quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Coração de Porcelana - Capítulo 12 - To Be Continued


I can't fake it anymore
I'll stay with you
But remember
To be careful what you do
Cause I'm not bulletproof
Bulletproof – Kerli


Continuei com os olhos fechados por mais algum tempo esperando uma reação do meu pai. Um grito, uma agressão até mesmo um levantar e sair, mas nada, ele não fez nada.
Eu estava ali, na cara e na coragem.
Ele não tinha nenhuma reação. Ouvia-se somente o barulho da minha respiração desregulada. Ele poderia já ter saído dali e neste momento, estava ligando para a policia para denunciar seus filhos incestuosos.
Agonizada com a situação, fui abrindo os olhos lentamente e encarei meu pai.
Ele tinha uma expressão digamos que surpresa. Mas por mais difícil que seja para eu acreditar, eu não via raiva em seus olhos.
— Uau... Ehmm... – Ele parecia estar buscando as palavras certas. — Eu acho que sempre desconfiei disso. – Arregalei os olhos enquanto ele continuava a falar calmamente. — Tom sempre te tratou, não sei, diferente. – Deu uma pausa. — Ele sempre foi muito preocupado com você, por incrível que pareça, acho que ele se preocupa com você mais do que eu e sua mãe. – Deu uma risadinha. — Ele sempre foi assim com você, desde pequeno. – Eu me acalmei um pouco, ele estava reagindo bem e isso estava me alegrando. — Acho que no fundo eu sempre soube, mas quis fingir que não. – Respirou fundo.
— Eu nem sei como isso aconteceu. Eu sei que é errado pai, mas... – Ele me interrompeu.
— Não. Não é errado. Nenhum amor é errado. O amor é uma coisa linda, não importa de onde ele nasça. – Agora meus olhos estavam marejados. — Se eu te disser que está sendo fácil, estarei mentindo. Mas eu vou me acostumar e apoiarei vocês. – Um sorriso largo se abriu em meus lábios. Fui até ele e lhe dei um abraço apertado e chorei em seus braços.
Eu estava muito feliz, finalmente tudo estava se acertando.
—Mas temos que tomar cuidado, incesto é crime. – Ele disse quando nos separamos. — E ainda temos que contar a sua mãe. – Minha cabeça deu um estalo.
Minha mãe, não sei se ela reagiria bem como meu pai.
— Calma. – Ele falou percebendo minha expressão preocupada. — Eu ajudarei vocês. – Abriu um largo sorriso.
Retribui o sorriso e o abracei novamente.
— Obrigada, pai. – Disse enquanto estávamos abraçados, dei um beijo em sua bochecha e nos separamos.
— Agora arrume suas malas, iremos para Leipzig. – Assenti quase pulando e fui até meu quarto. Arrumei minhas malas deixando para fora só a roupa que eu usaria e fui tomar um banho rápido.
Depois de pronta, desci com as malas e encontrei meu pai no andar de baixo. Ele já estava pronto e tinha malas ao seu lado.
Ele chamou dois empregados e eles levaram as malas para o carro, entramos no mesmo e fomos em direção ao aeroporto.
~x~
Quando o táxi estacionou em frente a minha casa, sai dele as pressas enquanto o motorista ajudava meu pai com as malas. Tirei as chaves da bolsa e entrei correndo dentro de casa. Pude ver a silhueta da minha mãe na cozinha, eu não me aguentava de saudades. Cheguei por trás dela e a abracei. Ela deu um pulo de susto, mas ao perceber que era eu, deu um grito e me abraçou. Ela me apertava forte e passava suas mãos pelos meus cabelos enquanto chorava. Confesso, eu também estava chorando, que saudades da minha mãe.
— Thammy! – Me separo da minha mãe quando ouço me chamarem da escada.
Volto meu olhar para Tom que estava com um sorriso enorme, em pé no penúltimo degrau da escada.
Fui em sua direção e o abracei. Tom colocou seu rosto na curva do meu pescoço, respirando fundo como ele sempre fazia.
— Eu disse que nos veríamos logo. – Disse em seu ouvido antes de nos separarmos.
Tom, sem aviso prévio, me roubou um beijo. Arregalei os olhos o afastando bruscamente e olhando assustada para a minha mãe.
— Tudo bem, querida. Tom já me contou tudo. Está tudo bem. – Deu uma risadinha enquanto eu olhava assustada para Tom. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, abracei Tom novamente só que agora mais forte.
Tom uniu nossas bocas em um beijo lento e cheio de saudades. Nos separamos quando o ar se fez necessário.
Então me lembrei do meu pai, corri para o lado de fora arrancando olhares assustados de Tom.
Quando cheguei do lado de fora, o táxi ainda estava parado e meu pai estava encostado na lataria.
— Vem. – O chamei, ele disse algo com o motorista, pegou minhas malas e entrou.
Minha mãe parou de mexer com a comida quando viu meu pai na porta.
— Jörg. – Ela abriu um sorriso.
A separação deles foi civilizada, por isso se davam bem.
— Como está, Simone? – Retribuiu o sorriso de minha mãe.
Ele já sabia que ela estava namorando, então era só amizade mesmo.
— Tom. – Meu pai chamou meio envergonhado. — Queria falar com você. – Tom me encarou, dei um sorriso afirmando com a cabeça, Tom o chamou para seu quarto e meu pai foi.
— Venha, quero lhe apresentar o Gordon. – Minha mãe me puxou pela mão e me levou para a sala onde estava sentado um homem, que por sinal era bem bonito para a sua idade.
Eu sei, isso soou estranho.
— Gordon, essa é a minha outra filha, Thammy – O homem se levantou com um enorme sorriso no rosto e me deu um abraço.
— É um prazer te conhecer.
— O prazer é meu. – Retribui o sorriso.
Tempos depois, Tom desceu com meu pai, parecia estar tudo acertado. Minha mãe apresentou Jörg para Gordon e não teve essa baboseira de ciúmes, eles se deram super bem.
~x~
Já faz 1 ano que tudo aconteceu e as coisas estão ótimas. Meu pai se mudou para Leipzig numa casa perto da nossa, ele também está namorando, eu e Tom a conhecemos e ela é um amor, de verdade.
Gordon está morando conosco e ensinou a mim e a Tom a tocar guitarra.
E o mais legal, Tom e Bill agora são super amigos. Eu fiz Tom pedir desculpas para Bill e eles depois disso viraram amigos, consequentemente Georg e Gustav também viraram. Agora os quatro são inseparáveis.
Também montaram uma banda chamada Tokio Hotel. Bill canta, Tom toca guitarra, Gustav bateria e Georg baixo.
Eles irão gravar um CD, por isso, foram para os Estados Unidos por um tempo.
No começo Tom quis me levar junto, já que estamos namorando faz um ano também.
Mas eu não achei razão para ir. Agora ele me liga toda a hora.
Eu tenho certeza de que a Tokio Hotel será muito famosa.
Gordon está tentando me convencer a formar uma banda também. Já que Alice toca baixo e temos dois amigos, Peter e Lucas que também tocam instrumentos. Eles juram de pé junto que eu canto bem, mas eu não tenho certeza.
Confesso que eles estão quase me convencendo.
O que será que aconteceria se formássemos uma banda?

Postado por: Grasiele | Fonte: x

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog