sábado, 8 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 28 - Agradecendo ao MEU ANJO!


Você é tudo que preciso ver
Sorriso e a luz do sol fazem a luz do sol pra mim
Ria e venha olhar para mim
Raios da lua me banhando
Eu posso mostrar o que você fez por mim...

Angel of Mine - Amanda Somerville

http://www.youtube.com/watch?v=F5jgf2s6Fn8


x.x


- Jen, eu acho maravilhoso, uma oportunidade única. Eu não poderia ser egoísta ao ponto de dizer para você não ir. – Eu sentei ao lado dele na cama e o vi procurar minha perna, tocando-a com carinho.  – Eu quero que você vá para esse estágio e aproveite tudo o que ele possa te oferecer, e com certeza estarei aqui no Brasil torcendo muito por você.

- Você quer que eu te deixe? - Eu disse chorosa. – Você esta dizendo para eu te abandonar?

- Não! Em nenhum momento eu disse isso. – ele segurou minha mão fortemente. - Eu disse para você abraçar essa oportunidade. Você é nova, inteligente e se ela te escolheu é por que tem muito potencial.

- Mas eu não quero ir, Bill!  – Eu disse deitando minha cabeça em seu ombro. – Não quero ficar longe de você. Eu acho que eu não conseguiria ficar um dia sem olhar para você.

-Jen, meu amor, eu também não conseguiria ficar longe de você um milésimo de segundo. – Bill se calou, suspirou e continuou. - Eu quero que você pense, eu não vou opinar, acho que essa oportunidade é de ouro e você não pode perdê-la. É uma pedra fundamental para o seu futuro.

- Eu já decidi e não quero mais tocar nesse assunto.

- Você não vai jogar isso para alto, sem ao menos pensar direito! Eu quero que você converse com a sua mãe. Quero que você analise e decida o que for melhor para você! – Ele ainda segurava minha mão. – Eu estarei ao seu lado em qualquer decisão que você tomar.


Eu levantei minha cabeça e o olhei. Como ele era tudo de bom e mais um pouco! Como eu podia pensar em ir para Espanha e deixar uma peça rara dessa aqui no Brasil dando sopa? Jamais! Só se eu tivesse surtando!

- Eu sei meu amor, eu sei que você estará do meu lado. – Eu dei um pequeno selinho em seus lábios.  Levantando-me da cama e indo em direção a janela, abri a cortina deixando o sol entrar e me virei para ele perguntando.

- Bill sobre a operação eu queria...

- Bill? – Simone bateu na porta chamando pelo filho. – Posso entrar meu filho?

- Sim, pode! –Bill respondeu ainda sentado na cama.
            
Simone entrou no quarto e veio ao meu encontro me deu um beijo na bochecha e outro no filho.

- Filho você não acredita quem ligou para o seu pai, o Cláudio, ele quer conversar sobre a bengala inteligente.

- Bengala inteligente? – Eu perguntei surpresa – O que é isso?

- Eu fiz um projeto há um ano e meio mais ou menos, e mandei para várias empresas para tentar um patrocínio, na verdade eu quero entregar essas bengalas, doar e não vendê-las. Depois te explico e te mostro com mais calma.

- E seu pai? Ele não pode ajudar financeiramente – Eu perguntei.

- Jen, meu pai já ajuda o hospital. Ele não é o único rico do Brasil. Temos muitas pessoas que podem ajudar. Temos que distribuir tarefas. Temos que ensinar aos ricos a doar aos mais necessitados. Seu pai também é um grande homem, apesar de todos os problemas.

- Bill, eu não teria tanta certeza! –Eu disse pensando nos absurdos que meu pai pensava sobre Bill.

- E vocês dois ganharam o dia de folga? - Simone perguntou.

- Nossa, meu Deus! Estamos perdendo hora! – Eu levantei da cama olhando para o meu relógio. – Bill você vem comigo?

- Não Jen! Essa semana estou de folga por causa da cirurgia.


A tensão se formou no quarto novamente, toda vez que o assunto cirurgia era tocado, aquela nuvem negra se formava. Senti o olhar desviado de Simone e logo em seguida Bill mudou de assunto.


