quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Coração de Porcelana - Capítulo 4


I'm gonna tell you what I think about you
In that unforgivable way I do
You're an idiot
And I hate your guts
Idiot – Lisa Marie Presley

– Me leva para a casa, Tommy? – Aquela puta da Chantelle falou com aquela voz de diarreia que ela tem.
– Não vai dar, Chantelle. Eu vou com a Thammy. – Me apontou. Eu estava ao lado de Alice assistindo toda a cena de melação ridícula da Chantelle.
Eu sentia que a qualquer momento iria chorar e nem sabia o por que, mas não deixaria Tom me ver chorando.
– Pode deixar, Tom. Vou de carro com a Alice. – Olhei para ela que apenas assentiu com a cabeça.
– Mas... – Tom tentou protestar mas foi interrompido por Chantelle que começou a gritar puxando Tom pelo braço.
Fui em direção ao carro de Alice. As lágrimas escorriam grossas e dolorosas.
Sentei no banco do passageiro e coloquei o sinto. Tentava inutilmente limpar as lágrimas para que Alice não visse. Mas quanto mais limpava mais escorriam.
– Ei! Por que está chorando? – Alice bateu a porta do carro e colocou a mão em meu ombro.
– Eu... Eu não sei. – Minha voz falhava pelo choro. – Droga! Eu não sei, Alice! Só dói. – A abracei. Ela passava as mãos pelos meus cabelos pretos e me consolava.
Depois de me acalmar, Alice me levou para a casa.
– Está tudo bem? – Estacionou o carro em frente a minha casa.
– Tá sim. – Sorri. – Tem espelho aí?
– Aham. – Pegou sua bolsa no banco de trás e tirou um espelho de lá.
Olhei meu rosto. Meus olhos estavam vermelhos e inchados.
– Droga. – Exclamei. – Tom vai perguntar por que eu chorei. – Bufei e devolvi o espelho.
– Vai ter que inventar algo muito bom. – Riu. – Vem se arrumar lá em casa amanhã?
– Sim. Vem me buscar. Tchau – Saí do carro e respirei fundo.
Teria que inventar algo muito bom para Tom. Ou talvez eu nem o visse e poderia tomar um banho e lavar o rosto.
Entrei em casa e subi direto para o meu quarto. Mas encontro Tom sentado na minha cama.
– Por que você estava chorando? – Me encarou.
– E-eu. – Gaguejei. Merda. Ele vai perceber. Dei uma tossida para disfarçar. – Eu estava com dor. – Disse rapidamente.
Eu sei, minto muito mal.
– Mentira. – Ele disse simplesmente.
– Não viaja, menino. Tava com cólica. – Joguei minha mochila num canto do quarto e fui até o guarda roupa.
– Você estava com ciúmes da Chantelle. Por isso chorou. – Seu hálito quente estava no meu pescoço.
Arrepiei até os cabelo do olho.
– Vo-você não sabe de nada. – Que merda é essa de gaguejar Thammy, tem que ir numa fono.
Tom me virou de frente para ele e encostou minhas costas no guarda roupas colocando uma mão em cada lado me prendendo naquela posição.
– Aí é que você se engana. Eu sei de tudo. – Foi chegando mais perto até eu sentir seu hálito na minha cara. – Eu sei o que você sentiu quando eu beijei a Chantelle. – Ele olhava dentro dos meus olhos. – Eu sentir a sua dor. – Encostou sua testa na minha. – Eu senti as suas lágrimas. –
Minha respiração falhava e meu coração batia tão rápido que chegava a doer.
– O fato é que. – Fez uma pausa. – Você me ama... – Pausa dramática de novo. – Como eu te amo. – Sussurrou.
Quando ele terminou a frase, eu já não tinha mais forças para ficar em pé. Eu já não conseguia respirar. Várias correntes elétricas passavam pelo meu corpo.
Tom então encostou seus lábios levemente nos meus iniciando um selinho. Mas logo sua língua já pedia passagem que logo eu concedi. Ele segurou minhas costas e me apertou contra seu corpo. Se eu tinha algum fio de sanidade, arrebentou.
Eu o beijava ferozmente puxando suas tranças.
Sabe a clichê história das borboletas no estômago? Pois é, ela existe mesmo.
Acho que as borboletas estavam num cobate UFC dentro de mim.
Mas eu estava beijando Tom. Meu irmão gêmeo. Isso não era certo além de ser crime.
Me afastei bruscamente de Tom e o empurrei.
– Isso é... – Eu estava ofegante. – É errado, Tom. É crime! – Eu o olhava indignada.
– Eu não me importo. – Ele chegou mais perto mas eu estiquei minha mão o impedindo de se aproximar.
– Por favor. – Supliquei em um sussurro com os olhos fechados. – Vá embora.
Eu continuei de olhos fechados até que ouvi a porta do meu quarto ser fechada. Respirei fundo e voltei a chorar. As lagrimas agora desciam com mais violência do que antes.
Não que eu não tivesse gostado do beijo. Eu gostei. E esse era o problema.
Incesto era crime. Se ficassem sabendo Tom e eu, poderíamos ser presos.
Liguei para Alice e perguntei se podia dormir na sua casa hoje, ela disse que tudo bem já que os pais dela estavam viajando em negócio.
Tomei um banho e coloquei a roupa da festa de amanhã na mochila e saí de casa. Depois ligaria para a minha mãe pra avisar que estava na casa de Alice.

