sábado, 8 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 30 - Se houver um amanhã...


Eu só quero te tocar mais uma vez
Mas não há ninguém, apenas a manhã

Eu só quero te tocar mais uma vez
Mas não há ninguém, apenas uma dor
 A minha dor ... 

POLINA GAGARINA -  Morning



x.x


E assim os dias foram se passando, tentei ir atrás de Bill várias vezes, mas Eleonora sempre ao meu lado me barrava e me impedia de ir me humilhar, tinha também Phillip e Georg que sempre estavam pertos para me fazer sorrir. Esses três foram minha base para não cair, para não desmontar.

Entretanto mesmo sendo amparada pelos meus amigos. Eu não deixava de pensar em Bill um dia sequer, todos os minutos e todos os segundos dos meus dias eu me recordava de frases, gestos e de seus beijos. E durante essas lembranças eu chorava e chorava, me desesperava e lá estava seis mãos para enxugar todas minhas lágrimas e me tirar daquele rodamoinho.

Não fui mais para o hospital, pedi demissão, arrumei alguns alunos para dar aula de idiomas, e assim me mantinha. Eleonora passou assumir as despesas da casa até eu arrumar um emprego decente.

Minha mãe sempre aparecia no apartamento ainda para trazer compras ou feira, trazia faxineira uma vez por semana. Meu pai, ela dizia que continuava o mesmo e dizia que tinha feito tudo aquilo por amor. AMOR!!

Depois que conheci BILL e que me apaixonei por ele descobri realmente o significado daquela pequena palavra e meu pai nem de longe a conhecia e muito menos o seu significado. O que ele fez com a minha vida e com a vida de Bill, não tinha nada a ver com sentimentos bons. Se vocês querem saber muitas pessoas chegaram para mim e disseram: “ Você vai sofrer no começo. Mas depois vai passar, foi melhor dessa forma.”

Ou seja, achavam que meu pai estava certo que Bill por que ele ser deficiente visual empacaria minha vida que eu seria a bengala dele pro resto da minha vida que meus filhos seriam motivo de chacota na escola por ter um pai cego e que eu nunca seria feliz ao seu lado.

Ao ouvir tais idiotices eu me virava para essas pessoas e dizia:

- Então, sabe o que podemos fazer a partir de hoje? Sugerir aos médicos que ao nascer uma criança deficiente, matá-la!

As pessoas me olhavam indignadas, perplexas e eu continuava:

- É, temos que matá-las! Porque se elas não podem amar, se relacionar socialmente e nem ser um cidadão quando crescer. Pra que elas vão viver? Pra que elas vão esbarrar com pessoas mesquinhas, preconceituosas e hipócritas como você? Não! Quer saber?Acho melhor vocês morrerem e não os deficientes, porque eles fazem bem ao mundo, agora vocês só estragam e infectam o nosso planeta. Morte as pessoas preconceituosas!

Eu gritava aonde eu estivesse:

- Morte as pessoas preconceituosas! Morte!!

E é lógico que a pessoa saia correndo de perto de mim com a cara de espanto, com cara de medo! E era mais engraçado quando Eleonora e os meninos estavam do meu lado e formávamos um enorme coro!

Nós caímos na risada depois, mas eu na verdade se pudesse mataria mesmo todas essas pessoas. Que pensam que são donas da verdade, que acham que pode escolher quem pode ser feliz e quem não pode. Excluem pessoas pelo simples fato de não serem iguais a elas.

- Janny, vamos embora acho que essa tiazinha nunca mais chegar perto de você! –Eleonora ainda sorria quando veio me abraçar após mais um coral contra o preconceito.

- Deus te ouça e que ela nunca mais venha querer se meter na minha vida! – Eu sorri também – Vamos para casa, pois às 11 horas tenho uma aula para dar de Espanhol.

Subimos no elevador e quando estávamos descendo e entrando no apartamento o celular de Eleonora tocou, ela atendeu:

- Alô... Tom? –Eleonora parou ao ouvir a voz do ex-namorado. “Ex” por que depois que ela me ajudou, ele nunca mais quis olhar ou falar com ela.

- O que foi? Espera fala devagar...fala devagar não estou conseguindo entender o que você esta dizendo.

