quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Coração de Porcelana - Capítulo 2


Something's gotta change
And mend this porcelain heart
Please mend this porcelain heart
Of mine
BarlowGirl – Porcelain Heart

Coloquei meus fones de ouvido e fui viajando nas minhas músicas até Alice me chacoalhar.
— Hora do intervalo. – Alice avisou sorrindo.
Credo. Passou tão rápido igual efeito de droga.
Que comparação Thammy, credo.
Fomos para o refeitório pegamos nossa bandeja e sentamos.
Eu estava distraída mexendo na comida quando Alice me dá um cutucão, levantei o olhar e vi Bill e o amigo dele, Gustav, nos encarando e sorrindo com a bandeja na mão. Acho que agora eu realmente estava babando.
— Oi... Será que podíamos sentar com vocês? – O som da voz do Bill era doce e calmo, hipnotizante.
— Claro. – Alice respondeu já que eu não tive condições nem de falar já que estava secando Bill.
Ele sentou na minha frente e Gustav na frente da Alice. Aí eu comecei a puxar assunto com o Bill pedindo para ele me dar umas dicas de moda e beleza.
Mentira.
Eu ainda estava secando o pobre garoto.
— Tudo bem, Thammy? – Bill perguntou.
Só assim que eu acordei e parei de encará-lo. Que vergonha. Ele deve estar achando que eu estava imaginando ele sem roupa na minha cama. Não que eu estivesse, esquece.
— Tá... tá sim. – Respondi constrangida.
Alice minha salvadora, começou a puxar assunto com eles e a conversa começou a fluir.
Bill era muito divertido. Gustav era mais reservado mas também parecia legal.
Eu estava encarando Bill, agora disfarçadamente, quando alguém puxa a cadeira e se senta ao lado do Bill.
Adivinha quem era?
Tom — filhodamãe — Kaulitz.
Eu não ia xingar a minha mãe né, coitada.
Olhei para ele com cara de ‘’que porra é essa que você pensa que está fazendo? ‘’
Nós tínhamos uma conexão muito forte mesmo brigando muito. Então eu tinha certeza que ele tinha entendido meu olhar, mas simplesmente ignorou.
— Então, sobre o que estavam falando? – Ele perguntou encarando seriamente Bill que estranhou, mas voltou a conversar normalmente.
Nesse instante, eu estava com vontade de estrangula-lo com seus próprios dreads fedidos. Furar seus olhos com um garfo, ou afoga-lo com o suco. Qualquer coisa na minha frente nesse momento se tornaria uma arma.
Antes de cometer o assassinato, resolvi sair da mesma. Me levantei sem olhar para a cara de ninguém.
Fui para o pátio e me sentei num banco mais afastado.
— Você ficou com raiva do Tom, não é? – Alice perguntou se sentando do meu lado.
— É! Ele só fez isso porque sabe que eu tenho uma queda pelo Bill. – Bufei
— Não fique assim. Tom só se preocupa com você, por isso faz isso. Eu queria que ele fizesse isso comigo. – Suspirou apaixonadamente.
Como a Alice podia gostar do Tom? Ele era um galinha não respeitava ninguém e tinha dreads nojentos.
— Alice, você precisa esquecer o Tom. Ele não gosta de compromisso, não quer nada sério. Tom não ama ninguém. – Alertei-a.
Se apaixonar pelo Tom era sofrimento na certa.
— Eu amo você. – Tom disse chegando por trás e me assustando.
— Não é legal escutar a conversa dos outros, sabia? – Disse me levantando e ficando de frente para ele.
— E não é legal falar do irmão pelas costas, sabia? – Ergueu uma sombrancelha.
— Você sabe muito bem o que eu penso sobre você ficar com uma garota por dia e não dar valor a quem realmente gosta de você. – O encarei séria por alguns minutos. Tom ficou em silêncio. Revirei os olhos e dei as costas voltando para a sala.
~x~
O restante das aulas passaram mais rápido ainda. Despedi da Alice e fui à procura de Tom.
Pois é, minha raiva dele já tinha passado. Eu não conseguia ficar muito tempo zangada com ele. Só se for por um motivo muito sério. Tipo, ele comer meus doces. Ai a porra fica séria.
Procurei Tom com o olhar no meio dos alunos mas nada de ver dreads fedidos.
A cabeça mais conhecida que vi, foi a cheia de cabelos mais arrumados que os meus do Georg, melhor amigo do Tom.
Fui ao seu encontro para perguntar sobre meu gêmeo.
— Georg, você viu o Tom? – Parei na sua frente.
— Vi mas... – Coçou a cabeça. — Ele tá meio ocupado, sabe? – Sei. Mulher.
— Onde? – Perguntei séria.
Georg apontou para um beco no canto do pátio. Agradeci e fui de fininho.
Vi Tom agarrado com uma loira aguada. Digamos que Tom tem uma mão bem boba.
Não aguentei e sai de perto sem ser percebida e caindo na gargalhada logo depois.
Tom tava quase engolindo a menina e apalpava também.
Ainda rindo saí da escola e fui caminhando para casa na companhia dos meus fones de ouvido. Tom não poderia reclamar, já que a culpa de eu estar indo embora sozinha é somente dele.
~x~
Estava deitada na minha cama com meus fones de ouvido depois chegar da escola e tomar um banho.
Meus olhos estavam fechados enquanto minha boca e minha cabeça se mexiam acompanhando a música.
Senti um peso a mais no colchão e abri os olhos me deparando com minha versão masculina me encarando. Cheguei mais para trás para que Tom pudesse se ajeitar melhor na cama e assim ele fez. Chegou mais perto e me envolveu em um abraço. Coloquei meu rosto na curva do seu pescoço sentindo seu perfume enquanto ele colocava as mãos nas minhas costas me trazendo para mais perto dele.
Estranhei sua atitude já que Tom não era carinhoso comigo. Mas isso não significa que eu não tenha gostado.
— Não me esperou. – Respirou fundo.
— Eu não ia esperar você tirar o atraso com a loira aguada. Sinto muito. – Dei uma risadinha.
— Você viu? – Seu tom de voz era surpreso.
— Pois é maninho. Você tem pegada viu. – Gargalhei sendo acompanhada por ele.
— Eu sei. Sou o cara. – Se gabou.
Rimos de novo enquanto eu mexia em um dread seu.
— Como você gosta disso? – Levantei um dread que estava na minha mão. — É horrível. – Completei.
— Sério? – Segurou um dread o observando. — Achei que gostasse. – Me olhou.
— Eu não. – Fiz cara de nojo. — Mas é seu cabelo, você faz o que quiser.
O abracei de novo e fechei os olhos com a cabeça encostada em seu peito sentindo sua respiração. Fechei os olhos e fui me entregando ao sono que chegava.

Postado por: Grasiele

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