o meu irmão não fizeram! – Tom respondeu colocando a última caixa de presente embaixo da enorme árvore de Natal

-Desculpe Tom. – Janice disse. - Era para nós termos feito tudo isso... Mas...

-Mas... A ceia foi regada a muito peru e...

-Tom? – Janice gargalhou. – É... Foi mais ou menos por aí!

-Nossa que povo mais bem humorado! – Ellie disse ao chegar ao jardim onde os dois estavam.

-Oi, Ellie! – Janice abraçou a amiga. – Obrigada por vir ajudar, eu e Bill perdemos a hora!

-Sei... Perderam a hora! – Eleonora deu um pequeno selinho nos lábios de Tom.

-Ellie, o dia que eu te pedir em casamento, vou pedir para Bill e Janice nos emprestar esse cafofo mágico para comemoramos.

Janice e Ellie se olharam ficando sérias, e depois olharam para Tom indignadas.

-O que foi? – Tom disse sem entender o motivo dos olhares.

-Tom Kaulitz pedir alguém em casamento? – Janice disse ainda séria - Do mini botânico eu tinha certeza que era mágico agora percebi que a instituição inteira é! – Janice sorriu. – Tenho certeza que ao entrar nessa instituição tudo vira possível! Deus está aqui!

-Amém! - Bill surgiu na porta e disse. – DEUS mora aqui, disso eu tenho certeza... Mas o que houve?

-Tom disse que vai casar!

-Dilúvio! Não arme as mesas ao ar livre... Vai acontecer um dilúvio hoje! – Philip gritou ao entrar com Georg.

-Engraçadinhos vocês dois! – Tom disse indo abraçar Eleonora. – Quero me casar sim! Não precisa ser esse ano, mas daqui uns dois ou três aí podemos conversar! – Ele disse beijando a namorada rapidamente.

-Eu quero ser o padrinho e o Philip será a madrinha! – Georg disse sorrindo para Philip.

-Sim, quero ser a madrinha e jogar pétalas em Eleonora quando ela sair da igreja. – Philip sorriu feliz para amiga.

-Pensei que você quisesse que fizessem bolhas de sabão. - Georg olhou para Ellie.

-Sim... Mas Janice roubou minha idéia.

- Eu? Ellie essa idéia sempre foi minha! – Janice respondeu.

-Realmente eu me diverti demais fazendo bolha de sabão na igreja. – Philip disse abrindo a mesa para armá-la no enorme jardim.

-Percebemos! E quem não gostou muito foi a prima de Bill da qual você molhou o vestido dela inteiro. – Georg disse abrindo uma cadeira.

-Acho que ela me odeia! – Philip disse sorrindo.

-Só um pouco, Phill. - Janice sorriu ao lembrar-se da cena embaraçosa na porta da saída da igreja. - Tom e Ellie podem fazer a festa de casamento aqui e depois se quiserem podem ir lá pra cima comemorar a noite de núpcias.

-No nosso canto? – Bill perguntou. – Você quer emprestar nosso santuário para eles?

-Bill? Sim! - Janice respondeu cutucando-o sem graça.

-Ain, depois vou ter que desinfetar tudo com álcool e água sanitária!

Os amigos riram da frase de Bill. Juntos arrumaram todos os preparativos da ceia na instituição para a o almoço do dia 25 de dezembro.


x.x


-Janice a instituição ficou maravilhosa! – Patrícia disse olhando a gigante árvore de Natal. – Sabrina já está lá embaixo dela, amassando todas as caixas.

As duas olharam a pequena sorrindo junto com Ingrid; as duas liam todas as etiquetas dos presentes que estavam embaixo dela.

-Patrícia, fico tão feliz que Bill tenha dado alta para Sabrina.

-Janice, eu não acreditava na cura dela e hoje eu sei que foi um milagre em conjunto. Ver Sabrina falando e andando, foi um mistura de DEUS com BILL e você, eu posso morrer feliz!

-Pathy não fale assim, você tem que viver muito para ver sua filha falando, correndo e te dando muito trabalho. – Janice disse abraçando a amiga.

-Ingrid também teve alta dia 20 de dezembro! – Ellen disse emocionada. – Bill a dispensou e agora é vida normal! Nem acredito que minha filha vai ter uma vida digna, eu nem sei como agradecer tudo o que vocês fizeram por ela.

