sábado, 8 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 29 - Escute o seu coração...


Não há nada mais que você pode fazer.
Eu não sei aonde você vai
E eu não sei por que,
Mas escute seu coração
Antes de você lhe dizer adeus.
Roxette  -  Listen to your heart (Escute o seu coração)

http://www.youtube.com/watch?v=vx1SsnAw6P8&feature=related



x.x
 

O que aconteceu em seguida foi muito rápido, enfermeiros foram chamados para darem a ele os primeiros socorros, e logo o pegaram levando-o para o PS, quando estava fechando a porta avistei meu pai ao lado de Samara. E caminhando em sua direção eu gritei com raiva e desprezo:

 - Eu odeio você! Como você pode fazer uma coisa dessas comigo?Você é um monstro pai... É isso que você é... Um monstro!

 Gustav pegou em meu braço com força arrastando-me com força para onde Bill estava sendo levado. E quando chegamos enfrente a uma enorme porta bege ele me olhou e falou:

 - Janny, você espera aqui!

- Não, eu preciso entrar! – Ignorando completamente seu pedido, avancei para tentar entrar.

- Não! Você espera aqui – Leonardo surgiu do nada fechando a porta em minha cara enquanto entrava dentro do PS deixando-me sozinha na sala de espera fria aguardando alguma notícia de Bill.



 
Os minutos foram passando e eu já não sentia mais os meus dedos de tanto que eu já os tinha estalado, sem nada para fazer sozinha no corredor vazio e medonho do hospital. Ninguém entrava e ninguém saía para me informar sobre o estado de saúde de Bill.


Gustav fora com Ellie tentar substituir Bill em suas sessões. Ficou combinado que ninguém contaria aos alunos sobre o que ocorrerá para não alarmar ou agravar mais a situação. Os alunos foram poupados, já os pais estavam na recepção esperando notícias.


Levantei-me e olhei mais uma vez para a pequena janela de vidro no meio da porta bege. E nada! Minha paciência já tinha esgotado faz tempo. Tentei forçar várias vezes a porta porem alguém, esperto, sabendo que eu tentaria entrar, a trancou. Olhei mais uma vez para o corredor  pequeno, continuava vazio, mais uma vez olhei pela janela, todas as portas de todos os quartos mantinham-se fechadas enquanto meu coração mantinha-se apertado e doendo demais.

Flashs vinham em minha mente de Bill caído no chão, desacordado.  Aqueles cacos em volta dele, os gritos, os enfermeiros correndo para socorrê-lo...Minha agonia em tentar entrar para segurar sua mão e não poder.

-Janice!

Uma voz feminina me chamou e eu me virei para olhá-la.

-Simone... Eu... Eu...

A porta bege foi aberta bruscamente, fazendo com  que eu olhasse para ela. Leonardo saiu me olhando, mas para meu desespero foi até Simone que ele correu.

-Vamos? – Ele disse a ela - Ele já pode receber visita.


Simone tirou os óculos escuros e me encarou, mas sua expressão não era de raiva, na verdade naquele momento eu não saberia descrever sua expressão. Meus pêlos se arrepiaram ao receber aqueles olhos negros.

Quando os dois entram Leonardo ainda olhou pra mim mais uma vez, antes de baixar sua cabeça e seguir ao lado de Simone no enorme corredor, e eu fiquei mais uma vez ali sozinha, esperando... O que? Não saberia dizer... Pois pelo olhar de Simone eu sabia que eu não era bem vinda ali.

Então, mais uma vez os minutos corriam e ninguém vinha ao meu encontro, ninguém me dizia nada. E nem assm  eu conseguia chorar acho que estava tão nervosa e com raiva do meu pai, daquele preconceito, daquela tirania, daquele modo cheio de hipocrisia que ele vivia, e meu nojo aumento por causa de tudo o que ele estava fazendo Bill passar, que meu coração estava explodindo de rancor e ódio, dois sentimentos, que desde que conheci Bill, não sabia nem mais o significado.

E para o meu desespero a porta bege mais uma vez foi aberta e de lá Leonardo saiu me olhando com aqueles olhos de piedade que tanto me deixavam agoniada.

-Janny, ele esta bem! – Ele disse em tom baixo e muito calmo. – Ele esta acordado, não sofreu nada, foi só uma batida forte na cabeça, depois dos exames foi constatado que ele não sofreu nada.

Ele me alertava tentando me acalmar de alguma forma, mas ainda sim sabia que não estava conseguindo...

-Mas ele ficará essa o resto do dia aqui e só será liberado amanhã de manhã.

-Ta.. Então eu vou entrar para vê-lo! – Eu disse já empurrando a porta que dava acesso aos quartos do PS.

-Ele esta na outra ala, nos apartamentos!

-Tudo bem! – Eu disse me virando e indo em direção ao elevador para ir para a ala dos quartos.

-Janice, Vá pra casa! – Ele gritou.

Ouvi Leonardo falar, parei, mas não me virei, sabendo que ele tinha algo a mais para me dizer ...

-Vá para sua casa e amanhã vocês conversam melhor. –Leonardo fez uma pausa e então continuou, e neste momento eu senti que talvez estivesse doendo mais nele do que em mim – Sua entrada esta proibida naquele setor.

E ainda de costas para ele eu pedi:

-Eu preciso vê-lo!

-Aceite um conselho de amigo... Vá para casa Janny!



Ele não sabia, mas falar isso a mim era o mesmo que me lançar uma faca afiada e pontuda dentro do meu corpo, e aquelas palavras doeram e sangraram dentro de mim de uma forma avassaladora.


Chamei o elevador, e quando ele abriu suas portas eu entrei apertando o botão para o térreo, olhando para os números vermelhos e quando indicou o T, eu desci , sendo fuzilada por trezentos olhares, mas eu não baixei minha cabeça. Pelo contrario atravessei a recepção em passos seguros, chegando ao estacionamento, em meu carro e partindo em fim para meu apartamento.


Abri a porta e entrei, tomei meu banho, não liguei a televisão, tomei duas aspirinas e me deitei quando ainda eram 18 horas da tarde, mas com o efeito dos remédios dormi um sono profundo.


Acreditando que no dia seguinte essa maldita culpa pudesse ter abandonado meu corpo, como uma nuvem que se dissipa assim que a chuva passa. Acho que de alguma forma eu apenas tentava me manter forte... Forte? A quem eu queria enganar? A mim mesma!





Acordei assustada e ainda sem conseguir abrir os olhos, notei que já era de manhã. Levantei da minha cama, me troquei, fiz minha higiene rapidamente e sai do meu apartamento. Eleonora já havia saído para o estágio, não nos falamos. Melhor assim, pois naquele momento não queria falar e nem ver ninguém. A única pessoa que eu queria ver naquele momento era ele... Bill.



Cheguei ao hospital em quinze minutos, geralmente as altas eram dadas até as 10 horas da manhã, mas faltavam vinte minutos ainda, daria tempo de eu entrar no quarto para vê-lo e conversar com ele sem que ninguém pudesse nos interromper ou importunar.

Estava indo na direção do elevador dos apartamentos quando Gustav me chamou. Chamou não! Gritou:

-Janice! Onde você está indo?

-Onde você acha Gustav? – Eu disse sem paciência.

-Bill teve alta ontem à noite.

-Impossível, com certeza se isso tivesse acontecido, ele teria me ligado e me avisado que já estava em casa.

O olhar de “será?” que Gustav lançou para mim me fez bufar e pegar meu celular na bolsa discando o número de Bill que caiu na caixa postal, na verdade todos os celulares da casa de Bill caíram na caixa postal. Os telefones tocavam e tocavam, mas ninguém os atendia.

Olhei mais uma vez para Gustav e aquele olhar de pena estava ainda estampado em seu rosto.

Baixei meus olhos e sai do hospital correndo, seguindo para casa dele e para minha surpresa a minha situação na portaria do condomínio era a mesma do hospital.

-Como assim proibida? –Eu disse gritando com o segurança da guarita do condomínio. – O que você esta falando?

-Você foi proibida de entrar, foi uma ordem! – Ele me olhava também mantinha um olhar de piedade e sinceramente eu já não agüentava mais ele isso sobre mim – Me desculpe senhorita Guttemberg, mas eu sou apenas o guarda, não posso fazer nada. Sinto muito. – Ele falou desculpando-se como se realmente fosse o responsável por toda minha dor.