- Jen, pode ir para o hospital, ficarei aqui em casa, se precisar falar comigo, ligue no meu celular. Agora acho melhor você ir, se não vai chegar atrasada...Mais uma vez!


Eu olhei mais uma vez para Simone e ela não me olhava, eu me levantei, peguei minha bolsa, fui em sua direção, peguei seu rosto entre minhas mãos com carinho e o beijei.

Dei tchau para Simone e sai do quarto indo em direção da escada, as desci, entrei no meu carro e antes de ligar eu pensei que eu devia ter ficado e escutado a conversa dos dois, ou talvez não... Talvez meu coração não estivesse preparado para ouvir o que estava acontecendo de verdade.

Então liguei meu carro e segui em direção do hospital, cheguei ao estacionamento e segui em direção, da recepção, eu sabia alguém que podia me ajudar.


- Lena! – Eu a chamei - Você sabe se a cirurgia do Bill esta agendada mesmo para o dia 29 de Novembro?

- Sim, hoje chegou um instrumento da Alemanha exclusivamente para a cirurgia. Até onde eu sei esta tudo certo!  Ele fará sim a cirurgia!

Eu a olhei, e ela com cara de interrogação me perguntou.

- Por quê? Esta acontecendo algo, que eu não sei? – Ela se inclinou e me perguntou baixo.

- Não! – Eu disse olhando-a – Não, eu apenas perguntei... Por que... Por que... Não sei isso esta mexendo demais comigo.

- Eu imagino! – Lena tocou minha mão docemente e concluiu – Eu não queria estar na sua pele, esperar oito horas, e depois mais um dia para saber se tudo valeu à pena, deve ser agonizante.

Meus olhos encheram de lágrimas, aquilo estava me afetando de uma maneira estranha, meus sentimentos estavam confusos e embaralhados.
- Janny? Janny?

- Hãn? – Eu respondi voltando ao normal.

- Tudo bem? – Lena me perguntou preocupada.

- Acho que sim! – Eu respondi sorrindo – Vou para minha aula de reabilitação com a Sabrina já estou atrasada demais.


Eu me despedi de Lena e segui para a sala de reabilitação. Cheguei e encontrei Patricia com Sabrina, dei um beijo nas duas, e começamos nossa reabilitação. Pra falar a verdade, meu corpo estava naquela sala, mas meu coração, minha alma não estava.

Era como se aquela cirurgia não estivesse me fazendo bem, nem feliz e muito menos satisfeita. Era como se eu tivesse empurrando Bill para fazê-la.  Como se todos me culpassem, me apontassem como a maior causa dessa cirurgia.

- Janny? – Patricia me chamou – Querida? Você esta bem?
- Sim... Sim... Estou!
- Mesmo? –Patricia perguntou
- Mesmo!
- Por que os exercícios que você esta dando para a Sabrina são para a reabilitação da visão e não da fala.
            
 Olhei para os desenhos em relevos e fechei meus olhos, sorri sem graça.

- Pathy, desculpa!

Patrícia sorriu e disse:

- Estou sentindo você diferente hoje. É por causa da operação de Bill?

Eu a olhei e nada respondi, a ficha estava começando a cair, a cirurgia estava chegando, e naquele momento meus medos transbordaram e não pude mais segurar. Eu tinha que me abrir para alguém, ou ia explodir em agonia e perguntas sem respostas.


- Eu estou morrendo de medo! Eu estou apavorada! Não consigo mais viver, eu não consigo ficar feliz por essa cirurgia. – Minha testa se enrugou. – Não quero que Bill faça isso por mim. Não quero que ele...

Eu parei de falar, pois minhas lágrimas já estavam presentes em meus olhos me cegando.

- Janny, eu também estou aflita por ele, afinal são quase dois anos ao lado dele, e é impossível não ficar apreensiva. Ellen esta, todos os pacientes, acho que o hospital inteiro esta na expectativa para segunda feira. – Patricia segurou minha mão e disse tentando me ajudar em minha decisão:

- Eu o amo desse jeito! Se é que você me entende?

Percebi os olhos de Patricia cheios d’água, era exatamente essa a reação que Bill despertava nas pessoas, de preocupação, de carinho e de afeto.

- Eu também o amo desse jeito!!

- Mas, você deixou isso claro para ele? – Patricia enxugou as lágrimas pegou Sabrina no colo e saiu da sala. Deixando sozinha pensando, juntando todas as frases que me foram ditas pelas pessoas que conheciam Bill.

Terminei minhas sessões, com trezentos kilos nas costas, meu dia definitivamente não tinha sido produtivo. Juntei os materiais e fui entregá-los para Lena, quando me aproximei, ela veio ao meu encontro e discretamente falou:


- Chegou uma carta para Bill!

- Chegou?!

Lena me mostrou o envelope e percebi o nome que nele constava, era o mesmo nome do envelope que tinha lido no quarto de Bill.  Então, a tal pessoa tinha o respondido. A resposta estava dentro daquele envelope.

- Lena eu entrego para o Bill!  - Eu disse tentando pegar o envelope, Lena o puxou e me olhando feio disse:

- Não! Quer que eu perca o meu emprego?

- Sou namorada dele e ele não esta vindo para o hospital.

- Não posso! Mesmo que você fosse à mãe, Samara foi muito clara ao me avisar para entregar lacrada na mão dele.

- Samara? Ela sabe dessa carta?

- Janny, eu preciso ir trabalhar.

Filha da mãe me chama, desperta a curiosidade e depois vira as costas. Eu queria voar no pescoço de Lena. Aquilo ajudou a me jogar no fundo do poço, se eu estava incomodada, depois de ter visto aquele envelope, eu não conseguiria mais dar um passo, sentei na recepção e fiquei ali por minutos sem fim, pensando em nada, por que por mais que eu tentasse pensar, eu não conseguia, eu não conseguia raciocinar, não consiga tecer uma opinião sobre essa operação...Jesus me ajude!!


O barulho do meu celular me assustou, eu o peguei na minha bolsa, olhei para o visor e li BILL DELICINHA, fechei meus olhos e atendi.

- Oi, meu anjo! – Eu tentei fazer a voz mais normal do mundo.

- Oi,Jen! – Ouvi sua voz do outro lado da linha e me segurei para não me entregar com a voz embargada pelo choro.

- Esta na sua casa? - eu perguntei

- Não! – Ele foi curto e grosso.

- Não? Onde você esta?

- Não estou em casa. – O ouvi sorrindo do outro lado da linha. – Roberto esta de folga hoje, você poderia me pegar? Você anota onde eu estou?

- Sim... Anoto... Mas onde você esta? – Eu perguntei mais uma vez.

- Você poderia vir às 20hs? – Ele deu uma pausa e começou a falar o endereço.

- Bill?  Perai!! Fala devagar, vou pegar papel e caneta.

Anotei o endereço e quando perguntei mais uma vez onde ele estava, ele não estava mais na linha. Fechei o celular, coloquei–o na bolsa. E fiquei olhando para o nada... Com cara de... NADA!


O que estava acontecendo?! O povo queria me matar? Não era possível! Eu quase colocando meu coração pela boca, e Bill ainda vinha com essa ligação toda sem pé e nem cabeça. Eu senti que não conseguiria sobreviver para o dia seguinte. Então, reunindo forças, andei até o meu carro, fui para o apartamento, tomei um banho, me troquei e quando estava próximo das 20 horas, eu segui para o endereço indicado por Bill.



Dirigi quase vinte minutos até chegar ao destino, ou achava que era o destino, peguei o papel conferi por centenas de vezes, tentei ligar para Bill e estava na caixa postal, desliguei meu carro, desci do carro e fui em direção a portaria do tal lugar.


Observei, aproximei-me, bati no vidro da janela, não havia ninguém, estava tudo escuro. Olhei mais uma vez no papel o endereço, como ninguém atendia, eu me virei para voltar para o carro.


 - Você é a Jen, certo?

Quando em virou encontrei uma mulher baixa, morena sorrindo pra mim e eu retribui o sorriso muito sem graça.

- Sim, eu sou a Jen! – Eu deixei o sorriso morrer de meus lábios e continuei:

- Bill? Você o conhece? Ele esta aqui?

A mulher não respondeu, apenas esticou o braço e disse pegando minha mão:

- Venha!