-Infelizmente Ellen ela poderia ter conseguido uma vida digna mesmo com as dificuldades, mas esse mundo é tão medíocre, tão pequeno que a minoria paga por essa ignorância exagerada.

-Fiquei sabendo que você mudou todo o prédio que está morando com Bill. É verdade? - Ellen perguntou.

-Eu? – Janice sorriu. - Eu não mudei nada, eles que mudaram e digo mais não fizeram mais que a obrigação, porque tudo o que eles mudaram, é lei!

-Eu mandei a sua carta para o síndico do meu prédio e ele também já está fazendo alguns orçamentos para mudanças.

- Está vendo? - Janice disse. – Está vendo, se cada um fizer a sua parte como o mundo vai para frente!

- Janice? – A voz lhe chamou e a obrigou a virar-se para a porta.

- Pai? – Ela arregalou os olhos desacreditando no que estava vendo.

- Oi, filha! – Helio a olhou e estendeu a mão lhe oferecendo a enorme caixa de presente. – Trouxe para você e para Bill.

- Pra mim e para... O quê exatamente veio fazer aqui? – Janice disse sem pegar a caixa.

- Eu que convidei Jen! – Bill surgiu e abraçou a cintura de Janice. – Como vai, Helio?

- Bem obrigado. - Ele respondeu. – Trouxe um presente de casamento para Janice e para você!

-Muito obrigado! – Bill respondeu e Janice olhou para ele sem entender aquela cena. – O Gustav chegou vou falar com ele vou deixar vocês dois conversando. Helio fique a vontade, depois Janice te apresenta à instituição.

Bill deu um beijo leve nos lábios de Janice e saiu deixando os dois sozinhos, ela olhou para o pai e perguntou:

-O que foi tudo isso que acabei de presenciar?

- Eu estive em sua casa ele não contou?-O pai de Janice falou

-Não!

-Olha Janice isso não importa, estou aqui porque estou arrependido, minha vida está vazia sem você e sem a sua mãe, estou desolado, sem rumo e percebi, talvez tarde demais, que com meu preconceito eu consegui arruinar tudo que eu tinha de mais precioso. Perdi a única coisa que eu amava de verdade, você!

Janice o olhou e baixou os olhos para caixa de presente, estendeu os braços e a pegou das mãos de seu pai.

- Por que isso agora, pai?

- Eu fui na igreja no dia do seu casamento e...e nunca vi  um ser humano tão feliz em toda minha vida, nunca vi um sorriso tão iluminado, olhos tão brilhantes e lágrimas rolando por algo tão abençoado.

Janice fechou os olhos e tentou segurar as lágrimas ao ouvir o pai falar sobre o dia de seu casamento com Bill.

- É por que eu realmente fui abençoada! – Janice olhou para o pai que já chorava feito uma criança e ao vê-lo aos prantos continuou.

-Ao entrar naquela igreja eu senti uma energia maravilhosa, ao passar por aquele corredor, eu senti que todos os anjos sorriram para mim, senti que minha felicidade aumentava a cada passo que eu dava e quando Bill me tocou e me levou ao altar eu tive certeza que DEUS estava ali nos assistindo, chorando de felicidade junto com todos os nossos convidados! – Janice soluçou e finalizou. - Ele é o homem da minha vida... Bill é o ser humano mais amado desse mundo!

-E ele merece filha! – Helio disse ainda sem conseguir conter as lágrimas. - Vocês se merecem, minha filha

Helio disse indo de encontro à filha e a abraçando. Jackeline assistia tudo de longe, muito feliz pela reconciliação do ex-marido e da filha. Já havia perdoado Helio, mas viver como esposa, não era mais possível.

- Obrigada pela matéria no jornal sobre a bengala inteligente e sobre a reforma que fizemos no meu prédio, tenho certeza que depois dela, muitos deficientes serão ajudados.