Ouvi aquilo e mais uma vez peguei meu celular discando no mesmo.

-Ellie onde você esta? – Quando ouvi a resposta eu disse gritando – Ligue para Tom e peça para que me deixem entrar, estou aqui na portaria do condomínio deles.

Desliguei o celular e esperei pela ligação de Eleonora, que não ligou, ao contrario apareceu em minha frente vinte minutos depois. Desceu do carro e foi em minha direção.

-Janice vamos para casa e lá a gente conversa.

-Ellie por que estão fazendo isso comigo? Bill sabe que estão fazendo isso? Não me deixaram vê-lo no hospital e agora aqui na casa dele?  Ele vai ficar furioso!  Bill vai ficar puto em saber que a mãe dele me proibiu de entrar no condomínio.

Eu disse nervosa, Eleonora se aproximou tocando minhas mãos e disse:

-Janice, foi ele quem proibiu... Foi o Bill!


Não consegui dizer mais nada, minhas mãos começaram a tremer, meus lábios se abriram e deles não consegui emitir nenhum som. Comecei a andar de um lado para outro no meio da rua, um carro buzinou quando eu em transe  passei centímetros perto dele.Eleonora passou seu braço sobre meu ombro e os afagou-me em um abraço.


-Janny, vamos para casa, eu sei que você não teve culpa de nada. – Ela estava emocionada. – Apenas dê um tempo. Aguarde!

- Não posso dar um tempo, preciso estar do lado dele, em três dias ele será operado e eu preciso estar do lado dele quando isso acontecer.

-A operação foi adiada! – Eleonora disse curta e grossa

-Adiada? Como assim?? Não pode! –Eu disse quase aos berros.

-Foi adiada. Não sei mais detalhes. Tom me disse apenas isso. – Ela completou.

-Meu Deus...Jesus...  – Fechei meus olhos e tentei não chorar. - O que meu pai fez? O que ele conseguiu fazer com a minha vida e com a vida de Bill. Eu nunca vou conseguir perdoá-lo. Nunca!

-Janice, vamos para casa, por favor, todos estão olhando. Isso não vai levar a lugar algum, lá a gente conversa e prometo que te ajudarei.

 

Entramos em nossos carros e seguimos para o apartamento, onde mais uma vez me dopei de analgésicos logo adormecendo, e assim dez dias se seguiram, dez inacabáveis e infernais dias sem Bill.




No décimo primeiro dia, não suportando mais obriguei Eleonora a fazer algo que Tom não a perdoara por dias.

O carro dela entrou no condomínio e parou em frente à casa dos Kaulitz. Ela saiu e entrou na casa depois de se certificar que todos estavam na cozinha tomando café, menos Bill que estava em seu quarto ouvindo música. Eleonora saiu e abriu a porta  do passageiro e então eu entrei na casa  e corri para as escadas subindo para o quarto dele.


Quando finalmente entrei no mesmo, ele estava sentado na cama apoiado com as costas na cabeceira.com o peito nu. Parei ao vê-lo tão lindo.  O vi respirar fundo, e ali me dei conta de que ele havia percebido minha presença.

Bill baixou a cabeça confirmando minhas suspeitas, e eu me dirigi para perto da cama em silêncio. O vi levantar e parar ao meu lado... Ele não disse nada, não sorriu, não chorou, não expressou reação nenhuma, e aquilo me deixava furiosa.  E então sem controlar minha revolta, eu comecei a agredi-lo.

-Por que você fez isso? Ham... Me diz? Fala! Porque está fazendo isso comigo? – Eu esmurrava o seu peito com os punhos fechados.

- O que está fazendo aqui? – Ele disse tentando se defender da minha agressão.

- Você é tão idiota às vezes Bill – Eu disse parando de agredi-lo com meus punhos sendo segurados por ele. - Por que está me afastando de você dessa forma?

-O que quer que eu diga, Janice? – Bill segurava fortemente meus punhos – Não tenho nada a dizer. – Ele me soltou empurrando meus braços para longe dele - Vai ser melhor dessa forma já que você vai embora e eu vou ficar aqui.

