sábado, 8 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 27 - A língua dos ANJOS...


É só o amor,
é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se ENVAIDECE...


Monte Castelo - Legião Urbana


x.x


Os dias foram se passando, os meses indo embora. Bill e eu estavamos cada dia mais unidos, trabalhando demais e muito felizes. Eu ainda não falava com o meu pai, não aparecia muito na minha casa, isso por um tempo me afetou,doia e me deixava mal. Mas com o passar do tempo percebi  que não era eu a errada, não precisava sofrer daquele jeito por ele, afinal quem estava sendo cabeça dura naquela história não era eu.

Minha mãe sempre me visitava, as vezes aparecia em meu apartamento com a faxineira, para ajudar em alguns serviços. Cada dia eu a via mais triste, ela me falou que meu pai também não falava com ela. Que a cada dia tinha uma desculpa esfarrapada para chegar tarde em casa.

- Voc̻ ṇo ̩ obrigada a suportar tudo isso! РEu disse um dia, ṇo que eu estivesse com raiva, mesmo se tivesse morando na casa dele, eu a aconselharia dessa forma.

Na verdade, depois analisando, eu só dei esse conselho por que realmente eu acreditava que nessa vida o que vale é a FELICIDADE. E parando ainda mais para analisar, se fosse a antiga JANICE, a anterior a Bill, eu nunca teria a aconselhado dessa forma, eu nunca me preocuparia com a felicidade dela. Por que naquela época, era só a minha que me importava. Era só a mim que eu observava, meus caprichos, meu umbigo...EU...EU.


Parada aqui na varanda do meu pequeno apartamento, com que eu pago com o meu salário, meus esforços, notei pela primeira vez, minha real mudança. Como eu tinha amadurecido, como eu tinha traçado minha vida de outra maneira. Suspirei e sorri ao  pensar na pessoa responsável pela minha transformação. Olhei para o céu e pela primeira vez, AGRADECI!


x.x


Naquela manhã de segunda, antes de ir para o hospital, minha tia Yasmin me pediu para ir com ela procurar alguém, e como não podia recusar, fomos encontrar a tal pessoa.


- Oi, eu gostaria de falar com o Sr.Osvaldo?- Minha tia perguntou para a senhora que estava no balcão.

- Um momento, por favor! – A mulher disse entrando para dentro da loja e saindo acompanhada de um rapaz mais ou menos 25 ou 30 anos,moreno e com um sorriso aberto e iluminador.

-Oi, vocês queriam falar comigo?

- Voc̻ ̩ Osvaldo Lins? РMinha tia perguntou com uma voz embargada.

Eu a  olhei e depois desviei meus olhos para o rapaz que a olhava com a mesma expressão que a minha. Não entendendo nada.

- Sim...sou eu – O rapaz disse franzindo a testa  confuso. –A senhora quem é?

Minha tia não respondeu, simplesmente saiu da loja chorando e correu até o carro.Eu olhei para o moço e para a mulher com cara de interrogação e dei um sorriso amarelo e também corri da loja para encontrar minha tia, que chorava  feito uma criança, já dentro do carro. Eu entrei no lugar do passageiro e a questionei:


- Tia,o que foi isso? Quem é esse homem, por que você veio procurá-lo e por que esta chorando desse jeito? –eu indaguei, ela não respondeu de imediato pois primeiro se cansou de chorar, limpou as lágrimas e só depois disse:

- Quando sofri o acidente, David chegou vivo ao hospital, morrendo minutos depois...David doou todos os seus orgãos. – Ela disse agora um pouco mais calma. – Ele sempre disse que queria doar tudo o que fosse possível e graças a DEUS conseguimos fazer cinco pessoas mais felizes.

- Que ótimo! Eu não sabia! –Eu disse sorrindo feliz por essas cinco pessoas.

- As córneas eu tinha separado para Bill, queria que ele fizesse o teste de compatibilidade!

- Oh meu Deus! –Eu gritei , jamais esperando essa afirmação.