Eu segurei sua mão e a segui.  O lugar estava vazio, caminhamos entre os brinquedos desligado, então quando nos aproximamos da roda gigante. A mulher aproximou de uma cadeira, abriu a trava, virou e disse me olhando:

- Suba!

Eu a olhei sem entender, depois olhei para a cadeira de dois lugares vazia da roda gigante.

- Vamos suba tem alguém a sua espera.


A frase me arrepiou e fez minha espinha congelar, andei até a cadeira e me sentei À mulher fechou a trava, sob o meu colo e foi em direção a chave e a apertou fazendo a cadeira se movimentar. Eu me assustei, a roda gigante começou a rodar, comecei a subir, tinha certeza que Bill apareceria e sentaria ao meu lado para andarmos juntos. Mas ele não apareceu.


- Onde esta esse filho da mãe! - eu pensei em voz alta.


A minha cadeira na roda gigante estava quase atingindo o topo, quando eu pude avistar a marginal inteira, as luzes vermelhas e amarelas enchendo meus olhos. Olhei admirada todos aqueles carros no tamanho de formigas. O céu negro estrelado, a lua iluminando a cidade... A imagem era de emocionar, só faltava ele ao meu lado para completar o ambiente romântico.

Quando minha cadeira atingiu o topo, a roda gigante parou, eu fiquei apreensiva, segurei a trava de segurança com força, arregalei os olhos e olhei para baixo, fechei os olhos, aquilo era realmente alto. O medo começou a subir pelo meu corpo. Quando eu estava pronta para gritar por socorro um barulho chamou minha atenção.

Olhei além do parque e percebi um painel eletrônico em cima do pequeno prédio foi ligado e a imagem de um beija flor voando sobre rosas vermelhas apareceu nele... Estreitei meus olhos para olhar a imagem do pássaro, para ver se não estava enxergando coisas demais, quando o meu nome apareceu no painel, não contive um sorriso bobo, e o que apareceu a seguir, me fez ficar séria e apertar minhas mãos sobre meu colo, quando as palavras foram surgindo no painel eu fui relaxando e a emoção foi me dominando de uma forma reconfortante. E tudo a minha volta sumiu, e aquelas palavras foram entrando uma a uma dentro do meu corpo, dentro do meu coração.


Meu anjo

Você é tudo que preciso VER
Sorriso e a luz do sol fazem a luz do sol pra mim
Ria e venha olhar para mim
Goteja a luz da lua me banhando
Eu posso mostrar o que você quer de mim

Depois de todos esses anos, uma coisa é verdade
A força ininterrupta dentro do meu coração é você
Você me toca, eu sinto que estou dentro de você
Eu guardo cada dia que passo com você
Todas as coisas que estou passando para você

De volta aos braços do meu anjo
De volta para a paz que eu tanto amo
Novamente nos braços do meu anjo posso finalmente descansar
Te presenteando com aquilo que me faz lembrar

Meu anjo, deixe eu te agradecer
Você me salvou tantas
e tantas vezes...

Anjo, tenho que confessar
É você quem sempre me deu força
E eu não sei onde eu estaria sem você...


Amo-te...Teu Anjo sem asas


Quando o painel se apagou, eu nem conseguia mais enxergar, as luzes da marginal estavam embaralhadas e borradas, meu rosto estava molhados em lágrimas, meus lábios tremiam e pequenos soluços escapavam deles, a roda gigante começou a se movimentar novamente e quando estava quase perto do chão, eu o avistei em pé de braços cruzados, com um sorriso lindo nos lábios, eu nem esperei a mulher vir me soltar eu mesmo me desprendi da trava  e saltei da roda, correndo em sua direção.


- Bill, seu filho da mãe, você quer me matar do coração? - eu disse sorrindo e chorando ao mesmo tempo.

– Por que faz isso comigo?

Bill estreitando nosso abraço disse em meu ouvido:

- Faço por que eu te amo muito!  

- Bill... - Não o soltei, se eu o soltasse eu cairia, minhas pernas estavam fracas e meu corpo estava tremendo inteiro. ficamos abraçados por um bom tempo até eu ter certeza que eu poderia ficar em pé sem a sua ajuda.



