quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Coração de Porcelana - Capítulo 3


It's hard to say what it is I see in you,
wonder if I'll always be with you.
Words can’t say , I can't do,
enough to prove, it's all for you.
All For You – Sister Hazel


Acordei faminta por volta das 8 horas da noite. Tom já não estava mais no meu quarto, devia ter ido para o dele.
Desci para a cozinha ver se tinha algo pra comer. Abri a geladeira mas não achei nada que me agradasse.
— Tá com fome é? – Tom chegou apareceu na cozinha.
Você vê uma pessoa abrindo a geladeira e pergunta se ela está com fome. Isso é uma pergunta estúpida que só o Tom poderia fazer. Mas eu não ia dar uma resposta mal educada, talvez ele cozinhasse pra mim.
— Muitaaaaaa. – Disse com a voz arrastada e manhosa fechando a geladeira.

Quem sabe se eu fizesse manha ele cozinhasse para mim.

— Quer que eu faça uma macarronada?

Isso. Com manha se consegue tudo.

— Siiiiiiim! – Dei pulinhos até chegar na sua frente e depositei um beijo em sua bochecha.
Sentei no balcão da cozinha e fiquei observando fazer a macarronada.
~x~
— Delícia. – Disse assim que terminei de comer.
— Claro que está deliciosa, fui eu quem fiz. – Se gabou.
— Menos ,Tom. – Ri colocando o prato na pia. — Obrigada por me alimentar. – Rimos.
Eu amava quando Tom cozinhava para mim. Afinal de contas, era de certa forma, uma demonstração de carinho.

— Olá, crianças. – Minha mãe chegou nos cumprimentando.
— Oi, mãe. – Dissemos em uníssono.
— Adoro quando vocês falam juntos. – Abriu um largo sorriso.
— Eu também gosto. – Falei dando um beijo na sua bochecha. —Vou dormir. Boa noite.

Fui para o meu quarto e me joguei na cama. Mesmo dormindo a tarde toda ainda estava com sono.
~x~

O despertador tirou do meu sono gostoso de novo.
Eu odeio a escola.
Não podíamos já nascer sabendo?

Hoje resolvi acordar o Tom antes de me arrumar.
Entrei no lixão dele e a única coisa que estava arrumada era a cama. Olhei até no meio das montanhas de roupas jogadas no chão, quem sabe ele foi engolido por elas.
Chutei as roupas mas nada de Tom. Olhei no banheiro e nada também.
Procurei no andar debaixo. Nada. Eu estava sozinha em casa já que hoje minha mãe ia mais cedo pro trabalho.
Aonde é que Tom se enfiou? Vai ver ele levou a sério mesmo aquela história de acordar mais cedo e já tá lá na escola. Pena que o tiozinho não abre o portão agora.
Já que Tom não estava fui me arrumar.
Tomei um banho e vesti uma roupa bem simples. A escola é um inferno, não tem porque caprichar.
Peguei minha mochila, uma maçã e meu IPod e fui para a escola.

~x~

— Você viu o Tom por aí? – Perguntei para Alice assim que cheguei na escola.
— Não vi não. Você não vem sempre com ele? – Fez uma expressão confusa.
— É. Mas eu acordei hoje de manhã e ele não estava em casa. Estou começando a ficar preocupada.
— Não fique. Tom já é bem grandinho. Deve estar com alguma garota por aí. – Fez uma expressão triste. — Mas você ficou sabendo da festa que a Chantelle vai dar amanhã? – Na mesma hora sua expressão triste sumiu. Alice adorava festas, pra ela não tinha tristeza que vencia uma boa balada.
— Não. E nem me importo, não faço questão de ser convidada mesmo. – Rimos e fomos para a sala.
~x~

Estavamos comendo na hora do intervalo quando Chantelle, a menina mais metida da escola e a loira aguada que Tom estava agarrando ontem chega na nossa mesa.