- Eu falei com a sua mãe e foi ai que ela me disse, que o caso do Bill não são as córneas. Então, ele recebeu as córneas de David.

- Ele? Ele quem? –Perguntei

- Osvaldo!

Eu voltei meus olhos mais uma vez para dentro da loja e vimos ainda Osvaldo e a velha senhora conversando, confusos.

- Isso explica a sua atitude de sair correndo feito uma louca da loja! –Eu disse sorrindo.- Tia, mas você vai visitar todos os transplantados? Você não acha que é sofrer um pouco além da conta?

- Não! – Ela levantou a cabeça e me olhou séria. – Não estou indo atrás deles para lembrar de David. Estou indo atrás deles para ter certeza se eles são dignos de ter recebidos um pedaço dele. Pois, essa foi a única exigência que ele fez. Salvar a vida de quem realmente valesse a pena. Pessoas que amassem a vida e que fizessem diferença nesse mundo. – Ela me olhou e sorriu - Osvaldo é o único que tenho que visitar. Por que era o único da lista  que eu não sabia se era digno dessa exigência de David..

- Como assim? Os outros você conhecia? Da onde?

- Eu não...Mas Bill conhece todos os outros!

- Bill? –Eu perguntei confusa.

- Sim foi ele que me indicou. São pacientes do hospital onde vocês trabalham. Ou eram..antes do transplante. – Minha tia apenas olhou minha expressão e continuou. – Os pacientes que ele me indicou de córnea, não eram compátiveis, e como não poderiamos esperar, o hospital mesmo que escolheu. Mas, fiquei feliz, percebi que um rapaz trabalhador, com um sorriso muito bonito. Acho que o desejo de David se cumpriu. – Ela finalizou passando  a mão no chaveiro do carro que era decorado com um foto linda do pequeno Gabriel.

- Eu não sabia de nada disso! –eu fiquei confusa.

- Desculpa querida foi tudo tão rápido, o hospital não tinha muito tempo. Quando perguntei para sua mãe do Bill, ela me disse que ele não poderia receber as córneas, mas poderia me ajudar com alguém  que fosse digno de recebê-las. Travamos um batalha contra o tempo. Perguntar para o Bill, depois para o Hospital para ver se os pacientes que ele havia indicado eram compatíveis...Foi uma batalha árdua contra o tempo mas conseguimos.

Eu apenas ouvia calada. Na verdade não tinha muito o que dizer. Minha tia ligou o carro e seguimos em direção ao hospital. Quando chegamos na porta do hospital, minha tia desligou e já ia descer do carro quando perguntei:

- Você vai descer?

- Sim, vou ver Bill!

Sorri e respondi saindo do carro:

-Tia, ele não esta aqui hoje. Foi resolver algumas pendências sobre a cirurgia.

- Ele vai fazer mesmo essa cirurgia?

-Vai! Nem acredito que dia 29 de Novembro esteja chegando. Daqui há seis dias. –Eu disse estranhando a pergunta da minha tia. –Por que esta perguntando isso?

- Por nada! Apenas perguntei...oras! –Ela disse entrando no carro.

- É muito importante para ele! –Eu respondi fechando a  porta do carro.

Minha tia abriu a janela do passageiro  e olhando para mim perguntou:

- Importante para ele ou para você ou talvez para sociedade?

Eu a olhei e respondi convicta.

- Para ele!

- Para ele? Você já perguntou se essa cirurgia é realmente importante para ele? Se ele esta feliz em ter o cabelo raspado, a cabeça aberta, o cérebro remexido, e ainda ter a possibilidade da frustação de tudo isso der errado e ele fracassar na tentativa de ser um membro digno nessa nossa sociedade hipócrita e preconceituosa?

-Ṇo... Mas, ele quer enxergar! РEu apenas disse.

- Janice...Minha querida esse rapaz enxerga muito mais do que eu e você juntas!  – Minha tia me olhou séria - Sabe o que Bill me ensinou? Que todos nós vivemos em uma grande escuridão,  e se você não for capaz de captar a nossa essência verdadeira, dos outros ou da vida ... ficaremos o resto da vida, CEGOS e o pior disso é que nem uma cirurgia pode mudar esse tipo de deficiência.  - Ela ligou o carro, sorriu para mim e foi embora.