Eu ao ouvi-la dizer essa frase, me preocupei, me aproximei e perguntei:

- O que foi Ellie? É o Bill? Bill esta bem?! O que aconteceu com ele?

Ellie fez um sinal para que eu me calasse e continuou:

- Tom, ele não esta aqui, ele não veio procurá-la. – Ellie me olhou e depois que ouviu Tom disse subindo o tom de voz:

- Como assim ele desapareceu?!

Meu coração parou, minha respiração falhou e minha espinha fisgou. Meus olhos já embaçaram. Bill tinha sumido. Ele estava sozinho nessa cidade enorme totalmente desprotegido!

Sem esperar mais para ouvir o que Ellie falaria para Tom, eu abri a porta da escada de incêndio e corri os cinco lances e chegando ao estacionamento peguei meu carro e sai da garagem a procura dele.

Rodei todas as ruas perto da casa dele, perto do hospital, e a cada rua que eu entrava e não o via, meu coração apertava mais, as horas passavam e minha cabeça não sabia onde mais procurá-lo. O farol fechou e debrucei minha cabeça no volante para poder pensar, analisar onde ele estava. Fechei meus olhos e quando os abri ainda debruçada, olhei para o chaveiro do meu carro, era um beija flor! Bill havia me dado de presente, ele havia comprado no... Era isso... Ele estava lá!

Abri o enorme portão e entrei, fiz o caminho feito por nós sempre que íamos para lá, para fugir do mundo. Caminhei pelas árvores e ao avistar a enorme fonte, o avistei, parado perto dela. Ele tinha a cabeça baixa e tocava água com os dedos. Minha primeira reação foi correr e abraçá-lo. Mas, me contive então em passos lentos me aproximei.

- Eu sabia que a única pessoa que me encontraria aqui seria você!

O ouvi dizer, quando eu já estava ao seu lado na fonte.

- Você deixou todos preocupados, Bill! – Eu disse o olhando.

- Sim... Eu sei!

- Por que não apareceu no hospital para a internação? – Eu perguntei.

- Não apareci por que eu não vou fazer essa operação.


- Isso tem alguma coisa a ver com aquela carta que recebeu do inglês que também fez essa operação há dez meses atrás?

- Também! – Ele disse tocando novamente a água com as pontas dos dedos. – Vamos dizer que ele finalizou a minha opinião.

- Eu posso saber o que ele te disse?

- Ele disse que depois que ele fez a operação, ele voltou a enxergar 80%, nos primeiros dias à vida dele foi um sonho, mas depois ela foi desmoronando, decaindo e hoje ele é o homem mais infeliz do mundo.

- Ou seja, a cirurgia não trouxe nada de bom a ele... Além da visão.

- Pois é!

- Mas com você pode ser diferente, Bill

- Quem me garante? – Bill disse sério.

- Não temos essa garantia. Ninguém pode te dar essa certeza. Teria que arriscar! – Eu toquei sua mão de leve. – Você tem todo meu apoio nessa sua decisão. – apertei sua mão e continuei- Se essa é sua decisão, eu fico do seu lado. Não a faça!

- Você acha mesmo que eu não devo fazer? - Bill pareceu confuso com minhas palavras.

- Acho! – Eu disse convicta - Não faça!

- Pensei que fosse a primeira a desejar essa operação.

- Um dia eu fui... Mas, mudei minha opinião!

- Mudou? Por quê?

- É tão simples, Bill – Eu me aproximei o virei de frente para mim. – Você é perfeito dessa forma.

- Lá vem você de novo com iss...
.
- É Perfeito! – Eu segurei suas mãos – Talvez o rapaz da Inglaterra tivesse razão, quem sabe se você fizesse essa cirurgia, você perderia essa sua essência. Perderia tudo isso que você aprendeu e desenvolveu ao ser especial.

- Sou deficiente e não ESPECIAL, Jen!

 Ao ouvi-lo me chamar de Jen meus pêlos arrepiaram-se imediatamente, por tantos dias sonhei novamente em ouvir daquela boca, aquela voz suave e macia chamando-me pelo meu nome. Eu tinha resistido até ali, tinha me segurado, mas era judiar demais da minha pessoa. Eu precisava, eu precisava demais fazer aquilo e fiz!