- Isso não tem a ver com eu ir viajar ou não... Isso tem a ver com meu pai, com aquele filho da mãe preconceituoso e com tudo que aconteceu.

- Não! Não tem nada a ver com o seu pai, Janice! – Ele virou ficando de costas para mim – Mas, também não posso negar que isso tudo foi muito difícil para mim. – Ele suspirou e sem um pingo de paciência continuou - Não posso deixar que fique contra sua família, Janice! Eu não sou ninguém para pedir ou fazer isso.

- Como assim você não é ninguém? – Eu me aproximei dele e coloquei as palmas de minhas mãos em seu peito nu. – Como tem coragem de dizer isso depois de tudo o que passamos juntos nesses meses? –Eu alisei seu peito e me aproximei – Você é tudo pra mim Bill... Você é tudo que eu tenho.

Escorreguei minhas mãos entre seu pescoço e enfiei meus dedos entre seus cabelos negros e forcei sua nuca para perto de meu rosto.  Ele não ofereceu resistência e quando estava quase tocando seus lábios ele virou o rosto.

-Janice... Você vai embora. - Sua voz era baixa e percebi que ele juntou forças inexistentes para dizer aquilo. – Você vai embora para a Espanha!

- Eu não me importo com esse estágio. – Eu disse segurando seu rosto e tocando seus lábios de leve com os meus. - Você só tem que pedir Bill. – Dei um selinho em seus lábios entreabertos – Peça e eu ficarei.

- Vá embora! Por favor, eu já tomei a minha decisão. – Ele disse agora quase gritando, afastando seu rosto do meu.

- Eu não vou embora Bill não importa o quanto me peça isso. – Eu disse segurando em seus braços- Não importa o que meu pai disse ou acha, não importa o que sua mãe pense de mim. –Eu apertei seus braços e mais uma vez tentei me aproximar – Eu vou continuar aqui com você pra sempre.

- Não quero que fique! – Ele disse se afastando quando percebeu minha respiração perto de seu rosto novamente. - Não quero que fique agora e não quero que me espere para sempre!

- Não sabe o que está dizendo! Eu vou ficar! – Eu gritei afirmando.

-Não... Você vai embora agora! – Bill pegou em meus braços com força e foi me empurrando para fora do quarto, como ele não enxergava primeiro bateu minhas costas no batente da porta e depois acertando a porta, me jogou para fora de seu quarto, com a força acabei caindo no corredor.  Ele segurou a porta e fechou-a em minha frente, eu ainda tentei me levantar, mas não deu tempo, ele então a trancou.

-Bill? Bill? – Eu batia na porta com a palma da mão – Bill abre essa porta! - Dei um soco forte e gritei:

-Abreeee!

-Vá embora Janice! – Ele gritou de dentro do quarto.

-Não! Não vou! – eu ainda esmurrava a porta. – Eu quero entrar!

Com a gritaria, todos  ouviram na cozinha e chegaram ao corredor em segundos, indignados ao me ver na porta do quarto aos gritos.

-Como você entrou aqui? –Tom me olhou e depois encarou Eleonora, que em seguida baixou seu olhar. - Foi você quem trouxe ela não foi?

- Tom eu... Só estava tentando ajudar! – Eleonora disse encostando-se na parede se afastando de nós.

 -Eu pedi a você Ellie... Mil Vezes!!

- Me desculpe eu...  – Eleonora se aproximou e tentou tocar o ombro se Tom.

- Não encosta em mim! Não posso confiar em você!

 -Bill, abre, por favor, não acabou. Nada acabou. – Eu coloquei minha boca no vão da porta para que ele pudesse me ouvir melhor. – Não termine tudo dessa forma!

-Janice, vá embora, não percebe todo mal que fez a ele? – Não me virei, mas sabia que era Simone que falava com a voz autoritária.

- Mal? Do que está falando? Eu não faço mal a ele pelo contrário eu tento tira-lo desta redoma estúpida que você criou para protegê-lo! – Eu disse me virando e a olhando no fundo de seus olhos raivosos.

- Saia da minha casa, Janice. –Simone tocou em meus braços e eu empurrei seus braços para que não me tocasse.