Fiquei ali parada, não conseguia me mover. Aquelas palavras que ela havia dito. Realmente eu nunca tinha perguntado para ele, se ele queria fazer aquela cirurgia, eu nunca tinha o questionado ou dito:  “Se for por mim, não faça! Eu não me importo! “ Afinal, eu o amava independente da  sua visão.


Segui em passos lentos, até a sala de reabilitação. Nem preciso dizer que o meu dia todo aquelas palavras martelaram em minha mente.


x.x


No fim do dia, tentei falar com Bill mas seu celular estava desligado. Deixei apenas uma mensagem, que eu estava com saudades e esperei ele me retornar.  Peguei um táxi e fui para o apartamento pegar meu trabalho que havia esquecido. Chamei o elevador, subi e abri a porta do apartamento, entrei   e  fui para a cozinha pegar um copo dágua para beber um remédio, pois minha cabeça estava explodindo.


Quando entrei na cozinha parei em vê-lo de costas apenas de boxe. Ele pegou o copo, encheu de água, bebeu e ainda com a boca cheia virou-se ao me ver cuspiu toda a água, engasgando.



- AINNNNNN CARACA, que susto! –Ele disse tossindo.

- Nossa, pensou que eu fosse o que? Uma alma penada? –Eu disse sorrindo debochada.


Com o grito de Tom, Eleonora correu para sala apenas de calcinha e sutiã.

- Janny?  Eu...eu... –Ela tentou se explicar.

- Relaxa Ellie! Acredite já fui pega em situações piores por alguém. – Apontei para Tom com a minha cabeça.

-É acho que estamos quites,né cunhadinha! –Tom sorriu.


-Hum...ainda não.... – Pisquei para Eleonora  e voltando meus olhos para Tom.

-O que você esta olhando? –Tom perguntou realmente encabulado.

-Tô tentando ver se vocês são gêmeos em todos os sentidos! – Eu disse baixando meu olhar para a boxe dele, eu queria sacanea-lo. Afinal, eu estava com a  faca e o queijo na mão, não ia perder a oportunidade.  – Ellie tire uma foto pra mim, por favor! Quero comparar nos mínimos detalhes...ou no máximo!

-Deixa comigo amiga, depois trocamos figurinhas! –Ela disse entrando na brincadeira.

Tom olhou para Eleonora indignado e sério.

-Vocês estão brincando,né? –Ele disse amendrontado.

РṆo precisa se apressar Ellie eu entrego o trabalho de Espanhol para voc̻. - Peguei nossos trabalhos e caminhei para a porta, me virei antes de sair e dei minha cravada nele.

- Por favor cunhadinho, vê se dá um sorrisinho quando ela for tirar a foto.

Eleonora e eu caimos na gargalhada, fechei a porta, peguei o elevador chegando no sub solo pegando meu carro e seguindo para a faculdade.



x.x



Chegando na faculdade, encontrei Georg e Philip, sentamos para comer alguma coisa, mais uma vez tentei ligar para Bill e deu caixa postal.

- Que cara é essa minha amiga? –Philip perguntou.

- Nada...Estou apenas pensando! –eu disse sorrindo falsamente para Phil.

- Janny, as vezes você se esquece que a conhecemos há anos!


- Vocês acham o Bill uma garoto feliz? –eu perguntei


- Acho ele muito feliz ...e lindo. Se ele me desse bola eu catava fácil. Pior...Eu casava com ele.

- Tire esses seus olhos safados de cima do meu namorado, Phil! –Eu disse para ele.

- Não, sem brincadeira. Eu admiro Bill demais. Acho ele um grande homem. – Georg disse sério. – Sei como deve ser difícil para ele. E mesmo assim, mesmo que dentro dele, isso machuque demais. Ele nunca demonstra. Não envolve ninguém nos problemas dele.

Olhei para Georg e fiquei pensando.

- O que foi, Janny? –Georg insistiu ao me ver tão cabisbaixa.

- Essa operação, ela esta chegando e ...não sei...nunca perguntei se ele estava preparado, se ele queria fazer ou se ele estava feliz.


Philip e Georg se olharam e baixaram a cabeça simultaneamente.

- O que foi? Por que fizeram essas caras?

- Philip e eu estavamos discutindo isso outro dia.

- E? –Eu perguntei quando Ge se calou.

- Philip é a favor, acha que ele tem que fazer, mesmo correndo o risco de não dar certo.

- E Georg é contra! –Philip disse.

Olhei para Georg e perguntei:

- Por que você é contra?

- Espera! Não é que sou contra. Eu só acho que...Olha Janny, acho que ele tem que fazer o que é melhor para ele. Afinal , o deficiente é ele. – Georg tossiu e continuou. – Janny, você percebeu que Bill conseguiu te conquistar sem um simples olhar? Geralmente, o flerte e a conquista entre duas pessoas, começa aonde? Em uma troca de olhares.  Essa coisa mágica olho no olho que nos faz arrepiar, que nos faz sonhar. Não houve isso entre vocês dois e ainda assim o cara fez uma das meninas mais cobiçadas de São Paulo, cair de quatro por ele. Meu DEUS quem precisa de olhos!


Olhei para Georg e ele tinha razão. Bill e eu nunca tivemos uma troca de olhar, e nunca fez a mínima falta para nos apaixonarmos perdidamente.  Sabiamos exatamente o pensamento um do outro, sabiamos o gosto, a vontade de cada um sem um olhar. É como se houvesse um pouco dos olhos  em cada sentido dele.


-Essa cirurgia será feita por necessidade ou por vaidade? – Georg finalizou a sua opinião.



Meu silêncio triplicou.Terminamos o nosso lanche e os meninos foram para suas devidas classes e eu fui entregar o meu trabalho de Espanhol. Entrei na sala, tinha muito outros alunos em volta de Maria da Penha, nossa professora de Espanhol. Aproximei-me da mesa, entreguei meu trabalho e quando virei-me para sair da sala, ela me chamou.

- Janice!

- Oi? –eu me virei e a olhei.

- Posso falar com você um segundo lá fora? –Ela perguntou

- Sim, pode!

Fomos até o corredor e ela sorrindo me disse:

- Hoje recebi um email da embaixada do Brasil na Espanha, eles estão abrindo inscrições para estudantes, e pediu para indicar alguns, então eu gostaria de perguntar se você esta interessada.?

Meus olhos se arregalaram surpresos da pergunta e da escolhida ser eu.

- Eu?

- Sim! Você vai muito bem em minhas aulas, umas das minhas melhores alunas. O estágio será de um ano, você viajará daqui sete meses, ou seja em Janeiro. - Minha professora me olhou e vendo minha agonia finalizou:

- Você não precisa me dar a resposta hoje. Pode ser na sexta.

- Sexta? Nessa sexta? Daqui 4 dias?

- Sinto muito é o meu último prazo. E na Espanha você fará o último ano pago pelo consulado.

- Tudo bem? Eu...eu respondo até sexta...Não se preocupe!

Minha professora se despediu e novamente entrou para sala. Deixando –me ali parada feito uma estatua. Depois de alguns segundos consegui sair do transe, andando pelo corredor com a mente mais pensante e mais pesado doque eu havia chegado a faculdade.


Cheguei até o estacionamento da faculdade, peguei meu carro e segui para casa de Bill. Nem preciso dizer que fui dirigindo e pensando em todas as informações passadas para minha pessoa, em menos de dez horas.


x.x


Entrei no condomínio de Bill as 20 horas, entrei sem ser anunciada, parei o carro na frente da casa dele e desci. Gordon e Simone estavam entrando no carro.

- Nossa, como vocês estão chiques e maravilhosos! –Eu brinquei ao sair do meu carro.

- Obrigada,querida! - Simone sorriu e me beijou na bochecha. - Hoje fazemos quinze anos de casados vamos sair para comemorar.