Então, enfiei meus dedos entre seus cabelos sedosos e negros e o vi estreitar a boca e dizer baixo:

- Jen... Não!

Aquela súplica ao chegar aos meus ouvidos, agiu ao contrário e me fez ficar mais excitada e fora de mim. Colei meus lábios nos seus e ele os fechou e ainda insistiu:

- Jen... Não faz isso!

- Eu preciso fazer isso, Billl... Preciso demais – Eu gemi e forcei a entrada de sua boca com a minha língua, ele ainda resistiu e tentou fechá-la, mas ao acariciar com as pontas dos meus dedos a sua nuca, ele soltou um suspiro, como se tivesse perdido a batalha contra ele mesmo.

Ele abriu sua boca vermelha e carnuda, recebendo minha língua de uma forma que fez minhas pernas amolecer, procurei apoio para não desabar no chão. Encostei-me na fonte e abri minhas pernas para ele poder encostar mais em meu corpo.

-Especial...Pra mim Bill, você é a pessoa mais especial que habita nesse mundo...

Eu gemi, puxei para perto do meu corpo e quando ele se aproximou, entrei em erupção, num fogo incontrolável, eram dias sem vê-lo, sem tocá-lo, sem sentir a maciez de seus lábios junto ao meu. O enlacei pelo pescoço e ele abraçou minha cintura.

- Bill... Continue fazendo isso e vamos parar atrás daquela árvore... Nus...

Ele sorriu ao ouvir a frase, e passou a dar pequenas chupadas em meu pescoço, depois de leve passou a língua em meu queixo, alcançando minha boca e me beijando com vontade e desejo. Ele separou sua boca da minha e foi dando beijos estalados até alcançar o meu colo desnudo.

- Não importa se você nunca vai enxergar eu estarei ao seu lado para sempre... Sempre...

Não sei o que houve, mas Bill se afastou, como seu tivesse dado um choque em alta voltagem, percebi que algo tinha mudado em seu rosto. Ele virou rapidamente de costas. Eu dei um passo e o abracei por trás, ele se esquivou um pouco, como se não quisesse recebê-lo.

- Eu continuarei cego! – Ele disse baixo, como se tivesse descoberto aquele fato naquele exato momento, era como se a ficha dele tivesse caído. – Eu continuarei sendo cego para o resto da minha vida.

Eu dei a volta em seu corpo, fiquei na sua frente. E tocando seu braço eu disse:

- Sim, você continuará cego e isso não tem a menor importância para o nosso amor.

Eu sorri e toquei com minhas mãos seu rosto e o trouxe para perto do meu, iniciando um novo beijo. Porem para minha surpresa dessa vez ele não correspondeu como o primeiro. Pelo contrário, ele com suas mãos seguraram meus pulsos forçando minhas mãos para baixo, tirando-as de seu rosto.

- Exatamente para o nosso amor minha cegueira não é nenhum obstáculo. – Ele disse soltando meus pulsos. – E para o nosso dia-a-dia?

- Ain... Bill pelo amor de DEUS, do que você esta falando agora? – Bufei ao ouvir a idiotice que ele havia dito- Nosso dia a dia é perfeito? Damos-nos bem, somos compatíveis até demais.

- Você quer dizer que somos compatíveis na hora de fazer amor? Sim, somos até demais!

- E não é só isso, nos damos bem, nos respeitamos e nos amamos demais. – Eu expliquei

- Sim! Mas não estou falando sobre isso, não estou colocando nosso amor em questão. Nós nos amamos e isso nada e ninguém pode mudar. Eu sempre vou te amar, mesmo não estando mais junto a você!

- Como assim? Não estando mais junto a mim? E Hoje... O nosso beijo? – Eu estava começando a ficar inquieta e pra falar a verdade, eu não estava gostando do rumo que aquela conversa estava tomando.

- Jen, depois daquela confusão do seu pai na sala da Samara, eu decidi me afastar de você, por que se formos parar e analisar tudo o que ele disse. Veremos que ele tem razão em muitas coisas que disse. – Bill começou a explicar - Lógico não daquela forma preconceituosa. Porem ele disse algumas verdades, que hoje não fazem a menor diferença, mas e daqui alguns anos, quando não bastar apenas o namoro, e quisermos nos casar e sermos só eu e você dentro de uma casa. Como vamos nos virar?