— Kaulitz, quero que vá na minha festa amanhã. – Fez aquela cara de nojenta.
— Não quero. Obrigada. – Respondi seca e voltei a comer.
Alice estava com uma expressão perfeita de 'O' enquanto a Chantelle estava com cara de preocupação.
— Olha Kaulitz, seu irmão disse que só iria se você fosse. Então, faça o favor de ir. Quero Tom na minha festa. – Bateu no pé no chão. Era rídiculo uma menina de 17 anos fazendo pirraça.

Eu na festa da Chantelle. Já estava estranhando já que ela me odiava. Só podia ser coisa do Tom.
Aline estava doida para ir nessa festa, então, resolvi fazer a alegria da minha amiga. E quem sabe Bill não estaria lá? Agora o negócio melhorou.
— Só vou, se a Alice puder ir junto. – Ergui uma sombrancelha.
— Sem chance. Aguentar você e essa aberração aí? Não! – Ela praticamente gritou.
Dei uma risada longa. Ela com certeza deixaria. Chantelle arrastava um caminhão pelo Tom.
— Sem Alice, sem Thammy. Sem Thammy, sem Tom. Vamos Alice. – Me levantei e quando me virei Chantelle me gritou o que me fez dar um sorriso vitorioso.
— Você venceu, Kaulitz. – Deu uma rosnadinha e saiu com suas capangas pisando duro.
Eu e Alice rimos da sua saída infantilizada.

— Ai meu Deus! Vamos na festa da Chantelle! – Alice começou a pular. — Obrigada, Thammy! – Me abraçou e pulou abraçada a mim.
— Olha o mico, Alice. – Ela me soltou rindo mas não parou de pular. E com Alice pulando do meu lado voltamos para a sala.

~x~
No final da aula, eu e Alice estavamos no portão enquanto eu procurava meu Ipod na mochila quando ela praticamente grita.

— Ai meu Deus! Thammy! – Me cutucou e apontou para a frente.

Quando olhei na direção que ela apontou, quase caí pra trás. Tom estava parado sorrindo para mim. Mas uma coisa estava diferente.
Ele não tinha mais os dreads!
Deus ouviu minhas preces. Ele tirou aqueles dreads fedidos, oh Glória!
Seu cabelo agora estava cheio de trancinhas. Lindo!

— Tom... Seu cabelo. – Cheguei mais perto e peguei uma trancinha. Minha boca estava aberta.
— Você gostou? – Ele parecia ansioso para a minha resposta.
— Sim. Nossa, tá lindo. – Eu ainda segurava uma trancinha.

O Sorriso do Tom se abriu, como se minha aprovação fosse tudo o que ele esperava.
— TOM! – Chantelle chegou e me deu um empurrão. Cambaleei para trás.
— Vadia. – Murmurei depois de me equilibrar.
— Ei, cuidado com a Thammy aí. – Tom a repreendeu e ameaçou vir para o meu lado, mas ela não deixou se enfiando na frente dele.
— EU A-M-E-I SEU CABELO! OLHA SÓ. – Passou a mão por todos os lados do cabelo de Tom. — TÁ PERFEITO.

Eu só assistia de longe junto com Alice. O Tom fazia umas caras de tédio muito engraçadas.
— VOCÊ VAI NA MINHA FESTA, NÃO VAI? EU JÁ CHAMEI A SUA IRMÃ E ELA DISSE QUE IA. –Ela disparava a falar e falava alto.

— Tudo bem, Chantelle. Nos vemos depois. – Tom tentou sair, mas ela não deixou, de novo.
— Não vai me dar nem um beijinho? – Fez biquinho.

Menina rídicula.

Tom então a beijou.

Uma corrente de raiva misturada com tristeza passou por todo o meu corpo. Seria ciúmes? Poxa, coisa normal. Ele é meu irmão normal senti ciúmes.
Mas sensação de tristeza estava mais forte, tão forte que a raiva já não era sentida mais.
Tom derepente interrompeu o beijo com a Chantelle e me olhou.
As vezes, sentíamos a mesma coisa que o outro.
Provavelmente Tom sentiu minha tristeza.
Meus olhos estavam marejados.

Por que eu estava assim? Não parecia ciúmes de irmã, e sim de... Não! Esquece. Ele é meu irmão. Eu jamais sentiria outro tipo de amor além do fraternal por ele... Não é?

Postado por: Grasiele

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