                Depois o parque abriu e foram chegando algumas pessoas, as luzes dos brinquedos foram acessas, andamos em alguns brinquedos, acho que nunca tinha me divertido tanto. Meu maxilar doia de tanto que eu gargalhava. Bill me preenchia com a sua alegria, ele era muito divertido.
                E mais uma vez na roda gigante, agora na compania de Bill, deitei em seu ombro e fechei meus olhos, era um sonho, aquilo tudo não podia ser real. Entrelacei meus dedos no dedo dele e continuei de olhos fechados apenas sentindo o ar que batia em nossos rostos, ficamos ali juntos curtindo o momento,  ouvindo o borburindo das vozes e os gritos das pessoas que se divertiam no parque.

Decidimos ir embora, pois no outro dia eu trabalhava e não poderia chegar mais atrasada. Seguimos rumo ao estacionamento e estavamos perto da saída quando o rapaz  do tiro ao alvo, brincou conosco.


- O rapaz não quer ganhar um presente para a namorada? Dez tiros e ainda dou dois de brindes. O que acham ?

Eu olhei para o rapaz sem graça, ele não sabia que Bill  era cego, eu ia responder que não mas Bill se adiantou e respondeu sorrindo:

- Eu sou péssimo de pontaria, mas minha namorada vai tentar, ela é ótima de pontaria..afinal acertou me coração, algo tão disputados pelas paulistanas encalhadas.

- Bill quem disse que eu sou boa em pontaria? – Eu disse baixo para ele.

- Shiiiiiii ... venha!

                O rapaz sorriu e nos aproximamos, ele me deu uma espingarda e dez  munição e me explicou rapidamente.

- É só atirar nos patinhos,moça! Derrubou, ganhou o prêmio. Fácil...Fácil!!

Então, me posicionei e comecei atirar,  óbivo que não acertei nenhum,por mais que eu me esforçasse, eu era péssima em pontaria. Que frustação eu era!

- Olha só porque o casal está apaixonado, darei mais uma chance, uma única chance. –O rapaz disse sorrindo – Tô sentindo que essa é sua noite de sorte.

Eu peguei a espingarda novamente, me posicionei para atirar , eu mirei o pato e quando fui atirar , Bill pegou em minha cintura levemente,aproximou-se do meu corpo, beijando de leve meu lóbulo, eu fechei os olhos no mesmo instante que atirei.
Ouvi o barulho, e quando abri os meus olhos o pato estava dentro da água boiando.

- Consegui... Eu consegui! – Gritei e pulei nos braços de Bill.

- Parabéns, a senhorita ganhou um prêmio! – O rapaz abaixou para pegar o prêmio e seguiu em minha direção. Quando ele esticou o braço para me entregar o prêmio, meu sorriso morreu de meu rosto. Fiquei parada olhando para as mãos do rapaz.Olhei para ele e franzi minha testa.

- Não quer o prêmio, senhorita? – Ele disse me olhando.


Eu estiquei minha mão e peguei o prêmio. Quando peguei em minhas mãos, olhei a pequena caixinha pequena e vermelha, não tinha coragem de abri-la, estava com medo, então, quando eu a abri, meus olhos se arregalaram e levei uma mão na boca para conter meu espanto. Tinha alguma coisa errada, nenhum parque de diversões daria em um jogo de tiro ao alvo,  um anel daquele... Não era possível... Não podia ser... É lógico, isso era coisa dele!

- Espero que você tenha gostado! –Bill se aproximou tirando o anel da caixa  e delicadamente colocando em meu dedo.


- É lindo... é... é muito lindo! – Eu disse emocionada, mordendo os lábios para não chorar. –Você me fez chorar pela milésima vez hoje.


Bill pegou meu dedo, levou em direção aos lábios, e beijou minha mão dizendo:

-
 Espero que essas mil vezes tenha sido de felicidade.Ainda segurando minha mão ele me puxou e me trouxe para perto dele


- Vocês estão noivos, agora? - O rapaz  da barraca disse todo derretido.

- Não! O que essa mulher representa para mim, não tem definição... namorada, noiva, tudo isso é superficial...Eu a amo e isso pra mim já basta!