Ainda abraçados, pai e filha foram sentar na enorme mesa, Janice se sentou ao lado de Bill e Helio ao lado dos pais dele. O almoço de Natal foi aberto com uma oração linda feita por Gustav, esse estava muito bem na direção do hospital junto com Samara. O namoro com Fernanda estava muito bem também e após a oração levantou o copo e olhou para os recém casados e disse:

- Primeiro quero fazer um brinde ao nascimento do nosso MESTRE e depois quero brindar a esse casal unido por ELE e que nos ensinou muitas lições e é impossível não olhar para eles e não aprender algo novo todo dia. – Gustav levantou a taça e brindou. - Bill e Janice, que esse natal seja o primeiro de muitos juntos como marido e esposa, que daqui a sessenta anos vocês dois estejam aqui, sentados embaixo dessa mangueira e ainda estejam assim: Amando-se infinitamente.

Depois de uma salva de palmas, o almoço foi servido e seguiu em uma felicidade imensa.

- Filha queria muito pagar o apartamento que você e Bill estão morando. - Helio se aproximou na hora de ir embora e propôs a filha

- Pai, não precisa! – Ela abraçou o pai e sorriu. – A entrada em dinheiro, Gordon nos deu de presente e as parcelas não ficaram tão altas, prefiro me esforçar e pagar, mas obrigada mesmo assim.  – Janice acompanhou o pai até a porta da instituição. – Eu amei o computador adaptado para o Bill, já tínhamos, mas um novo sempre é bem vindo. Obrigada!

- Mandei fazer na Alemanha, é o único ainda no mundo porém já estou patrocinando o dono dele para patentear e começar a fabricar mais pelo mundo ajudando outros deficientes visuais.

-Pai, isso é o máximo! – Janice abraçou-o carinhosamente.

- Imagine filha, isso tudo aprendi com você - Helio abraçou a filha e beijou sua testa com orgulho da mulher que Janice tinha se tornado.


x.x
 

- Você viu seu irmão, Tom?

- Janice, ele está embaixo da maciera conversando com Gustav e balançando Carolina.

Ela olhou, ele balançando a irmã mais nova, então sorriu ao ver a linda cena.

- Que bom que se acertou com o seu pai! – Tom a trouxe de volta.

- Também fiquei feliz, não só pelo nosso acerto e sim por que percebi que ele mudou de verdade.

- Fiquei com pena dele, acho que é um sonho de todo pai levar a filha ao altar, ainda mais a filha única.

-Infelizmente isso já foi e não posso fazer mais nada. – Janice olhou para Tom e sorrindo, disse. - Ele foi muito bem representado.

Tom sorriu e abaixou a cabeça envergonhado. Isso era tão típico dos Kaulitz.

- Acho que não existia outra pessoa mais capacitada para isso do que você! – Ela tocou o rosto de Tom com carinho e continuou:

- Nunca vou conseguir amar Bill o tanto que você ama, jamais vou conseguir ter algo desse gênero dentro de mim e olha que eu o amo demais, porém esse sentimento que você nutre por ele, acho que ninguém vai conseguir chegar aos pés. - Janice passou a mão no rosto molhado de Tom e sorriu. – Você o conheceu primeiro que todos nós, você dividiu muitas coisas com ele muito antes, você é o companheiro, o amigo, o confidente, o alicerce, a base, o protetor, Bill viveria sem mim agora sem você... Não teria tanta certeza!

- Bill jamais viveria sem você, Janice! – Tom disse chorando.

-Imagina... Bill jamais respiraria sem você, Tom!

Tom abraçou a cunhada com ternura e muito emocionado disse no ouvido dela.

- Bill jamais enxergaria sem você, Janice.

E ali abraçados choraram de felicidade, ainda juntos tiveram certeza que os dois, formavam apenas UM, formavam o SER que alimentava, movia e amava intensamente BILL KAULITZ!



x.x

- Soube que alguns médicos vieram te procurar para falar de uma nova cirurgia. – Gustav disse bebendo o resto de vinho da taça. – O que você respondeu a eles?

- Gustav, eu tenho muita vontade de enxergar, eu seria a pessoa mais hipócrita do mundo se dissesse que não! Mas, enquanto essa cirurgia não for 100% segura e os resultados forem satisfatórios, não tem por que eu fazê-la. – Bill disse ao amigo. – Se um dia eu fizer e por acaso não der certo, estarei levando não só minhas esperanças ao buraco, isso levaria minha mãe, meu pai, Tom e principalmente Janice. Não seria justo!

- O que não seria justo eu posso saber? – Janice perguntou, segurando Carolina no colo e a tirando do balanço, sentando com ela no banco embaixo da macieira.