~x~
– Agora me conta o que aconteceu. – Alice falou assim que chegamos em seu quarto. Me sentei na cama e respirei fundo.
– O Tom. – Eu estava criando coragem para falar.
– O Tom...? – Me incentivou a continuar.
– Ele me beijou. – Disse baixinho voltando a chorar.
– ELE O QUE? – Alice se levantou. – THAMMY, ISSO É CRIME! – Ela passava as mãos pelos cabelos em sinal de nervoso.
– Eu sei. Por favor, você precisa me prometer que não vai contar para ninguém. Promete? – Limpei as lágrimas.
– Mas é claro. – Se sentou ao meu lado. – Você gostou?
– Sim. – Abaixei a cabeça. – Ele disse que me ama, Alice. – Sussurrei.
– Ai, que lindo! – Alice fez uma carinha fofa. Rimos
– Você não se importa? – Olhei em seus olhos
– Por que me importaria? – Me encarou confusa.
– Você não gosta do Tom? – Agora quem estava confusa era eu.
– Não. É só desejo. – Fez cara de tarada.
Não aguentei e caí na gargalhada
Alice era a única pessoa que me colocava pra cima e me fazia esquecer todos os problemas.
Rapidamente Alice mudou de assunto e começou a falar da festa da Chantelle. Ela estava tão animada.
Eu ouvia Alice falar sobre a roupa que ela usaria até que o toque do meu celular a interrompeu.
Olhei no visor do celular, Tom.
– Vai atender?
– Aham. Vou pedir para ele avisar minha mãe que eu estou aqui.

– Alô? – Falei receosa.
– Onde você está, Thammy? – Ele parecia nervoso.
– Na casa da Alice, pode avisar a mãe que eu estou aqui? – Eu queria desligar logo. Estava com medo dele toca no assunto do beijo.
– Você quer fugir de mim. Chorou de novo, não foi? – Já falei que essa conexão de gêmeos é uma bosta?
– Avisa a ela por favor, até amanhã na festa. Tchau. – Desliguei rapidamente e me joguei na cama da Alice.
– Olha a folga. – Me deu um tapinha.
Passamos o resto do dia fofocando e vendo filmes, depois já estávamos exaustas e caímos na cama.

~x~

– Anda Aliceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! – Eu gritava desesperadamente do segundo andar para que Alice descesse logo para irmos a festa.
– To aqui, calma. – Alice desceu as escadas. Ela estava com uma calça jeans uma blusa brilhante e sapatos da mesma cor.

Roupa da Alice

– Tá linda. – A elogiei. Alice deu uma voltinha rindo.
– Você está mais. – Pegou minha mão e me fez dar uma volta. Ela deu até assoviou.