- Nos virando, oras! – Eu disse dando de ombros.

- Não é tão simples! – Ele disse sério. - Você sabia que eu preciso que etiquetem latas e algumas caixas para que eu possa distinguir o que existe dentro delas? Pra quando eu estiver sozinho em casa e quiser fazer um brigadeiro, na hora que eu pegar uma lata de leite condensado, não jogar na panela, ervilhas.

- Não!Eu não sabia!

- Você sabia que na minha carteira as notas de dinheiros são todas separadas por valor e anexadas com clips pequenos, médios e grandes para eu saber o valor delas?

- Eu não sabia!

- Você sabia que eu preciso que todos os remédios da casa sejam tirados de suas caixas e sejam colocados em embalagens especiais, para que eu não confunda as medicações e acabe me matando?

- Não!

- Jen há pouco tempo você nem sabia que eu lia e escrevia o alfabeto sem ser o braile. – Ele disse sorrindo sem graça. – Como você quer fazer parte do mundo de um cego, se uma das coisas mais importante para eles, você não sabe, o Braile!

- Eu aprendo tudo isso, eu posso etiquetar tudo isso pra você, eu posso te ajudar em todas essas tarefas.

- Janice! Você vai viver quanto da sua vida se dedicando a mim, se empenhando a aprender sobre meu mundo se esquecendo assim de viver o seu? Isso um dia vai cansar e ficar chato, cansativo e sem graça.

- Bill eu...

- Janice, a nossa vida não é difícil, mas também não é tão simples como parece. Temos nossas limitações. E não é só enxergar como você e a sociedade pensa. Existem outras que você desconhece.

- Eu sei...

- E seu pai tem toda razão, nossos filhos serão motivo de chacotas, como você vai prepará-los, orientá-los para esse problema? – Bill não me deixava falar, me cortava sempre que começava uma frase. – Por isso me afastei de você quando aconteceu tudo aquilo conosco por que...

- Por que você acha que não estou preparada para viver ao seu lado, você acha que em termos de deficiência visual eu sou uma burra, não sei nada sobre o assunto e aprender seria muito difícil para mim... É isso que você esta querendo dizer? Que você acha que essa separação foi ótima e que a gente não existe mais... Que acabou!

Bill calou-se.

- Bom, pelo seu silêncio eu já tenho a minha resposta. – Eu estava puta da vida com tudo aquilo, sempre me jogando na cara que eu não saberia lidar com suas necessidades.  – Sabe Bill, acho que você tem toda razão eu realmente não sei nada sobre deficientes. A única coisa que eu sei é que eu amei muito um... E eu sempre pensei que isso bastasse, mas pelo visto isso nunca valeu de nada. – Eu desabafei – Quer saber eu estou realmente cansada de querer provar que sou capaz, o dia que achar que sou boa suficiente para você e para sua deficiência, venha me procurar, ai será minha vez de decidir se você é capacitado ou não para ficar ao meu lado. -Eu segurei com formas minhas lágrimas para concluir:

-Amanhã pode ser muito tarde...Isso se houver um amanhã!

Virei-me e afastei dele, mas antes de deixá-lo sozinho voltei a olhá-lo e finalizei:

- Volte para casa, as pessoas estão preocupadas com você!

E sai daquele maldito jardim com raiva do mundo, dele e de mim mesma. Sai daquele lugar disposta a mudar o rumo da minha vida. A colocar um ponto final em situações que eu acreditava ser banais e eu ia provar a todos que eu era capaz de muitas coisas das quais a sociedade me julgava incapaz. Entrei no meu carro e fui embora, deixando para trás, algo que eu não precisaria mais a partir daquele dia, a minha vida!


x.x


 24 de dezembro


Era véspera de Natal, já passará das onze horas da noite quando a campainha da casa tocou e a última família chegou à casa dos Kaulitz para a ceia de Natal.  Na sala de estar estavam apenas vinte e poucas pessoas. Até por que a maioria dos familiares morava na Alemanha.

A reunião estava muito divertida, Tom sorria com as histórias de seu tio Klaus, ele sempre se dava mal em todas elas e quando o assunto era mulher, o fiasco era duplamente vergonhoso.