- Fernanda acha que esta grávida! – Bill disse a Janice

- Bill? Isso era segredo, seu fofoqueiro! – Gustav olhou indignado para o amigo.

- Acha? Por que ela não faz o exame de sangue? – Janice olhou para Gustav.

- Amanhã faremos o exame em um laboratório, só tinha contado para Bill mas ele foi linguão!

Gustav sorriu para ele, e só não ficou bravo, porque tinha certeza que tinha contado para despistar o assunto da cirurgia de Janice.

- Teremos um bebê entre nós! Que lindo! – Janice abraçou Gustav

- Tia Janny, você está grávida? – A pequena perguntou.

- Não Carol, não estou!

- Ah pensei que eu ia ter um amiguinho. – Carol disse fazendo bico.

- Você terá um sobrinho ou sobrinha... Mas só daqui uns três anos ou quatro anos quando você for maiorzinha e puder cuidar dele, ok?

Carol sorriu feliz beijou a cunhada na bochecha e correu para brincar com Ingrid e Sabrina. Gustav também foi chamado por Fernanda que não estava se sentindo bem, deixando Bill e Janice sozinhos embaixo da enorme macieira.

- Eu já nos imagino aqui sentados e nosso bebê correndo por esse jardim imenso.- Bill disse sorrindo.

- Eu também imagino... Mas muita calma nessa hora! – Janice disse sentando no colo do marido. –Temos muitas coisas para fazer!

- Sim, temos muitas coisas para fazer para você ficar grávida!

- Você entendeu muito bem o que eu disse mocinho! – Ela beijou o nariz dele. – Tenho que terminar minhas pós e depois podemos pensar em ter nosso bebê!

- Será que eles terão vergonha de mim? – Bill disse sério.

- Bill? – Janice o advertiu e com a ponta do dedo acariciou o rosto delicado dele. – Não quero mais que repita essa bobagem! – Janice levantou e fez Bill levantar também. – Nossos filhos terão muito orgulho de você! –Ela acariciou seu rosto com devoção. –Você será o melhor pai da face da terra.

Ele baixou a cabeça e Janice tocou o queixo com o dedo, obrigando-o a levantá-lo. O sol estava quente e iluminava o belo rosto do rapaz, ele de repente olhou exatamente para onde estava o sol e sorrindo perguntou.

- É impressão minha ou esse sol de São Paulo está queimando meus miolos? Vamos tomar alguma coisa?

- Às vezes acho que você consegue enxergar!

- Hum... Droga... Você descobriu o meu segredo! – Bill voltou-se para Janice e brincou.

- Eu sabia que você me escondia algo! – Ela também sorriu e o abraçou pelo pescoço carinhosamente.

- Jamais! – Bill ficou sério e tocou sua testa na dela.  – Nunca poderia te esconder nada. – Depois a fez encostar a cabeça em seu peito. – Quando estou perto de você é como se eu fosse transparente e você pudesse ver todas minhas veias, minhas células, meus defeitos e medos.

- Engraçado... Eu sinto o mesmo, é como se você conseguisse ver tudo aquilo que as outras pessoas não conseguem. Como se você me conhecesse muito mais do que eu mesma.

- E conheço! – Bill disse beijando o topo da cabeça de Janice. – Agora vamos entrar que já vão passar a retrospectiva do ano aqui da instituição.

-Ok! –Janice respondeu.

-Jen?

-Sim?

-Hoje você comeu macarrão com molho de maracujá... Ontem quando fazíamos amor eu exagerei no carinho em seus seios e você, disse que eles estavam muito sensíveis...

-Sim... E daí? – Janice ergueu os ombros. – Hum falando nisso quero comer esse molho de maracujá com manjar. - Ele salivou e disse a ela.

-Pode deixar vou te dar UMA TAÇA bem grande!

Bill aninhou Janice em seus braços e com os olhos cheios d'água beijou levemente os lábios entreabertos dela e corrigiu-se antes de entrarem para dentro da instituição:

-Uma taça não... Darei DUAS!


Fim...

Postado Por: Grasiele | Fonte: x

2 comentários:

  1. Finfic maravilhosa !!! Vc já pensou em fazer uma 2° Temporada ou algo do tipo ?
    Adoraria ver o Bill como Pai .

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