(Roupa da Thammy : http://blog.pinkbiju.com.br/wp-content/uploads/2010/08/LookBalada11.jpg)

– Vamos passar em frente a uma obra antes de ir? Sabe, pros pedreiros levantarem nossa auto estima – Brinquei enquanto entravamos no carro em direção a festa.

~x ~
O som era ensurdecedor e tinha muita gente, acho que não tinha oxigênio suficiente dentro daquela casa para todo mundo.
Alice me puxou para dentro. Tinha várias pessoas dançando. Pisaram no meu pé umas 10 vezes.
– Thammy! – Tom me gritou fazendo Alice me soltar.Ele chegou mais perto até parar na minha frente. – Você está linda. – Segurou minha mão e me fez dar uma voltinha igual Alice fez comigo. Só que com Tom eu corei violentamente.
– TOOOOOOOM! – Chantelle apareceu gritando.Puta que pariu, mas essa menina só sabia gritar? – Vem amor, vamos dançar. – Puxou Tom o levando com ela. Respirei fundo e soltei o ar pela boca decepcionada. Por que ela não vai arrumar um homem pra ela? Droga.
– Vou pegar bebida. – Alice desapareceu no mar de gente.
Agora sou só eu e eu. Resolvi ir para o quintal, lá estava mais vazio. Sentei numa cadeira de sol em frente a piscina e fiquei olhando o céu e involuntariamente, lembrando do beijo de Tom. As reações que seu corpo causava ao meu.
– Thammy. – Assustei quando ouvi me chamarem. Olhei na direção da voz e vi Bill. Ele estava lindo. (Imagine ele como quiser já que eu não achei uma foto descente pra por k.)
– Oi, Bill. – Respondi timidamente.
– Posso me sentar? – Sorriu.
– Claro. – Me ajeitei na cadeira já que eu estava parecendo um homem jogado no sofá.
Ficamos um tempo em silêncio e eu odiava isso, mas faltava assunto.
– Então, está gostando a festa? – Bill tentou puxar assunto.
– Até que tá legal, o problema é a dona dela. – Fiz uma cara de nojo. – Vim mais por causa da Alice. Mas como pagamento ela me largou aqui. – Bufei.
– Quando eu a vi, ela estava aos beijos com o amigo do seu irmão, Georg. – Bill deu uma risada.
– Ah, safada! Me larga pra ficar com homem. – Cruzei os braços na frente do peito.
Bill gargalhou.
E ficamos em silêncio de novo. Mas dessa vez eu o quebraria.
– Eu. – Respirei fundo. – Eu fico nervosa perto de você. – Confessei.
Bill então se aproximou mais.
– Mas não precisa. – Chegou mais perto. – Eu gosto de você. – Colocou a mão no meu rosto de me beijou.
Não senti as mesmas sensações que senti com o beijo do Tom.
Qual é, Thammy?! Você sempre quis beijar o Bill e agora que conseguiu vai ficar pensando no Tom? Acorda garota!
Resolvi me aproveitar da situação e coloquei as mãos na nuca do Bill o trazendo para mais perto.
– THAMMY! – Ouvi a voz do Tom. Me separei bruscamente do Bill enquanto via Tom se aproximando rapidamente com um olhar de fúria.
Ele pegou Bill pela blusa e lhe deu um soco. Bill cambaleou para trás com a mão na boca que sangrava. Ele quis avançar em Tom mais eu entrei no meio dos dois. Meu coração batia a mil por hora.
Gustav apareceu e tirou Bill dali.
– MAS QUE PERDA VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO. – Gritei com Tom dando tapas no seu peito. Mas ele parecia nem sentir. – VOCÊ É LOUCO?! – Eu gritava tanto que quem parecia louca era eu.
As lágrimas já molhavam meu rosto de novo.
Tom me pegou pelo braço com certa violência e me puxou para a saída.
– ME SOLTA! – Gritei.
– NÃO! VAMOS CONVERSAR. – Tom me puxou até o carro da nossa mãe que ele tinha trazido. Me jogou no banco do carona e se sentou no do motorista.
Seus olhos transpassavam raiva. Eu estava com muito medo.

O que Tom faria comigo?

Postado por: Grasiele

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