O rapaz por pouco não chorou fazendo eu e Bill sorrir da cara de emo que ele ficou. Ainda olhei para tras e o vi enxugando as lágrimas com um papel e mais uma vez eu sorri.


Saimos do parque, e quando entramos no carro eu o olhei com um sorriso em meus lábios.

- Espera ai! E se eu não acertasse, como você me daria o anel?

- Acredite, você derrubaria o patinho!

- Derrubaria? – Eu perguntei.

Bill balançou a cabeça e sorriu.

- Bill... eu não acertei! O rapaz derrubou o pato! Vocês me enganaram!

- Desculpe te decepcionar, mas sua pontaria é péssima, se Eduardo não tivesse derrubado, estariamos lá até agora! –Ele disse sorrindo fazendo uma careta.


- Você é impossivel! –Eu disse.



Seguimos em direção ao hotel, nossa noite foi maravilhosa. Cada vez que fazíamos amor eu me apaixonava mais por ele...Se isso fosse possível! Eu amar BILL mais do que eu já o amava. Pra falar a verdade? Ele dava sempre um jeitinho de ocupar mais um espacinho dentro da minha alma, dos meus poros e do meu coração...


x.x


No outro dia, deixei Bill dormindo e como sempre atrasada cheguei ao hospital, estava indo para minha sala quando Lena me chamou:

- Janny, seu pai esta lá em cima com a Samara!

Corri feito louca em direção a sala de Samara e entrei sem bater:

- Pai o que você faz aqui?

- Vim dizer a  Samara que não ajudo mais o hospital e a causa dessa minha atitude.

- Pai pára com...

- Janice, se ele quer parar de ajudar o hospital, tudo bem !! - Samara disse – As razões são pequenas

- Pequenas? Você acha pequena ver minha filha acabar com sua vida dessa forma? Acabar a vida como mordomo, como pajen de um cego?

- Pai! Por favor vai embora! –Eu gritei com ele.

- Você tem filhos Samara? Se tiver sabe do que estou falando! Ver sua filha que tinha um futuro promissor para  ser bengala desse rapaz, e se pelo amor de DEUS eles chegarema  casar, não quero que meus netos sejam chacota da escola, por que eles serão: Os filhos do ceguinho.


- Eu não tenho problemas com preconceitos! – Samara foi curta e grossa com meu pai

- Fala isso porque não é sua filha que está jogando a vida no vaso sanitario e dando descarga e nem é sua filha  que tem como melhor amiga uma Negra!  - Meu pai me olhou e continuou – Pra falar a verdade, você é uma vergonha! Apostei todas minhas fichas em você e o que você se tornou... Uma cópia fajuta da  madre Tereza!


- Sr.Helio eu acho que já chega. Já disse tudo o que queria agora o senhor pode se retirar. – Samara disse apontando a porta para o meu pai .


Quando olhamos para porta, Bill estava parado no lado de fora e tinha escutado, toda a nossa conversa.


- Bill?!


Eu comecei a andar em passos largos, e Bill se afastou, quando ele se virou para sair da diretoria do hospital, ele foi de encontro com  a porta de vidro fechada e bateu fortemente com a cabeça nela, o barulho foi tremendo, a porta se espatifou, Bill caiu nos cacos de vidros e desmaiou.

- Meu Deus... Bill!!!!!!

O que aconteceu em seguida foi tudo muito rápido, os enfermeiros foram chamados para darem os primeiros socorros, pegaram  e levaram para o PS , quando estava fechando a porta avistei meu pai ao lado de Samara. Fui em sua direção e gritei com raiva e desprezo:

- Odeio você! Como você pode fazer uma coisa dessas comigo? Um Monstro... é isso que você é...Um monstro!

Gustav pegou meu braço com força e me arrastou para onde Bill estava sendo levado.  Quando chegamos na enorme porta bege, Gustav virou para mim e disse:

- Janny, você espera aqui!
- Não, eu preciso entrar!
- Não! Você espera aqui – Leonardo fechou a porta na minha cara, entrando para dentro do PS deixando-me sozinha na sala de espera fria aguardando alguma notícia de Bill.

Postado Por: Grasiele

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