Fui até Gordon, dei um beijo em sua bochecha e perguntei logo em seguida:

- Bill onde está?

- No quarto dele! – Simone disse entrando no carro. – Janny, se for dormir ai...se previna!

Sorri para ela e dei uma piscadela. Pelo menos o discurso antigo não se repitiu. O de se eu fosse dormir, que dormisse no quarto de hóspede. Acho que ela se deu conta , que era impossível estarmos no mesmo ambiente e ficarmos longe um do outro. Vi o carro se afastar e entrei na casa, subi a escadas, abri a porta  e chamei

- Bill?

Não obtive resposta então chamei de novo?

-Bill?


Entrei e  fechei a porta, quando olhei para o criado mudo, olhei para alguns envelopes em cima do mesmo, então devagar e com medo, peguei um deles na mão,abri e li a carta,  fechei os olhos para tentar afastar todas aquelas palavras da minha cabeça. Assustei-me quando ouvi alguém tossir dentro do banheiro, coloquei os papéis dentro do pequeno envelope e o coloquei no memso lugar que havia tirado..

Fui até a porta do banheiro, ouvi o barulho do chuveiro e ela estava um pouco aberta, então eu devagar  abri, entrei e a fechei bem devagar, ele estava com o box aberto então eu o vi embaixo do chuveiro, a água descia pelo seu rosto e ele mantinha a boca entre aberta, eu mordi meu lábio inferior, ele nú  era lindo demais,  ele embaixo do chuveiro era muito mais tentador, com toda aquela água caindo e escorrendo sobre o seu corpo perfeito. Ele de olhos abertos, aquelas gostas paravam em seus cílios  bem curvados...Oh meu DEUS...quanta perfeição distribuidos em quase 1m90 de altura.



Desabotei minha calça jeans e a fiz cair no chão do banheiro, depois foram minha camiseta, meu sutiã e minha calcinha. Andei em direção do chuveiro, entrei no boxe com ele. Bill esticou o braço, tocou o azuleijo, foi tocando a parede até encontrar o porta sabonete, quando ele foi pegar eu coloquei minha mão e peguei o sabonete mais rápido que ele. Ele tocou e franziu a testa, estranhando a falta dele ali.

- Vira, deixa que eu ensaboar as suas costas. – Eu disse com uma voz sexy.

Lógico que ele se assustou, mas acho que a suspresa compensou tudo.

- Com todo prazer! – ele disse com um sorriso malicioso nos lábios.


Ele virou e então comecei a ensaboar suas costas com as duas mãos, nos ombros fiz uma pequena massagem, obtendo um gemido baixo e contido. Com uma mão eu segurava o sabonete  e o ensaboava e com a outra eu o arranhava bem devagar! -Ele apoiou as duas mãos na  parede azulejada do banheiro, não aguentando mais toda aquela tortura.

Eu deixei o sabonete cair no chão, deslizei uma de minhas mãos pela barriga dele e envolvi o seu membro, que já estava pronto. E com a outra mão eu segurava forte em sua coxa. A água caia em suas costas, então encostei meus lábios nela, e comecei a dar pequenas mordidas.

Ouvi gemendo e fechar as duas mãos e socar a parede,num momento de desejo incontrolado, ele segurou minha mão com força, me puxou e me fez vir para frente dele. Praticamente me jogou contra a parede gelada. Grudou sua testa na minha e disse quase suplicando:

- Prometa que estará do meu lado em qualquer decisão que eu tomar?

Minha espinha fisgou, meu coração gelou, por pouco tempo, pois ele voltou a ser aquecido pelas suas mãos hábeis e quentes  então eu sussurrei em seu ouvido :


-Eu prometo...Prometo que estarei ao seu lado em qualquer decisão, seja ela qual for.