- Você tem que me ensinar algo mais sobre as mulheres, Tom! – O tio disse rindo, olhando para Bill sentado distante de todos conversando com a prima Nathy, que tirando Tom, era sua melhor amiga! – E ele deixou mesmo aquela namorada bonita escapar?

Tom sorriu triste ao pensar no casal e balançou a cabeça respondendo:

- Sim, acho que dessa vez é sério mesmo. Os dois não têm mais volta!

- E Bill como esta com tudo isso? –O tio perguntou preocupado.

Tom estufou o peito e quando foi responder o interfone na cozinha tocou, e Simone pediu para ele ir atender. Tom se levantou e atendeu:

- Alô? Quem? Mande-a entrar! – Tom disse incomodado, olhou para Bill que percebeu algo na voz do outro gêmeo.

Bill baixou a cabeça, Tom olhou para Nathy e fez um sinal com a cabeça para ela. Ela entendeu perfeitamente o que Tom tinha lhe dito, e então pegou a mão do primo e lhe acariciou.

- Oi? Será que eu posso entrar? – Ela disse quando Tom abriu a porta. – Prometo que não demoro.

- Entra! – Tom tirou seu corpo e abriu mais a porta. Fazendo-a entrar, ela cumprimentou a todos e quando chegou perto da onde Bill estava sentado, ela o cumprimentou:

- Oi,Bill!

Ele não respondeu de imediato, tirou o sorriso do rosto, levantou-se e já de pé disse:

- Oi,Eleonora!

Tom e a prima mais uma vez se olharam e sentiram pela confusão de Bill.

- Como você esta? – Ele perguntou à amiga.

- Estou muito bem, obrigada! – Ela sorriu. – Tom, será que podemos conversar em um lugar mais reservado?

- Sim, vamos para o salão de jogos! – Tom respondeu

- Com licença! – Eleonora pediu a Bill e a sua prima e virou se para ir em direção ao salão de jogos.

- E Janice como ela esta?

A pergunta inesperada fez com que ela virasse novamente em direção dele.

- Ela esta.. Indo!  Irá sobreviver, eu espero! – Ela respondeu e quando foi se virar ele perguntou novamente:

- Ela vai passar o Natal aonde? Na Mooca com a sua mãe, na casa da Tia Yasmin?

- Sim, ela passará com a mãe dela, mas não passarão na casa da Tia Yaya – Eleonora respirou e jogou a bomba – Ela passará na Espanha!

- Espanha? Ela esta indo para Es-Espanha? –Bill quase não conseguia falar- Mas, ela tinha dito que não iria aceitar a proposta.

- Sim, ela mudou de idéia e aceitou o estágio e partiu hoje.

- Hoje? Agora? Ela esta no aeroporto aqui do Brasil? – Bill estava abalado.

- Bill, se pensa em ir atrás dela, como nesses filmes bobocas e gritar para todos ouvirem que a ama e ela após uma grande declaração corre para seus braços... Esqueça! Ela foi hoje de manhã, e já me ligou de Madrid. Como você mesmo a aconselhou. Ela foi viver a vida dela e tentar ser feliz e para falar a verdade, tomara que ela fique por lá um bom tempo e que só coloque os pés no Brasil novamente quando tiver esquecido algumas pedras que a fizeram cair!

Eleonora deixou a sala de estar para encontrar Tom no salão de jogos. Bill ficou imóvel, sua mente repetia as palavras de Eleonora várias vezes...Janice na Espanha!

- Você esta bem, Bill? -Nathy perguntou ao ver a situação de pânico que o primo se encontrava.


- Ela fez a coisa certa! –Bill disse baixo seguindo em direção a escada. – Jen, você fez a coisa certa!-Ele repetia ao subir os degraus até alcançar a porta de seu quarto, onde entrou e sentou na cama.

Bill não chorou, talvez sabia se o fizesse, nada mudaria...A única coisa que ele conseguiu concluir foi que ele fora feliz ao lado de Janice, que todos os momentos ficariam guardados dentro de sua memória.

O cheiro, o toque, a maciez do corpo, os gemidos, mas talvez o que ele nunca conseguiria afastar de suas lembranças seria algo que ele nunca conseguiu enxergar porém a mais difícil de se esquecer.


-Azul...sempre será a minha cor favorita!

Postado Por: Grasiele

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