- Eu não vou sair.! Ele tem que falar comigo... Bill!! – Eu me virei e voltei a chamá-lo batendo insistentemente na porta – Bill abra essa maldita porta.

 - Vá embora Janice... Por favor... Deixe-me em paz! -Novamente ouvi Bill dizer.

-Sai da minha casa agora.  Já! – Simone me agarrou pelos ombros e fortemente tentou me afastar da porta do quarto do Bill. Suas mãos finas doíam sobre meus braços.

-Simone pelo amor de Deus! – Gordon segurou a esposa e a afastou de mim.

-A quero fora da minha casa. Ela só causou dor a ele! Já não basta tudo fazem a ele. O que ela quer mais? Que o pai dela peça proteção pra que a princesinha dele não chegue perto do meu filho deficiente? – Simone gritava com Gordon - Não vou deixar mais ninguém machucá-lo. Ninguém! – Simone agora chorava e Tom se aproximou para abraçá-la.


Ouvi o desabafo de Simone e então percebi que estava perdendo a batalha, que estava perdendo Bill, e que não conseguiria virar aquele jogo a meu favor, era muitos contra UM. E  o desespero me dominou de uma forma que talvez nunca havia me dominado em toda minha vida. Então, em uma última tentativa fui até a porta e apelei.

-Bill, por favor... Por favor! Eu amo você. Da forma que é... Sempre amei... Abra a porta Bill, não me deixe aqui... Não me deixe sozinha...por um segundo escute o seu coração...Bill...Abra a porta!!

Coloquei minha testa na porta e esperei que ele abrisse, mas o que eu ouvi foi o seu silêncio doloroso. Esperei uma única frase, uma simples frase que nunca veio.

Vencida e esgotada, fui escorregando pela porta azul de seu quarto até tocar o chão e deixei meu choro sair de dentro de mim apressado, nesses onze dias longe eu não havia derramado uma lágrima sequer, pois eu tinha certeza que ia ficar tudo bem. Eu tinha esperança que o nosso amor ia vencer tudo aquilo.

Mas diante daquela porta fechada e do silêncio dele, a certeza de ficarmos juntos ia evaporando aos poucos, ia saindo do meu corpo junto com todas aquelas lágrimas.

Deixei-me chorar diante de Simone, Gordon, Eleonora e Tom, que me olhavam ali sentada, aos prantos, mutilada e sem mais nada fazer, destroçada por ter minha vida destruída por preconceitos, ignorância e desrespeito.

Senti as mãos de Eleonora me levantar do chão e me abraçar com carinho me incentivando a chorar mais. Eu me deixei ser levantada por ela que me abraçou e me consolou:

-Tudo vai ficar bem minha querida, só dê um tempo a ele!

-Eu... Eu.. O... Am... Amo..tant...tanto...  – Os meus soluços inconsoláveis me impediam de falar.

-Eu sei... Eu sei... – Eleonora afagou meu cabelo, enxugou minhas lágrimas e olhou para Tom que tinha os olhos já molhados também e disse baixo pra mim, o encarando-o com raiva:

-Agora vamos embora e procure se acalmar. ok?

 Não levantei minha cabeça, apenas andei até a escada e depois até o carro de Eleonora. Sentei-me no banco de passageiro e olhei para a janela do quarto de Bill que ficava na parte da frente da casa, a cortina foi aberta por Simone que me olhou e a fechou rapidamente, e eu ainda olhando para a janela fui vendo-a cada vez menor, até sumir de meu campo de visão sumindo então completamente.


- Ela já foi mãe? –Bill perguntou quando o barulho do carro foi ficando longe.

- Já - Simone foi monossílaba. – Esqueça-a, meu filho!

- Mãe? – Bill chamou-a ignorando o que havia acabado de ouvir.

-Sim?

- Há algum modo de fazer com que deixe de me sentir assim?

- Não - Respondeu baixinho abraçando-o – Não há.


Bill deitou então em seu colo sentindo-a tocar seus cabelos negros lutando contra ele mesmo para não ir atrás dela. Mas o pior de tudo foi lutar contra ele e contra o mundo para não chorar, porem, desta vez, a batalha contra as lágrimas foi perdida...

Postado Por: Grasiele

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