Eu de frente para ele, ele me beijava desesperado, levantou uma de minhas  pernas, se abaixou um pouco, para o nosso encaixe e entrou dentro de mim, como se aquilo fosse a única coisa que fosse mantê-lo vivo. Os movimentos eram doces e profundos, os nossos gemidos não soavam além de nossas bocas, pois nosso beijos os sufucavam. Não aguentando mais, subi a outra perna em sua fina cintura e o abracei com elas. O enlacei pelo pescoço e com a água caindo sobre nosso corpos apaixonados, quentes e sedentos, chegamos ao ápice quase ao mesmo instante.


Já na cama, estavamos deitados nus, eu estava com minha cabeça deitada em seu peito, e ele fazia carinho com os seus dedos em minhas costas. Como aquilo era gostoso e aconchegante. Como o seu toque me deixava segura e afastava todos os meus problemas e minhas dúvidas.

- Meu anjo?-Eu o chamei

- Hum?

- Posso te perguntar uma coisa? Promete que não vai se ofender? –Eu perguntei levantando minha cabeça de seu peito.

- Ofender-me? Jamais algo que sair da sua boca vai me ofender! - ele respondeu baixo, fazendo-me sorrir e beijar de leve seu peito nu. РFa̤a a pergunta!

- Você sabe escrever,né? - eu perguntei totalmente sem graça.

Vi Bill sorrir e com um jeito meigo e simples pediu:

- Deite na cama e feche os seus olhos!

Eu o olhei e o obedeci. Deitando-me na cama e fechando meus olhos. Senti ele levantando da cama, sentando na mesma, suas mãos magras tocarem em minha barriga, minha respiração falhou ao sentir seus dedos finos passeando sobre ela. Esboçei um leve sorriso então, ele começou a formar a frase com a ponta de seu dedo.

 A cada letra que ele escrevia, a cada palavra que ele formava, meus olhos se enchiam de lágrimas, meu sorriso morreu dos meus lábios quando ele escreveu a última palavra, senti seus lábios tocarem minha barriga em um pequeno beijo. Em minha garganta surgiu um soluço contido, mas era de felicidade, minhas lágrimas eram doces, eram de alegria, amor e principalmente pela minha singela devoção por Bill.

Eu levantei e apenas o abracei, forte! Não disse nada.  Por milhões de vezes nossas juras de amor não eram feitas com olhares, com palavras, nossas juras de amor eram feitas com gestos, atitudes e acreditem se quiser...Com o silêncio! Nossa respiração nos entragavam, nossos arrepios, nosso entrelaçar de dedos e as nossas línguas loucas e faminta uma pela outra.

Então, mais uma vez, colei meu corpo ao dele, sentindo o seu cheiro de suor, sentindo sua respiração descompassada, sentindo seus dedos finos e exigentes sobre meu corpo trêmulo de prazer e por fim, o seu gemido rouco, a forma doce e sensual como disse meu nome em um tom quase inaudível quando chegou ao ápice.



E quando ele deitou na cama, acomodando-se no travesseiro, eu me acomodei ao seu lado, beijei sua barriga e com a ponta do dedo refiz a mesma frase, que a pouco ele tinha escrito na minha.


Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos ANJOS, sem o SEU amor...Eu nada seria...” 


x.x


Na manhã seguinte, estavamos nos vestindo quando eu tive que começar o assunto que estava me deixando impaciente. Não podia mais adiar, não podia mais segurar essa angustia dentro de  mim.

- Minha professora de Espanhol veio dizer que a embaixada brasileira na Espanha esta recrutando três estagiários,  ela perguntou se eu me interessaria em uma das vagas?


O silêncio reinou no quarto e mesmo com as mãos suando e o coração acelerado, continuei a falar:


- Se eu aceitar parto no dia 02 de Janeiro de 2009,  tenho que dar a resposta na sexta feira, ficarei um ano na Espanha.

Bill baixou a cabeça, sentou na cama e perguntou em voz firme:

- Você tem  quatro dias para decidir?

-Sim! –Eu o olhei – O que você acha?
         
            O mundo naquele momento congelou, eu temia a resposta de Bill como temia minha decisão...


x.x


Próximo Capítulo:

-Odeio você! Como você pode fazer uma coisa dessas comigo? Um Monstro...é isso que você é...Um monstro!

Postado Por: Grasiele

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